O mal de Parkinson é um dos distúrbios mais graves do sistema nervoso central.
Esta doença afeta o movimento em diversas partes do corpo, sendo mais comuns as alterações nos movimentos das mãos, podendo causar tremores, dificuldades em se movimentar, rigidez nos músculos, entre outros.
Em geral, o mal de Parkinson atinge principalmente as pessoas idosas, sendo que, quanto mais tardar o diagnóstico, maior a tendência da doença progredir com o passar dos anos.
No entanto, há casos mais raros em que pessoas mais jovens começam a sentir os sintomas da doença em faixas etárias menores.
Esse é o caso, por exemplo, do famoso ator norte-americano Michael J. Fox, que recebeu o diagnóstico da doença de Parkinson em 1991, com apenas 29 anos.
Desde então, Michael teve mudanças em sua rotina de ator, diminuindo a carga de trabalho e concentrando-se no tratamento.
Estima-se que o mal de Parkinson atinge cerca de 1% da população mundial. No Brasil, a doença atinge aproximadamente 200 mil pessoas de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Portanto, para conhecer um pouco mais sobre esta doença, como ela atinge o cérebro, o sistema nervoso e alguns dos tratamentos para mal de Parkinson, continue lendo!
A seguir, você aprenderá sobre:
- O que é a doença de Parkinson?
- Quais são as possíveis causas do mal de Parkinson?
- Sintomas e sinais do Mal de Parkinson
- Como o mal de Parkinson evolui? Conheça as fases da doença
- Como identificar a doença de Parkinson?
- Tratamentos para mal de Parkinson
- Quais os novos tratamentos para Parkinson?
- Canabidiol serve para Parkinson?
- Perguntas frequentes sobre a doença de Parkinson
O que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson (ou mal de Parkinson) é um dos principais distúrbios cerebrais e acomete, sobretudo, os idosos.
Os sintomas mais comuns do mal de Parkinson envolvem um nível elevado de tremores nas mãos, nos membros inferiores ou no corpo todo.
Com isso, dificuldades de equilíbrio ao andar e realizar tarefas simples são comuns na vida de uma pessoa com a doença.
Estudos com pacientes com mal de Parkinson demonstram que a doença é neurodegenerativa – ou seja, sua progressão no cérebro ocorre de forma gradativa, piorando conforme os anos passam.
Quando a doença de Parkinson está em estágios mais avançados, além das dificuldades já citadas, há também a presença de alterações mentais e comportamentais (pacientes mais agressivos e menos receptivos ao tratamento, por exemplo).
Há também o registro de problemas de sono, de autoestima e de memória, bem como fadiga em excesso e dificuldades em estabelecer comunicação por meio da fala.
Atualmente, a doença de Parkinson não tem cura e pode ocorrer em diversos estágios, de acordo com a progressão da doença, a saúde do paciente, bem como sua idade.
Entretanto, os tratamentos para mal de Parkinson evoluíram nos últimos 30 anos no sentido de devolver uma vida mais próxima do normal para os portadores dessa doença.
Diversas descobertas foram realizadas nos últimos anos nesse sentido, fazendo com que esperanças surjam para os pacientes através de medicamentos com menor efeito colateral e maiores benefícios a médio e longo prazo.
Quais são as possíveis causas do mal de Parkinson?
A maior parte das possíveis causas para o mal de Parkinson tem a ver com as células nervosas que estão presentes no cérebro (os neurônios).
Os neurônios têm como função principal a produção e liberação de importantes substâncias químicas cerebrais – entre elas, a adrenalina, o cortisol e a dopamina.
Cada uma dessas substâncias age no nosso cérebro sob alguma condição específica.
Por outro lado, os neurônios são células que inevitavelmente morrem e se decompõem com o passar do tempo.
Nesse sentido, quanto mais velhos ficamos, menos neurônios teremos. É algo natural e compreensível do processo de envelhecimento.
Entretanto, quando esse fenômeno acontece em uma área do cérebro que controla o movimento, há dificuldade também na produção de dopamina, causando os problemas de movimento comuns aos pacientes de Parkinson.
Pessoas que sofrem com o mal de Parkinson também têm problemas na produção de norepinefrina, outro mensageiro químico responsável pela regulação da frequência cardíaca e pressão arterial.
Isso explicaria o aparecimento de alguns problemas cardíacos e cardiovasculares em pacientes com a doença.
