Um transtorno cognitivo é um tipo de condição que pode ocorrer de forma temporária ou permanente e trazer dificuldades de raciocínio, noção espacial e até mesmo na fala.
Você já se perguntou sobre como é a vida de uma pessoa com transtorno cognitivo? Na verdade, a classificação de “transtorno cognitivo” diz respeito não só a um tipo de transtorno, mas a um grupo de desordens que ocorrem no cérebro e que podem impactar a vida de um paciente.
Essas desordens podem trazer sintomas desde esquecimentos em grau leve até perturbações mentais e dificuldades na comunicação.
Por isso, entender melhor sobre os transtornos cognitivos é algo importante tanto para a comunidade médica quanto para pacientes e seus familiares. O tratamento normalmente envolve o uso
O que é um transtorno cognitivo?
Os transtornos cognitivos são definidos como qualquer distúrbio que prejudique significativamente a função cognitiva de um indivíduo.
Eles englobam muitas condições que são conhecidas popularmente por outros nomes, como demência, amnésia, entre outros.
Normalmente, um transtorno cognitivo traz prejuízos na funcionalidade do indivíduo, como por exemplo a perda de aprendizagem e memória, cognição social, atenção e linguagem.
Há dois tipos de transtornos cognitivos, o Transtorno Cognitivo Leve e o Transtorno Cognitivo Maior.
No Transtorno Cognitivo Leve o declínio cognitivo não gera uma perda de funcionalidade suficiente para incapacitar o indivíduo, pois não há uma perda significativa de funcionalidade.
Já o Transtorno Cognitivo Maior, a intensidade é suficiente para provocar um prejuízo significativo no desempenho cognitivo e como resultado há a perda de independência pelo indivíduo.
Ambos podem ser causados por:
- Alzheimer;
- Doença Vascular;
- Parkinson;
- Infecção por HIV;
- Lesão cerebral Traumática;
- Degeneração Lobar Frontotemporal;
- Uso de substâncias/medicamentos.
O que causa déficit cognitivo?
Como a maioria dos transtornos mentais, os transtornos cognitivos são causados por uma variedade de fatores.
Alguns se devem a desequilíbrios hormonais, outros à predisposição genética e outros ainda a fatores ambientais.
As causas ambientais comuns de distúrbios cognitivos incluem a falta de nutrientes adequados e interação durante estágios vulneráveis do desenvolvimento cognitivo, particularmente durante a infância.
Outras causas comuns de transtornos cognitivos incluem o abuso de substâncias e lesões físicas.
Quando uma área do cérebro que determina a função cognitiva é danificada, seja pelo uso excessivo de drogas, pelo álcool ou por trauma físico, essas alterações neurofisiológicas podem resultar em transtornos cognitivos.
Quais são os fatores de risco do transtorno cognitivo?
Estudos mostram que idosos com maior escolaridade, convívio social, histórico de saúde positivo, engajamento social, estilo de vida positivo, melhor saúde autopercebida, com menos queixas subjetivas de memória, melhor saúde mental e com menos sintomas depressivos apresentam menor declínio cognitivo.
Quais os sintomas de comprometimento cognitivo?
Os sintomas de transtorno cognitivo variam de acordo com o transtorno específico, mas alguns sinais e sintomas comuns se sobrepõem na maioria dos transtornos. Alguns dos sinais mais comuns de distúrbio cognitivo incluem:
- Confusão mental;
- Má coordenação motora;
- Perda de memória de curto ou longo prazo;
- Confusão de identidade;
- Julgamento deficiente.
Alguns distúrbios cognitivos se desenvolvem em etapas e os sintomas aumentam de gravidade quanto mais a doença progride.
A doença de Alzheimer, por exemplo, começa com o paciente mostrando sinais muito pequenos de esquecimento. Os que sofrem podem esquecer nomes que conhecem bem, ou podem ter dificuldade de lembrar o que fizeram recentemente.
Os sintomas iniciais do mal de Alzheimer precoce são muitas vezes indistinguíveis dos erros normais de memória.
Entretanto, à medida que a doença progride, a memória da pessoa afetada se torna persistentemente prejudicada. Eles podem ter momentos raros de clareza, mas a vida geralmente é vivida em um estado de confusão mental.
