A epilepsia refratária é uma doença que se torna perigosa quando os tratamentos convencionais não surtem efeito.
Toda doença crônica pede um tratamento medicamentoso para controlar os seus sintomas. No entanto, há casos em que a farmacologia existente parece não dar conta de minimizá-los, mostrando-se ineficaz.
Assim se caracteriza a epilepsia refratária, que consiste em uma resistência à medicação aparentemente inexplicável. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela atinge cerca de 50 milhões de pessoas.
Outro dado importante levantado pelo órgão é que o risco de morte para quem tem essa enfermidade é três vezes maior do que o da população em geral.
A boa notícia é que, apesar de não responder aos tratamentos convencionais, alguns casos de epilepsia refratária tem controle através do uso de derivados da Cannabis.
Você tem algum familiar ou amigo com epilepsia refratária? Então, não deixe de ler este conteúdo até o final, onde você aprenderá sobre:
- O que é epilepsia refratária?
- Quais são as causas da epilepsia refratária?
- Diagnóstico: quando suspeitar de epilepsia refratária?
- Existe cura para a epilepsia refratária?
- Como é o tratamento de epilepsia refratária?
- A Cannabis medicinal no tratamento da epilepsia refratária
- Quais fatores e hábitos podem dificultar o controle da epilepsia?
- A epilepsia refratária pode ser causa de aposentadoria?
O que é epilepsia refratária?
A epilepsia é uma doença crônica que se manifesta através de crises convulsivas.
Ela ocorre devido a uma alteração nos neurônios, ou seja, as células que transmitem as mensagens no sistema nervoso central. As crises podem ser leves ou graves, dependendo da área do cérebro afetada e de outros fatores.
A epilepsia não tem cura, mas os tratamentos disponíveis costumam controlar bem as crises. No entanto, na forma refratária da condição, o controle é mais difícil.
A epilepsia refratária caracteriza-se por uma resistência aos tratamentos convencionais, afetando aproximadamente 30% dos pacientes com epilepsia.
Essa condição pode estar relacionada a mutações genéticas que alteram a excitabilidade neuronal, inflamação crônica no cérebro e disfunções na neurotransmissão inibitória, particularmente do GABA.
Também está associada a uma plasticidade sináptica anormal, reorganização das redes neurais e comprometimento da barreira hematoencefálica, que impede a eficácia dos medicamentos.
Algumas pessoas com epilepsia acabam desenvolvendo forma refratária da condição, o que significa que os medicamentos não funcionarão tão bem, ou simplesmente não funcionarão, para controlar as convulsões.
Se você está lidando com epilepsia refratária, o tipo de convulsão que você enfrenta influencia o tratamento. As convulsões podem ser:
- Generalizadas: envolvem uma grande parte do cérebro, afetando os dois lados.
- Focais (parciais): começam em uma área menor do cérebro e depois se espalham.
A epilepsia refratária pode impactar bastante sua vida. Pessoas com essa condição muitas vezes enfrentam dificuldades no trabalho ou na escola, e se preocupam bastante com a próxima convulsão.
Quais são as características da epilepsia refratária?
A epilepsia refratária caracteriza-se basicamente pela incapacidade de controlar as crises epilépticas com o uso de medicações convencionais.
Isso significa que as drogas não são capazes de minimizar os sintomas da epilepsia ou, pelo menos, reduzir a sua frequência.
Apesar disso, o diagnóstico é feito após um longo período de tratamento medicamentoso, já que a epilepsia é, na maioria das vezes, facilmente controlada.
Quais são as causas da epilepsia refratária?
As causas da epilepsia são diversas. Em alguns casos, ela é resultado de alterações no cérebro que podem ser provocadas por traumatismo craniano ou tumores.
Já para muitas pessoas, não há uma causa exata definida, mas estudos sugerem que fatores genéticos e infecciosos possam estar envolvidos.
De maneira geral, sabe-se que os seguintes fatores estão envolvidos em quadros de epilepsia refratária:
Mutações genéticas:
Mutações em genes específicos podem mexer com a função dos canais iônicos no cérebro, que são vitais para a excitabilidade dos neurônios.
Por exemplo, mutações nos genes que controlam os canais de sódio, como o SCN1A, estão ligadas a formas mais severas de epilepsia.