Existem alguns indícios de que o mal de Parkinson possa ser hereditário, embora isso não esteja comprovado cientificamente em sua totalidade.
Por outro lado, há estudos que vão de encontro com a teoria de que o mal de Parkinson tenha ligação com mutações genéticas específicas não herdadas dos pais.
Outros pesquisadores acreditam ainda que o mal de Parkinson esteja ligado a uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como a exposição a toxinas.
Fatores de risco para desenvolvimento de Parkinson
A maior parte dos fatores de risco ligados ao mal de Parkinson tem a ver com o avanço da idade do paciente.
Como dito anteriormente, embora haja casos em que o Parkinson se desenvolve em pacientes jovens, o mais comum é que o diagnóstico se dê em pacientes idosos.
Os homens são mais propensos a enfrentar a doença do que as mulheres.
A exposição a toxinas ou outros fatores ambientais pode elevar ligeiramente o risco de desenvolver a doença de Parkinson, mas esse risco é considerado baixo.
Os pesquisadores também observaram diversas mudanças no cérebro de pacientes com Parkinson, mas a causa exata dessas alterações permanece incerta.
Estas mudanças incluem principalmente a presença de corpos de Lewy.
Estes são aglomerados microscópicos de substâncias específicas encontradas dentro das células cerebrais, conhecidos como corpos de Lewy.
Os cientistas acreditam que esses corpos de Lewy podem ser indicativos cruciais da causa da doença de Parkinson.
Embora diversos componentes estejam presentes nos corpos de Lewy, a proteína alfa-sinucleína, também chamada de a-sinucleína, é considerada crucial no desenvolvimento da doença.
Essa proteína é encontrada em uma forma agregada nos corpos de Lewy, que as células não conseguem decompor.
Os cientistas detectaram a alfa-sinucleína agregada no líquido cerebrospinal de pessoas que posteriormente desenvolveram a doença de Parkinson.
Isso tem se tornado um ponto de foco relevante para a pesquisa na área.
Por fim, como dito no tópico anterior, a hereditariedade não é um fator relevante como causa do mal de Parkinson.
Entretanto, há casos em que há mais de uma pessoa da mesma família tenha a doença, o que pode ser um indício de sinais genéticos.
Sintomas e sinais do Mal de Parkinson
Os sintomas da doença de Parkinson podem variar de pessoa para pessoa, com sintomas iniciais frequentemente passando despercebidos.
Geralmente, eles começam em um lado do corpo e tendem a ser mais acentuados nesse lado, mesmo quando afetam ambos os lados. Esses sintomas englobam:
Tremor
Um tremor rítmico frequentemente tem início em um membro, como a mão ou os dedos, resultando em movimentos de pinça característicos.
Esse fenômeno pode ocorrer mesmo quando a mão está em repouso. O tremor pode diminuir durante atividades.
Movimento Lento (Bradicinesia)
Com o tempo, a doença de Parkinson pode reduzir a velocidade dos movimentos, tornando tarefas simples mais difíceis e demoradas.
Passos podem ficar mais curtos ao andar, e levantar-se de uma cadeira pode ser um desafio.
Arrastar ou arranhar os pés durante a caminhada também é comum.
Rigidez Muscular
A rigidez muscular pode afetar qualquer parte do corpo, muitas vezes causando desconforto e limitando a amplitude de movimento.
A postura pode se curvar, e quedas e desequilíbrios podem ocorrer devido à doença de Parkinson.
Perda de Movimentos Automáticos
Há uma tendência de diminuição na capacidade de realizar movimentos inconscientes, como piscar, sorrir ou balançar os braços durante a caminhada.
Mudanças na Fala
Alterações na fala podem incluir fala mais baixa ou rápida, hesitação antes de falar ou uma cadência mais monótona em comparação com os padrões normais de fala.
Como o Mal de Parkinson evolui? Conheça as fases da doença
Para que os pacientes de Mal de Parkinson, seus familiares e médicos saibam identificar em que nível está a doença, há uma escala de avaliação do estágio.
A Escala de Hoehn & Yahr é um dos principais instrumentos para a avaliação desses pacientes, pois cria um padrão que utiliza critérios bem especificados para entender o nível da doença e o impacto dela na vida do paciente.
Entender a evolução da doença em fases ajuda a promover um planejamento melhor para os familiares do paciente.
