Os sintomas de psicose são manifestações possíveis dos diversos transtornos de comportamento associados a essa doença.
Como veremos neste conteúdo, trata-se de um transtorno grave e que pode causar sérios problemas para os seus portadores e as pessoas ao redor.
Então, prossiga com a leitura e entenda melhor o que significa sofrer de psicose e as alternativas de tratamento disponíveis.
Sintomas de psicose: afinal, o que é psicose?
A psicose é um transtorno mental (CID 10 – F23) no qual a pessoa não consegue mais distinguir o que é real do que é imaginário.
Há, portanto, uma dissociação que leva o indivíduo a perder o contato com a realidade.
Há poucos dados sobre essa condição no Brasil, mas estima-se que cerca de 2,5 milhões de brasileiros esquizofrênicos sejam afetados por ela.
O que é uma pessoa psicótica?
Uma pessoa psicótica é alguém que sofre de graves perturbações mentais.
Portanto, ela precisa urgentemente de apoio familiar e, acima de tudo, acompanhamento médico e psiquiátrico.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas com transtornos mentais de baixa renda não recebem o devido apoio em países considerados pobres.
Nos mais ricos, esse percentual diminui, mas continua bastante elevado, chegando a 50% da população adulta.
O que fazer com uma pessoa em surto psicótico?
Quem sofre de psicose está sujeito a surtos que, se não forem contidos da forma adequada, podem evoluir para uma situação ainda mais grave.
Isso porque, entre os sintomas da doença, está a agressividade, o que torna o psicótico um indivíduo perigoso para si mesmo e para os outros.
Por esse motivo, os especialistas recomendam jamais enfrentar uma pessoa nesse estado.
A sugestão é tentar afastá-la de locais agitados, se assim a situação exigir.
Quanto mais calmo e silencioso for o ambiente, melhor para o indivíduo se acalmar e voltar a um estado de consciência minimamente são.
Vale também conferir se a medicação está em dia, caso o paciente esteja tomando alguma.
Sintomas de psicose: 10 principais para identificar o distúrbio
O primeiro passo para começar a tratar da psicose é identificar os seus sintomas, que não são poucos.
Uma vez que a pessoa seja reconhecida como psicótica por familiares, é preciso encaminhá-la a um médico psiquiatra para que sejam feitos exames e a prescrição do tratamento adequado.
Cabe frisar que psicose não é a mesma coisa que psicopatia.
Enquanto a primeira é uma doença catalogada, a segunda é um desvio de comportamento de ordem moral e ética.
Ademais, psicopatas, em geral, podem manifestar uma maneira de ser e de agir bastante sociável.
É uma situação oposta dos que sofrem de psicose, que costumam apresentar os seguintes sintomas.
1. Alucinação
O traço característico da psicose é a perda de contato com a realidade.
Sendo assim, o paciente nessa condição já não consegue mais distinguir o que é real e o que é fruto da sua imaginação.
Por isso, é comum que ela passe a escutar vozes que não existem, ver figuras, objetos ou mesmo pessoas e entidades irreais.
Em certos casos, as alucinações afetam até outros sentidos, ou seja, o indivíduo pode sentir cheiros, sabores e tatear texturas que não existem.
2. Delírio
Junto aos devaneios, quem sofre de psicose também costuma desenvolver mania de perseguição, na qual delira com situações imaginárias.
É o que acontece quando um psicótico passa a ter crenças nas quais só ele acredita, muitas das vezes produto da sua mente caótica.
Outra forma de os delírios se manifestarem é nos casos em que o doente acredita que existe uma conspiração ou trama para prejudicá-lo.
3. Discurso desorganizado
Como há um comprometimento do raciocínio lógico, a fala desconexa e a desorganização do discurso são características do distúrbio psicótico.
Uma pessoa psicótica tem bastante dificuldade em estabelecer um diálogo, já que não consegue formar uma linha de raciocínio coerente.
Por isso, ao conversar, é frequente que ela passe por diversos temas sem nenhuma ordem lógica e de maneira totalmente aleatória.