Essas mutações podem deixar os neurônios superexcitáveis, dificultando o controle das crises com medicamentos comuns.
Plasticidade sináptica anormal:
A plasticidade sináptica é a capacidade das sinapses (as conexões entre neurônios) de mudar sua força conforme a atividade neural.
Na epilepsia refratária, essa plasticidade fica alterada, resultando em uma rede neural superexcitável. Isso cria um ciclo vicioso onde a atividade epiléptica altera as conexões neurais, intensificando ainda mais as crises.
Inflamação cerebral:
A inflamação no cérebro é um fator importante na epilepsia refratária. Células do sistema imunológico, como microglia e astrócitos, liberam substâncias inflamatórias que aumentam a excitabilidade dos neurônios e a frequência das crises.
Essa inflamação contínua também pode prejudicar a barreira que protege o cérebro, deixando entrar mais substâncias que pioram as convulsões.
Dificuldades na neurotransmissão inibitória:
O desequilíbrio entre os sinais excitatórios e inibitórios no cérebro é um ponto-chave na epilepsia. Na epilepsia refratária, a eficácia do neurotransmissor inibitório GABA (ácido gama-aminobutírico) costuma ser reduzida.
Isso significa que os neurônios não recebem sinais suficientes para conter a excitação, resultando em crises persistentes.
Alterações na neurogênese:
A neurogênese, ou a formação de novos neurônios, tende a ser alterada em pessoas com epilepsia refratária.
Em vez de ajudar na regeneração saudável do tecido cerebral, essa neurogênese disfuncional pode contribuir para a formação de circuitos neurais hiperexcitáveis, facilitando a ocorrência de crises.
Lesões cerebrais:
Lesões cerebrais causadas por traumas, infecções ou AVCs podem levar à reorganização anormal das redes neurais.
Essas redes desorganizadas são propensas a gerar atividade epiléptica, e a complexidade e disseminação dessa atividade tornam as crises mais resistentes ao tratamento.
Quais os fatores de risco para epilepsia refratária?
Os fatores de risco para epilepsia refratária incluem, principalmente, histórico familiar de epilepsia.
A idade de início das crises também é relevante. Crises que começam na infância ou adolescência têm maior probabilidade de serem refratárias.
Lesões cerebrais, como traumas ou infecções, podem levar ao desenvolvimento dessa condição. Doenças neurológicas subjacentes, como esclerose tuberosa ou malformações cerebrais, aumentam o risco.
Outro fator é a presença de crises epilépticas frequentes, especialmente aquelas que não são controladas rapidamente. Além disso, o uso inadequado ou a não adesão ao tratamento medicamentoso contribui para a refratariedade.
Por fim, a coexistência de condições neurológicas ou psiquiátricas, como depressão ou transtornos de ansiedade, também pode influenciar a etiologia das crises refratárias, embora isso não esteja completamente esclarecido.
Diagnóstico: quando suspeitar de epilepsia refratária?
O primeiro sinal de epilepsia refratária é a recorrência das crises convulsivas, sejam parciais ou generalizadas.
Em muitos casos, a doença se manifesta desde a infância, período em que pais devem permanecer atentos para evitar lesões mais graves causadas por quedas ou traumas.
Também é preciso prestar atenção à duração das crises para que, na consulta médica, elas sejam corretamente descritas.
Enquanto em alguns casos elas duram apenas segundos, em outros elas se estendem por longos minutos.
De qualquer forma, a epilepsia só é considerada refratária quando o paciente apresenta resistência à medicação, não respondendo aos tratamentos prescritos.
Quando isso ocorrer, o diagnóstico será feito por um especialista, geralmente um neurologista.
O médico solicitará uma série de exames para confirmar ou descartar a doença, sendo os mais comuns o eletroencefalograma (EEG), a ressonância magnética, a tomografia computadorizada e neurolíticos.
Além dos exames, ele também irá avaliar o histórico clínico do paciente e os sintomas apresentados para descartar outras condições.
Existe cura para a epilepsia refratária?
A epilepsia refratária não tem cura definitiva, mas existem tratamentos que ajudam a reduzir a frequência e a intensidade das crises.
