Cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, em conjunto com o Centro Nacional de Pesquisas do Ambiente de Trabalho e o Centro de Pesquisa para Demências dinamarquês, descobriram que problemas como estresse, ansiedade e até mesmo cansaço favorecem em até 40% o risco de doenças neurológicas, principalmente o Alzheimer. As informações foram publicadas nesta semana pela revista Super Interessante.
O sofrimento emocional relatado no estudo se refere a um estado conjunto de ansiedade, depressão e irritabilidade. A exposição excessiva a fatores que desencadeiam essas reações acaba causando a chamada exaustão vital. Nessa situação, o paciente passa a ter fadiga, estresse e desânimo de forma constante e crescente.
Conforme os pesquisadores, quando esse processo acontece por volta dos 50 anos, pode potencializar o surgimento de demências, entre elas o Mal de Alzheimer.
Foram pesquisados dados de 6,8 mil dinamarqueses que, entre 1991 e 1994, preencheram um formulário, no qual deveriam responder se sentiam algum dos 17 sinais de exaustão vital (faça o teste você também na lista abaixo). A média de idade era de 60 anos, e ninguém fora diagnosticado com patologias relacionadas a falhas de memória e raciocínio.
Os experts ainda levaram em conta fatores como sexo, estado civil, estilo de vida (tabagismo, abuso de álcool, obesidade e sedentarismo), baixo nível educacional e comorbidades (diabetes, doenças cardiovasculares e transtornos psiquiátricos), de modo que eles não influenciassem o resultado final.
A mente desequilibra o cérebro
Ao final da pesquisa, foi concluído: para cada item do questionário que era respondido “sim” pelos voluntários nos anos 1990, a probabilidade da pessoa desenvolver demência em 2016 crescia em 2%.
“Participantes que mencionaram de cinco a nove sinais de exaustão vital tiveram um risco 25% superior em relação àqueles que não apresentaram nenhum. Para quem manifestou de dez a 17 sintomas, o número chegou a 40%”, afirmou em nota à imprensaSabrina Islamoska, pesquisadora à frente do estudo.
Os cientistas acreditam que a alta produção de cortisol, hormônio liberado em situações estressantes, explica essa relação. Como o cérebro passa a ficar em constante estado de alerta, o processamento de novas informações é dificultado, contribuindo para a degeneração das funções cerebrais.
Além disso, há o fato de que os problemas psicológicos prejudicam o sistema cardiovascular, o que atrapalha o transporte de nutrientes e oxigênio para os neurônios funcionarem a contento.
Conforme Sabrina, o resultado é importante para alimentar o debate sobre o impacto do sofrimento mental nesse período da vida e suas repercussões na saúde mais para frente.
“O estresse pode ter consequências graves e prejudiciais não apenas para o cérebro, mas para a saúde em geral. Nosso estudo indica que podemos ir mais longe na prevenção da demência”, conclui a especialista.
veja abaixo as 17 questões feitas no estudo dinamarquês. Caso você responda “sim” para muitas delas, fique atento aos seus hábitos de saúde. Se possível, procure um médico para avaliar a sua situação.
Questionário: responda SIM ou NÃO
Você…
- se sente constantemente cansado?
- sente fraqueza?
- sente que não conquistou muitas coisas ou não cumpriu suas metas?
- tem dificuldades em lidar com situações da vida cotidiana?
- pensa estar constantemente num beco sem saída?
- sente uma apatia?
- tem sentimentos de falta de esperança recentemente?
- está com dificuldades para se concentrar?
- se irrita com pequenas coisas que antes não incomodavam?
- acha que é melhor desistir das coisas?
- não se sente bem?
- algumas vezes acha que a bateria do seu corpo está para acabar?
- gostaria de morrer?
- sente que não possui o que precisa para viver bem?
- se sente desanimado?
- tem vontade de chorar?
- sempre acorda exausto?
Cannabis pode tratar da ansiedade ao Alzheimer
A boa notícia é que você pode controlar a sua ansiedade, depressão e até o estresse com a Cannabis medicinal. O portal Cannabis & Saúde já publicou diversos estudos científicos que comprovam a eficácia, sobretudo do canabidiol, mas também do THC, em transtornos psiquiátricos.
Neste estudo brasileiro, cientistas comprovaram como o CBD é um remédio eficaz contra a ansiedade. Já com relação ao Alzheimer, apesar de ainda existirem poucos estudos, são incontáveis os relatos de familiares que conseguiram dar qualidade de vida para o paciente e à própria família após a adminsitração de óleos de Cannabis.
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