4. Comportamento desorganizado
Não é apenas ao falar que o psicótico demonstra confusão.
Em geral, as pessoas acometidas com a doença têm dificuldades para se organizar até mesmo para realizar tarefas simples.
Um traço desse sintoma é também a alternância de comportamento, em que o doente passa por períodos de muita agitação intercalados com momentos de lentidão e letargia.
Vale destacar que a psicose ainda pode estar associada à demência, por isso, a lentidão, nesse caso, talvez esteja relacionada com outros transtornos mentais.
5. Mudança brusca de humor
Pessoas que sofrem de transtorno bipolar também podem vir a apresentar algum grau de psicose.
Essa é uma das possíveis causas das alterações repentinas no humor, nas quais o indivíduo com a condição passa da euforia à depressão bruscamente.
De qualquer modo, esse tipo de comportamento também pode não ter relação com o transtorno bipolar, já que, como vimos, a psicose é, essencialmente, um estado de confusão mental.
6. Dificuldade para se relacionar
Em certos casos, a psicose possivelmente tem origem no abuso de drogas ilícitas, sem controle.
Uma vez na adicção, o indivíduo passa a viver para sustentar a dependência química, isolando-se cada vez mais das pessoas com quem convivia antes.
No entanto, o isolamento é apenas uma das facetas de um comportamento progressivamente antissocial, porque a perda de contato com a realidade faz com que o psicótico diga coisas confusas e, em muitos casos, desconcertantes ou constrangedoras, afastando as pessoas do seu convívio.
7. Confusão mental
Um aspecto importante a ressaltar sobre a psicose é que ela pode ter origem em problemas de saúde não propriamente de ordem psicológica.
Em alguns casos, a condição pode começar na adolescência, fase em que o córtex cerebral ainda está se desenvolvendo.
Problemas nesse período podem levar a pessoa a apresentar na idade adulta os sintomas de psicose, sendo a confusão mental associada à esquizofrenia um dos mais comuns.
Sobre isso, vale destacar um trecho do artigo Toward New Approaches to Psychotic Disorders: The NIMH Research Domain Criteria Project, publicado no Schizophrenia Bulletin, da Universidade de Maryland, e de autoria de Bruce N. Cuthbert e Thomas R. Insel:
“(…) como acontece com muitos distúrbios complexos (por exemplo, hipertensão, epilepsia e diabetes), parece haver muitos caminhos etiológicos que levam à mistura final de sinais e sintomas comportamentais que rotulamos de ‘esquizofrenia’.”
8. Agitação
É esperado que uma pessoa com algum grau de psicose apresente também um comportamento agitado e permanentemente nervoso.
Provavelmente, essa agitação tem a ver com as alucinações e manias que o psicótico desenvolve, afinal, a confusão entre a realidade e os delírios o levam a se sentir perseguido.
Esse é um traço de comportamento recorrente, podendo ser acompanhado de crises de ansiedade.
9. Agressividade
Segundo um estudo realizado por um grupo de pesquisadores irlandeses e publicado na revista BMC Psychiatry, portadores de esquizofrenia têm dez vezes mais chances de cometer um homicídio do que pessoas sem a condição.
Esse é um dos sintomas associados à psicose, que pode se manifestar na forma de agressões a outros ou como autoagressão.
Por esse motivo, nos casos mais graves, é recomendada a internação com isolamento para evitar que o indivíduo doente cometa suicídio ou tente tirar a vida de pessoas próximas.
10. Insônia
A privação do sono é uma das possíveis causas e, ao mesmo tempo, é um dos sintomas da psicose.
Diferentemente do que se pensava, não é preciso muito tempo sem dormir para que os primeiros sinais do transtorno apareça.
É o que sugere uma pesquisa publicada no Journal of Neuroscience, na qual um grupo de voluntários adultos com idades entre 18 e 40 anos foi submetido a 24 horas sem dormir.
