Os problemas de saúde mental estão entre as condições mais desafiadoras da medicina e, nos dias de hoje, vêm tendo sua incidência aumentada em todo o mundo, sobretudo com as demandas recentes de distanciamento e isolamento social. Por isso, entender quais são os sinais e as diferenças de sintomas de ansiedade e depressão pode ser muito importante.
São dois transtornos relativamente comuns da atualidade, mas que nem sempre recebem o diagnostico adequado e, mesmo quando isso ocorre, contam com terapêuticas complexas e nem sempre assertivas, que podem produzir efeitos colaterais nada agradáveis. Quer aprender mais sobre o tema? Então, continue sua leitura!
O que é ansiedade?
A ansiedade pode ser definida como uma preocupação excessiva ou expectativas apreensivas que são de difícil controle. Além disso, a duração é relevante, uma vez que o diagnóstico costuma ser efetuado quando o quadro é superior a seis meses. Os sintomas envolvem emoções de alarme, associadas a sensações de angústia, medo e insegurança.
Não é difícil perceber que isso causa um tremendo mal-estar para o portador, que podem enfrentar dificuldades em sua vida social e profissional. Não é raro que existam manifestações físicas, como sudorese, tremores e taquicardia. Muitos medicamentos e psicoterapia podem ser aplicados no tratamento, cujo sucesso é relativo e os efeitos adversos se fazem presentes.
Quais os sintomas da ansiedade?
Agora que você já aprendeu um pouco mais sobre a definição de ansiedade, vamos esclarecer melhor alguns dos seus principais sintomas. Vale lembrar que a condição pode se manifestar de formas distintas de pessoa para pessoa, mas alguns sinais costumam ser mais recorrentes. Veja, a seguir, alguns deles.
Medo constante e irracional
Um dos sintomas mais comuns e importantes dos quadros de ansiedade é o medo constante e irracional. Indivíduos que contam com tal condição tendem a superestimar o perigo de diversas situações, algumas bastante corriqueiras. Com isso, acabam apresentando medo e insegurança sem causa aparente e fora de proporção.
Na prática, isso pode ocorrer quando a pessoa tem que falar diante de uma pequena plateia no trabalho ou precisa fazer um exame médico simples, mas acaba tendo receio do fracasso ou acha que vai morrer, embora não exista nenhuma justificativa plausível para isso. É algo que, invariavelmente, compromete a qualidade das relações pessoais, familiares e profissionais.
Alterações no padrão de sono
A pessoa ansiosa, muito comumente, experimenta alterações significativas no seu padrão de sono. Afinal, quem nunca teve dificuldades para dormir antes de um evento importante ou às vésperas de algo decisivo para o futuro? Embora isso não seja nada incomum quando ocorre pontualmente, a recorrência e ausência de motivo pode indicar a existência de um transtorno.
Na ansiedade generalizada, o paciente sente apresenta episódios de insônia constantes e não conseguem se desligar do que fizeram ao longo do dia, passando a noite refletindo sobre os próximos passos ou ações. Além disso, não é raro que cheguem a sonhar com os problemas e despertem pensando em soluções possíveis para tais questões.
Tensão muscular e inquietação
Naturalmente, uma pessoa que sofre de ansiedade costuma ficar tensa e, com o passar do tempo, isso se reflete em determinados músculos. Por isso, algumas das manifestações mais comuns são dores nas costas, no pescoço e nos ombros, por exemplo. Com isso, pode ocorrer o abuso de remédios, como analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.
As emoções exacerbadas também podem se manifestar como falta de concentração e inquietação, até porque o descanso é prejudicado e a preocupação excessiva faz com que o organismo libere substâncias excitatórias, como adrenalina e noradrenalina. Assim, a pessoa anda de um lado para o outro, sente mais medo e pode acabar se desesperando por pouco.
Quais os efeitos adversos de remédios para ansiedade?
Como você pôde ver, a ansiedade pode causar uma série de sintomas nada agradáveis, que prejudicam a qualidade de vida da pessoa. Por isso, são utilizados medicamentos, dentre os quais os ansiolíticos são os mais comuns. Porém, eles costumam ter efeitos colaterais bastante incômodos, como os que separamos logo abaixo.