Os problemas de reconhecimento muitas vezes se manifestam sob a forma de sintomas visíveis. A pessoa afetada pode parecer atordoada e confusa, e seus olhos podem ter uma aparência vidrada.
A coordenação motora é frequentemente afetada tanto em distúrbios cognitivos neurológicos quanto psicológicos, e a pessoa pode ter maneirismos incomuns ou simplesmente uma falta de equilíbrio e postura normal.
Quais são as principais funções cognitivas?
As funções cognitivas mais importantes são a atenção, a orientação, a memória, as agnosias, as funções executivas, as praxias, a linguagem, a cognição social e as habilidades visuoespaciais.
A orientação é a capacidade que nos permite ter consciência da nossa própria existência e do contexto no qual nos encontramos em um determinado momento.
As gnosias são capacidades que o cérebro tem para reconhecer informações adquiridas anteriormente, como por exemplo, reconhecer objetos, pessoas, lugares, etc., através dos nossos sentidos.
A atenção nos mantém em estado de observação e de alerta, o que nos permite ter consciência do que ocorre no nosso entorno.
As funções executivas são atividades mentais complexas, são necessárias para planejar, organizar, guiar, revisar, regularizar e avaliar o comportamento adequado.
Praxias são habilidades motoras adquiridas, ou seja, são movimentos organizados que realizamos para realizar um plano ou alcançar um objetivo. As praxias se subdividem em:
A memória é a capacidade de codificar, armazenar e recuperar, de maneira eficaz, informações e fatos obtidos através de experiências vividas. Podemos distinguir vários tipos de memória:
A produção da linguagem consiste na materialização de sinais sonoros ou escritos que simbolizam objetos, ideais, etc.,
A cognição social é o conjunto de processos cognitivos e emocionais, através dos quais interpretamos, analisamos, recordamos e utilizamos as informações sobre o mundo social.
As habilidades visuoespaciais são as capacidades que temos para representar, analisar e manipular mentalmente os objetos.
Transtorno Cognitivo Infantil: Como acontece?
O desenvolvimento de uma criança pode e deve ser medido e acompanhado normalmente como uma das estratégias de prevenção de saúde, tanto na infância quanto na adolescência.
Podemos verificá-lo em vários eixos: motor, linguagem, social, afetivo, adaptativo e também cognitivo.
A divergência entre eles ou atrasos observados em um ou mais destes eixos, devem chamar a atenção e direcionar a criança para medidas de intervenção precoce.
Pois tais anormalidades estão associadas ao risco elevado da criança evoluir para transtornos psiquiátricos, transtornos de desenvolvimento e problemas de aprendizagem infantil.
Podendo acarretar futuramente em contextos que podem desestabilizar relações familiares, reduzir engajamento escolar, expor a criança a riscos sociais e fracassos individuais nos mais diversos momentos de sua vida.
Para identificar o déficit cognitivo são aplicados testes neuropsicológicos com a intenção de avaliar o nível da limitação da criança e, em quais áreas esta é mais ou menos predominante. Esta avaliação mede também as áreas do cérebro que estão comprometidas e que não funcionam do modo como deveriam.
Como diagnosticar transtorno cognitivo?
Conseguir cravar o diagnóstico e o tipo de transtorno não é uma missão fácil e exige paciência.
O médico junta o máximo de informações possíveis sobre o paciente, de testes cognitivos a histórico e exames de imagem, e pode pedir ainda avaliações de outros profissionais, como psicólogo, fonoaudiólogo ou fisioterapeuta.
Afinal, não existe um exame que dá positivo ou negativo, é toda uma análise de dados, tanto que o diagnóstico da doença é ‘provável’ e não definitivo.
Qual profissional recorrer?
O diagnóstico do comprometimento cognitivo deve ser feito por um médico especializado em memória, como psiquiatra ou neurologista.
A avaliação-padrão compreende um exame clínico completo, seguido de exames específicos, que envolvem avaliações de fluência verbal, teste de memória visual e abstração, entre outros testes que visam medir a capacidade de memória do paciente.
Quais os exames laboratoriais básicos?
Os exames complementares dependem do tipo do distúrbio neurocognitivo, mas podem incluir exames de sangue, eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética e punção lombar.
