Para muitos indivíduos, encontrar o antidepressivo adequado para lidar com a depressão é um processo de experimentação.
Enquanto um antidepressivo pode ser eficaz para uma pessoa, para outra pode não funcionar — e os profissionais da área ainda não dispõem de métodos para responder porquê isso acontece.
Em certos casos, alguém pode começar a ter melhorias com um antidepressivo, mas os efeitos secundários podem ser tão incômodos que é necessário interromper o uso.
Os antidepressivos não geram efeitos imediatos. Geralmente, leva pelo menos duas semanas para observar qualquer melhoria.
O mecanismo exato de ação dos antidepressivos ainda permanece um enigma.
A suposição é de que seus efeitos estão associados a alterações nos neurotransmissores do cérebro, como serotonina, dopamina e norepinefrina.
Tais modificações normalmente levam de 2 a 12 semanas para estabilizar, com um pico entre 6 a 8 semanas.
Portanto, se após iniciar o tratamento para depressão você estiver em dúvidas se o seu antidepressivo está fazendo efeito, há alguns sinais que você pode observar.
Prossiga com a leitura para aprender quais são esses sinais e outras informações relevantes, como:
- Como saber se o antidepressivo está fazendo efeito?
- Como posso monitorar a eficácia do antidepressivo?
- O que fazer se o antidepressivo não parecer estar funcionando?
- Os efeitos do antidepressivo são permanentes?
- É normal ter altos e baixos durante o tratamento com antidepressivos?
- Quando devo interromper o antidepressivo?
- Posso combinar o antidepressivo com outras terapias?
- A Cannabis medicinal no tratamento da depressão
Como saber se o antidepressivo está fazendo efeito?
Quando alguém enfrenta a depressão e, com orientação médica, decide iniciar um tratamento com antidepressivos, é natural ansiar por resultados rápidos.
Entretanto, muitos medicamentos psiquiátricos podem levar até três meses para atingirem sua plena eficácia.
Infelizmente, a maioria dos médicos não oferecem aos pacientes um cronograma sobre quando os efeitos começam a surgir.
Isso leva alguns a interromper prematuramente o uso da medicação, acreditando que ela não está funcionando, o que compromete suas chances de sucesso no tratamento.
Porém, há indícios positivos que frequentemente aparecem quando os antidepressivos começam a surtir efeito.
Identificá-los e reconhecê-los fortalece o compromisso em seguir o plano de tratamento, resultando, eventualmente, em melhorias.
A depressão compreende três elementos fundamentais:
- O aspecto emocional (tristeza, ansiedade, melancolia, apatia);
- O aspecto cognitivo (indecisão, falta de concentração, pensamentos negativos e ruminativos);
- O aspecto físico (distúrbios do sono, alimentação, energia, motivação).
É útil observar e analisar as mudanças percebidas em cada uma dessas áreas ao avaliar sua condição e resposta ao tratamento.
Embora a melhora completa em todos os sintomas possa demandar vários meses, muitas pessoas percebem alterações sutis nos estágios iniciais do tratamento.
Quais sinais indicam que o antidepressivo está funcionando?
A depressão e a ansiedade são as duas condições de saúde mental mais frequentemente tratadas com medicamentos.
Os antidepressivos são considerados um dos principais tratamentos para depressão e ansiedade.
Esses medicamentos não resolvem os problemas por completo, mas podem aliviar o desconforto, possibilitando que as pessoas se beneficiem mais da terapia.
A eficácia dos antidepressivos é variável, com 40 a 60% das pessoas sentindo benefícios ao utilizá-los.
No entanto, isso implica que cerca de metade das pessoas que os utilizam não têm melhora com esses medicamentos.
Para saber se você faz parte do grupo que obtém benefícios, observe atentamente as mudanças em seu comportamento e perspectiva, pois são indícios positivos que apontam para uma recuperação bem-sucedida da depressão:
Melhora na concentração e foco
A dificuldade de concentração é um sintoma perturbador da depressão.
Um sinal precoce de que os antidepressivos estão começando a fazer efeito é uma melhoria na capacidade de focar em leituras, conversas e trabalho.
Engajamento em atividades evitadas anteriormente
Pessoas profundamente deprimidas tendem a evitar interações sociais e atividades.
Contudo, se algumas semanas após iniciar o tratamento, você notar que está aceitando convites sociais ou participando de atividades recreativas ou culturais que antes evitava, é um bom sinal.
Embora ainda não esteja plenamente ativo, esses pequenos passos demonstram que você avançou de onde estava.
Melhora nos padrões de sono
Melhorar o padrão de sono pode ser um indicador significativo de progresso.
