Neste conteúdo, você irá entender o que é o cânhamo industrial e quais os benefícios de seus derivados, tanto para saúde preventiva, quanto para o tratamento de doenças.
Você também irá ler sobre as questões legais envolvendo essa variedade da Cannabis e receber orientação sobre como ter acesso aos produtos à base de cânhamo.
O Cânhamo (Cannabis ruderalis), em inglês hemp ou cânhamo industrial são variedades das plantas do gênero Cannabis spp.
A fibra que se obtém destas plantas são de relevante valor industrial. Além de tecidos, o cânhamo é utilizado na fabricação de papel, cordas, alimentos (principalmente forragem animal) e para a fabricação de óleos, resinas e até cerveja e biocombustíveis.
Em muitos países, os limites máximos de concentração do psicoativo tetrahidrocanabinol (THC) no cânhamo são fixados por lei, o que estimula o cultivo de linhagens da planta com baixíssimo nível de THC, porém ricas em canabidiol, ou CBD, um componente rico em propriedades medicinais e sem efeitos psicotrópicos.
Nos Estados Unidos, o cultivo de cânhamo foi legalizado em nível federal em 2018 com limite de até 0,3% de THC. Já na União Europeia, esse percentual é de 0,2%. Hoje a China é a maior produtora de cânhamo do mundo, seguidos de França e Chile.
Devido a essa baixíssima concentração de THC, o cânhamo não causa os efeitos conhecidos da maconha. Já o óleo de cânhamo, ou óleo de semente de cânhamo, tem se tornado cada vez mais um remédio popular.
Pesquisadores afirmam que há evidências anedóticas suficientes para propriedades curativas, que vão desde melhorar a acne e tratar o câncer para retardar a progressão de doenças cardíacas e Alzheimer.
Os dados sugerem que o óleo de cânhamo pode ajudar em certos problemas de saúde, como inflamação e problemas de pele.
Isso ocorre principalmente por causa de seus ácidos graxos poli-insaturados essenciais (PUFAs), incluindo ômega-3 e ômega-6.
Os ácidos graxos, que obtemos dos alimentos, são vitais para o funcionamento normal de todos os sistemas do corpo.
O óleo de cânhamo contém ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 em uma proporção de 3:1, que se propõe ser a proporção ideal.
O óleo de cânhamo também é uma fonte rica em ácido gama linolênico (GLA), um tipo de ácido graxo ômega-6.
As vitaminas, minerais e nutrientes do cânhamo podem fornecer alguns benefícios significativos à saúde. Por exemplo, o óleo de cânhamo é rico em vitamina
E, que é útil para ajudar a manter o funcionamento do sistema imunológico. Ele também atua como um antioxidante, ajudando a reduzir os radicais livres que podem causar danos às células em seu corpo.
Conseguir gorduras saudáveis em quantidade suficiente na dieta é importante para manter o coração e o sistema cardiovascular saudáveis.
As sementes de cânhamo são ricas nessas gorduras, conhecidas por melhorar a saúde do coração, reduzindo o colesterol, a pressão arterial e os triglicerídeos. Adicionar óleo de cânhamo à dieta pode reduzir o risco de problemas cardíacos no futuro.
O óleo de cânhamo também é rico em ácido gama linolênico (GLA), que tem sido associado à redução dos sintomas de TPM. Pode ser que o GLA reduza o efeito do hormônio prolactina no corpo.
A prolactina é frequentemente identificada como a principal causa dos sintomas negativos da TPM, especialmente sensibilidade mamária, irritabilidade, distensão abdominal e depressão.
O óleo de semente de cânhamo pode ser uma ferramenta importante para ajudar a aliviar esses sintomas desagradáveis.
As fibras são essenciais para um sistema digestivo saudável, e as sementes de cânhamo inteiras são uma excelente fonte de fibras solúveis e insolúveis.
A fibra insolúvel ajuda a aumentar o volume das fezes e pode estar associada a um risco menor de câncer de intestino. Já a fibra solúvel atua como um probiótico e alimenta as bactérias “boas” que vivem em seus intestinos.
Em combinação, as fibras solúveis e insolúveis das sementes de cânhamo ajudam a manter o bom funcionamento do sistema digestivo e a prevenir várias condições comuns, como prisão de ventre, úlceras e hemorroidas.
A combinação de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 no cânhamo é boa para mais do que apenas o coração.
Os primeiros estudos sugerem que adicionar óleo de semente de cânhamo à dieta pode ajudar a aliviar os sintomas do eczema.
Estudos sugerem que o óleo das sementes de cânhamo ajuda a equilibrar os lipídios no sangue, reduzindo a secura e coceira da pele.