Quando iniciar um diagnóstico em caso de queixa de perda de memória?
Uma avaliação clínica cuidadosa, que inclui dados da anamnese e exame físico, é importante para identificar possíveis fatores que possam estar relacionados, bem como entender qual o problema em questão e como ele está interferindo na vida diária do paciente.
As alterações cognitivas podem ser divididas em diferentes tipos, de acordo com o grau de comprometimento definitivo e a interferência nas atividades diárias:
Demência
A demência é uma síndrome que se caracteriza pela deterioração progressiva das funções cognitivas, incluindo a memória, o raciocínio, a linguagem e as habilidades sociais, a ponto de interferir com as atividades de vida normais do paciente.
A demência não é uma doença em si, mas sim um termo que engloba um conjunto de sinais e sintomas neurológicos que podem ser provocados por diversas doenças neurodegenerativas diferentes, sendo a mais famosa delas a Doença de Alzheimer, que é responsável por mais de 60% dos casos.
Comprometimento cognitivo leve (CCL)
O CCL designa uma condição clínica em que ocorrem perdas progressivas em uma ou mais funções cognitivas. A evolução para doenças degenerativas, de fato, ocorre quando se percebe um relativo prejuízo na rotina do idoso e ele perde significativamente sua autonomia.
O diagnóstico é caracterizado pela presença de queixas subjetivas de declínio cognitivo (frequentemente perda de memória), associado à evidência objetiva de alterações cognitivas em avaliação neuropsicológica (normalmente em uma intensidade leve) e funcionalidade relativamente preservada, ou seja, não preenchendo critérios para demência.
Alterações cognitivas relacionadas com a idade
Também chamada perda de memória associada à idade, causa alguma diminuição da memória a curto prazo e da capacidade de aprendizagem.
Essas alterações, ao contrário da demência, ocorrem normalmente conforme a idade das pessoas e não afetam as funções normais.
A perda de memória nos idosos não é necessariamente um sinal de demência ou de início da doença de Alzheimer. No entanto, os sintomas mais precoces da demência são muito semelhantes.
Comprometimento cognitivo subjetivo
O Declínio Cognitivo Subjetivo (DCS) é uma queixa constante que uma pessoa tem em relação a sua cognição, mas que não apresenta nenhuma perda, ou seja, mesmo tendo queixas cognitivas, quando avaliado não apresenta anormalidades.
Existe necessidade de acompanhar, pois alguns casos com declínio cognitivo subjetivo evoluirão ao comprometimento cognitivo leve e depois à doença de Alzheimer. Principalmente se acima de 60 anos.
Existe tratamento para o transtorno cognitivo?
O tratamento do distúrbio neurocognitivo depende da condição médica subjacente. Muitas condições são tratadas principalmente com reabilitação e cuidados de suporte para ajudar a pessoa com atividades perdidas devido a áreas em que a função cerebral foi afetada.
Medicamentos podem ser necessários para reduzir comportamentos agressivos que podem ocorrer com algumas das condições, corrigir depressões e/ou ansiedades e problemas de memória dentre outros sintomas.
A psicoterapia e o apoio psicossocial para os pacientes e familiares são necessários para uma compreensão clara e um manejo adequado do transtorno e para manter uma melhor qualidade de vida para todos os envolvidos.
Quais intervenções ajudam a melhorar o transtorno cognitivo?
Separamos uma lista de hábitos do que fazer para melhorar a capacidade cognitiva, já estudados pela ciência. Confira já abaixo e coloque logo em prática para melhorar a sua cognição:
- Dormir bem;
- Beber café;
- Praticar atividades físicas;
- Consumir fontes de ômega-3 na dieta;
- Viver novidades e encontrar novas formas de desafiar a si próprio.
Cannabis Medicinal pode ser usado como tratamento para transtorno cognitivo?
O canabidiol (CBD) é um fitocanabinoide não psicoativo que possui propriedades neuroprotetoras, antiinflamatórias e antioxidantes. Assim, é investigado como uma opção potencial de tratamento multifuncional de transtornos cognitivos.
O canabidiol possui ação terapêutica no tratamento de diversas doenças, inclusive psiquiátricas. Ele atua no sistema nervoso central e não possui propriedades psicoativas e nem efeitos cognitivos.