Estudos indicam uma relação bidirecional entre um sono saudável e o bem-estar mental.
Dormir bem está associado a níveis reduzidos de depressão e ansiedade, enquanto uma melhoria no estado emocional pode levar a noites mais restauradoras.
As pessoas frequentemente relatam melhorias no sono quando começam a se sentir melhor emocionalmente.
No entanto, é importante considerar que diferentes antidepressivos podem afetar o sono de maneiras distintas.
Por exemplo, alguns podem melhorar a qualidade do sono, enquanto outros podem causar insônia ou interferir no sono REM.
Nesse sentido, seu médico pode sugerir a administração da medicação pela manhã para minimizar o impacto no seu padrão de sono.
Relacionamento interpessoal melhorado
Colegas e amigos que pareciam distantes durante a depressão podem tornar-se mais presentes e próximos após o início do tratamento.
É como se uma mudança magnética os aproximasse de você, evidenciando sinais positivos de sua melhora antes mesmo que você os perceba.
Avanço na psicoterapia
A psicoterapia pode dar resultados à medida que a medicação psiquiátrica alivia os sintomas.
Com essa melhora, os indivíduos conseguem engajar-se mais na terapia, alcançando uma autoconsciência e regulação emocional que antes pareciam inatingíveis.
Recuperação da esperança e fé
Sentimentos de desesperança e impotência são marcadores da depressão.
Indicativos de mudança incluem o estabelecimento de uma relação de confiança com um profissional de saúde e aumento da autoestima, que podem sinalizar uma reviravolta emocional.
Quanto tempo leva para um antidepressivo começar a fazer efeito?
Existem diversos tipos de antidepressivos, cada um direcionado a diferentes neurotransmissores.
Esses diferentes tipos também possuem seu próprio tempo para fazer efeito.
Três das categorias mais comuns são:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
Medicamentos como Lexapro, Prozac e Zoloft visam aumentar a disponibilidade do hormônio regulador do humor, a serotonina.
Geralmente, essa classe de medicamentos pode levar até seis semanas para demonstrar eficácia.
Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN)
Esses medicamentos, como Duloxetina, Venlafaxina e Levomilnaciprano, impedem a reabsorção de serotonina e norepinefrina, um neurotransmissor associado aos níveis de energia.
Caso não haja sinal de melhora após cerca de oito semanas utilizando um IRSN, é recomendado contatar o médico responsável, pois essa classe costuma apresentar efeitos colaterais mais graves.
Antidepressivos atípicos
Essa categoria abrange medicamentos que não se enquadram claramente em uma classificação específica devido à sua ação variada nos produtos químicos cerebrais.
Por exemplo, a bupropiona atua impedindo a reabsorção de dopamina.
Similarmente aos IRSN, os antidepressivos atípicos podem levar 8 semanas para começar a apresentar efeitos.
Quando um paciente não responde a um determinado medicamento, pode ser necessário considerar outro que afete um neurotransmissor diferente para obter resultados mais eficazes.
Antidepressivos tricíclicos (TCAs)
Os antidepressivos tricíclicos funcionam aumentando os níveis de neurotransmissores como serotonina e norepinefrina no cérebro.
Exemplos incluem a amitriptilina, nortriptilina e imipramina, e levam, em média, 6 semanas para que os pacientes percebam uma redução dos sintomas de depressão.
Embora os efeitos colaterais possam aparecer mais cedo, o alívio completo dos sintomas pode levar algumas semanas de uso contínuo na maioria das pessoas.
Antidepressivos tetracíclicos (ADT)
Os antidepressivos tetracíclicos são uma classe menos comum de medicamentos antidepressivos, como a mirtazapina.
Eles funcionam alterando os níveis de neurotransmissores no cérebro, aumentando a quantidade de serotonina e noradrenalina.
O tempo estimado para que o efeito terapêutico se manifeste varia de 2 a 4 semanas.
Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)
Os inibidores da monoaminoxidase são uma classe de antidepressivos mais antiga, embora menos prescrita hoje em dia devido às interações com alimentos e outros medicamentos, que podem resultar em efeitos colaterais graves.
Os inibidores da monoaminoxidase, como fenelzina e tranilcipromina, costumam levar de 3 a 6 semanas para produzir efeitos antidepressivos notáveis.
No entanto, além do período de ação, o uso desses medicamentos requer uma dieta específica para evitar interações perigosas com certos alimentos, o que pode complicar o tratamento.
O que pode cortar o efeito do antidepressivo?
Interações com alimentos ou outros medicamentos para diferentes condições de saúde podem afetar a efetividade dos antidepressivos.