Sonolência acentuada
Um dos efeitos adversos mais comuns dos remédios para ansiedade é a sonolência acentuada. Afinal, os ansiolíticos não tratam o problema ou a doença em si, mas sim os sintomas, reduzindo as tensões, medos e inseguranças, controlando o funcionamento exagerado das células nervosas superexcitadas e excessivamente funcionais.
Dessa maneira, especialmente até que um ajuste muito fino da dose seja realizado, os efeitos sedativos tendem a gerar sonolência ou induzir o sono nos pacientes. Por isso, é preciso ter muito cuidado, notadamente no início do tratamento, para operar equipamentos pesados, dirigir veículos, fazer tarefas delicadas e assim por diante.
Perda de memória
Você já deve ter ouvido falar que algumas das medicações ansiolíticas disponíveis no mercado estão entre os fármacos mais vendidos em todo o planeta, uma vez que temos uma espécie de epidemia de ansiedade nos dias de hoje. No entanto, não é difícil perceber que eles não estão sendo tão efetivos para controlar a situação, e ainda contam com efeitos adversos.
Os benzodiazepínicos, que são os mais conhecidos desta classe de medicamentos, atuam no cérebro elevando a produção de GABA, um neurotransmissor com grande ação inibitória. Com isso, pode haver um quadro chamado de hipomnésia, que é uma perda transitória das memórias, principalmente as de curto prazo.
Possível dependência
Um dos efeitos adversos mais temidos e debatidos da utilização de medicamentos ansiolíticos é que eles podem gerar uma possível dependência nos usuários, que podem exceder as doses prescritas e enfrentar uma série de problemas, culminando, nos casos mais graves, em situações de perigo, coma ou até mesmo morte.
Isso é mais comum quando o tempo de uso é mais extenso, em dosagens maiores e de acordo com as características individuais de cada paciente. Quando a dose inicial não faz mais efeito e precisa ser aumentada, isso pode ser um sinal de adição química. A própria interrupção repentina do tratamento pode ser perigosa, pois sintomas de abstinência podem surgir.
O que é depressão?
A depressão é dos transtornos psicológicos que também está se tornando bastante comum nos dias de hoje, se caracterizando por um quadro de tristeza profunda e persistente, que resulta em uma falta de interesse pela realização de atividades do cotidiano, mesmo aquelas que eram consideradas divertidas e prazerosas pelo portador.
Suas causas são multifatoriais e sua etiologia está na alteração de neurotransmissores ligados a sensações de motivação e bem-estar, como a serotonina e a dopamina. Em linhas gerais, a condição pode ser desencadeada por eventos estressantes, solidão, doenças crônicas e o consumo de álcool e drogas recreativas, por exemplo.
Quais os sintomas da depressão?
Como falamos acima, os sintomas mais notáveis da depressão estão relacionados com a falta de interesse pelas atividades diárias e uma tristeza profunda. No entanto, existem outros sinais, alguns dos quais mais sutis, que podem mostrar que alguém vem sofrendo com o problema. Acompanhe quais são eles.
Sensação de vazio ou tristeza
Não dá para falar dos sintomas da depressão sem falar na sensação de vazio ou tristeza persistente. Eles são os sinais mais claros da doença, notadamente quando persistem por meses, sem mudanças significativas. Por isso, é comum que o portador apresente feição triste, tronco curvado e que chore muito facilmente, com falas voltadas para o pessimismo.
O sentimento de culpa e a baixa autoestima, aliás, também são muito recorrentes na pessoa depressiva, que pode ser achar inútil e se isolar dos amigos e familiares. Em casos mais sérios, pode haver ideações suicidas e de automutilação, o que reforça a importância de um acompanhamento médico adequado para melhor conduta e diagnóstico.
Falta de energia constante
Como você já deve saber, os neurotransmissores são mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios do nosso cérebro. A dopamina e a serotonina, por exemplo, estão entre os mais importantes e têm efeitos excitatórios, que se manifestam com sensações de estímulo, prazer e bem-estar.
Quando não são secretadas em níveis adequados, como no caso de portadores de depressão, o resultado pode ser a falta de energia constante, fazendo com que a pessoa não tenha ânimo para realizar praticamente nenhuma atividade, mesmo aquelas que eram motivo de alegria anteriormente, como estar com amigos, tocar instrumentos ou ver filmes.
Diminuição do apetite
Entre os sinais mais comuns das pessoas que sofrem de depressão, também podemos ressaltar a diminuição do apetite, que pode resultar em grandes perdas de peso com o passar do tempo. Afinal, como não há ânimo para fazer atividades rotineiras do dia a dia, o indivíduo depressivo também não costuma cozinhar, pedir alimentos ou ter prazer de sentar à mesa.
