De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo. E também é um dos líderes em rankings de transtornos como depressão, Síndrome de Burnout e vários outros.
Alterações emocionais e psicológicas, como estas, podem comprometer negativamente a saúde física da população. Um dos exemplos é o desenvolvimento da gastrite nervosa, problema constantemente diagnosticado em todo o país.
Hoje, falaremos sobre a relação entre gastrite nervosa e alimentação. O objetivo do artigo é trazer conhecimento sobre a importância da dieta no tratamento dessa condição, além de elucidar dúvidas sobre outras potenciais terapias para tratar essa condição. Boa leitura!
Gastrite é a denominação generalizada para as inflamações que atingem o estômago. Elas podem acontecer por diversas razões, como infecções, consumo exagerado de álcool e uso indiscriminado de alguns medicamentos.
Também pode ser aguda (quando aparece subitamente e tem duração inferior a algumas semanas) ou crônica (com progressão mais lenta e duração aumentada). Normalmente tem cura ou controle, desde que o tratamento adequado seja implementado.
No entanto, há também a gastrite nervosa. Ela também é conhecida pelos nomes de dispepsia funcional ou gastrite não-ulcerosa. Aqui, há uma alteração que não necessariamente culmina na formação de úlceras (feridas) no estômago — ainda que elas possam estar presentes em casos extremos —, mas traz sintomas extremamente parecidos com os da gastrite “comum”.
A gastrite nervosa é ocasionada por um desequilíbrio nos ácidos gástricos. Estes, por sua vez, têm a função de participar da digestão dos alimentos e são essenciais para a vida. No entanto, trabalham em um certo pH, que não interfere na mucosa do intestino. Quando esse pH é alterado, os problemas começam a aparecer.
Mas, afinal, o que pode gerar essas mudanças no pH? A resposta é: estresse. É por isso que outro nome para esse tipo de gastrite é “gastrite induzida pelo estresse”. Outra possível causa para o problema é o aumento da secreção gástrica, ainda que não aconteçam mudanças químicas em sua composição.
Os principais sintomas da gastrite nervosa são:
Vale lembrar que, em casos mais graves, a gastrite pode gerar úlceras. Estas podem ter o sangramento como consequência. Então, a presença de sangue ou coloração mais escura em vômitos ou fezes é um sinal de alerta extremo. Caso note esse tipo de aparência ao vomitar ou ir ao banheiro, vá imediatamente ao médico
A gastrite é identificada a partir da realização de alguns exames. Muitas vezes, o médico só precisará analisar o paciente clinicamente, por meio da obtenção do histórico (com uma conversa) e do exame clínico (palpação, entre outros).
No entanto, em outros casos alguns exames de imagem podem ser solicitados. O principal exemplo é a endoscopia, ainda que ultrassonografias abdominais também possam fazer parte desse processo.
Outro tipo de exame que pode vir a ser pedido é o hemograma, importante para identificar se há ou não focos de infecções na corrente sanguínea e tentar buscar a causa da gastrite.
Por fim, temos a biópsia, que envolve uma análise microscópica das lesões no estômago e pode ajudar a identificar o motivo pelo qual elas estão acontecendo. Esse material é coletado durante a endoscopia.
A combinação de um ou mais exames pode ser necessária para fechar o diagnóstico de gastrite nervosa, já que há outras possíveis causas para o surgimento do problema. Assim, o tratamento é mais direcionado e mais eficaz.
Apesar de não ser mediada pela alimentação, a gastrite nervosa sofre influência dos alimentos que consumimos, como qualquer outra alteração do sistema gastrointestinal. Por isso, é importante que a dieta seja controlada para não desequilibrar ainda mais a secreção de ácidos gástricos durante a digestão.
Confira, então, algumas dicas para se alimentar corretamente ao longo do seu tratamento para ter uma melhor relação entre a gastrite nervosa e a alimentação!
Alguns ingredientes que estão liberados para pacientes com gastrite — e podem, inclusive, fazer bem para o tratamento — são:
Se você tem gastrite, deve evitar alimentos gordurosos. Mas por que? A resposta pode ser encontrada no processo de digestão.