Por exemplo, os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) têm interações graves com certos alimentos e medicamentos, exigindo cuidado na sua combinação com antidepressivos.
Combinar diferentes tipos de antidepressivos também pode aumentar o risco de efeitos colaterais e, por isso, requer orientação médica especializada.
Certos analgésicos, como tramadol ou opioides, quando usados em conjunto com antidepressivos, podem ter interações que causam desconforto ou reações adversas.
Medicamentos para ansiedade ou sono, como benzodiazepínicos, também potencializam os efeitos sedativos quando associados a antidepressivos.
Existem também os riscos de interação com anticoagulantes, aumentando o risco de sangramento.
Como posso monitorar a eficácia do antidepressivo?
Após o diagnóstico de depressão e início do tratamento, são os médicos que têm a responsabilidade de acompanhar de perto o estado clínico do paciente e quaisquer mudanças possíveis.
Hoje em dia, essa avaliação ocorre por meio de entrevistas realizadas no consultório.
Um aspecto crucial do tratamento é o acompanhamento não só do progresso do distúrbio, mas também da eficácia e da adesão ao tratamento.
No Brasil, as taxas de não adesão ao tratamento com antidepressivos variam de 29 a 40%.
Por essas razões, é necessário monitorar a eficácia do uso de antidepressivos, já que frequentemente são substituídos ao longo do tratamento.
Normalmente, um médico deve monitorar os pacientes dentro de duas semanas após o início de um novo antidepressivo para tratar a depressão.
No caso de indivíduos com risco de suicídio, a revisão deve ocorrer uma semana após o início do novo antidepressivo.
Embora os antidepressivos não possam curar a depressão, podem reduzir os sintomas.
O primeiro antidepressivo experimentado pode ser eficaz, mas se não aliviar os sintomas ou causar efeitos colaterais problemáticos, pode ser necessário tentar outro.
Ao monitorar a eficácia de um antidepressivo, seu profissional de saúde considerará:
- Seus sintomas específicos, já que a resposta dos antidepressivos varia para diferentes sintomas da depressão. Por exemplo, se você tiver problemas para dormir, um antidepressivo que cause sonolência pode ser uma opção vantajosa.
- Possíveis efeitos colaterais, que variam drasticamente. Efeitos colaterais como boca seca, náusea, ganho de peso ou problemas sexuais podem afetar a adesão e eficácia do tratamento.
O que fazer se o antidepressivo não parecer estar funcionando?
Um grande obstáculo no tratamento da depressão é o fato de que, embora os antidepressivos sejam uma opção eficaz, eles não funcionam em todas as pessoas com a condição.
Se você perceber que os sintomas depressivos não melhoraram, é hora de marcar uma consulta com seu médico.
Mesmo que você sinta que o antidepressivo não está surtindo efeito, é preciso continuar seguindo a prescrição até receber orientações diferentes do médico.
Talvez seja necessário um ajuste na dose ou uma diminuição gradual.
Em muitos casos, interromper abruptamente o uso de antidepressivos pode causar sintomas de abstinência, como:
- Dores de cabeça;
- Náusea;
- Problemas intestinais (diarreia ou constipação);
- Aumento da ansiedade;
- Ideias suicidas.
Em diversos casos, os sintomas podem melhorar e voltar semanas depois.
Os primeiros sinais de alerta de uma potencial recaída da depressão são os sintomas habituais que você costuma ter.
Esses sintomas variam de pessoa para pessoa, mas podem incluir:
- Mudanças de humor;
- Alterações no padrão de sono ou apetite;
- Redução do convívio social;
- Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
Caso os sintomas não melhorem, não se preocupe. Ajustar a dosagem ou mudar para outro antidepressivo geralmente resolve a situação.
Se você e seu médico já descartaram quaisquer fatores que possam interferir no seu tratamento atual, é possível que o médico troque para outro antidepressivo ou sugira o uso de um medicamento adicional.
O que devo conversar com meu médico durante o tratamento?
Não há uma abordagem de “tamanho único” para tratar a depressão e não existe nenhuma maneira de prever se um tratamento específico funcionará ou não para uma pessoa.
Portanto, o tratamento mais eficaz é encontrado através de um processo de acompanhamento e ajustes.
Mas para que estes ajustes sejam feitos, é preciso manter uma comunicação aberta com seu médico, compartilhando qualquer melhora nos sintomas ou persistência dos mesmos.
Também é importante discutir sobre sua adesão ao tratamento, se você está conseguindo seguir as orientações médicas ou se enfrenta alguma dificuldade nesse aspecto.