Esses tratamentos incluem medicação, cirurgia, estimulação do nervo vago e dietas especiais, como a dieta cetogênica.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser considerada, especialmente se as crises forem originadas em uma área específica do cérebro que possa ser removida ou tratada sem causar danos.
No entanto, mesmo com tratamentos avançados, algumas pessoas continuam a ter crises. Por isso, o manejo da epilepsia refratária geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, focando não apenas na redução das crises, mas também na melhoria da qualidade de vida do paciente.
Como é o tratamento de epilepsia refratária?
A epilepsia refratária é um grande desafio, já que, sem as opções convencionais de tratamento, médicos e pacientes se veem obrigados a recorrer até o último recurso.
Encontrar um tratamento eficiente para a epilepsia refratária é importante porque as crises não controladas impactam profundamente a qualidade de vida do paciente.
Pessoas com epilepsia refratária enfrentam riscos constantes de lesões, quedas, e outros acidentes durante uma crise, o que compromete sua segurança.
A longo prazo, crises frequentes causarão danos cerebrais, agravando ainda mais a condição. Além do mais, a falta de controle das crises está associada a um risco aumentado de morte súbita inesperada em epilepsia (SUDEP).
Apesar disso, existem alternativas eficientes que permitem o controle satisfatório dessa condição. Entre as quais:
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Neuromodulação
Tratamentos por neuromodulação, ou estimulação do nervo vago (VNS), são relativamente recentes.
Foi apenas em 1994 que eles começaram a ser prescritos na Europa e, em 1997, chegaram aos primeiros pacientes nos Estados Unidos.
Trata-se de um pequeno aparelho médico que envia impulsos elétricos a um eletrodo conectado ao nervo vago no pescoço.
O objetivo é modular a atividade cerebral, de maneira a reduzir a frequência ou a gravidade das crises epilépticas.
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Dieta
Alternativa para tratar a epilepsia refratária, a dieta cetogênica vem sendo prescrita por médicos em virtude das modificações que causam na neurotransmissão cerebral.
A dieta consiste em reduzir a doses mínimas a ingestão de carboidratos, aumentando o consumo de gorduras.
Isso leva o organismo a produzir os chamados corpos cetônicos, responsáveis pelo incremento no ácido gama-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor que inibe impulsos no sistema nervoso central (SNC).
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Cirurgia
A intervenção cirúrgica é o recurso utilizado normalmente quando todas as opções disponíveis falham.
Isso porque na operação visando o controle da epilepsia refratária, o paciente pode ter a parte do cérebro afetada removida, o que representa alguns riscos.
Um deles é o comprometimento das funções cerebrais, entre as quais se destacam a memória, a capacidade cognitiva e a coordenação motora.
Tratamentos disponíveis para epilepsia de difícil controle na infância
O tratamento para a epilepsia refratária segue as mesmas linhas daqueles realizados em adultos, onde o objetivo é diminuir ou controlar a intensidade das crises.
A diferença é que, por ser um grupo sensível, as chances de efeitos colaterais aos medicamentos convencionais tendem a ser maiores.
Assim, formas de tratamento não invasivo e igualmente eficientes acabam se tornando mais procuradas, como o uso de canabidiol para epilepsia refratária infantil.
A Cannabis medicinal no tratamento da epilepsia refratária
Considerando os riscos e potenciais prejuízos que as opções de tratamento convencional podem causar, a Cannabis medicinal vem ganhando força como recurso terapêutico.
Esta planta possui compostos, como o CBD, que regulam a liberação de neurotransmissores como o glutamato, principal neurotransmissor excitatório, prevenindo a hiperexcitabilidade neuronal característica das crises epilépticas.
Ele também inibe a recaptação de adenosina, aumentando seus níveis extracelulares, o que ajuda a diminuir excitabilidade neuronal e, consequentemente, a frequência das crises epilépticas.
Como já mencionamos, a epilepsia refratária frequentemente envolve inflamação no sistema nervoso central.
E um dos grandes trunfos da Cannabis é que ela tem propriedades anti-inflamatórias que reduzem a neuroinflamação, o que contribui para a atenuação da atividade epiléptica.
O CBD também influencia a função de vários canais iônicos, como os canais de sódio e cálcio, que são fundamentais na geração e propagação dos impulsos nervosos.
