Autismo é uma condição de saúde que afeta o neurodesenvolvimento. A maioria das pessoas afetadas têm dificuldade em se relacionar socialmente, bem como dificuldades na comunicação e linguagem. No entanto, a natureza e a gravidade dos sintomas do autismo variam muito individualmente.
1 a 2% das pessoas são autistas – muito mais do que se pensava. Até alguns anos atrás, formas amenas de autismo (como a síndrome de Asperger) não eram reconhecidas. Na verdade, o autismo é um espectro.
Isso significa que as pessoas autistas são muito diferentes umas das outras e cada uma tem um grau de severidade do autismo, variando do mais brando ao mais comprometido. Por exemplo, algumas pessoas no espectro do autismo podem não falar, enquanto outras têm habilidades linguísticas muito boas, mas ainda acham difícil ter uma conversa.
Embora não seja considerado uma doença, mas uma condição, os sintomas do autismo às vezes podem prejudicar a qualidade de vida de quem vive com ele.
Diante disso, é importante que você entenda como o autismo funciona e quais abordagens podem ser utilizadas para tratar os sintomas, bem como a importância das terapias para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Portanto, neste artigo, você poderá aprender sobre:
- O que acontece no cérebro de uma pessoa com autismo?
- O que causa o autismo?
- Existem testes para identificar o autismo?
- Quanto tempo dura o tratamento de uma pessoa com autismo?
- Cannabis medicinal no tratamento do autismo
- Quais os direitos de pais com filhos autistas?
- Como diferenciar autismo leve de TDAH?
- Quais são os famosos que têm autismo?
- Livros sobre o autismo para você aprender mais!
- Principais instituições de apoio ao Autismo no Brasil
- Autismo e o mercado de trabalho
- Autismo e a educação especial
- Dúvidas frequentes sobre o autismo
O que acontece no cérebro de uma pessoa com autismo?
Como mencionado anteriormente, o autismo engloba vários distúrbios que afetam o desenvolvimento – o nome exato é Transtorno do Espectro Autista. O TEA varia muito individualmente, dependendo da forma e gravidade do distúrbio. Algumas pessoas afetadas desenvolvem apenas um grau leve da condição, que influencia pouco sua vida cotidiana.
Outros são severamente afetados. Entre outras coisas, a cognição e as habilidades linguísticas são muito comprometidas A maior parte dos autistas pode ter o desenvolvimento limitado, mas também há pessoas autistas que possuem plena capacidade de desenvolvimento e outras desenvolvem habilidades notáveis.
O autismo é uma condição relacionada à neurologia – não a uma doença. Isso significa que o cérebro das pessoas autistas são diferentes das pessoas não-autistas. Como resultado, os autistas têm:
- outras necessidades para desenvolver o pensamento e aprendizagem;
- as pessoas autistas têm um tipo diferente de interação e comunicação social;
- alguns comportamentos estereotipados.
Como uma pessoa com autismo vê o mundo?
As interações sociais são um componente importante da vida dos indivíduos, mas entre as pessoas autistas são menos numerosas.
As pessoas com autismo olham menos para os rostos e especialmente para os olhos de quem está interagindo. De acordo com um estudo de 2012 “The social motivation theory of autism”, os autistas também são menos sensíveis ao impacto das recompensas sociais em seu comportamento. Alguns evitam deliberadamente qualquer interação.
Devido a essa incompreensão, eles muitas vezes não aderem às regras e normas sociais, tendo dificuldade em construir relacionamentos. Eles geralmente entendem seu ambiente de uma maneira diferente das pessoas não-autistas.
A compreensão social nos permite entender e prever o comportamento dos outros, entender conceitos sociais abstratos e imaginar situações sociais fora de nossa vida cotidiana.