Adicionalmente, é válido abordar quaisquer mudanças em seu estilo de vida, como alterações na dieta, prática de exercícios físicos ou participação em terapias complementares.
Não hesite também em compartilhar dúvidas e preocupações com o médico.
Questões sobre o tratamento, expectativas ou modificações no plano terapêutico são relevantes para ajudar o médico a encontrar o melhor antidepressivo para você.
Os efeitos do antidepressivo são permanentes?
Pode ter havido um momento no passado em que você consultou seu médico sobre sintomas como alterações de humor, falta de interesse em atividades anteriormente apreciadas e cansaço.
Após diagnosticarem a depressão, você recebeu uma prescrição para tomar um antidepressivo e obteve melhora.
Contudo, após alguns anos mantendo a mesma dosagem e método de administração do antidepressivo, você começa a se sentir deprimido novamente.
Embora os antidepressivos possam ser úteis para controlar os sintomas da depressão, não representam uma solução milagrosa ou permanente.
Existe a possibilidade de um antidepressivo perder eficácia ao longo do tempo.
De fato, estudos indicam uma taxa de recaída em cerca de 30% por volta de dois anos para pessoas que estão em tratamento com antidepressivos.
No cérebro, informações, incluindo as relacionadas às emoções, são transmitidas entre os neurônios por meio de substâncias químicas chamadas neurotransmissores.
Podemos comparar os neurotransmissores a chaves que desbloqueiam receptores nos neurônios, permitindo a continuidade da comunicação.
Em condições ou doenças específicas, ocorrem disfunções nos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, norepinefrina, dopamina, entre outros.
Às vezes, a escassez de um ou mais neurotransmissores é o problema.
Em outras situações, o cérebro não os utiliza de maneira eficiente, ou há falhas nos receptores.
Os antidepressivos atuam alterando o funcionamento dos neurotransmissores, tornando-os mais acessíveis para garantir a transmissão adequada das mensagens.
No entanto, os efeitos promovidos por esses medicamentos não são definitivos, e a depressão pode voltar.
Muitos indivíduos com depressão continuam tomando antidepressivos mesmo após o alívio dos sintomas como parte de uma terapia de manutenção, visando reduzir a probabilidade de recaída.
Embora o número de pessoas recorrendo a essa terapia esteja aumentando, há escassez de estudos sobre a eficácia desse método na prevenção de recaídas a longo prazo.
É normal ter altos e baixos durante o tratamento com antidepressivos?
Quando se inicia um antidepressivo, o corpo leva tempo para se adaptar à medicação.
Durante esse período de adaptação, podem ocorrer efeitos colaterais temporários, como alterações de humor, náuseas ou dificuldades para dormir.
Além disso, encontrar a dose correta do medicamento pode ser um processo gradual.
Às vezes, a dose inicial pode não ser suficiente para aliviar completamente os sintomas, então ajustes na dosagem são feitos ao longo do tempo, o que pode causar flutuações no humor ou na sensação de bem-estar.
A própria natureza das condições tratadas, como a depressão, pode causar altos e baixos independentemente do tratamento.
Existem fatores externos também, como estresse, eventos de vida ou mudanças no ambiente, que podem afetar como você se sente, mesmo com o tratamento em andamento.
Diante disso, mantenha uma comunicação aberta com seu médico durante o tratamento.
Isso permite ajustes no plano de tratamento para lidar com essas variações.
Quando devo interromper o antidepressivo?
Geralmente, a finalização do tratamento com antidepressivos varia de acordo com a condição do paciente.
Em muitos casos, o tratamento é mantido por alguns meses após o desaparecimento dos sintomas para garantir a estabilidade e prevenir recaídas.
A interrupção de um antidepressivo deve ser feita sob a orientação e supervisão do médico.
Não é recomendado interromper abruptamente o uso do medicamento, pois isso pode levar a efeitos colaterais e até mesmo piorar os sintomas da condição que está sendo tratada.
O médico pode orientar um plano gradual para reduzir a dose ao longo do tempo, permitindo que o corpo se ajuste à diminuição do medicamento de forma mais segura.
Além disso, é importante entender que, em alguns casos, especialmente em casos de depressão recorrente, pode ser necessário manter o uso do antidepressivo até mesmo por anos para prevenir recaídas.
Posso combinar o antidepressivo com outras terapias?
É comum combinar o uso de antidepressivos com outras formas de terapia para tratar a depressão ou outros distúrbios.
Terapias complementares, como a psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental, terapia interpessoal, entre outras), exercícios físicos regulares, técnicas de relaxamento e mindfulness, podem ser incorporadas ao tratamento com antidepressivos.