Ao modular esses canais, este composto terapêutico estabiliza as membranas neuronais e previne a ocorrência de descargas elétricas anormais que levam às crises.
Através desses mecanismos, é possível obter os seguintes benefícios:
- Redução da frequência das crises;
- Diminuição da gravidade das crises;
- Menor necessidade de medicamentos convencionais;
- Proteção das células nervosas;
- Estabilização da excitabilidade neuronal;
- Menos efeitos colaterais, apesar da efetividade ser melhor;
- Melhora na qualidade do sono;
- Menos interferência nas funções cognitivas;
- Redução do estresse oxidativo;
- Potencial para terapias combinadas;
- Melhora geral no bem-estar.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis para epilepsia?
Os canabinoides derivados da Cannabis medicinal, como o canabidiol (CBD), tem propriedades anticonvulsivantes respaldadas pela ciência.
Por conta disso, o interesse em produtos à base de Cannabis para o tratamento da epilepsia refratária tem disparado nos últimos anos.
Como exemplo, podemos citar uma pesquisa conduzida por especialistas do Centro de Neurologia Bonino-Pulejo em Messina, Itália.
O objetivo deste estudo foi avaliar o uso do CBD, além de medicamentos antiepilépticos comuns, na epilepsia resistente ao tratamento por meio de uma revisão de ensaios clínicos.
Um dos ensaios analisados contou com 171 pacientes, de 2 a 55 anos, diagnosticados com Síndrome de Lennox-Gastaut. Esses pacientes já estavam em tratamento com antiepiléticos, como lamotrigina e valproato, e estavam com a dose estável por pelo menos 4 semanas antes do início do estudo.
Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo de 85 recebeu placebo e o outro de 86 recebeu CBD na dose de 20 mg/kg/dia por 14 semanas.
Depois de 14 semanas, a frequência mensal de convulsões diminuiu em média 43,9% no grupo que usou CBD.
Além disso, 44% dos pacientes que usaram CBD tiveram uma redução de 50% ou mais na intensidade das crises, contra 24% no grupo placebo.
De acordo com os resultados, ficou constatada a eficácia do CBD como adjuvante dos antiepilépticos comuns, embora o mecanismo dessa interação não seja totalmente conhecido.
Casos clínicos de tratamento de epilepsia com CBD
A epilepsia refratária causa sofrimento não apenas para o paciente, como também para seus familiares e pessoas próximas.
Há casos tão difíceis que chegam a intrigar até mesmo médicos, que se veem incapazes de indicar uma terapia efetiva.
Um deles é o do jovem João Francisco, que desde o quarto dia de vida sofre com epilepsia de difícil controle.
Ao longo dos anos, ele e sua mãe, Adriana Gonsalez, vinha tentando tratar da doença, com períodos de contenção alternando-se a outros de crise intensa. Agora, ela encontrou na Cannabis uma forma de controlar a condição do filho.
Com até 60 crises em uma única noite, o paciente Luiz Paulo, de 16 anos, também conseguiu descobrir o que é dormir bem depois da Cannabis.
Os pais começaram a pesquisar e, com apoio de grupos de pacientes nas redes sociais, encontraram o médico que iria mudar a trajetória de Luiz Paulo: o dr. Renan Abdalla, especialista em condições relacionadas ao sistema endocanabinoide.
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Quais fatores e hábitos podem dificultar o controle da epilepsia?
Como você viu, a epilepsia é um problema neurológico causado por uma atividade elétrica descontrolada em certas áreas do cérebro, levando a crises que podem ser convulsivas ou não.
A respeito disso, diversos fatores podem aumentar a chance de novas crises ou interferir na eficácia dos medicamentos que as controlam. Veja alguns exemplos:
1. Fadiga ou cansaço excessivo
Quando o corpo está exausto, o cérebro enfrenta dificuldades para manter a função elétrica estável, o que pode aumentar a frequência e a intensidade das crises.
O cérebro precisa de energia constante para funcionar corretamente, e a fadiga compromete essa energia, afetando a comunicação entre os neurônios.
Durante o cansaço, o equilíbrio entre os sinais excitatórios e inibitórios do cérebro é perturbado, facilitando a ocorrência de crises epilépticas.
Além disso, a fadiga pode reduzir a eficácia dos medicamentos antiepilépticos, já que o corpo está em um estado de estresse constante.