Dificuldades no campo da compreensão social de uma pessoa autista torna as seguintes ações muito difíceis de serem realizadas por eles:
- imaginar o que as outras pessoas pensam ou sentem em uma determinada situação, ou entender por que estão fazendo algo. Isso geralmente causa mal-entendidos e irritações em outras pessoas e torna difícil para as pessoas autistas “se encaixarem” em um grupo;
- entender as regras não escritas que a maioria das pessoas reconhece intuitivamente;
- prever o que poderia acontecer a seguir;
- reconhecer determinados perigos;
- reconhecer que outras pessoas não têm automaticamente o mesmo nível de conhecimento que elas mesmas (Teoria da Mente);
- se adaptar às mudanças e planejar o futuro.
É importante entender que as pessoas autistas não são indiferentes aos sentimentos dos outros. É simplesmente difícil para elas reconhecer esses sentimentos.
O que pode causar o autismo?
Sabemos que não há apenas uma causa que leva ao autismo. O Transtorno do Espectro Autista se desenvolve a partir de uma combinação de fatores genéticos, não-genéticos ou ambientais.
Também sabemos que o autismo não é uma doença, mas uma condição que não pode ser curada. A pessoa no espectro do autismo viverá com esta condição durante toda a sua vida.
O autismo parece ser parcialmente genético. Cientistas descobriram biomarcadores nos espermatozoides humanos capazes de gerar uma propensão ao autismo.
Isso significa que os pais são mais propensos a transmitir o gene do autismo ao filho. Se um pai tiver um ou mais desses marcadores, eles podem ser transmitidos a uma criança (mesmo que o pai não seja autista).
No entanto, deve-se notar que a maioria desses marcadores genéticos não causa autismo em si, mas simplesmente aumenta o risco de desenvolvê-lo. Além dos fatores genéticos, outras causas podem explicar a propensão ao desenvolvimento da condição:
Fatores ambientais
Especialistas afirmam que fatores ambientais, como a poluição, podem aumentar o risco de aparecimento de TEA em crianças geneticamente predispostas. A exposição a certas moléculas, no útero e durante os primeiros momentos da vida, pode influenciar o mau desenvolvimento do cérebro.
Fatores neurológicos
De acordo com o trabalho de uma equipe de neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Columbia, o autismo vem de uma superabundância de sinapses no cérebro causada pela desaceleração de um processo orgânico de inibição destas conexões durante o desenvolvimento.
Como as sinapses são os pontos de conexão onde os neurônios (células nervosas) se comunicam entre si, esse excesso pode ter efeitos profundos nas funções do cérebro.
Durante o desenvolvimento de uma criança, uma grande quantidade de sinapses é formada na primeira infância, especialmente no córtex, uma região envolvida no autismo.
Os pesquisadores também descobriram biomarcadores e proteínas no cérebro de crianças e adolescentes autistas que indicam uma disfunção do mecanismo de remoção de células danificadas e envelhecidas, chamado autofagia. Isso também poderia explicar o desenvolvimento do autismo.
Existem testes para identificar o autismo?
Há vários testes que podem contribuir para o diagnóstico do autismo. No entanto, os testes podem ser significativos, mas não conclusivos.
Um distúrbio do espectro autista é frequentemente diagnosticado nos primeiros anos de uma criança, mas também existem testes específicos para adultos que podem ter a condição, no qual as formas mais leves do distúrbio são geralmente diagnosticadas.
Como o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista é muito difícil e muitas vezes pode ser coberto por outros problemas psicológicos, como transtornos de ansiedade, depressão ou TDAH, diagnósticos errados geralmente ocorrem.
Para crianças, existem muitos testes que podem corroborar o diagnóstico de distúrbio do espectro do autismo. O que todos os testes têm em comum é que eles visam as habilidades sociais e linguísticas da criança, bem como a sensação de empatia e a cognição.
Os testes mais usados são o teste CARS, ATA e ADOS.
