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Especialista em saúde mental integrativa, Andréa Toledo explica como a Cannabis ajuda no desmame de alopáticos e no tratamento psiquiátrico (mais…)

O psiquiatra Fernando Calderan começou a estudar a Cannabis medicinal para tratar o Parkinson de seu pai. Hoje, são seus pacientes que se beneficiam no cuidado com a saúde mental

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O médico Fausto Arantes dos Reis conta como vem mudando a vida de seus pacientes, e a sua própria, desde que conheceu a Cannabis medicinal

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Foi por acaso que a Cannabis medicinal entrou na rotina do neurologista Ibsen Thadeo Damiani. Um antigo paciente com um caso grave de Parkinson chegou sozinho para a consulta de rotina, algo que nunca acontecia. Fazia tempo que ambos buscavam alguma combinação de medicamentos, alguma dose específica, que servisse de tratamento. As altas dosagens, no entanto, se destacavam pelo acúmulo de efeitos colaterais. 

Naquele dia, em 2016, ele trazia algo de diferente. Um vidrinho marrom, sem rótulo nem nada, com um óleo que entregava algo que nenhum outro remédio conseguia. “Perguntei o que era aquilo e ele, rindo, disse que era Cannabis”, lembra Damiani. “Ele estava tendo ótimos resultados  Eu mantive os medicamentos e prescrevi.”

Neurologia e Cannabis

Diante da demanda do paciente, Ibsen começou a estudar. Professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, buscou na literatura médica informações sobre o uso da Cannabis no tratamento de diversas doenças neurológicas. Logo, mais e mais pacientes começaram a aparecer. 

“Uns três, quatro meses depois, vários chegaram em busca de tratamento com Cannabis. Fiquei sem entender de onde estava vindo todo esse povo”, conta. Seu nome foi parar em uma lista de médicos prescritores de Cannabis.

“No início eu tive uma preocupação que é errada, mas é também a de muitos médicos. De cair nas mãos de gente de má índole, e ser usado para conseguir acesso para fins não medicinais”, revela Damiani. 

“Só depois fui entender que, pela concentração baixa de THC, não tem esse risco. Esse medo de tomar um CBD e viciar. O CBD não dá vício, e o THC é mínimo. Não tem esse risco. É uma medicação.”

Redução de danos

Nos cinco anos em que já prescreve Cannabis medicinal, o neurologista viu benefício do uso em pacientes com dificuldade para dormir a epilepsia. “Usuários de maconha usam o óleo de CBD para se livrarem do vício.”

A possibilidade de substituir medicamentos com graves efeitos colaterais, ou associá-los ao canabidiol, com redução de dose e aumento de eficácia, é a principal vantagem do óleo de Cannabis, de acordo com o médico. 

“O CBD combina bem com o antidepressivo no tratamento de ansiedade. Mas, primeiro, vejo benefício no tratamento de demência. A redução do uso de medicamentos neurolépticos, como a quetiapina e a risperidona. São medicamentos que foram inventados para casos de esquizofrenia, e a gente usa para distúrbios de comportamento”, diz. “O uso contínuo leva a um efeito colateral que são como os sintomas do Parkinson. A pessoa começa a ficar travada, com tremores.” 

“É como uma bola de neve. O paciente vai tomando e traz mais efeitos colaterais, e mais remédios.”, continua Ibsen. “Uma alternativa a isso tudo é o CBD. É tão pouco tóxico que a experiência vale a pena. Claro que tem que acompanhar. Os possíveis efeitos colaterais, mas são mais leves e fáceis de lidar.”

Pacientes ficam mais ativos e sociáveis, e menos agressivos. Do ponto de vista terapêutico é uma vantagem muito grande. Do financeiro também.

“As pessoas tomam um monte de remédio, com um custo alto. Mesmo os de Cannabis que são importados acabam compensando quando substituem os outros. No tratamento de demência, o custo-benefício é muito alto”, atesta. “É uma mudança muito grande na qualidade de vida de todos. Dos parentes, cuidadores, todo mundo que vê o retorno, mesmo parcial, da pessoa que havia se perdido.”

O neurologista baiano Antonio Andrade faz de tudo: é professor, criador e editor da Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, youtuber, escritor, pesquisador, criador e presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia – Instituto do Cérebro (FNNIC) em Salvador. E, mais recentemente, entusiasta da Cannabis.

Há nove anos, ouviu jamaicanos falando em Paris sobre a planta. Em 2013, fez sua primeira prescrição e não parou mais: na FNNIC já atendeu mais de 500 pacientes com Cannabis, entre pacientes públicos e privados.

Carreira acadêmica

Formado em 1975, fez residência, pós-graduação e doutorado em neurologia. Passou dois  meses na França, deu aula sobre sua tese e dava cursos. Tinha a ideia de fundar uma cooperativa brasileira em neurologia. Na época, eram poucos médicos especializados, e Andrade sonhava em integrar serviços e profissionais num só local. Conheceu cooperativas na França e na Espanha, onde viu um centro comunitário de operadores de minas e associações de produtos agrícolas com financiamento, trabalhando em ótimas condições. Sua viagem, que tinha sido planejada para dois dias, durou quinze. “Saí craque no cooperativismo”, conta animado. 

Quando voltou a Salvador, em 1982, saiu em busca de colegas para montar sua fundação. Era chamado de doido, mas estava determinado. Vendeu o carro, contratou contador, advogado, alugou um consultório e uma casa. Organizou um simpósio de neuropatia e chamou médicos de todo o Brasil pois queria aglutinar os colegas: na época havia apenas 22 neurologistas na Bahia.

Depois dos investimentos, ia de ônibus visitar os pacientes e levou seis meses equilibrando as contas enquanto dava aulas. Em 1996, fundou sua revista científica, da qual é editor até hoje. 

“Coisa americana”

Sobre a Cannabis, Andrade ouviu falar em 2011 enquanto estava em sua última viagem à França. “Estou um dia sentado nas reuniões do hospital de neuropsiquiatria em Paris, e veio um grupo de jamaicanos apresentando a Cannabis”, diz. Com aquilo na cabeça, Andrade foi à biblioteca de Paris, pediu alguma literatura sobre o assunto, mas só encontrou histórias de drogas, “um ambiente pesado”. 