Também faz com que estes consigam entender sobre o avanço da doença e quais adaptações em suas tarefas e rotinas deverão ser feitas nos próximos meses ou anos.
Vamos ver quais são os 5 estágio da doença…
Estágio 1
No primeiro estágio da doença, não há problemas significativos na rotina do paciente.
Aqui, é mais comum que os problemas de movimento ocorram apenas em partes específicas do corpo (como as mãos) e apenas em um lado do corpo.
Entretanto, pode haver mudanças na postura ao caminhar, ao se sentar e nas expressões faciais, muito importantes na comunicação.
Estágio 2
Em seguida, no estágio 2, começa a haver de fato um aumento nas condições problemáticas do mal de Parkinson.
Apesar de conseguir manter uma rotina autônoma na maioria dos casos, pacientes do estágio 2 podem apresentar problemas para andar, com rigidez nos músculos e dificuldades para falar.
É muito comum que pessoas neste estágio de Parkinson já tenham uma diminuição no tom de voz.
Estágio 3
Nesse estágio, as coisas ficam ainda mais complicadas, com debilidades nas funções motoras e cognitivas do paciente.
Muitas pessoas nesse estágio de Parkinson já não conseguem se equilibrar sozinhas em pé e, com isso, dificuldades para andar são bastante sentidas.
Além disso, não há mais autonomia – é necessário ajuda para se alimentar ou se vestir.
A fisioterapia ajuda a diminuir estes efeitos, fazendo com que a pessoa tente aprender a lidar com a nova condição.
Estágio 4
Sem dúvidas, o estágio 4 é aquele em que o paciente começa a perder toda a sua autonomia e fica dependente de um cuidador ou parente próximo cuidando de si.
Tarefas simples do cotidiano como se levantar, escovar os dentes e comer demandam auxílio e a incapacidade fica mais clara.
Estágio 5
O mais grave estágio na escala de Hoehn e Yahr, representa o nível em que os portadores do Parkinson não conseguem mais se locomover, ficando normalmente em cadeiras de roda ou acamados.
Neste estágio, há alucinações, delírios e confusões mentais frequentes, que podem fazer com que cuidar dessas pessoas se torne uma tarefa muito mais complexa do que antes.
Como identificar a doença de Parkinson?
O mal de Parkinson é relativamente fácil de ser identificado.
Claro, nenhum sintoma deve ser analisado de forma isolada e a consulta a um médico especialista se faz necessária para confirmar a doença.
Atualmente, não há um teste específico para diagnosticar a doença de Parkinson. Um diagnóstico é feito por um médico treinado em condições do sistema nervoso, conhecido como neurologista.
O diagnóstico de Parkinson é baseado em seu histórico médico, uma revisão de seus sintomas e um exame neurológico e físico.
Nesse sentido, há 4 sintomas principais que aparecem logo nos primeiros estágios da doença de Parkinson:
- Presença de tremores (generalizados ou não);
- Rigidez nas pernas, braços, tronco e músculos;
- Redução da capacidade dos movimentos;
- Instabilidade na postura, tanto em pé quanto sentado.
Se há a presença de pelo menos três destes sintomas, há fortes indícios de que a causa seja o mal de Parkinson.
O médico também pode sugerir uma varredura de transportador de dopamina (DAT) específica por meio da tomografia computadorizada de emissão de fóton único (SPECT).
Embora essa recomendação possa auxiliar na suspeita de doença de Parkinson, o diagnóstico correto é, em última análise, determinado pelos seus sintomas e pelos resultados do exame neurológico.
Geralmente, a maioria das pessoas não necessita da varredura DAT.
Por outro lado, o médico pode pedir exames laboratoriais, como análises de sangue, para descartar outras condições que possam estar relacionadas aos seus sintomas.
Exames de imagem, como ressonância magnética, ultrassom cerebral e tomografias, também podem ser usados para descartar outros distúrbios, embora não sejam particularmente úteis no diagnóstico da doença de Parkinson.
Os profissionais de saúde também podem sugerir consultas regulares com neurologistas especializados em distúrbios do movimento para monitorar seus sintomas ao longo do tempo e, eventualmente, confirmar o diagnóstico de Parkinson.
Qual especialista faz o diagnóstico?
O diagnóstico para a doença de Parkinson pode ser feito por qualquer médico, inclusive clínico geral.