Quando nos alimentamos, é liberado ácido gástrico no estômago para que a digestão comece a ser efetuada. Esse composto quebra os alimentos em moléculas muito menores, que são mais facilmente absorvidas ao longo do intestino e até mesmo no próprio estômago.
No entanto, quando comemos algo muito gorduroso, a quantidade de ácido liberada é muito superior. Isso acontece porque é preciso um esforço extra para “quebrar” as moléculas de gordura.
Para a pessoa com gastrite, esse é o pior cenário possível. Afinal, a liberação de mais ácido contribui para a formação de ainda mais lesões na mucosa estomacal, gerando mais desconforto e piorando os sintomas.
Além disso, álcool, café e alimentos com muitos temperos devem ser evitados. Eles também podem lesionar a parede do estômago e trazer desconforto para os pacientes.
Agora, é hora de respondermos algumas perguntas gerais sobre a relação da gastrite nervosa e a alimentação. Vamos lá?
Sim! O consumo de pães não é conhecido por afetar os sintomas da gastrite. O que pode prejudicar o paciente, no entanto, é o tipo do pão consumido.
O excesso de farinha refinada pode, sim, exacerbar o desconforto gerado pelas crises de gastrite. Como exemplo, ele pode aumentar a sensação de “estufamento”. Por isso, boas dicas são a substituição dos pães refinados para os que forem feitos com farinhas integrais ou até mesmo comê-los sem o miolo.
Não há qualquer contraindicação em relação ao consumo de arroz pelos pacientes com gastrite nervosa, pelo contrário. Esse é um alimento rico em fibras, que ajuda a acalmar as crises e diminuir o desconforto geral. O mesmo é válido para o feijão.
O único cuidado está no jeito de temperar o arroz. Pode ser recomendado, por exemplo, retirar o alho do refogado e fazê-lo de uma maneira mais neutra o possível.
O ovo frito não é um tipo de alimento muito recomendado para quem está com gastrite, por conta da gordura presente na fritura. No entanto, as formas mexida e cozida estão completamente liberadas, podendo inclusive ser benéficas para quem está passando por essa situação.
Lembrando que a adição de temperos deve ser pensada com cautela e que isso também é válido para a quantidade de sal. Pegue leve na hora de condimentar!
Pode. Mas tudo isso deve ser feito com cautela.
Temperos naturais — como o coentro e outras ervas aromáticas, além de alguns tipos de condimentos mais neutros — podem ser utilizados sem qualquer problema. Outros, por sua vez, podem afetar pessoas com mais sensibilidade, mas ainda assim trazem benefícios.
O gengibre é um ótimo exemplo de raiz para quem tem gastrite, pois tem alto potencial anti-inflamatório. O mesmo pode ser dito do alho, mas nem todas as pessoas conseguem consumi-lo em momentos de crise.
Por outro lado, temperos industrializados ou muito fortes — como as pimentas e a páprica — devem ficar de fora do seu cardápio ao longo do tratamento. No entanto, a maior dica é se conhecer bem e testar o que fará bem ou mal para a sua digestão. Fique atento aos sinais do próprio corpo!
A prescrição de um cardápio personalizado para as suas necessidades deve ser feita por um profissional graduado em Nutrição, ou seja, um nutricionista. Ele analisará o seu estilo de vida, as suas preferências alimentares e criará uma dieta especialmente para você.
No entanto, vamos conversar sobre algumas ideias do que pode ser consumido nas principais refeições do dia para melhor adequação entre a gastrite nervosa e a alimentação. Confira!
A primeira refeição do dia pode conter leites e iogurtes desnatados. No lugar do pão tradicional, prefira biscoitos ou pães feitos com farinhas e ingredientes integrais. Para o recheio, opte por queijos brancos, como a ricota, e evite os amarelados (que são mais gordurosos). Frutas também são uma ótima alternativa!
O almoço de um paciente com gastrite pode ser completamente saboroso e nutritivo. Feijão, arroz, macarrão (principalmente os integrais), grão de bico, lentilha, batata, cenoura, mandioquinha, folhas verde-escuras e outros vegetais são super bem-vindos.
O jantar pode seguir a mesma ideia observada no almoço. Outra alternativa é investir no consumo de sopas ou caldos, desde que sejam cuidadosamente condimentados e não tenham a adição de ingredientes gordurosos.