Estranhou, não podia ser só isso. Continuou suas pesquisas e, quando o Sativex foi lançado nos EUA, conseguiu mais informação, ouvia as pessoas falando. Conheceu o professor Elisaldo Carlini – “que era homem de laboratório, não era da clínica”, diz. Quando Carlini publicou o primeiro trabalho, Andrade leu e se espantou: “Rapaz, tem resposta”. 

Em 2013, animou-se a prescrever: seu primeiro paciente foi uma criança com epilepsia. Chamou o pai e fez a proposta para ele: “Tenho uma coisa interessante, existe um remédio que pode deixar o menino bom”. O pai, figura importante do interior, ficou arredio. “Que conversa é essa de óleo de maconha, tá louco”. Andrade respondeu que era “coisa americana”. Funcionou, foi como se a chancela estrangeira conferisse uma credibilidade de coisa boa. Sem problema financeiro, mandou buscar remédio no exterior. Há sete anos com as crises controladas, o menino pôde desmamar quatro dos cinco remédios que tomava e tem vida normal e cheia de realizações.

Depois desse caso, Andrade não parou mais. Começou a falar da Cannabis nas escolas, “quebrava o pau” em audiências municipais, em Brasília, no Youtube, no rádio e onde tivesse espaço. Tentou incluir a Cannabis como disciplina na faculdade e se associou à Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC) assim que soube da instituição. Durante os últimos sete anos, deu aulas sobre a planta em vários estados do Brasil e fez o primeiro estudo de meta análise sobre Cannabis. Está animado com a possibilidade de sair a lei que prevê a distribuição de Cannabis medicinal gratuita para população de Salvador.

Cannabis para todos

Além da militância pela divulgação do conhecimento sobre Cannabis e neurologia, seu trabalho é também dirigido à população mais carente. Na FNNIC, o atendimento é particular, privado, conveniado e gratuito. Há 27 anos, todos os sábados, a equipe atende gratuitamente em mutirão. Hoje, são 15 ambulatórios com produção científica em um setor só de Cannabis medicinal.

Agora são mais de 62 funcionários, convênios municipais, estaduais e federais, quatro casas, aparelhos de tomografia e eletroencefalograma, 12 neurologistas, 16 psicólogos, 10 neurocirurgiões, psiquiatras, neuropediatras, neurogeriatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos. “Somos referência nos congressos e vem gente de todo lugar”, diz satisfeito.

Andrade conta que eles têm 500 pacientes tomando Cannabis e convida quem quiser participar do seu projeto de acesso: “Venha pra cá porque aqui tem campo para todo mundo”.

 “A Cannabis é o futuro”, diz o neurologista que vai para a rua militar pela regulamentação da planta. “A gente tem que apoiar esse povo, é uma causa justa”, é o que diz sobre acesso a todos, inclusive os mais carentes que não podem pagar uma consulta. Andrade conta que já convenceu até pastor de igreja a usar, e o último sucesso foi a própria filha, também médica. Ela era cética e o conselho do pai foi que lesse sobre a Cannabis. Passado um tempo, voltaram a se falar e a filha se rendeu: “Ué, é bom mesmo, que coisa”.

Quando a jovem catarinense Bárbara Gaedtke se formou em veterinária em 2017, ela estava determinada a trabalhar com alimentação natural. Não tinha ainda interesse pela Cannabis medicinal. Porém, fazia uso recreativo e percebia que a ansiedade e enxaqueca desapareciam quando fumava.

A experiência pessoal mais os casos de uso medicinal fizeram com que ela pesquisasse para entender melhor como funcionava. Comprou e usou o óleo de Cannabis de uma associação, confirmando os efeitos positivos.

No primeiro semestre deste ano, fez o cursos online para poder começar a prescrever. Seu namorado e parceiro no perfil Vet.Hemp do Instagram, Edilson Meisen, não gostava de fumar e estava cético quanto ao tratamento, mas também fez os cursos. 

Gaedtke conta que, feitas as aulas, ele ainda estava desconfiado, achava difícil de acreditar que a planta servisse para tanta coisa. Como trabalham juntos, ele precisou ver os resultados na clínica para se convencer definitivamente. Hoje, ele se autodenomina “Testemunha de Cannabis”. 

Prática veterinária com Cannabis

A veterinária já tinha seus pacientes nutricionais, mas começou a receitar Cannabis para os mais antigos, principalmente os oncológicos. Tinha receio do que os tutores iam achar, e preferiu começar pelos mais apegados, que fariam de tudo pelos seus animais. Até hoje, percebe que quem vem atrás para consulta nutricional tem mais preconceito com tratamento com Cannabis.

“Costumam ter um pé atrás, medo de ser preso e de o cachorro ficar doidão”, conta. A outra parte, que chega por conta do perfil no Instagram e as parcerias com outras clínicas, já chega com mais informação e menos tabu.

Gaedtke ensina que a dosagem para animais varia tanto quanto para humanos: peso, resposta e patologia devem ser levados em consideração. Casos oncológicos demandam óleos mais concentrados, dor crônica mais leve, porcentagem mais baixa. As dosagens seguem o mesmo processo individualizado e com ajustes: “Na veterinária não tem um produto protocolar”, diz.

Patologias caninas e Cannabis

Sobre as patologias que trata, os casos mais comuns são os de epilepsia, que vêm inclusive por indicação de outras clínicas. São animais que tomam remédios como fenobarbital por muito tempo, são refratários e têm lesão hepática pelo uso prolongado.

Ela lamenta que a maioria dos casos seja de animais que já esgotaram as possibilidades tradicionais de tratamento. Só quando os pacientes vêm por sua página é que conseguem fazer o tratamento do início. Também tem vários casos de dores crônicas, geralmente polimedicados, oncológicos, cistite idiopática felina, sequelas de cinomose e ansiedade.  