CARS
O teste CARS significa “Childhood Autism Rating Scale”. Com isso, as habilidades motoras e linguísticas, bem como habilidades sociais e sensação de empatia são testadas. É importante que as tarefas que são atribuídas à criança sejam adequadas à idade dela.
ADOS
O ADOS (Protocolo de Observação Para Diagnóstico de Autismo) é um teste no qual um examinador treinado observa a criança em diferentes situações. O teste pode ser feito a partir dos dois anos de idade.
A criança é exposta a várias situações sociais para avaliar seu comportamento e descobrir déficits sociais ou linguísticos. Se possível, as situações devem ser padronizadas para garantir um resultado o mais objetivo possível do teste.
O teste ADOS é um teste comum para crianças com um provável distúrbio do espectro autista e geralmente é realizado por psiquiatras infantis ou psicólogos treinados. Dura cerca de 30 a 75 minutos.
ATA
O ATA (Avaliação de Traços Autísticos) é um dos testes mais conhecidos relacionados ao autismo. São utilizados 36 critérios de avaliação de autismo. Se a criança atingir 15 dos 36 critérios, ela pode se enquadrar nesta condição.
Quanto tempo dura o tratamento de uma pessoa com autismo?
Não existe cura para o autismo, no entanto, existe tratamento. Até o momento, dois medicamentos antipsicóticos (risperidona e aripiprazol) são utilizados para tratar distúrbios comportamentais associados ao autismo (agressividade e irritabilidade).
Outros tratamentos comumente usados são sedativos, antidepressivos e anticonvulsivantes. Normalmente, uma combinação de intervenções não-farmacológicas (como terapia comportamental) e tratamentos farmacológicos reduz os sintomas e melhora a qualidade de vida.
Entre as pessoas com autismo, existem abordagens muito diferentes para sua própria peculiaridade e, portanto, o tempo de tratamento é muito variável de uma pessoa para a outra.
Portanto, é difícil especificar um período de duração para o tratamento. No entanto, a experiência mostra que o tratamento do autismo geralmente pode levar vários anos ou mesmo a vida toda.
Muitas mudanças positivas podem ser alcançadas na vida de uma pessoa autista através do apoio terapêutico e pedagógico. As diferentes abordagens de tratamento para o autista permitem que ele adquira competências com as quais possa conviver de forma satisfatória.
Cannabis medicinal no tratamento do Autismo
Nos últimos anos, estudos apontaram para um forte estado inflamatório do cérebro associado ao autismo, causando disfunções no sistema imunológico que impactam negativamente o desenvolvimento neural, funções cognitivas e comportamentais.
De acordo com um estudo de 2021 “ Healing autism spectrum disorder with cannabinoids: a neuroinflammatory story”, o sistema endocanabinoide (SEC) desempenharia um papel fundamental neste caso. Sendo um neuromodulador, o sistema endocanabinoide é capaz de ajudar a restaurar o sistema imunológico e diminuir a neuroinflamação, além de melhorar as respostas emocionais e estados cognitivos.
O autismo causa o desequilíbrio do SEC, resultando em disfunções. A Cannabis pode ajudar a reduzir esse desequilíbrio através das suas ações nos receptores canabinoides.
A Cannabis também é capaz de otimizar os processos realizados pelo sistema endocanabinoide, o que ajuda a promover o alívio dos sintomas relacionados ao autismo.
Dessa forma, a Cannabis poderia ser benéfica aos autistas da seguinte maneira:
- Melhorando o sono: A ingestão de CBD para pessoas autistas é reconhecida por melhorar a qualidade do sono, mas também a capacidade de concentração.
- Diminuindo convulsões: Um terço das pessoas com TEA são epilépticas. A Cannabis tem propriedades anticonvulsivantes que reduzem o risco de convulsões.
- Melhorando o humor: a ação da Cannabis no sistema endocanabinoide pode diminuir a incidência de episódios de agressividade, ansiedade, depressão e estresse.