A fraqueza decorrente da nutrição inadequada, a baixa de neurotransmissores excitatórios e o desânimo também implicam em excesso de sono. Muitas vezes, quem sofre com a condição passa boa parte do seu tempo na cama, sem vontade de levantar, o fazendo apenas quando há uma grande insistência dos amigos e familiares.
Quais os efeitos adversos de remédios para depressão?
Com tantos sintomas nocivos, não é de se surpreender que a indústria e a medicina tenham buscado diversas opções terapêuticas para a depressão. Porém, embora os remédios usados para a condição tenham evoluído bastante nos últimos anos, eles ainda têm limitações na efetividade e apresentam sérios efeitos adversos. Veja.
Diminuição da libido
Um dos efeitos adversos de remédios para depressão que mais causam problemas entre os pacientes e seus parceiros é a tremenda diminuição na libido que eles podem ocasionar. Isso é ainda mais notável nas primeiras semanas, nas quais há um processo de adaptação do corpo com as substâncias, mas é algo que pode perdurar em muitos casos.
Além disso, os homens tendem a apresentar retardos ejaculatórios, enquanto as mulheres têm severas dificuldades em atingir o orgasmo, por conta das desregulações na dopamina. Quando isso ocorre, não é incomum que o psiquiatra prescreva outras medicações, para mitigar tais efeitos, mas que também podem gerar outros colaterais indesejáveis.
Aumento da ansiedade
Os antidepressivos tendem a produzir um aumento na concentração de neurotransmissores excitatórios nas fendas sinápticas, geralmente por meio do bloqueio da recaptação neuronal. Vale lembrar que tais mensageiros proporcionam sensações de alegria e euforia, mas também pode gerar quadros de ansiedade, sobretudo em pessoas com predisposição.
Como o uso é prolongado, habitualmente é preciso esperar de 3 a 4 semanas para os efeitos começarem a aparecer. É nessa fase que o psiquiatra vai fazendo adaptações e um acompanhamento mais próximo, de forma a controlar qualquer reação mais intensa, seja diminuindo as doses ou ainda trocando o medicamento por um de outra classe.
Desconexão com a realidade
Um efeito colateral bastante significativo dos remédios para depressão, mas que não é tão conhecido por muitas pessoas, é a desconexão com a realidade. Trata-se de algo mais comum no longo prazo e em doses mais volumosas, apenas para alguns pacientes, mas que pode causar problemas muito sérios na vida pessoal e profissional.
Nesses casos, é imprescindível que o psiquiatra responsável seja informado imediatamente, de forma a tomar as condutas mais assertivas o quanto antes. No entanto, vale lembrar que esses medicamentos sequer podem ser interrompidos subitamente, sob risco de ocorrer a chamada “síndrome de descontinuação”, com implicações ainda mais indesejadas.
Como a Cannabis medicinal pode ajudar na ansiedade?
O uso da Cannabis medicinal na medicina vem crescendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil, como uma alternativa ou complemento ao tratamento de uma série de doenças, inclusive no espectro da saúde mental. Trata-se da utilização de derivados da planta para fins terapêuticos, que são passíveis de excelentes aplicações em diversas condições.
Na ansiedade, por exemplo, as ações bioquímicas dos compostos no sistema endocanabinoide humano promove benefícios impressionantes e nada tem a ver com o uso recreativo da maconha. Notadamente o canabidiol, com prescrição e dosagens específicas, parece aliviar os sintomas e surge como uma opção altamente promissora no tratamento.
Como a Cannabis medicinal pode ajudar na depressão?
Como você pôde ver no conteúdo acima, os antidepressivos possuem efeitos colaterais que podem ser muito incômodos, além de contar com limitações terapêuticas nada desprezíveis. Por isso, quando falamos em uma opção natural e bastante segura, como a Cannabis medicinal, é natural que haja um grande interesse sobre o assunto.
Em pacientes depressivos, os compostos da erva, como o canabidiol, parecem promover uma modulação positiva do sistema endocanabinoide, com potencial ação antipsicótica, ansiolítica e antidepressiva, proporcionando uma maior qualidade de vida aos pacientes. Vale lembrar que o CBD, como também é conhecido, não possui efeito psicoativo.
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