Certa vez, teve um paciente com doença inflamatória intestinal gravíssima, um cachorro tratado com corticoides. Conseguiram retirar o alopático e fizeram a recuperação somente com Cannabis. “Os resultados são sempre positivos, até o momento nenhum paciente ficou sem resposta alguma”. Alguns têm pequenas melhoras, outros grandes avanços. Em geral, a qualidade de vida é a grande diferença: as doses dos alopáticos diminuem, o apetite e a alegria aumentam. “Eles ficam faceiros, é bonitinho”, comemora.

Bons resultados de Cannabis em animais

Um caso que marcou a veterinária foi o de um paciente em coma induzido porque não parava de convulsionar. Seguia assim já por três dias, internado em um hospital 24 horas, e a tutora pensava em eutanasiar. Foi chamada num domingo e foi ao socorro. Decidiram tirar o cão da sedação, já sabendo que o intervalo das convulsões era de 20 minutos.

Assim que o animal acordou, ela começou a dar o óleo. Esperaram uma hora e nada de convulsão. O buldogue francês, raça conhecida por ser esfomeada, comeu e logo depois começou a convulsionar. Gaedtke pingou mais algumas gotas. A convulsão foi esmaecendo até que parou e ele levantou para comer mais. “Todo mundo chorou, a resposta foi incrível”, diz. Depois disso, desmamaram todas as medicações alopáticas, o cãozinho está se tratando apenas com o óleo e está ótimo.

Ela sempre tenta fazer o desmame dos medicamentos. Quando o animal estabiliza e fica sem convulsões, vai tirando os remédios. Se as crises voltam, o remédio volta também, e fazem assim até que consigam um equilíbrio. Gaedtke comemora que até agora ela teve boas respostas em todos os tratamentos que fez com Cannabis.

Para gatos, a resposta é ainda mais individualizada. Enquanto alguns apresentaram hipersensibilidade, há casos de patologias semelhantes que tiveram resposta completamente diferente. Gaedtke ajusta dose, concentração e proporção do óleo para cada caso: “O tutor de gato sabe que eles têm particularidades e entendem os ajustes”, diz.

Meisen, a “testemunha de Cannabis” atende animais silvestres. Já tratou um coelho e um bugio (espécie de macaco), ambos com dores crônicas e teve bons resultados. O casal vai tratar aves de um viveiro com problemas de ansiedade, que expressam arrancando as próprias penas. 

Dos animais para a família

Apesar de tantos sucessos, Gaedtke faz o uso da Cannabis sem saber se pode ou se não pode. “Hoje estamos num limbo”, lamenta. O órgão que regulamenta os produtos usados pela classe não se posicionou sobre o uso da planta. A Anvisa autoriza o uso do Mevatyl para humanos, mas não cita o uso veterinário. Os conselhos regionais de medicina veterinária permitem em alguns estados, mas nunca apoiam ostensivamente o uso. 

Depois de tantos casos de sucesso e pacientes beneficiados, Gaedtke incentiva ao máximo que quem tenha indicação para seu animal de estimação se informe e tire o preconceito de uma vez. Essa pode ser a forma para animar também os veterinários a prescreverem. Os motivos para a resistência vão da falta de informação, passando pelo medo de estarem fora da lei até o alto custo dos óleos.

De família alemã tradicional e cheia de tabus, ela vivia convidando a avó para fumar um baseado. Divertida, conta que a avó não gostava. Mas ela voltava e comentava sobre as histórias de sucesso, ansiosa para melhorar a pressão alta e a dor crônica da idosa. “Tá, marca uma consulta que eu uso”, a avó finalmente respondeu. Cannabis prescrita, passou a usar com bons resultados.

Aos poucos, a veterinária conseguiu convencer toda a família: a mãe usa para insônia, a sogra para dor no pulso que não a deixava dormir. Depois dos cursos e dos sucessos, Gaedtke se animou a convencer a família e assumir para todo mundo que usava Cannabis. Ela conta que o pai foi o mais resistente. Sua estratégia foi comprar o óleo, colocar na mesa e falar para tomar. “Se não tomar, você me deve R$300”, desafiou. Como não queria ficar no prejuízo, tomou. Durante algumas semanas, nenhuma notícia do pai. Afinal, vinte dias depois, ele cedeu e ligou para a filha: “parece que esse óleo funciona mesmo”.

O mineiro Cristiano Fernandes trabalha no Centro de Combate ao Câncer em São Paulo. Lá, o hematologista trata pacientes com cânceres de sangue, como leucemias e linfomas. 

Com mestrado em genética e bioquímica, a hematologia foi a área mais abrangente nestes dois temas, e por isso, sua escolha de trabalho. O especialista trata de doenças não oncológicas como anemia e queda de plaquetas e também de cânceres hematológicos como leucemias e linfomas. Na clínica, ele trata destes últimos, e seus colegas oncologistas dos cânceres sólidos.

Cannabis não é balela

Por sua abordagem científica e cartesiana, Fernandes recebeu o convite do dono da clínica Cid Gusmão, diretor médico da OnixCann, para estudar Cannabis medicinal.

No final de 2018, começou seus estudos. Antes, só tinha ouvido falar. Não tinha preconceito, mas, por não conhecer, tinha restrições. “Hoje não tem mais desculpa para não conhecer as coisas. A internet é a janela do mundo”. 

Pesquisou revistas científicas como a The New England Journal of Medicine e encontrou um artigo com duplo cego randomizado sobre epilepsia refratária tratada com Cannabis com sucesso. A seriedade e robustez da pesquisa, aliados ao prestígio da publicação, chamaram sua atenção. “Cannabis não era balela”, foi a conclusão que chegou na época. 

Com mais informação, viu as patologias passíveis de tratamento, conheceu as pesquisas de Elisaldo Carlini no Brasil, as de Raphael Mechoulam em Israel. Comprovou que a quantidade e a qualidade das publicações em revistas importantes estavam longe de ser desprezíveis. Com esta visão mais contundente, seguiu estudando a legislação brasileira, os termos da Anvisa e os parâmetros exigidos por aqui. E especializou seu olhar para os vários estudos oncológicos com melhoras em todos os parâmetros de qualidade de vida. 