Os lanches devem ser leves. Frutas ou sanduíches naturais são ótimas fontes de nutrientes e facilitam a digestão das pessoas que lidam com a gastrite. Iogurtes com oleaginosas (como castanhas) também podem ser consumidos sem culpa, desde que sejam desnatados e pouco processados.
Há vários tipos de gastrite, incluindo as que não têm qualquer tipo de relação com o estado emocional do paciente. Nesses casos, a dieta é o principal fator determinante do sucesso dos tratamentos.
No entanto, no caso da condição que está relacionada com o psicológico, o controle dos sintomas envolve outros fatores que vão além da alimentação. A seguir, confira outras terapias que fazem parte do protocolo de tratamento!
Como o problema que gera a gastrite nervosa é a ocorrência do estresse, é necessário tratá-lo. Isso pode ser feito a partir de diferentes frentes e com terapias diversas, mas as mudanças no estilo de vida representam uma das principais maneiras de lidar com a questão.
Um dia a dia menos estressante pode ser obtido a partir da:
Já que o assunto é o autoconhecimento, é importante ressaltar a relevância da psicoterapia no tratamento da gastrite nervosa. Qualquer pessoa pode se beneficiar da realização frequente de sessões de terapia, mas no caso desses pacientes, ela é ainda mais importante.
Com as sessões, você e o psicólogo discutirão aspectos da sua vida e meios de controlar o nervosismo, o que consequentemente diminuirá o desequilíbrio físico e químico observado na região do estômago. Nunca se esqueça que o nosso corpo e a mente estão conectados!
Há um grande estigma sobre o uso de medicamentos com o objetivo de controlar alterações e transtornos psicoemocionais. No entanto, esse preconceito deve ser deixado de lado. Buscar tratamento nunca é uma vergonha e há, sim, casos em que o uso de medicações é indispensável para que o paciente se sinta mais equilibrado.
Nos casos de gastrite nervosa causadas como consequência de questões como a depressão ou a ansiedade, o uso de ansiolíticos, antidepressivos e outras classes de remédios pode ajudar bastante.
A prática de atividades físicas é muito benéfica para a saúde geral do organismo. Se exercitar nos ajuda na manutenção de um peso saudável, melhora a condição da respiração, otimiza o funcionamento dos músculos e faz com que a circulação flua muito melhor.
No entanto, essas são apenas algumas das vantagens de se engajar em atividades físicas. O emocional também sai ganhando, com a redução do estresse e a liberação de substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar em nossa corrente sanguínea.
Outra das possibilidades de tratamento para a gastrite nervosa é o uso do CBD (canabidiol), um composto extraído da Cannabis sativa. Há diversas evidências científicas do seu benefício para o tratamento de diversas alterações do organismo — como condições neurológicas, respiratórias e até mesmo comportamentais.
Ele também diminui sintomas como dor e enjoos e pode ser empregado com sucesso como tratamento coadjuvante em casos de câncer e outras enfermidades ou momentos da vida, como períodos de grande estresse.
Mas, afinal, é possível implementá-lo em casos de gastrite nervosa? A seguir, veremos algumas perguntas e respostas sobre esse tema tão importante!
O canabidiol pode ser utilizado de diferentes maneiras, cada uma com as suas particularidades e efeitos.
A mais comumente observada é a forma de óleo. Ele vem com um conta-gotas que permite que o paciente administre as gotinhas em sua língua. Outra forma comum é a de cápsulas, que já vem com a dose certa manipulada em cada uma delas.
Depois, há as formas em vaporizadores — que devem ser inaladas, como observado nos tratamentos para melhorar a respiração — e a aplicação tópica, que consiste no uso do composto com absorção através da pele.
O uso do CBD para o tratamento da gastrite nervosa ainda não é muito documentado na ciência. No entanto, há estudos que indicam que esse tipo de substância pode, sim, ser empregado com sucesso na terapia dessa condição.
Um exemplo é o estudo “Efeitos inibidores do ácido gástrico e protetores gástricos da Cannabis e dos canabinoides”, que fala sobre resultados promissores na relação entre o composto e a sua ação nos receptores endocanabinoides presentes em nosso organismo. Assim, há uma redução na secreção de ácidos e uma consequente melhora dos sinais clínicos.