A combinação dessas terapias pode ser altamente benéfica.
Por um lado, os antidepressivos tratam os sintomas físicos da depressão.
Por outro lado, a terapia oferece suporte emocional, ensina habilidades de enfrentamento e promove mudanças no pensamento e no comportamento.
No entanto, não é recomendado combinar antidepressivos sem a supervisão e orientação adequadas de profissionais de saúde.
Misturar diferentes medicamentos sem a devida orientação médica pode resultar em interações perigosas ou efeitos colaterais indesejados.
A Cannabis medicinal no tratamento da depressão
Apesar da preferência pelos antidepressivos de segunda geração em detrimento dos tricíclicos devido à sua melhor tolerância, os efeitos adversos persistem como um desafio.
Há uma taxa de descontinuidade muito grande entre os pacientes que usam antidepressivos.
Por conta disso, houve interesse em investigar novos alvos, como o sistema endocanabinoide.
Esse sistema consiste em receptores canabinoides, canabinoides endógenos e enzimas.
Ele também influencia a homeostase do corpo, afetando funções como sono, dor, humor, sistema imunológico e muito mais.
É amplamente reconhecido que o CBD, um dos principais canabinoides da Cannabis possui efeitos positivos no humor.
Ele atua predominantemente inibindo a degradação da anandamida, conhecida como molécula da felicidade.
Por ser agonista parcial do CB1, este canabinoide leva ao aumento dos níveis de anandamida e, consequentemente, à maior ativação dos receptores CB1.
Através do aumento da sinalização de receptores CB1 e CB2, os canabinoides têm sido considerados como possíveis agentes terapêuticos no tratamento da depressão.
Os receptores CB1, predominantes no cérebro, atuam regulando a liberação de neurotransmissores, especialmente o GABA e o glutamato.
Ambos os neurotransmissores estão intimamente ligados com a melhora de distúrbios de humor, como depressão e ansiedade.
Enquanto isso, os receptores CB2, encontrados no sistema nervoso central, participam da neuroproteção e regulação do comportamento emocional.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis no tratamento da depressão?
Os medicamentos antidepressivos geralmente requerem de duas a quatro semanas para apresentar um impacto significativo em pacientes com depressão.
Contudo, sua eficácia é limitada em diversos casos.
Portanto, a busca por novos tratamentos antidepressivos de ação rápida motivou cientistas brasileiros a estudarem novas opções de tratamento.
O estudo, liderado por Sâmia Regiane Lourenço Joca, professora da Escola de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP), no Brasil, constatou que uma única dose de canabidiol em ratos manifestando sintomas depressivos mostrou-se altamente eficaz.
Essa dose foi capaz de eliminar os sintomas no mesmo dia e manter benefícios por até uma semana.
Esses resultados corroboram com descobertas anteriores que apontavam o potencial do canabidiol no tratamento da depressão, tanto em modelos pré-clínicos quanto em seres humanos.
Como posso iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Quando a busca por alternativas naturais, como a Cannabis medicinal, surge como opção ao uso de antidepressivos, é preciso encontrar profissionais médicos habilitados para orientar nesse tratamento.
No Brasil, a escassez de médicos especializados na prescrição da Cannabis pode dificultar esse processo.
No entanto, o portal Cannabis & Saúde emerge como uma solução valiosa, conectando pacientes a uma rede com mais de 300 médicos prescritores.
Esta plataforma simplifica a busca por profissionais capacitados, oferecendo um caminho para iniciar um tratamento à base de Cannabis de forma segura e legal.
Agendar uma consulta através desse portal pode ser o primeiro passo para explorar os benefícios da Cannabis medicinal e obter orientação personalizada para necessidades de saúde específicas.
Portanto, se você deseja conhecer os benefícios da Cannabis e, possivelmente, iniciar uma jornada mais natural para o tratamento de condições médicas, clique aqui e marque uma consulta!
Conclusão
Identificar se um antidepressivo está fazendo efeito é parte do processo de tratamento da depressão.
No entanto, nem todos se adaptam a estes medicamentos.
Isso leva muitos indivíduos a buscarem alternativas, como a Cannabis medicinal, por considerarem a opção mais segura, com potencial de efeitos colaterais reduzidos.
A Cannabis se mostrou promissora para muitos pacientes, oferecendo um caminho alternativo e complementar aos antidepressivos tradicionais.
Sua natureza menos invasiva e menor incidência de efeitos adversos reforçam sua posição como um tratamento a ser considerado.
Se você ficou interessado, converse com os médicos experientes do portal Cannabis & Saúde para obter mais informações sobre este tipo de tratamento.