Uma das pioneiras no Brasil do uso da Cannabis na odontologia, a cirurgiã dentista ortodontista Monique Xavier Souza tem sua trajetória ligada à planta desde seu último ano de faculdade.
Há 13 anos, perto de concluir sua graduação, sofreu um acidente de carro que acarretou em uma fratura no úmero, osso do braço, e lesão do músculo radial. “Perdi o movimento do meu membro esquerdo por quase um ano. Fiquei muito tempo à base de medicamentos fortes para minhas dores neurológicas.”
Não era isso que Monique desejava para a própria vida. Hoje em dia pode até parecer lógica a opção pelo tratamento fitocanabinoide, mas há 12 anos, pouco se falava sobre as propriedades terapêuticas da planta, que começou a ganhar destaque nos noticiários nos anos seguintes.
“Sempre gostei de estudar e, a partir do momento que eu me vi dependente de vários medicamentos, na cama, tratando a dor, comecei a entrar em depressão e vários outros processos acontecendo, resolvi que ia buscar a Cannabis.”
Experiência de paciente
“Fui atrás de profissionais que estavam também trilhando esse caminho. Eu conheci um profissional no Rio de Janeiro que me prescreveu e, a partir daí, eu não utilizei mais nenhum outro medicamento convencional. Comecei a ver o tanto de benefício, não só para tratar as minhas dores, mas regulação do sono, melhora do humor.”
“Quem tem alguma lesão neurológica, tem grandes chances de aquele membro sempre ter uma sensibilidade alterada com alguma sintomatologia dolorosa e eu percebi uma melhora em todas essas questões.”
“O medicamento convencional estava tratando das minhas dores, mas me deixando depressiva, letárgica, não estava em sã consciência, e cada vez mais precisando de medicamento.”
“A Cannabis veio como substituto, mudando a minha qualidade de vida. Além de tratar as minhas dores, estava equilibrando meus ciclos circadianos, melhorando meu humor e apetite. Promovendo um equilíbrio que o medicamento convencional não estava. Pelo contrário. Estava causando dependência.”
Ortodontista canábica
Diante da experiência, não restou opção. “Senti muita necessidade de trazer essa realidade para minha prática clínica para que os meus pacientes pudessem se beneficiar também.”
Foram sete anos entre estudos, cursos, pós-graduações sobre a Cannabis medicinal e especialidades odontológicas, até que,finalmente, pudesse começar a prescrever. “Faz cinco anos e, na época, eu não tinha nenhum dentista como referência.”
“Sou uma das pioneiras da prescrição da Cannabis no Brasil. Comecei a buscar cursos, me capacitei, e hoje sou pós-graduada em Cannabis e estou fazendo mestrado na Universidade Federal Fluminense e meu projeto de pesquisa é sobre Cannabis.”
A dentista também é especializada em ortodontia e ortodontia funcional dos maxilares, além de possuir habilitação em sedação inalatória com óxido nitroso e ozonioterapia.
Necessidades especiais
“Depois que entrei mais nesse mundo da Cannabis, comecei a me encantar pelo mundo das pessoas com deficiência. 90% do meu público são as crianças com deficiência e a grande maioria utiliza Cannabis.”
“Foi essa a odontologia que eu encontrei e que faz os meus olhos brilharem. Com o uso de medicamentos associados à Cannabis, eu consigo sedar esses pacientes e resolver a boca toda dele naquele momento. Coisa que, às vezes, não consigo com o tratamento convencional.”
“Eu prescrevo os medicamentos à base de Cannabis semanas antes do atendimento e eu vou equilibrando o sistema endocanabinoide dele. Quando o paciente chega até a consulta, ele precisa de menos benzodiazepínicos para a sedação.”
“Ela me ajuda muito no controle do comportamento dos meus pacientes, no relaxamento muscular, para que eles colaborem comigo no atendimento.”
“Eu, como dentista, não posso tratar o espectro do autismo, por exemplo, mas posso tratar as questões odontológicas daquele paciente. O meu trabalho é ajudar a controlar esses hábitos psicossomáticos, questões sensoriais do comportamento, para que eles possam sentar na minha cadeira e serem muito mais colaborativos.”
Medicamento seguro
“Nós podemos prescrever antes do atendimento, por exemplo, um benzodiazepínico, que é um medicamento que pode causar depressão respiratória. A Cannabis vem como interessante substituto. Um medicamento seguro de trabalhar e que eu sei que não vou ter que lidar com nenhuma intercorrência.”
“Quando eu estou prescrevendo para controlar essa ansiedade pré-atendimento odontológico, a fobia do dentista, o bruxismo, ou seja lá o que for, é inevitável ver melhora em outras questões do paciente, como controle de sono e apetite.”
“É um medicamento é muito poderoso. A gente tem receptor espalhado pelo corpo inteiro e, quando o paciente usa a Cannabis, a gente vê benefícios em várias esferas ao longo do tempo.”
Mais que ortodontista
A experiência levou Monique a fazer parte da comissão de pacientes com necessidades especiais do Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro, à coordenação da comissão temática de odontologia da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC), além de ser uma das fundadoras da Sociedade Brasileira de Odontologia Canabinoide (SBOCAN).
“A Cannabis é muito além de um medicamento. Leva você a criar vínculo com aquele paciente e entender sua história. Cada sistema endocanabinoide tem uma necessidade específica e isso é algo muito incrível pois de fato cria um vínculo entre paciente e profissional e me faz evoluir em todas as esferas, como ser humano e profissional.”
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Clique aqui para marcar uma consulta com a cirurgiã dentista ortodontista Monique Xavier Souza. Apesar da experiência com crianças com necessidades especiais, está aberta a todo tipo de paciente.
Além da ortodontista, pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você encontra outros mais de 250 profissionais da saúde, entre médicos, dentistas e fisioterapeutas, prescritores de Cannabis medicinal.
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