Além disso, há o efeito de redução da náusea e vômitos, conhecido pela ciência há um bom tempo. Por conta disso, o CBD é um incrível aliado do tratamento contra o câncer, reduzindo não só as dores oncológicas, mas também evitando a sensação de náusea comum após os tratamentos com quimioterápicos.
Outros benefícios do CBD, comprovados cientificamente e que podem ajudar no tratamento da gastrite nervosa, são:
Ou seja: o CBD é um tratamento sistêmico, que atuará em diversas frentes e pode colaborar fortemente para o tratamento da gastrite nervosa, ainda que não seja de forma direta — ou seja, tratando a secreção de ácidos gástricos e diminuindo a inflamação. Ainda assim, há algumas evidências de que esse tipo de efeito também seja alcançado com o uso da substância.
Não há qualquer indício de que exista alguma contraindicação para o uso de CBD em pessoas que sofrem com gastrite. Portanto, se você utilizar a substância para tratar outras questões, não se preocupe.
Lembrando que esse já é um tratamento utilizado em outras alterações gastrointestinais, como a colite ulcerativa e a síndrome do intestino irritável.
Ainda assim, é preciso agendar uma consulta para verificar se há outros impedimentos para que você faça uso do composto. Isso não é muito comum, mas os canabinoides podem ter interação com outros fármacos, sendo necessário a adaptação das doses ou a troca de medicamentos. Tudo isso será avaliado em consulta.
Os efeitos colaterais do CBD são incomuns, mas ainda assim, algumas pessoas podem ser mais sensíveis e apresentar sinais como:
Na maioria das vezes, esses sintomas desaparecem após alguns dias. É comum que o nosso organismo passe por uma fase de adaptação após a inclusão de qualquer tipo de tratamento no dia a dia.
No entanto, caso os sinais persistam, a dose pode ser ajustada até que seja encontrado um equilíbrio. O canabidiol é um medicamento muito seguro.
Não. O CBD é um tratamento de apoio, ou seja, ele serve para dar uma “mãozinha extra” às demais terapias implementadas pelos médicos.
Em alguns casos, o seu uso pode até diminuir a necessidade do uso de outros medicamentos, já que eles se tornam desnecessários para o paciente ao longo da terapia. Mas isso deve ser avaliado caso a caso. Nunca substitua o seu tratamento tradicional pelo uso de qualquer outra substância sem o consentimento do seu médico.
O tratamento só pode ser iniciado mediante a prescrição da Cannabis medicinal por um médico ou profissional habilitado com experiência em tratatamento canabinoide, algo que ainda não é tão comum no Brasil.
A experiência e atualização são necessárias para que o tratamento prescrito seja não só seguro, mas realmente eficiente para que você lide com as questões pelas quais está passando.
Mediante prescrição médica, os medicamentos canabinoides, como o óleo de CBD, podem ser comprados em farmácias, via importação por meio de fornecedores ou algumas associações judicialmente legalizadas.
Por isso, é fundamental que você agende uma consulta com um profissional que tenha experiência no assunto. No Brasil, o assunto ainda é relativamente novo e poucos médicos têm a conhecimento e experiência para realizar essas prescrições.
Para facilitar a sua vida, nós, do Cannabis & Saúde, conectamos os pacientes aos médicos que estão aptos a prescrever compostos canabinoides. Em nosso site, você também pode obter informações sobre as novidades acerca dos compostos e conhecer todas as possibilidades que essa substância traz para a saúde.
Conhecer a relação entre gastrite nervosa e alimentação é algo imprescindível para o tratamento eficaz dessa condição, que afeta milhões de pessoas em todo o planeta. Agora, que tal implementar mudanças no seu dia a dia alimentar e colher os bons frutos que essas alterações trarão para a sua qualidade de vida?
Se tiver interesse em buscar terapias extras para a gastrite e várias outras condições, como a ansiedade e a depressão, agende uma consulta com um profissional médico com experiência na prescrição de canabinóides. Ele poderá ajudá-lo com o melhor tratamento para o seu caso!
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