Pacientes canadenses sob tratamento com Cannabis medicinal para ansiedade e depressão apresentaram melhoras a longo prazo
Antes mesmo da pandemia, o Brasil já era um país ansioso. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que, até então, 265 milhões de pessoas sofriam com esse mal em todo mundo, sendo o País o epicentro da doença, com 9,3% da população apresentando algum tipo de transtorno de ansiedade. O triplo da média internacional (3,5%).
Mas chegou a Covid-19 e esses números dispararam. Dados mais recentes indicam que ainda no primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% em todo o mundo.
Embora ainda não existam estudos que demonstram os números exatos sobre o Brasil, basta olhar ao redor para encontrar alguém que está lidando com sintomas desta outra epidemia, que afeta a saúde mental.
Os medicamentos benzodiazepínicos são, geralmente, a primeira linha de tratamento para a ansiedade. Rivotril e Valium, por exemplo, ajudam no controle da condição, embora possam acarretar efeitos colaterais como adicção, tolerância e, em casos extremos, até overdose.
Uma outra opção de tratamento, cada vez mais comum, é a Cannabis medicinal. Uma nova pesquisa realizada na Harvest Medicine, em Calgary (Canadá), traz evidências que apoiam a visão de que o uso de Cannabis medicinal pode ajudar no tratamento da ansiedade e da depressão.
Com base nas informações de 7.362 pacientes que receberam sua documentação e distribuição de Cannabis medicinal da clínica de Calgary, os pesquisadores notaram melhores resultados após o início do tratamento com cannabis medicinal e no acompanhamento de um ano.
O estudo, cujos resultados foram publicados online esta semana na Psychiatry Research, mostra que os pacientes que procuram cannabis medicinal para ansiedade ou depressão tiveram melhores resultados ao longo do tempo.
Com 18 anos ou mais, os participantes do estudo preencheram questionários validados para ansiedade ( o teste GAD-7 usado verifica sete sentimentos , incluindo problemas para relaxar e se preocupar demais com coisas diferentes) e depressão ( o PHQ-9 é um questionário de saúde do paciente que pergunta sobre sintomas como como sentir-se cansado ou com pouca energia, dificuldade de concentração e pouco interesse ou prazer em fazer as coisas) em sua avaliação inicial e pelo menos uma consulta de acompanhamento.
“Houve melhorias estatisticamente significativas entre as pontuações de linha de base e de acompanhamento tanto para o GAD-7 quanto para o PHQ-9, com melhorias maiores observadas em pacientes que procuravam ativamente cannabis medicinal para tratar ansiedade ou depressão”, escrevem os autores do estudo.
Mais especificamente, eles apontam que, a partir de 12 meses, aqueles que relataram ansiedade tiveram uma diminuição média na pontuação GAD-7 maior do que a diferença mínima clinicamente importante de quatro.
Uma melhora semelhante foi observada em pacientes que relataram depressão a partir de 18 meses, que tiveram uma diminuição média no escore PHQ-9 mais do que a diferença mínima clinicamente importante de cinco.
A escala GAD-7 observa que uma pontuação de quatro ou menos indica “ansiedade mínima”, enquanto uma pontuação de cinco no PHQ-9 sugere que “o paciente provavelmente não está deprimido, faça uma nova triagem se afetar as alterações”.
Conheça os principais sintomas de ansiedade:
Hipervigilância – a pessoa fica hipersensível a riscos, sejam eles reais ou imaginários. A causa, geralmente, é hiperatividade na amígdala (área do cérebro ligada ao medo e à resposta em situações de perigo).
Incapacidade de relaxar – o córtex pré-frontal, responsável pela consciência, não informa à amigdala que um determinado estímulo deixou de representar ameaça. E ela continua a estimular um comportamento defensivo.
Comportamento de fuga – fugir de uma ameaça é uma forma de se proteger dela. Mas a pessoa ansiosa continua temendo a ameaça – mesmo que ela esteja distante.
Intolerância à incerteza – pessoas ansiosas têm dificuldade em tolerar incertezas, principalmente quando elas envolvem algum possível risco.
Supervalorização da ameaça – o ansioso exagera a probabilidade de que aconteça alguma coisa ruim – bem como suas possíveis consequências. Isso gera o chamado estresse antecipatório.
Controle mal adaptativo diante de ameaças – o controle sobre o comportamento, e sobre a cognição, também fica prejudicado.
Conheça os principais sintomas da depressão:
Sentimento de tristeza;
Choro fácil;
Perda de interesse em coisas que antes gostava;
Distúrbios no sono;
Alterações no apetite;
Cuidados e asseio pessoais podem ficar comprometidos, como parar de tomar banho, não se maquiar e não se preocupar com vaidade;
Pensamentos de ruína, sem esperança de melhora;
Lentificação global.
Se você apresenta algum desses sintomas, é possível que você esteja sofrendo com ansiedade ou depressão. Nesses casos, é fundamental buscar ajuda de um profissional especializado no cuidado da saúde mental. Na plataforma de agendamento de consultas do portal Cannabis & Saúde, você pode entrar em contato com diversos médicos especialistas prescritores de Cannabis medicinal.