Estudos que mostram os benefícios da Cannabis para transtornos cognitivos
O estudo The Impact of Cannabidiol on Human Brain Function: A Systematic Review trouxe evidências que sugerem que o canabidiol (CBD) pode ter propriedades antipsicóticas e ansiolíticas e, portanto, pode ser um novo agente promissor no tratamento de distúrbios psicóticos e de ansiedade.
Estudos de neuroimagem mostraram que o CDB induz alterações significativas na atividade cerebral e nos padrões de conectividade durante o estado de repouso e o desempenho de tarefas cognitivas tanto em voluntários saudáveis quanto em pacientes com distúrbio psiquiátrico.
Isto incluiu a modulação de redes funcionais relevantes para distúrbios psiquiátricos, possivelmente refletindo os efeitos terapêuticos do CDB.
Como funciona o tratamento à base de canabidiol?
Há várias vias de administração para a Cannabis Medicinal, como cápsulas, cremes e muito mais. No entanto, o tratamento de transtornos cognitivos com esses fármacos é, na maior parte das vezes, realizado com óleos.
Boa parte das vezes o tratamento é feito com óleos de amplo espectro, ou seja, que têm mais do que um tipo de canabinoide em sua composição.
Eles têm um melhor custo-benefício, são mais fáceis de serem encontrados e funcionam muito bem contra os sintomas dessas enfermidades.
A quantidade de gotas que o paciente utilizará por dia será determinada a partir do quadro clínico de cada um. Ela é completamente pessoal e o tratamento só pode ser iniciado após a prescrição de um médico.
Onde buscar tratamento auxiliar à base de Cannabis Medicinal?
A maioria das pessoas que estão em busca de tratamento à base de Cannabis Medicinal não sabe muito bem como fazê-lo.
Embora já existam estudos comprovando a sua importância no tratamento de diversas doenças, ainda há uma resistência para a aplicação deste método no Brasil.
Pesquisas apontam que a falta de conhecimento é uma dessas motivações. Isso faz com que menos de 1% dos médicos no país já tenha feito algum tipo de prescrição de tratamento à base de cannabis.
Por isso, nós do Portal Cannabis & Saúde preparamos uma plataforma completa de conexão entre pacientes e médicos prescritores de terapia canabinoide.
Você pode buscar por médicos de acordo com a sua região, especialidade requerida ou até com o plano de saúde que você utiliza.
Você pode optar ainda por médicos que ofereçam as consultas presenciais ou por telemedicina.
Como prevenir o declínio cognitivo?
A cognição é o conjunto da capacidade de processar informações por meio da percepção e dos conhecimentos adquiridos por meio da experiência e da personalidade.
A manutenção dessas habilidades é fundamental para que uma pessoa tenha independência nas atividades da vida diária à medida que envelhece. Contudo, as habilidades cognitivas frequentemente diminuem com a idade.
A chave para prevenir o declínio cognitivo está no estilo de vida adotado pelas pessoas. Por exemplo, a atividade física pode ser usada para atenuar as alterações relacionadas à idade e manter a função cognitiva mesmo no envelhecimento.
Esse retardamento envolve o aumento dos processos anti-inflamatórios. Esse é um dado importante, pois a inflamação crônica está ligada mecanicamente ao comprometimento cognitivo e distúrbios degenerativos.
Outro método utilizado é o engajamento mental que resulta em benefícios neuroprotetores durante o envelhecimento.
Isso significa que, quando realizamos atividades que desafiam o nosso cérebro, os neurônios se mantêm ativos, melhoram seu funcionamento e a perda de memória se torna menos provável.
Conclusão
Todos conhecem o grande impacto dos transtornos cognitivos sobre os mais diversos aspectos da saúde individual e coletiva.
Qualquer queixa ou sintoma de alteração de memória ou de outras funções cognitivas que sejam persistentes e estejam causando algum tipo de dificuldade ou sofrimento para o indivíduo devem ser avaliados.
Um erro comum é achar que esses sintomas são normais para a idade, o que não é verdade.
Por isso, é importante ter um diagnóstico o mais rápido possível para poder iniciar um tratamento de forma adequada para seu problema e assim melhorando sua qualidade de vida. Procure ajuda de um profissional especializado no assunto.
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