2. Alterações do sono
O sono irregular, seja insônia ou hipersonia (excesso de sono), desestabiliza o controle da epilepsia.
Durante o sono, o cérebro passa por várias fases, incluindo o sono profundo e o REM, que são cruciais para a recuperação e a manutenção da função cerebral.
A insônia, caracterizada por dificuldade em adormecer ou manter o sono, impede que o cérebro atinja essas fases restauradoras.
A falta de sono adequado interfere na regulação elétrica dos neurônios, tornando o cérebro mais suscetível a crises.
Por outro lado, a hipersonia, ou excesso de sono, resulta em um padrão de sono fragmentado e menos reparador, o que também prejudica a estabilidade elétrica do cérebro.
Ambas as condições perturbam o equilíbrio neuroquímico, reduzindo a eficácia dos medicamentos antiepilépticos e aumentando a vulnerabilidade a crises.
3. Ansiedade ou depressão
O estresse emocional e psicológico provoca alterações nos níveis de neurotransmissores no cérebro, como serotonina e dopamina, que desempenham papéis críticos na regulação da excitabilidade neuronal.
A ansiedade aumenta a produção de hormônios do estresse, como o cortisol, que pode afetar a função cerebral e aumentar a probabilidade de crises.
A depressão, por outro lado, está associada a um desequilíbrio nos neurotransmissores, impactando negativamente a eficácia dos tratamentos antiepilépticos e exacerbando a propensão a crises.
Além disso, a ansiedade e a depressão frequentemente contribuem para um ciclo de sono perturbado e fadiga, ambos fatores que, como discutido anteriormente, podem aumentar o risco de crises.
4. Uso de drogas ilícitas
O uso de drogas ilícitas afeta profundamente a epilepsia, com diversos mecanismos biológicos em jogo. Muitas drogas ilícitas alteram a atividade elétrica do cérebro, perturbando o equilíbrio entre os neurotransmissores excitatórios e inibitórios.
Substâncias como a cocaína e as anfetaminas aumentam a excitabilidade neuronal, tornando o cérebro mais vulnerável a crises.
Drogas como o MDMA também afetam os sistemas endocanabinoide e serotoninérgico, influenciando a regulação da atividade elétrica do cérebro.
O uso dessas drogas interfere na eficácia dos medicamentos antiepilépticos, e sua combinação com tratamentos convencionais pode levar a interações e prejudicar o controle das crises.
5. Ingestão de álcool
O álcool atua como um depressor do sistema nervoso, alterando a comunicação entre os neurônios e afetando a função elétrica do cérebro.
A ingestão de álcool pode desestabilizar a atividade elétrica cerebral, reduzindo o limiar para crises. Ele também interfere na absorção e metabolização dos medicamentos antiepilépticos, diminuindo sua eficácia.
A desidratação e a alteração nos níveis de eletrólitos associadas ao consumo de álcool afetam a função cerebral e podem aumentar a suscetibilidade a crises.
O padrão irregular de consumo de álcool pode causar flutuações dramáticas nos níveis de neurotransmissores, exacerbando ainda mais o controle das crises.
A epilepsia refratária pode ser causa de aposentadoria?
Por ser uma condição crônica e incapacitante, a epilepsia refratária pode afetar a vida do trabalhador de diversas maneiras.
Além das crises epilépticas, os pacientes podem apresentar outros sintomas, como alterações de humor, ansiedade e depressão.
Tudo isso compromete o desempenho na atividade laboral e, em algumas situações, leva a incapacidade permanente.
Então, desde que se comprove a incapacidade por meio de laudos e perícia médica, é possível aposentar por invalidez possuindo essa condição.
Conclusão
A epilepsia refratária é uma doença que ainda intriga médicos e pesquisadores, já que pouco se sabe a respeito das causas que levam pacientes a resistir à medicação convencional.
Se você sofre com ela, os derivados da Cannabis podem ajudar no seu caso. Já existem até mesmo medicamentos canabinoides aprovados pela Anvisa sendo vendidos nas farmácias brasileiras para este propósito.
Por isso, caso queira tentar uma terapia de alta eficácia, não deixe de contar com o apoio dos profissionais parceiros do portal Cannabis & Saúde em sua jornada!