Mas Fernandes ressalta que, por enquanto, a Cannabis não se presta a tratamento do câncer: só há estudos pré-clínicos, ainda não transponíveis para o ser humano. Apesar de promissores, o papel cientificamente aceito e consagrado da Cannabis é somente para tratar os sintomas do câncer, bem como os efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais como quimioterapia. 

Para doenças sem cura como alguns tipos de câncer, Alzheimer, Parkinson, autismo, epilepsia refratária, se não pode promover cura, promove qualidade de vida. “A Cannabis entra na falta de medicação nessa área”, diz. Fernandes lembra que um cenário maior que o curativo é o de paliação, que é extremamente importante e para o qual a medicina nunca teve grandes medicações.

Conhecimento clínico

No Centro de Combate ao Câncer, os médicos começaram a usar a Cannabis, permitindo maior conhecimento clínico, sempre com foco oncológico, para tratamento de dor, náusea e vômitos, perda de apetite e bem-estar em geral. Fernandes diz que os tratamentos oncológicos na hematologia não têm muitos efeitos colaterais, sendo bem tolerados. “A quimioterapia é agressiva, mas não tanto quanto a doença”, diz. 

Seus pacientes são os da clínica ou referenciados por colegas, já buscando a prescrição de Cannabis. As indicações mais comuns são as dores neuropáticas do câncer, com o intuito de melhorar o sono, reduzir a dor e a ansiedade. Na consulta, ele levanta todos os exames, o quadro do paciente e analisa a possibilidade da indicação. 

“Não é todo paciente que se beneficia”, diz, lembrando que dores que não sejam neuropáticas não costumam responder tão bem. Seu exemplo é o da dor nociceptiva, a de lesão a algum órgão ou estrutura, como uma topada na canela ou uma martelada no dedo. Nestes casos, a dor guarda uma correlação direta com estrutura lesada, e portanto o tratamento com Cannabis pode não ser o melhor. Já a dor neuropática não tem necessariamente correlação com uma estrutura específica, é uma mudança na condução nervosa ou percepção da dor – aí a Cannabis tem bons resultados.

Indicação bem pensada

“Praticamente todos os pacientes querem fazer uso da Cannabis e às vezes precisa pontuar para não frustrar o paciente”, explica. Fernandes conta que muitos pacientes chegam querendo tratar o câncer com Cannabis, e precisam ser informados que não é o tratamento mais indicado. “O paciente mais consciente do que pode esperar tem melhor resposta”, pondera. 

Sempre atento à comprovação científica, ele diz que a literatura ainda carece muito de comprovação quanto ao uso tópico de Cannabis. Parece ser uma via promissora, já que os canabinóides são moléculas de estrutura lipídica, o que aponta que seriam facilmente absorvidos pela pele. Por ainda não haver trabalhos importantes com rigor científico, este seria um exemplo de uso que ele não recomenda. “Não pode transferir estudos em animais ou células para seres humanos. Precisa de pesquisas. Precisamos ter paciência e correr atrás”, diz o cientista. 

Para Fernandes, “preconceito é fruto de ignorância”. Seu ceticismo foi bom porque o fez buscar conhecimento pontuado em reprodutibilidade (condição que discerne o caráter científico de um estudo). “É preciso rever o que se conhece sobre um assunto. Quando se conhece sobre ele, o preconceito desaparece”.

A Cannabis ainda não é um medicamento de primeira indicação, porque ainda não existem comparativos de fase 3, feitos entre medicamentos já consagrados. “A Cannabis ainda não chegou nesse ponto da história, mas vai chegar”. Fernandes acredita, por exemplo, que o próximo passo é a inclusão da planta como anticonvulsivante no rol de medicamentos de uso habitual. 

Comprovação científica

Depois do conhecimento acadêmico e clínico, ele participou da montagem do curso da OnixCann com a Inspirali sobre Cannabis medicinal. O primeiro módulo traz informações sobre legislação, história da planta e noções básicas. O segundo, de indicações para tratamentos, que Fernandes pesquisou a fundo como professor e coordenador. 

As aplicações com comprovação científica, isto é, com pesquisas clínicas robustas são dor oncológica, náusea e vômitos decorrentes da quimioterapia, espasticidade relacionada a esclerose múltipla, caquexia e anorexia. Epilepsia tem dois estudos duplo cego randomizados em andamento, e será a próxima doença a entrar no rol de aplicações irrefutáveis, segundo Fernandes.

Ele ainda aponta para as doenças com tratamentos promissores com base nas pesquisas existentes pelo mundo: depressão, ansiedade e controle de dores neuropáticas. O destaque é para a ansiedade, considerada o mal do século e que afeta cada vez mais pessoas no Brasil e no mundo. As medicações disponíveis para o tratamento costumam ser fortes e com efeitos colaterais importantes. E a dor neuropática, que carece de medicações  efetivas.

>>> Procurando por um médico prescritor de Cannabis medicinal? Temos grandes nomes da medicina canabinoide para indicar.

A carioca Paula Fabrício já nasceu na psiquiatria. Seus avós eram funcionários da Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, onde médicos, enfermeiros e a família dela viviam com os internos. Esse modelo inclusivo era proposto pelo psiquiatra que emprestou seu nome ao local e é considerado o fundador da disciplina psiquiátrica no Brasil. Graduada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a única vontade era participar das aulas de psiquiatria, onde se encontrava.

Inspirada pela psiquiatra Nise da Silveira, fez residência no Instituto Municipal Philippe Pinel, também no Rio de Janeiro. Durante sua formação, a Cannabis só era mencionada na área de dependência química, e não como uso medicinal.

Fabrício descobriu com os colegas de biologia a existência do sistema endocanabinoide e da estrutura do THC. Mas só voltou a estudar o tema, em 2018, quando a mãe de um paciente quis saber sobre os tratamentos com Cannabis para transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDHA). O interesse voltou.