Entretanto, é necessário que um aprofundamento seja dado para que seja feita a realização de exames, avaliação do estágio da doença, bem como traçar as estratégias para o tratamento adequado da doença.
Nesse sentido, o especialista mais indicado é o neurologista, que estuda e trabalha em questões que tenham a ver com os distúrbios estruturais do sistema nervoso.
Com esta experiência, o neurologista poderá não só diagnosticar, como fazer o planejamento completo dos tratamentos de forma a melhorar a qualidade de vida do paciente.
O exame mais comum para a avaliação neurológica do paciente é o exame clínico, além da ressonância magnética, usado principalmente para que sejam descartadas outras doenças.
Tratamentos para mal de Parkinson
O mal de Parkinson se apresenta como uma doença crônica, isto é: algo que dura pela vida toda ou por boa parte dela.
Dessa forma, seus tratamentos foram desenvolvidos de modo a aliviar os sintomas ou retardar o progresso da doença, permitindo assim uma melhor qualidade de vida tanto para o paciente quanto para suas famílias.
Entretanto, a maior parte dos tratamentos envolve o uso de medicamentos que nem sempre são capazes de trazer benefícios quando usados em baixas concentrações ou por pouco tempo.
Por isso, é comum que o tratamento para mal de Parkinson já se inicie com doses mais fortes, que poderão ser ajustadas ou não de acordo com a necessidade.
Porém, os medicamentos para mal de Parkinson costumam apresentar um número elevado de incidência de efeitos colaterais, que podem superar seus benefícios.
Os efeitos podem acontecer de forma severa, prejudicando o tratamento e a forma com que o paciente convive com essa condição.
Por isso, vários estudos têm sido desenvolvidos para encontrar medicamentos e tratamentos menos agressivos para a doença de Parkinson nos últimos anos.
Quais os novos tratamentos para Parkinson?
Alguns tratamentos para mal de Parkinson modernos e menos agressivos têm sido desenvolvidos.
Assim, no mundo todo, novos métodos têm sido utilizados além das medicações convencionais.
Um exemplo disso é um procedimento cirúrgico realizado pela primeira vez no Brasil em agosto de 2021.
O Hospital Esperança Recife fez um implante do sistema neuromodulador para estimulação cerebral profunda.
O novo tratamento serve para pessoas as quais não sentem mais nenhum tipo de efeito benéfico ao utilizar os medicamentos convencionais.
Dessa forma, ao utilizar esse sistema, há uma melhoria na qualidade de vida do paciente.
Ele funciona como uma bateria e é capaz de manter a estimulação cerebral por até 15 anos, como uma espécie de marcapasso dando estímulos elétricos a regiões do cérebro que afetam a doença de Parkinson, reduzindo assim os seus sintomas.
Outros tratamentos têm sido estudados com base no mesmo conceito, utilizando estimulação elétrica.
No entanto, a maior parte desses tratamentos são experimentais e não estão disponíveis para todos os pacientes.
Por outro lado, há outros tratamentos que são usados como complementos para tratar o mal de Parkinson e podem beneficiar quase todas as pessoas que os utilizam.
Um desses tratamentos é o uso de Cannabis medicinal, e mais especificamente, o canabidiol.
Canabidiol serve para Parkinson?
O canabidiol é um dos mais de 400 compostos ativos da Cannabis.
Uma vez ingerido, este composto interage com receptores CB presentes em nossos corpos. Tudo isso é possível graças ao sistema endocanabinoide.
Ele possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem atuar na proteção dos neurônios na doença de Parkinson.
A morte dos neurônios ocorre possivelmente devido à inflamação anormal e ao estresse oxidativo significativo.
No entanto, as características neuroprotetoras do CBD, principalmente demonstradas em estudos até o momento, representam uma perspectiva inovadora.
O sistema endocanabinoide também pode interferir na regulação do movimento.
É evidente que as propriedades relaxantes musculares do CBD podem ajudar pacientes com doença de Parkinson.
Assim, o canabidiol pode ser um tratamento complementar (conhecido como adjuvante) junto com a L-Dopa, visando prolongar o período de eficácia ou reduzir os efeitos das variações de resposta à medicação.
O canabidiol também afeta o sistema dopaminérgico, embora o mecanismo exato ainda precise ser esclarecido, ele parece interagir principalmente com um receptor específico, o D2.