Embora mais estudos precisem ser feitos, substituir o óleo de semente de cânhamo por outros tipos de óleo em sua dieta pode ser uma maneira segura e fácil de reduzir a irritação da pele.
A importação de produtos derivados de cânhamo é legal no Brasil desde 2015, através de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Em 2020, a Anvisa reduziu a burocracia, sendo necessária apenas uma receita médica para que o paciente tenha essa autorização, que vale por 2 anos. Porém, o cultivo de cânhamo é proibido no Brasil.
Em 2021, deverá ser votado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 399/15. A proposta legaliza tanto o plantio de Cannabis para fins medicinais, como o cânhamo industrial. Segundo disse o presidente da Comissão da Cannabis ao portal Cannabis & Saúde, o PL deverá ser aprovado.
Segundo um estudo feito pela New Frontier Data em parceria com a The Green Hub, a legalização da erva para fim medicinal por parte do governo brasileiro resultaria em um total de R$ 959 mil com a venda legal de medicamentos a base de canabidiol nos 36 primeiros meses.
Se incluído o uso também no tratamento de dor crônica, o número atingiria por volta de 3,4 milhões de pacientes ao ano, movimentando o correspondente a R$ 4,7 bilhões na economia do país.
Os produtos feitos à base de cânhamo são ricos em canabidiol, um dos mais de cem canabinóides obtidos da Cannabis e certamente o mais conhecido da ciência.
Hoje novas pesquisas tem desvendado os potenciais terapêuticos do THC e outros canabinoides, como canabigerol e canabinol.
Porém, as principais pesquisas e oferta de medicamentos são com CBD. Ele tem sido estudado e utilizado em diversos tratamentos como:
Em doenças do sistema nervoso, a molécula auxilia no tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esquizofrenia, Parkinson, esclerose, epilepsia ou ansiedade.
Esta é a maior dificuldade hoje para pacientes em busca de tratamentos com derivados da Cannabis. Dos 500 mil médicos no Brasil hoje, pouco mais de dois mil já receitaram alguma medicação à base do vegetal.
Porém, cada vez mais pesquisas são produzidas no Brasil. O tema está cada vez mais presente na academia. Empresas também estão surgindo e auxiliando esses pacientes.
É o caso do portal Cannabis & Saúde, que conta com uma plataforma de conexão entre médicos prescritores e pacientes.
Já são mais de 150 profissionais cadastrados. Na plataforma, o paciente pode filtrar a busca por cidade, estado, especialidade médica e até mesmo o valor das consultas.
A compra de fármacos à base de CBD, desde que tenham sua venda permitida nos estabelecimentos brasileiros, é igual à de qualquer outro remédio controlado.
Desse modo, só é necessário comparecer ao local com duas vias da receita e fazer a aquisição normalmente – aqui é importante destacar que a farmácia vai reter uma das vias da prescrição.
No entanto, a oferta de CBD ainda é bastante restrita no Brasil, sendo o mais usual recorrer à importação de medicamentos.
Nesse caso, basta seguir o processo que detalhamos nos tópicos abaixo.
A aquisição de remédios à base de canabidiol começa na consulta médica, na qual o especialista indica o medicamento conforme as necessidades do paciente.
Tendo a receita em mãos, um comprovante de residência e identidade, o comprador deve acessar o site da Anvisa para envio da documentação e preenchimento de um formulário.
Uma vez que o pedido foi feito online, é só aguardar pela resposta do órgão de vigilância sanitária, que deve chegar no prazo de, aproximadamente, 10 dias, ou se o produto constar na lista de produtos pré-aprovados pela Anvisa, conforme RDC 570/21, pode ocorrer até no mesmo dia.
Se o retorno for positivo, a autorização de importação é emitida.
A compra de medicamentos de CBD, no Brasil, só é permitida para produtos administrados via oral ou nasal.
Ou seja, essa é uma determinação que deve ser observada ao importar fármacos à base de canabidiol.
Contudo, nem todos têm disponibilidade para lidar com os trâmites de um processo de importação de medicamentos. Por isso, a dica é perguntar para o seu médico o contato no Brasil da empresa que importa o produto que ele receitou. Normalmente estas empresas realizam todo o tramite de aprovação na Anvisa, importação, desembaraço e entrega do produto na casa do paciente.
Os produtos à base de cânhamo para fins medicinais têm se mostrado uma alternativa eficaz no tratamento de diversas doenças e com efeitos colaterais insignificantes.
Desde 2015 sua importação para fins medicinais é legal e é questão de tempo até a produção nacional ser legalizada, o que irá baratear o custo final desses óleos, pastas, balas e outras formas.
Porém, quem precisa de tratamento não pode esperar. E hoje já existem vários caminhos para o paciente ter acesso, sendo a importação o melhor caminho.
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