Fabrício conhecia a diretora da Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis medicinal (APEPI) Margarete Brito, pois seus filhos tinham estudado juntos. Foi visitar a amiga e saiu com um convite para o seminário da Apepi com a Fiocruz no Museu do Amanhã. Lá, conheceu Eduardo Faveret, um dos precursores em prescrição de Cannabis medicinal e pediu para acompanhar suas consultas para aprender sobre o assunto.

Psiquiatria negacionista

Fabrício se impressionou com o volume e qualidade do que já havia sido estudado sobre Cannabis medicinal. Mais do que isso: queria conhecer mais o papel do psiquiatra Pedro Pernambuco Filho na introdução da Cannabis na lista de substâncias controladas no Brasil. 

Logo depois do seminário da APEPI, foi a um debate sobre Cannabis no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ). Lá, dois psiquiatras eram contrários à regulamentação do uso medicinal. O argumento era que o usuário de Cannabis deveria ser internado, e que qualquer tipo de regulamentação ou legalização traria consequências desastrosas: aumento de acidentes, a diminuição da percepção do risco da substância e que simplesmente não existia maconha medicinal.

Do outro lado, estavam Eduardo Faveret e Orlando Zaconne, o primeiro falando da parte medicinal, o segundo em segurança pública. 

Cada vez mais atraída pelo papel dos psiquiatras nas discussões sobre Cannabis, surgiram dois caminhos naturais para seguir: a prescrição e a pesquisa. Na Fiocruz, Fabrício mudou seu tema de mestrado para “Os discursos da Psiquiatria sobre a Maconha no Brasil”.

Tratamento pela autonomia 

Aprendeu a prescrever com Faveret e outros colegas mais experientes. Ainda citando a influência de Nise da Silveira, Fabrício tenta pautar seus tratamentos no empoderamento e independência dos pacientes. “A dra. Nise foi revolucionária, dando voz a eles. A psiquiatria é um campo que, por muitas vezes, restringe a autonomia da pessoa”, conta.

Faz um paralelo com a própria história dessa especialidade e a forma com que as terapêuticas foram implementadas: com muita violência, onde o paciente não era ouvido. Feliz em ter seguido sua mentora, diz: “Quanto mais autonomia eu tinha, mais autonomia eu dava ao paciente”. 

O caso de um paciente ansioso com vários diagnósticos psiquiátricos é exemplo disso. Ele chegou a seu consultório com o próprio esquema terapêutico montado. Depois de passar por quadros psicóticos, alopáticos e efeitos adversos, o paciente encontrou a Cannabis, não se deu bem com um óleo importado prescrito por outro psiquiatra e começou a cultivar. Depois de testar e estudar, encontrou sua cepa, sua dose e conquistou seu equilíbrio. 

“Cara, você contraria até o que a gente sabe”, Fabrício disse ao paciente, que só a consulta para acompanhar. A independência dele é até financeira: ganhou o habeas corpus para cultivar seu próprio remédio legalmente. Apesar disso, a psiquiatra conta que ele é assíduo e se comprometeu a procurá-la caso tivesse algum problema. “É um tratamento de autonomia”, ela reforça, pontuando que tem uma lógica inversa ao tratamento tradicional, onde o médico tem um certo poder sobre o paciente. 

“Adoro dar alta”

Fabrício também trabalha com alopatia, mas confessa que mesmo antes da Cannabis já preferia desmamar remédios do que prescrever. Seus pacientes também estão na mesma sintonia e cada vez mais pedem para tirar os alopáticos e tentar alternativas. Nesse contexto, a Cannabis ajuda muito. “Às vezes, vejo paciente tomando remédio por 20, 30 anos sem necessidade”, conta. Por isso, quando faz a primeira consulta, se não for um caso de muita complexidade, já conversa sobre o início, o decorrer e o fim do tratamento.

“Adoro dar alta”, diz sorrindo. Com esse plano de trabalho, há pacientes que têm alta antes, outros pedem um pouco mais, e têm a autonomia para isso. No final, Fabrício deixa o paciente à vontade para voltar se precisar.

Sobre essa autonomia, ela aponta a medicação apenas como um dos instrumentos, e não o principal. Terapia, atividade física, organização da própria vida, entender os próprios processos, estabelecer uma melhor qualidade de vida são fundamentais. Por isso, seu plano conta com os períodos de introdução, avaliação e desmame dos remédios. Mesmo a psiquiatria recomendando um mínimo de um ano de tratamento em média para os antidepressivos, ela prefere levar em consideração os efeitos adversos. Se o paciente estiver bem, é uma questão de acompanhamento e eles tentam o desmame.

Ensinar e aprender

Fabrício está trabalhando em duas novas pós-graduações sobre Cannabis medicinal multiprofissional para 2021. O mestrado também será concluído no ano que vem, o que a traz de volta à questão central de seus estudos: “Os Discursos da Psiquiatria sobre a Maconha no Brasil”. Ela quer destacar a discussão sobre o porquê de a psiquiatria ser tão discrepante e negacionista com a Cannabis, mesmo com todo mundo falando a respeito. Levando em consideração que a maconha não seja panaceia e que é necessário considerar riscos e redução de danos, quem fala de uso medicinal já tem isso em mente.  “Além do conhecimento, precisamos transcender. A Cannabis é uma medicina muito complexa e a clínica mostra grandes benefícios”, diz, lembrando da importância de se pensar o posicionamento da psiquiatria para avaliar esses discursos.

Resistência

Recentemente, Fabrício soube de um caso em que um filho de paciente pediu para tratar a mãe com Cannabis e ouviu do médico que ele estaria “matando a mãe”: mesmo assim ela acabou tendo o tratamento e obteve ótimos resultados. Histórias como essas servem para ilustrar o preconceito na psiquiatria. Talvez o exemplo mais forte seja o Decálogo da Maconha, documento publicado em 2019 negando a maconha medicinal e que foi produzido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Mesmo fazendo parte de uma especialidade ainda tão resistente aos tratamentos com Cannabis, Fabrício se alegra por ter contado com mestres que moldaram sua clínica. Seu orientador de mestrado foi Paulo Amarante, um dos pioneiros pela reforma psiquiátrica, com o seminário “A epidemia das drogas psiquiátricas”. Nise da Silveira emprestou  um olhar diferente à psiquiatria e aos pacientes.