A influência do CBD nesse sistema é relevante, uma vez que a via dopaminérgica é a mais afetada na doença de Parkinson, e essa propriedade também pode ter implicações na função de memória.
Outra forma pela qual o canabidiol pode ajudar no Parkinson é através de sua interação com os receptores de serotonina, o que pode explicar em parte seus efeitos sobre o humor, sono e função digestiva em pacientes.
Os benefícios potenciais envolvem a prevenção, a desaceleração da doença e a ajuda de pessoas em estágios avançados, possivelmente aumentando a eficácia dos tratamentos de referência.
Estudos que indicam benefícios da Cannabis para tratar o mal de Parkinson
A utilização de substâncias à base de Cannabis têm sido apontada nos últimos anos como boas auxiliares no tratamento de diversas doenças neurológicas.
O estudo Cannabis in Parkinson’s Disease: The Patients’ View buscou através de relatos dos próprios pacientes o entendimento sobre a utilização da Cannabis medicinal para o tratamento do mal de Parkinson.
Dessa forma, houve uma análise de 1348 questionários onde pacientes com mal de Parkinson foram indagados sobre o uso da Cannabis em seus tratamentos de saúde.
51% dos pacientes sabiam sobre os benefícios da aplicação da Cannabis em forma medicinal, mas o uso da Cannabis era feito por apenas 8,4% deles.
Num geral, houve uma melhora dos sintomas em mais de 40% nas pessoas que utilizavam Cannabis medicinal no tratamento de Parkinson.
A maior parte dos sintomas que foram melhorados por esse tratamento incluía principalmente a redução das dores e cãibras musculares.
Além disso, mais de 20% dos pacientes que utilizavam Cannabis medicinal relataram melhoras na rigidez dos músculos, bem como nos tremores sentidos.
O mesmo percentual relatou ainda diminuições nos sintomas de depressão e ansiedade, bem como na síndrome das pernas inquietas.
Não houveram efeitos colaterais importantes relatados.
Ademais, a ingestão de CBD (canabidiol) para o tratamento de doença de Parkinson foi mais comumente citada do que o THC (aproximadamente 50% contra 35,4% entre os usuários de Cannabis medicinal).
Com a análise desses dados, o estudo aponta que a Cannabis medicinal pode ser uma opção terapêutica para muitos dos pacientes que sofrem com a doença de Parkinson.
Através dos estudos publicados até agora, podemos ver que canabinoides e outros produtos derivados das plantas do gênero Cannabis podem ser utilizados para a melhora de sintomas e condições como:
- Bradicinesia;
- Rigidez muscular;
- Tremores;
- Distúrbios do sono;
- Humor;
- Ansiedade;
- Psicose;
- Piora na qualidade de vida de uma forma geral.
Como é feito o tratamento por meio da Cannabis medicinal?
O tratamento para mal de Parkinson utilizando a Cannabis normalmente é feito de forma auxiliar/complementar, não substituindo as terapias convencionais.
É muito importante que o paciente (e sua família) entendam que o tratamento à base de Cannabis não suspende o uso de outros medicamentos ou atividades já indicadas pelo médico ou pela equipe de saúde.
Nesse sentido, a utilização de substâncias à base da Cannabis medicinal deve ser monitorada pelo médico responsável pelo tratamento.
É importante salientar que a maior parte dos estudos a respeito da Cannabis medicinal e suas substâncias apontam um nível muito baixo de efeitos colaterais, sobretudo quando compara-se à medicamentos convencionais.
Nesse sentido, a administração da Cannabis medicinal no âmbito dos tratamentos para mal de Parkinson pode trazer uma boa ajuda tanto a curto prazo, quanto mais adiante.
Qual a dosagem do canabidiol para Parkinson?
A resposta para esta pergunta é: depende.
Um estudo intitulado Safety and Tolerability of Cannabidiol in Parkinson Disease: An Open Label, Dose-Escalation Study avaliou o uso de um medicamento com alta concentração de CBD por 10 a 15 dias no tratamento da Doença de Parkinson, bem como a sua segurança e eficácia.
Este estudo aponta que o uso indiscriminado em altas doses de canabidiol pode ser prejudicial, ainda que o uso adequado do canabidiol se mostre eficaz no tratamento dos sintomas de Parkinson.