Você pode entender ainda mais sobre o papel da Cannabis no tratamento do autismo através desta live completa dirigida pela psiquiatra Dra. Cintia Pimentel Sayd. Em outra live a psiquiatra Dra. Ana Hounie também compartilha seu conhecimento sobre a Cannabis e o autismo que você pode acessar aqui!
Como a Cannabis medicinal atua no tratamento?
No geral, a Cannabis medicinal pode ajudar no controle de muitos sintomas relacionados ao autismo, principalmente no gerenciamento comportamental.
De acordo com uma revisão de estudos “Cannabis and cannabinoid use in autism spectrum disorder: a systematic review”, os pesquisadores encontraram evidências favoráveis de que a Cannabis poderia reduzir o número ou a intensidade de diferentes distúrbios de humor em pessoas autistas, incluindo: hiperatividade, ataques de raiva, problemas de sono, ansiedade, inquietação, agitação psicomotora, irritabilidade e depressão.
Como mencionado anteriormente, em pessoas autistas, o número de sinapses cerebrais é muito maior, o que causa uma desregulação dos neurotransmissores.
No entanto, de acordo com este estudo, o CBD poderia ajudar a melhorar os sintomas do autismo regulando os níveis de glutamato, glutamina e GABA. Estas são substâncias que contribuem para a regulação da neurotransmissão excitatória e inibitória tanto em indivíduos neurotípicos quanto em autistas.
Um relatório de caso de 2020 “A pediatric patient with autism spectrum disorder and epilepsy using cannabinoid extracts as complementary therapy” apresenta a história de um menino de 15 anos, de ascendência sul-africana, portador de autismo e com quadros de epilepsia. Ele também possuía ansiedade geral, ansiedade social, agressividade e alto grau de irritabilidade.
O médico prescreveu uma terapia à base de extrato de Cannabis rico em CBD, um fitocanabinoide presente na Cannabis. Após 9 meses de tratamento, a família notou uma melhoria na ansiedade, irritabilidade geral e social e agressividade, além de uma diminuição de episódios convulsivos.
Embora faltem evidências para apoiar o uso da Cannabis no tratamento do Transtorno do Espectro Autista, este relatório de caso nos mostra um cenário encorajador de que a Cannabis poderia ajudar a aliviar os principais sintomas associados ao autismo.
Quais os direitos de pais com filhos autistas?
De acordo com o Manual dos Direitos de Pessoas Com Autismo de 2021, as pessoas com a condição têm direito a acompanhamento e atendimento prioritário nos principais sistemas de saúde, sejam eles públicos ou particulares.
Este direito está assegurado pela Lei 12.764/2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Para ter acesso prioritário, a pessoa com autismo deve apresentar sua Carteira de Identificação para receber um atendimento preferencial.
Outro benefício para as pessoas com autismo é o passe-livre, na qual permite que a pessoa autista possa fazer viagens no transporte público de forma gratuita.
No que diz respeito à educação, a pessoa com autismo pode ter ensino individualizado se desejar. Também tem direito a um acompanhante especializado em autismo, educação inclusiva ou desenvolvimento infantil, caso seja provada a necessidade. Este direito está previsto na Lei Berenice Piana, 12.764/2012.
Há também o benefício financeiro. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é a garantia de um salário mínimo para pessoas idosas com mais de 65 anos ou pessoas com algum grau de deficiência, sejam elas de qualquer idade.
Por fim, você pode conferir mais direitos e benefícios que são concedidos às pessoas com autismo no Manual dos Direitos das Pessoas com Autismo de 2021.
Como diferenciar autismo leve de TDAH?
Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) são dois distúrbios diferentes, mas que, no entanto, apresentam sintomas comuns. Embora esses dois distúrbios sejam distintos, uma criança com TDAH também pode ter TEA e vice-versa.