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O neuropediatra santista Marco Roque começou a ler artigos sobre Cannabis em 2015. Na época, eram estudos incipientes de um tema ainda cheio de tabus – muitos pais e médicos tinham receio de que causasse dependência.

No ano seguinte, os pais de uma criança com paralisia cerebral e epilepsia de difícil controle pediram a Roque um tratamento com Cannabis. Foi ele quando ele voltou sua atenção ao tema. Encaminhou o paciente para uma colega especializada em epilepsia, que prescreveu CBD isolado.  Quando soube dos resultados positivos, ficou animado a retomar os estudos. 

O primeiro passo foi conferir sites americanos especializados, trabalhos científicos e literatura médica, além de participar de congressos, aulas e lives. Ao mesmo tempo, começou a avaliar as questões práticas envolvidas em usar aquela alternativa nos lugares onde atendia. Roque clinicava em São Paulo no serviço de neurologia infantil dos hospitais Santa Joana, Pró Matre, Santa Maria e no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus e também fazia avaliações na UTI pediátrica do Hospital Abreu Sodré da AACD. Em todos lugares, teria que considerar a burocracia e o fato de que os únicos óleos legalizados existentes serem os isolados importados.

Nem sempre há indicação

Entre 2016 e 2018, tratou sete pacientes com CBD isolado e controlou as crises em três deles. Os demais, por mais que mudasse as doses, não apresentaram resultados e ainda tiveram efeitos colaterais como sonolência, irritabilidade excessiva e constipação. Mesmo trocando formulação e dose, não obtiveram o resultado esperado. Roque lamenta que um dos três pacientes de sucesso teve que suspender o tratamento por causa do alto custo e por não ter conseguido judicializar o tratamento. 

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Atendendo todos os tipos de pacientes neurológicos, apenas 10% têm indicação para tratamentos com Cannabis. Parte deles têm ou epilepsias de difícil controle ou se enquadram no espectro autista. Desses pacientes, 30% apresentaram bons resultados, como a diminuição do número e frequência de crises epilépticas, melhora da atenção, da concentração, e dos períodos de irritabilidade e agressividade. 

Religião e preconceito 

Roque conta que a maior parte de seus pacientes tratados com Cannabis vêm referenciados por colegas. Começa com uma anamnese detalhada, faz exame neurológico, investigação laboratorial e genética para compreender o que levou ao quadro da epilepsia ou espectro autista. Este painel ajuda o médico a escolher os tratamentos. “O tipo de fármaco vai depender das crises e da doença de base”, diz. 

Sempre começa com drogas tradicionais, de acordo com os sintomas. Quando não consegue o controle associando drogas, ou recorrendo a altas doses, aborda os pais para o uso da Cannabis. Mas muitos pais ainda têm medo. Ele orienta, sugere a leitura de artigos, que eles conversem com outros profissionais.

A religião é um dos impeditivos com que mais se depara, e lembra de um caso em que os pais aceitaram o tratamento, mas o pastor da igreja que frequentavam não. Passou um ano argumentando com os pais relutantes. Com dezenas de convulsões, o desenvolvimento do menino se deteriorava e Roque pedia que os pais não negassem tratamento em nome da fé. “Ainda tem muita discriminação por causa da droga. Eles não entendem que são vários componentes da Cannabis, o que fazemos é introduzir os derivados da planta”, diz. 

Preço e burocracia dificultam acesso 

O preconceito é apenas um dos motivos que levam Roque a nunca prescrever a Cannabis como a primeira abordagem. “Já temos medicação ideal para controle a preço acessível e poucos efeitos colaterais. O custo da Cannabis é proibitivo”, complementa. Os óleos de associações têm preços mais acessíveis, mas são poucas as que têm qualidade e proporções garantidas.

Como também atende no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, ele diz que quase nunca receita Cannabis a pacientes de baixa renda. “O serviço público não facilita o acesso para terapias ainda não reconhecidas no rol de procedimentos”, diz. São raras as mães que conseguem o produto, seja judicializando, seja por associações. Para ser usada no serviço público, precisaria haver protocolos para cada uma das doenças onde tem aplicação.

Apesar disso, Roque acredita que seja questão de tempo para que a Cannabis entre no SUS como medicamento de alto custo, mas lembra que o problema são as várias apresentações encontradas hoje no mercado: cada produtor e laboratório tem suas próprias apresentações diferentes. “O grande limitador é a falta de padronização. No SUS, o médico está restrito aos medicamentos que constam da lista”, diz. Sabendo das restrições, seus pacientes fazem outros tratamentos como dieta cetogênica e os padronizados com remédios alopáticos.  

Apesar de perceber que os profissionais de saúde estejam perdendo o medo da Cannabis, ele acredita que a falta de adesão se deve hoje mais por falta de conhecimento do que por preconceito. Do lado do paciente, a questão socioeconômica é a que mais dificulta. “Eles tentam a judicialização e muitos não conseguem. Precisam ir à defensoria pública, apresentar documentos para que o juiz, que é leigo, entenda a parte médica. “A briga é grande porque o custo é alto”, diz. 

Falta de padronização 

Foi nesse movimento que Roque conheceu Neide Martins, mãe de Victor, um caso que ganhou grande repercussão a partir de uma matéria publicada em outubro deste ano no portal Cannabis & Saúde. Sexto neurologista consultado pela família, a mãe já chegou em seu consultório usando Cannabis importada e querendo judicializar. Roque lembra que avisou: “Tem burocracia, vocês estão dispostos?”. Era 2016, quando o processo era moroso e burocrático. Roque preparou os laudos, preocupado em justificar ao juiz o motivo de Victor estar tomando a Cannabis. Era importante que entendessem a gravidade do quadro e a necessidade daquele remédio específico. 

Deram entrada no processo e esperaram cerca de 30 dias. A Anvisa ainda pediu mais documentos, eles enviaram e tiveram que esperar mais um mês. Cada tipo específico de produto exige um processo diferente. Se o paciente tiver que mudar o óleo em caso de ajustes que normalmente acontecem, um novo processo tem que ser aberto. 