Nesse sentido, há uma recomendação de uso de doses mais moderadas dos medicamentos à base do canabidiol para obter os efeitos esperados.
Não há melhora dos sintomas devido ao aumento da concentração, ou seja, a eficácia não cresce com a dose.
Em todo caso, apenas um profissional de saúde pode determinar a dose ideal de canabidiol para um paciente.
Essa dose geralmente é prescrita com base em fatores como sintomas e gravidade da doença.
Quais os efeitos colaterais associados ao uso de canabidiol para Parkinson?
O CDB pode ter efeitos colaterais, como boca seca, hipotensão, diarreia, diminuição do apetite, alterações de humor, tonturas e sonolência.
No entanto, os efeitos secundários graves são raros e o canabidiol é seguro para a maioria das pessoas.
Relatos de pacientes que trataram o Mal de Parkinson à base de Cannabis
Hélio Gasparini, de 77 anos, sofre com o mal de Parkinson há mais de 12 anos.
Sempre realizou o seu tratamento de forma convencional, mas usava também medicamentos alopáticos comuns para a doença de forma complementar.
Como os resultados da terapia que utilizavam não trazia grandes resultados, ele e sua filha Regiane buscaram utilizar um tratamento à base de canabidiol.
Pouco mais de 2 meses após iniciar o tratamento, ambos já comemoraram as evoluções do paciente.
“Agora eu consigo assinar meu nome”, comemora Hélio.
Além disso, ele aponta que os tremores diminuíram bastante, assim como as dores na hora de dormir. “Sentia dor nas juntas, ficava virando na cama, não conseguia dormir”, recorda Gasparini. “Mas o canabidiol dá um relaxo no corpo.”
Tarefas cotidianas, que antes eram impossíveis, agora voltaram a ser uma realidade, como segurar um copo, deitar e levantar. “Eu também sinto diferença na hora de dirigir. Já estava me atrapalhando, mas hoje dirijo sem problemas.”
E os benefícios vão para além da diminuição dos tremores…
Leia o relato completo de Hélio Gasparini e sua filha clicando aqui!
Onde buscar ajuda para tratamento à base de Cannabis medicinal?
A utilização de medicamentos à base de canabidiol, THC, entre outras substâncias canábicas é totalmente legalizada de acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Nos últimos anos, as regulamentações nesse sentido têm sido cada vez mais simplificadas e a burocracia para a aquisição de medicamentos à base de Cannabis reduziu bastante em comparação ao que era há menos de uma década.
Isto é possível devido a algumas facilitações e mudanças regimentais nos últimos anos – sendo a RDC 660 a mais recente.
Esta regulamentação, entre outras coisas, fez com que os tratamentos para mal de Parkinson utilizando Cannabis medicinal fossem facilitados, bastando apenas uma prescrição por médico registrado no CRM.
Junto à receita, deve haver indicações explícitas sobre qual é a substância a ser utilizada no tratamento do paciente, bem como as dosagens e concentrações.
Porém, poucos médicos brasileiros têm experiência no tratamento de doenças com o uso de substâncias provenientes da planta Cannabis.
Por isso, encontrar um profissional que tenha experiência na prescrição de tratamentos canabinoides para mal de Parkinson nem sempre é fácil.
Então, para conectar pacientes a médicos com experiência em tratamentos canábicos, o Portal Cannabis & Saúde surgiu como uma plataforma exclusiva!
Aqui, você consegue realizar solicitações de consultas com médicos que já tenham tido experiência em tratamentos com base na Cannabis.
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Perguntas frequentes sobre a doença de Parkinson
Este tópico abordará as questões mais comuns que surgem quando se discute o Parkinson, oferecendo uma visão geral do que é a doença.
Abaixo estão algumas informações valiosas e dúvidas comuns sobre o Parkinson, para ajudar aqueles que convivem com a doença e seus familiares a compreender melhor essa condição complexa.
1. A doença de Parkinson afeta mais homens ou mulheres?
Evidências crescentes apontam para o sexo biológico como um fator importante no desenvolvimento e expressão fenotípica da doença de Parkinson (DP).
O risco de desenvolver DP é duas vezes maior em homens do que em mulheres, mas as mulheres têm uma taxa de mortalidade mais alta e uma progressão mais rápida da doença.