Embora fossem pessoas saudáveis, após esse período, constatou-se que eles apresentaram sintomas característicos de esquizofrenia, ou seja, passaram a confundir a realidade com alucinações.
Tipos de psicose
Para uma corrente de pesquisadores e médicos, a psicose não é uma doença em si, mas um sintoma que se apresenta em função de outras condições.
De qualquer forma, em geral ela se manifesta junto a outros tipos de distúrbios mentais e de comportamento.
Estes, por sua vez, podem ser desencadeados por fatores psicológicos, cognitivos ou por patologias, como um cisto no cérebro.
Veja, nos próximos tópicos, os tipos de psicose mais comuns e de que maneira eles geralmente se manifestam.
Esquizofrenia
A associação mais comum da psicose é com a esquizofrenia, transtorno mental de causas ainda não completamente conhecidas.
Portanto, a pessoa esquizofrênica também apresenta confusão intelectual e perda de noção entre o que é real e o que não é.
Trata-se de uma doença incapacitante e que leva o doente a ter prejuízos cognitivos e problemas comportamentais.
Pós-parto
Como vimos, a psicose pode ser causada tanto por aspectos psicológicos quanto fisiológicos.
Um dos principais fatores de ordem fisiológica é o desequilíbrio hormonal no período pós-parto.
Somado ao turbilhão de sentimentos que invade a mãe, a carga de hormônios acima do normal pode conduzir a um quadro de instabilidade, levando a puérpera a desenvolver a chamada psicose pós-parto.
Transtorno delirante
Já o transtorno delirante caracteriza-se por não apresentar outros sintomas típicos da psicose, como alucinações e comprometimento da fala.
Nesse caso, a pessoa psicótica pode sofrer delírios de duas formas:
- Bizarros: nos quais ela acredita em eventos totalmente fantasiosos e sem nenhum nexo com a realidade
- Não bizarros: ela sofre de delírios com situações possivelmente reais, como a morte de alguém, acidentes ou relacionamentos que não existem.
Induzida
Por sua vez, a psicose do tipo induzida é aquela provocada pelo uso de substâncias estupefacientes e drogas ilícitas.
Entre as mais comuns estão o álcool, as drogas recreativas, como maconha e cocaína, ou mesmo opioides usados sem acompanhamento médico.
Bipolar
Nesse tipo da doença, a pessoa apresenta sinais típicos do transtorno bipolar, ou seja, seu humor pode passar repentinamente da euforia à tristeza (e vice-versa) sem nenhum motivo aparente.
A psicose soma-se a esse sintoma, configurando um quadro de bipolaridade em que ela se manifesta nas fases mais agudas do distúrbio.
Tratamentos para psicose
A psicose deve ser diagnosticada por um médico psiquiatra, o único especialista habilitado a prescrever remédios para tratar dessa doença.
Normalmente, são indicados estabilizadores de humor como carbamazepina, haloperidol, risperidona ou lorazepam, entre outros medicamentos antipsicóticos.
Em certos casos, além dos fármacos, pode ser necessária a internação em uma unidade psiquiátrica, na qual o paciente se submete a tratamentos mais radicais, como a eletroconvulsoterapia.
Tratamento alternativo: Cannabis para problemas neurológicos
A forma medicinal da Cannabis pode ajudar a aliviar ou controlar os sintomas da psicose.
Nesse caso, sai de cena o tetrahidrocanabinol (THC), substância que causa efeitos psicoativos, para dar lugar ao canabidiol, mais conhecido pela sigla CBD.
Uma das evidências dos efeitos positivos do CBD no tratamento da psicose é um estudo realizado pelos pesquisadores Cathy Davies e Sagnik Bhattacharyya, do King´s College, de Londres.
Depois de administrar doses acima de 500mg de CBD no grupo de pacientes testados, eles concluíram que:
“Os ensaios clínicos iniciais sugerem que o CBD é seguro, bem tolerado e pode ter efeitos antipsicóticos em pacientes com psicose. Há alguma indicação de que o CBD pode ser particularmente eficaz nos estágios iniciais do transtorno, como em pacientes com alto risco clínico e aqueles com primeiro episódio psicótico.”