A distinção é por vezes sutil entre TDAH e TEA, mas é muito real. Em pessoas com TEA, os seguintes fenômenos são observados principalmente:
- evita contato visual e prefere ficar sozinho;
- tem dificuldade em entender os sentimentos dos outros;
- pode ser não-verbal ou tem atraso no desenvolvimento da linguagem;
- se desequilibra pela menor mudança de rotina ou ambiente;
- tem áreas de interesse muito restritas;
- apresenta comportamentos repetitivos;
- reações incomuns e muitas vezes intensas a sons, cheiros, gostos, texturas, luz e cores.
Pessoas com TDAH, por outro lado, têm dificuldades de atenção, embora seus interesses não sejam muito limitados.
Além disso, são essas dificuldades de atenção que estão no centro do TDAH, antes da hiperatividade ou impulsividade. Uma criança com TDAH pode ver suas interações sociais prejudicadas devido à sua impulsividade, agitação ou incapacidade de se autorregular.
Em suma, a principal diferença é que as pessoas com autismo, apesar de terem dificuldade em se interessar por algo, podem focar sua atenção em brinquedos, objetos ou mesmo atividades. Enquanto isso, pessoas com TDAH têm muita dificuldade de se concentrar em algo e evitam atividades que exijam foco.
Quais são os famosos que têm autismo?
Nem todas as pessoas com autismo são gênios ou celebridades, mas, por outro lado, os autistas (mesmo não-verbais) não são todos limitados intelectualmente. Uma prova disso é a extensa lista de pessoas famosas, muitas vezes geniais, que possuem algum grau de autismo.
Comecemos com Greta Thunberg, uma ativista ambiental sueca empenhada na luta contra o aquecimento global. Através de suas ações militantes, discursos e intervenções, ela ganhou fama mundial com apenas 15 anos.
Satoshi Tajiri, criador da franquia Pokémon, é outra celebridade genial diagnosticada com autismo.
O brasileiro Diego Vivaldo, campeão mundial e sul-americano de jiu-jitsu, também é portador da Síndrome de Asperger.
No mundo da ciência, encontramos, por exemplo, Marie Curie, a famosa física e química polonesa e primeira mulher a receber um Nobel por suas pesquisas sobre radioatividade.
Outra pessoa com TEA, ainda no ramo da ciência, é Albert Einstein, físico teórico que está por trás da teoria da relatividade, um dos pilares da física moderna.
O ator vencedor do Oscar Anthony Hopkins também foi diagnosticado com a síndrome de Asperger. O ator, produtor e compositor britânico-americano fez grandes papéis e participou de grandes filmes no cinema, um dos mais famosos é O Silêncio dos Inocentes.
Livros sobre o autismo para você aprender mais!
Como funciona o cérebro de uma pessoa autista? Por que eles têm comportamentos repetitivos? Os autistas têm um senso de humor diferente? Há tantas perguntas e tantas coisas para aprender sobre o TEA que um único artigo sobre o tema não seria o suficiente para explicar tudo.
No entanto, existem alguns livros e eBooks indicados por especialistas que podem te ajudar a ampliar seu conhecimento sobre o tema.
Por exemplo, o livro “Perturbações do Espectro do Autismo – Manual prático de intervenção” da autora Cláudia Bandeira de Lima é um excelente ponto de partida para entender melhor sobre a condição. O livro também exemplifica ótimas atividades voltadas para crianças com autismo e como prestar apoio de maneira otimizada às pessoas com TEA.
Em seguida, “O menino que nunca sorriu – e outras histórias reais” dos autores Fábio Barbirato e Gabriela Dias é um ótimo livro que reúne histórias de jovens portadores de autismo, ansiedade, depressão, hiperatividade e outros transtornos que promovem sofrimento a eles e suas famílias.
É interessante entender como estas pessoas se sentem para poder ajudá-las e integrá-las socialmente de forma mais eficiente. E a forma mais prática de entendê-las é ouvindo suas histórias!
Por fim, o nosso eBook completo sobre o autismo realizado pelo Dr. Mário Luiz Grieco, traz de forma gratuita e embasada cientificamente os pontos essenciais que você precisa saber sobre o autismo.