2. Os tremores são um sintoma universal?
Pessoas com doença de Parkinson produzem menos dopamina, o que pode fazer com que elas experimentem problemas relacionados ao movimento, como rigidez, lentidão de movimento, mau equilíbrio e tremores.
Baixos níveis de dopamina podem interromper a maneira como o cérebro processa o movimento, o que pode resultar em problemas de movimento.
Tremor é um dos principais sintomas da doença de Parkinson, juntamente com a lentidão de movimento e a rigidez.
Mas nem todo mundo vai sentir todos esses sintomas.
Ter um tremor também não significa necessariamente que você tenha Parkinson.
3. A doença de Parkinson leva à demência?
A maioria das pessoas com Parkinson começa a ter sintomas de movimento entre as idades de 50 e 85 anos, embora algumas pessoas tenham mostrado sinais mais cedo.
Até 80% das pessoas com Parkinson eventualmente desenvolvem demência.
O tempo médio desde o início dos problemas de movimento até o desenvolvimento da demência é de cerca de 10 anos.
4. Quais são os desafios emocionais enfrentados pelos pacientes?
Embora a doença de Parkinson seja classificada como um distúrbio do movimento, ela pode afetar as pessoas de maneiras diferentes.
As mudanças emocionais às vezes podem ser mais problemáticas do que as mudanças motoras e ter maior impacto no dia-a-dia.
Estas mudanças podem variar de depressão e ansiedade a alucinações, problemas de memória e demência.
Ansiedade e depressão são dois dos sintomas de saúde mental mais comuns que afetam pessoas com Parkinson.
Quase metade de todas as pessoas com Parkinson já experimentaram um desses problemas.
Eles podem ser desencadeados pelo estresse de receber um diagnóstico como o de Parkinson.
Os sintomas também podem ser desencadeados por mudanças físicas no cérebro causadas pela própria condição.
A dopamina, que é deficiente na doença de Parkinson, é usada pelo corpo para produzir adrenalina. A adrenalina precisa ser produzida para que o corpo lide com o estresse.
Isso explica por que as pessoas com Parkinson não têm níveis ideais de hormônios controladores de estresse (como adrenalina e cortisol) que são necessários para lidar com o estresse físico, mental ou emocional.
As fontes de estresse podem ser emocionais e/ou físicas, por exemplo, lidar com eventos da vida como perda ou luto no emprego, dificuldade em lidar com o trabalho ou tarefas do dia-a-dia.
O estresse também pode resultar da frustração com os ajustes ou limitações que a doença de Parkinson pode trazer à sua vida.
Todas essas causas são bastante compreensíveis, mas com a atitude certa, planejamento cuidadoso e ajustes no estilo de vida, muitas causas podem ser eliminadas ou seu impacto reduzido.
5. A doença de Parkinson é fatal?
A doença de Parkinson não é fatal, pois a condição em si não causa a morte.
No entanto, algumas complicações que surgem da doença de Parkinson, incluindo infecções e quedas, podem ser fatais.
Tratamentos e mudanças no estilo de vida podem ajudar as pessoas a gerenciar seus sintomas e reduzir o risco de complicações.
6. Qual é a perspectiva de vida de pessoas com Parkinson?
Os pacientes geralmente vivem entre 10 e 20 anos após o diagnóstico.
Também parece haver uma correlação entre a taxa de mortalidade e o gênero.
De acordo com vários estudos, a doença de Parkinson tem uma taxa de mortalidade mais alta entre as mulheres.
Conclusão
O mal de Parkinson está entre as doenças neurológicas que mais podem debilitar a qualidade de vida e a autonomia de uma pessoa idosa.
Quando a doença está em estágio mais avançado, tarefas simples como se levantar da cama, comer ou se trocar passam a ser extremamente difíceis de serem realizadas sozinhas.
Nesse sentido, o tratamento de Parkinson visa não só a diminuição dos efeitos e sintomas sentidos pelos pacientes, mas também o retardamento do progresso da doença.
Se a doença progride lentamente (ou se estagna em algum dos estágios), o planejamento familiar do idoso fica mais fácil, permitindo um melhor cuidado por parte das pessoas que o amam.
Por isso, verifique com o seu médico a possibilidade de iniciar um tratamento à base de canabidiol.
Um tratamento à base de canabidiol permite uma melhoria na qualidade de vida do paciente, fazendo com que tenham uma vida mais digna enquanto enfrenta a doença.