Benefícios e efeitos do CBD no cérebro
Os benefícios do CBD são creditados em grande parte à sua interação com o sistema endocanabinoide, responsável por restabelecer funções corporais e o equilíbrio orgânico.
Entre os seus efeitos terapêuticos, está a ação neuroprotetora, que o torna eficaz inclusive para cuidar de outros distúrbios de comportamento, como o autismo e a depressão.
Cannabis medicinal para psicose: o que a ciência já sabe?
Pelos estudos que já destacamos, é possível afirmar com certa segurança que o CBD é um composto eficaz para tratar da psicose em suas diversas manifestações.
Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas conclusivas, a ciência já evoluiu o bastante para indicar o seu uso no tratamento dessa doença.
Como encontrar um médico para tratamento medicinal com Cannabis?
O tratamento com canabidiol deve ser sempre prescrito por um médico.
Para isso, uma alternativa é agendar aqui, no portal Cannabis & Saúde, uma consulta com um dos profissionais credenciados que prescrevem CBD nos mais variados recursos terapêuticos, inclusive para a psicose.
Sintomas de psicose: perguntas frequentes
A seguir, veja algumas dúvidas frequentes sobre psicose destacadas pela nossa equipe de profissionais multidisciplinares.
O que leva a pessoa a ter um surto psicótico?
Os surtos psicóticos são episódios em que o paciente tem ataques de fúria ou manifesta sintomas psicóticos, como alucinações, de forma ainda mais intensa.
Entre suas possíveis causas está o abuso de drogas ou excesso/falta de medicação para controle da doença.
Qual é a diferença entre neurose e psicose?
A principal diferença entre psicose e neurose é que, nessa última, a pessoa doente não manifesta descolamento da realidade.
Ou seja, ela pode ter comportamentos obsessivos, sem perder a noção de tempo, espaço e o seu papel na sociedade ou na família.
Qual é a diferença entre esquizofrenia e psicose?
Esquizofrenia e psicose têm uma relação de causa e efeito.
Nesse caso, esquizofrênicos apresentam a psicose como um dos sintomas dessa condição.
Ou seja: a psicose se manifesta em função da esquizofrenia, assim como pode ocorrer em mulheres no pós-parto, pessoas com traumas psicológicos de infância ou com problemas de desenvolvimento no córtex cerebral.
O que fazer com uma pessoa em surto psicótico?
Surtos psicóticos são episódios em que o doente apresenta os sintomas dessa condição de forma súbita e, em alguns casos, violenta.
Em geral, eles são provocados pela falta de remédios, portanto, a primeira providência a se tomar é tentar saber se o indivíduo deixou de ingerir a sua medicação.
Caso ela manifeste comportamento violento, o indicado é afastar outras pessoas do local e evitar o confronto.
O ideal é buscar o diálogo, mantendo uma postura calma e que evidencie a disposição em ajudar.
Se o surto for intenso demais ou demorar mais tempo que o normal a passar, deve-se chamar um serviço de emergência médica com apoio para doentes psiquiátricos.
Quanto tempo leva para a pessoa voltar ao normal depois de um surto psicótico?
A duração de um surto psicótico varia de pessoa para pessoa.
Há casos em que ele pode durar por um dia, enquanto em outros a crise se prolonga por um mês ou mais.
Quando o surto psicótico torna-se constante, é bastante provável que o paciente sofra de esquizofrenia, devendo ser encaminhado a um psiquiatra o quanto antes.
Conclusão
Os sintomas de psicose, como vimos, são graves, ainda que a doença possa se manifestar de formas menos agressivas.
Por isso, caso você perceba esses sinais em algum familiar ou pessoa próxima, não deixe de buscar ajuda médica, já que, sem o cuidado necessário, o quadro tende a piorar.
Nesse sentido, o tratamento com Cannabis medicinal pode ser uma opção segura e com poucos efeitos adversos.
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