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Principais instituições de apoio ao Autismo no Brasil
De maneira geral, as instituições brasileiras mais conhecidas por promover apoio às pessoas autistas são:
- ABRA – Associação Brasileira de Autismo a qual você pode acessar através do site, www.autismo.org.br.
- Autismo e Realidade, cujo site é www.autismoerealidade.org.
- Federação Nacional das APAES, acesse pelo site www.apaebrasil.org.br.
Estas instituições possuem todas as informações que você possa precisar sobre o autismo. No entanto, se você busca uma abordagem mais direcionada, pode encontrar instituições na sua região também.
De acordo com o AMA – Associação de Amigos do Autista, existem diversas instituições de apoio ao autismo no Brasil, que podem ser encontradas em diferentes regiões.
A AMA criou uma lista de links e formas de contatos de um grande número de instituições que podem ser filtradas de acordo com sua região. Para conferir esta lista, clique aqui. Além de instituições no Brasil, você também vai encontrar instituições internacionais nesta lista.
Autismo e o mercado de trabalho
Muitos autistas estão desempregados. Isso geralmente não se deve à falta de qualificação, mas a barreiras no mercado de trabalho. Incluir mais funcionários autistas no mercado de trabalho continua sendo uma questão sensível.
Embora a inclusão de autistas no mercado de trabalho seja garantida pela lei nº 12.764, a Lei de Cotas de 2012, que determina a participação mínima para portadores de qualquer deficiência, ainda vemos poucos autistas ocupando cargos. Enquanto em alguns países o emprego para pessoas autistas está crescendo, no Brasil, a realidade é diferente.
Apesar das habilidades que uma pessoa autista pode desenvolver, muitas não conseguem encontrar trabalho ou perdem seus empregos após um curto período de tempo. Os números são assustadores: entre 76% e 90% das pessoas autistas estão desempregadas.
Os obstáculos, muitas vezes, não são a falta de desempenho ou a falta de vontade dos autistas, mas sim devido à falta de acessibilidade do ambiente de trabalho.
Por mais que não exista uma norma oficial sobre adaptações para pessoas autistas, algumas práticas são recomendadas para adaptar espaços físicos no trabalho:
- Reduzir a quantidade de estímulos – espaços pequenos com poucos estímulos visuais (quadros e avisos nas paredes) e sonoros (isolamento acústico)
- Áreas de escape – lugares seguros onde o indivíduo possa se recuperar após uma crise
- Previsibilidade – os espaços devem ser organizados e distribuídos conforme a rotina diária dos indivíduos
Com algumas adaptações, os autistas podem ter um alto grau de proatividade e desempenho. Mas, infelizmente, o ambiente de trabalho raramente é adaptado: o mundo do trabalho muitas vezes ainda não é acessível aos autistas, especialmente no Brasil.
Quando falamos em acessibilidade, geralmente lembramos de adaptações físicas para cadeirantes, como rampas e elevadores. No caso dos autistas, outras particularidades precisam ser levadas em consideração para adaptar tanto o ambiente de trabalho quanto outros locais.
No Brasil, o autismo é considerado uma deficiência. Assim, a pessoa dentro do espectro do autismo tem direitos garantidos pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, como o espaço reservado em teatros, cinemas, estádios e ginásios. Além disso, vagas em universidades e concursos públicos são garantidas.
Autismo e a educação especial
Para alguns alunos autistas, o apoio educacional especial é útil. Isso pode ocorrer de várias formas, incluindo a possibilidade de ter uma educação individualizada ou de ter um acompanhante durante as aulas se houver a necessidade.
O ingresso de uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na educação é um direito garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Pessoas autistas no ensino superior
Assim como na escola regular, a integração de pessoas autistas no ensino superior também é garantida por lei. O Decreto nº. 3.298/1999, em seu Art. 27, enfatiza a obrigação das instituições de ensino superior a promover a acessibilidade e adaptações para pessoas com TEA.