Roque acredita que, em até cinco anos, haverá algum tipo de padronização. Pelo menos dois tipos de produtos, como CBD isolado e outro com algum teor de THC. Só assim os processos judiciais ou mesmo a adoção pelo SUS serão possíveis. 

Depois de 2018, Roque percebeu que “o pessoal foi compreendendo que não é maconha recreacional, mas sim, substâncias derivadas da Cannabis”. Além de se combater a discriminação, é preciso informar que a Cannabis é mais uma substância, que ajuda a para minimizar a quantidade e intensidade de crises. Afinal, lembra o médico, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. 

Com título de especialista em homeopatia e acupuntura, Maurício Verderame nunca foi um médico tradicional. Ainda no quinto ano de faculdade, viu a realidade da prática que, em muitos casos, define como brutal e automatizada. Prometeu a si mesmo que “não ia trabalhar no McDonald’s”, e deu o exemplo de como os médicos costumam atender: “Olá, bom dia, dor de cabeça? Toma um analgésico”, diz. Ele lembra de um colega que dizia que muitos não são médicos, são “‘enfermeirões”. 

Apesar de sempre ter desejado ser um médico diferente, o paulistano Verderame fez atendimento em hospitais, plantões e ambulatórios. A experiência técnica foi boa, mas achou pesado, fisicamente exigente e ficou deprimido. Buscava ter um olhar mais humano e descobriu que a boa medicina precisa de escuta. “Se não tem escuta, você está fazendo qualquer outra coisa, não medicina“. 

Sua paixão pela acupuntura era tão grande que deixou a prática homeopata em 2007. “A acupuntura foi o único jeito que encontrei de fazer as pazes com a medicina”, conta sorrindo. Mais holística e integral, podia lidar com seus pacientes “como um ser humano atendendo outro ser humano”.

Verderame não usa branco nem gosta de ser chamado de doutor: “Cria uma distância desnecessária”. Diz que o médico é ensinado a não ser questionado, a se sentir no topo da cadeia, a mandar no enfermeiro e no atendente. Para ele, “É difícil [para o médico] entender que se trabalha em equipe, que precisamos aprender como atender melhor as pessoas”. Verderame parecia pronto para a Cannabis porque já tinha uma relação humana e próxima com seus pacientes.

Descoberta recente

Em maio de 2019, ao conversar com o amigo fisioterapeuta Giancarlo Pieracciani, Verderame conheceu a Cannabis medicinal. Em setembro, Pieracciani trouxe Paulo Fleury, uma referência em medicina canábica no Brasil, para fazer atendimento na clínica em que trabalhavam. Verderame pediu para acompanhar. “Nesse dia eu entendi o que era, as potencialidades do tratamento, como era na parte clínica”.

Em seguida, já pediu a Pieracciani: “Você me assiste nesse início?”. O colega disse que sim, mas com uma condição: que Verderame atendesse também no padre Ticão. Concordou, atravessou a cidade e foi a Ermelino Matarazzo no extremo leste de São Paulo. Conheceu o padre militante da Cannabis, encontrou o amigo acupunturista Remo Rotella e fez sua especialização em Cannabis com mais essas duas grandes referências no assunto. Recebeu dicas, buscou literatura, fez uma espécie de especialização na paróquia, onde ficou até janeiro deste ano. 

600 casos em um ano

Enquanto ganhava experiência, Verderame recebia pacientes de Cannabis. Eram tantos que até a acupuntura ficou em segundo plano. Foram 600 em um ano, e a agenda é cheia. Recebe indicação de pacientes da associação Flor da Vida, do padre Ticão e do boca a boca. Com tanta procura, conta com terapeutas canábicos que dão o suporte aos pacientes no dia a dia.

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Fascinado, Verderame percebeu que, tratando com Cannabis, viu melhoras que não se dariam com nenhuma outra medicação. Percebeu também a potencialidade de ação e variedade de usos: epilepsia, autismo, Parkinson, Alzheimer, ansiedade, depressão, dores crônicas, fibromialgia, quase sempre com resposta muito boa. Comparando o corpo humano com o disco rígido do computador, “a Cannabis vai agir no diretório central, na raiz do problema e a partir daí, regular o resto. É o  eixo neuro-psico-imuno-endócrino”, diz. 

Relatos impressionantes

Sobre os casos que atendeu nesta curta experiência com a Cannabis, Verderame conta um caso impressionante de uma paciente esquizofrênica. O filho dela tinha passado “25 mil infernos com a mãe, com episódios que foram desde ela emboscar a própria irmã para tentar matá-la a facadas até tentar estrangulá-lo com as mãos”. A paciente  ainda quis fugir de casa e tentou suicídio inúmeras vezes. Após pesquisar muito, o filho resolveu fazer óleo de maconha prensada para dar à mãe. Era uma tentativa desesperada de fazer algo que pudesse mudar o quadro. Na consulta seguinte, o filho da paciente trouxe o relato: “Doutor, nunca vi minha mãe tão bem na vida!”

De fato, todos os sintomas de esquizofrenia tinham melhorado. A paciente ficou calma, mais comunicativa, parou de agir como se visse pessoas ou ouvisse vozes, a agressividade caiu muito, mais disposta, voltou a jogar damas com ele”. Verderame até postou em seu perfil no Facebook.

Com essa história, ele emenda na questão do medo do THC: “não tem como comparar efeito de óleo e maconha fumada”. Verderame explica que a maconha fumada é inalatória e tem outra metabolização, com efeito e pico bem mais rápidos e com quantidade de THC muito mais alta. A Cannabis medicinal em óleo tem absorção mais lenta, em média de seis horas e não dá barato. “Damos desde criança pequena, com 3, 4 anos com autismo grave até para velhinho de 90”, diz. 