As adaptação para autistas feitas em ambientes escolares podem incluir:
- Colaborando com a melhora do ambiente sensorial;
- Transmitindo aulas de forma clara e precisa, evitando ambiguidades;
- Acolhendo o aluno, livrando o local de críticas ou brincadeiras maldosas.
Apesar disso, a inclusão social para pessoas autistas no ensino superior continua sendo um grande desafio.
Dúvidas frequentes sobre o autismo
Sabemos que o autismo pode levantar muitas questões tanto para a pessoa autista quanto para quem vive ao seu redor. No entanto, é importante responder a estas dúvidas de modo que qualquer preconceito ou desinformação acabe. Esta seção aborda as principais dúvidas que você possa ter sobre o autismo e suas respectivas respostas.
Como os autistas enxergam as cores?
De acordo com diversos testes sobre a percepção das cores realizados em pessoas com autismo, cerca de 85% das crianças não-autistas são capazes de ver as cores com maior intensidade do que as crianças autistas. Embora 15% seja capaz de ver as cores da mesma forma que as outras, 5% não são capazes de distinguir as cores, enxergando tudo em tons acinzentados.
Como trabalhar a fala no autismo?
A pessoa autista não-verbal geralmente se comunica através de gestos e sinais. Este comportamento pode ser estimulado pelos pais por meio de algumas ações simples. Por exemplo, os pais podem ensinar o autista não-verbal a acenar a cabeça quando desejar responder com sim ou não. Ou podem pedir que ele aponte para objetos quando desejar algo.
A fala também pode ser trabalhada através do estímulo do interesse da criança em algo. Por exemplo, ao estimular o interesse dela em um brinquedo, os pais podem estar sempre dizendo o nome do brinquedo para a criança e estimulando que ela repita.
Quais os melhores brinquedos para crianças autistas?
Os melhores brinquedos para crianças autistas são aqueles que estimulam suas habilidades cognitivas e sensoriais. Quebra-cabeças, jogo da memória, kit de desenhos, blocos de encaixe e bolinhas de sabão estão entre as opções mais indicadas. Procure por brinquedos educativos que possam entreter a criança enquanto promove seu desenvolvimento.
Qual é o CID do autismo leve?
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) é uma escala muito utilizada pelos médicos para guiar diagnósticos. O CID do autismo leve geralmente se encaixa na subdivisão CID-11 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem Transtorno do Desenvolvimento Intelectual e com leve ou nenhum comprometimento da linguagem funcional.
Tem algum exame de sangue que detecta autismo?
Ainda não há exames de sangue específicos capazes de detectar o autismo, pois se trata de uma síndrome muito complexa que é diagnosticada com base na avaliação de critérios comportamentais e de desenvolvimento.
Conclusão
O autismo é um tema abrangente. Trata-se de uma condição que se apresenta em vários níveis e pode, ou não, comprometer a qualidade de vida de uma pessoa.
Com isso em mente, graus mais altos de autismo podem levar a sintomas realmente desagradáveis, como depressão e epilepsia. No entanto, pesquisas estão descobrindo o potencial da Cannabis na gestão desses sintomas, embora nada ainda seja totalmente conclusivo.
Se você deseja aproveitar os benefícios da Cannabis no tratamento dos sintomas do autismo, acesse o Portal Cannabis & Saúde e marque uma consulta com um de nossos especialistas experientes para avaliar o seu caso. Se necessário, ele vai prescrever um plano de tratamento com Cannabis de forma personalizada para suas necessidades.
Por fim, enquanto esperamos que novas ferramentas terapêuticas sejam desenvolvidas, temos o papel de promover uma maior inclusão social das pessoas autistas de diferentes maneiras. Isso pode ser feito através da busca por informações e formas de apoio às pessoas autistas.