Outra história que impressionou foi a do senhor de 90 anos que tinha Alzheimer, em um estágio já bastante avançado. Catatônico no hospital, não se alimentava sozinho, mas o médico deu alta para que ficasse seus últimos dias em casa. A filha, que o médico aconselhou que se despedisse do pai, viu que não tinha nada a perder e começou a tratar o pai com Cannabis. Era novembro de 2019. Em abril de 2020, o idoso estava andando, falando, arrumando a cama e tomando café sozinho. 

A importância do acompanhamento médico

Em seu atendimento, Verderame diz que se sente um estudante de primeiro ano porque faz a consulta conforme aprendeu no começo da faculdade. Desde nome, idade, trabalho, queixa principal até um interrogatório detalhado que não dura menos de 45 minutos. “Já tentei fazer a consulta em meia hora e não consigo, quero explorar a globalidade do caso, para melhorar o que puder”. 

Para isso, ele diz que precisa descobrir o que a pessoa tem, quais remédios toma, a totalidade sintomática e o estado global de saúde. Quais são seus hábitos, se tem capacidade vital, boa capacidade de reação e que substâncias usa. Como a Cannabis interage com outras substâncias, ele diz que é fundamental conhecer todos os aspectos da vida do paciente. “E eles gostam, ficam felizes por ter alguém que os ouça”, conclui. 

Apesar da sua visão integral, Verderame sabe que nem sempre vai poder ajudar o paciente sozinho. “Tenho pacientes que precisam de apoio psicológico, indico nutricionista, quando atendo autista, o neurologista joga comigo, ajuda a desmamar medicação”. Neste tópico, ele lembra de um caso em que a psiquiatra agiu contra ele e o paciente: depois que ele entrou com a Cannabis e o menino melhorou muito em dez dias, ela decidiu tirar abruptamente dois medicamentos que a criança estava usando. O menino entrou num surto que foi difícil de controlar, o desmame jamais pode ser feito abruptamente. Verderame usa esse caso para mostrar que, quando se trabalha em equipe, nunca se perde. 

Desmame lento

Verderame prefere não focar no desmame de remédios alopáticos logo no início dos tratamentos com Cannabis. “Acho interessante tirar a medicação devagar, na medida em que o paciente tem melhora clínica”. Ele lembra do caso de dependência de uma paciente idosa que tomou Rivotril por trinta anos. Quando começou a tomar a Cannabis, ao invés de esperar, ela resolveu parar o remédio de uma vez, e ainda parar de fumar. Verderame conta que ela ficou deprimida, com o olhar perdido e não dormia. 

“Não é milagre”, conclui. “A Cannabis tem alto potencial, mas tem paciente que não responde? Sim, como qualquer medicação”. Por isso, reforça que é importante que o paciente tenha acompanhamento de alguém que entenda o que está fazendo, nunca por conta própria. 

Verderame fica feliz por poder tratar pacientes que chegam desesperançados porque já tomaram de tudo e vê-los recobrando a qualidade de vida. “É emocionante e importante.”

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Com 22 quilos a menos e um tumor no cérebro, o paciente estava deprimido. O tratamento causava sofrimento a ele e à família. Por isso, quando a então especialista em radiologia e ultrassonografia Paula Dall’Stella viu um documentário sobre o sistema endocanabinoide e suas funções nos tumores, imediatamente lembrou daquele caso. Era o ano de 2013 e ela decidiu pesquisar mais, procurou pesquisadores importantes, foi a congressos internacionais. No ano seguinte, quando a RDC da Anvisa liberou a prescrição de canabinoides, ela finalmente pôde iniciar o tratamento. 

Mesmo depois de tanta pesquisa, os resultados a surpreenderam: melhora na resposta clínica, no comportamento social e afetivo, e 22 quilos recuperados. Os remédios para náuseas e vômitos puderam ser retirados, e a constipação colateral desapareceu. Dall’Stella conta que essa melhora mexeu com seus valores.

Primeiros estudos

Em 2015, a médica paulista foi a Israel, onde ficou durante 40 dias. Conheceu Raphael Mechoulam, conhecido como o pai da Cannabis medicinal, viu médicos e pacientes usando – na época já eram 24 mil pessoas em tratamento no país. Ela já começava a receber pacientes referenciados de colegas para aprenderem com ela as oportunidades de tratamento com Cannabis. Não havia cursos no Brasil, e o conhecimento que adquiriu veio de pesquisa em campo, encontrando pessoas – médicos, pesquisadores e pacientes.

Mesmo antes de conhecer a Cannabis, Paula Dall’Stella já tinha um questionamento sobre a medicina tradicional e a vontade de usar outras abordagens. Ela terminou a faculdade e define que “foi conhecer as mazelas do mundo para saber como era a medicina do outro lado”. Morou na Ásia e na África e percebeu que muitas doenças eram relacionadas ao estilo de vida das pessoas.

Fez residência, foi trabalhar em hospital, mas sempre com o questionamento: será que era só isso? Dall’Stella conta que a vida era boa, tinha um bom emprego e não precisaria mudar nada. Mesmo assim, sentia que tinha algo mais que ela precisava fazer.

Mudança de prática 

Antes de 2014, quando conheceu e estudou sobre a Cannabis, Paula Dall’Stella já recebia pacientes referenciados de colegas. Ela os aconselhava a não comprarem planta do tráfico e a tomarem cuidado com a procedência do produto.

Depois de 2014, e da liberação de prescrição, percebeu que o cenário mudou. Migrou para a Cannabis e medicina funcional, e, em 2016, passou a atender exclusivamente em consultório. Com essa mudança, viu que os pacientes tinham hábitos e exames semelhantes e começou a correlacionar com as doenças. “A medicina tradicional trata doença com medicamentos, mas não resolve o problema”, diz. 

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Dra. Paula Dall’Stella foi aos EUA estudar medicina funcional no Institute of Functional Medicine (IFM) e hoje é totalmente voltada para a melhoria de qualidade de vida de seus pacientes. Com a Cannabis como seu principal aliado, trabalha para que seus pacientes entendam que a mudança de hábitos gera mudança na trajetória da doença. “Tem que comer melhor, repor vitamina, mineral, hormônio e mudar”, diz.

Também é adepta da prevenção, estimulando pacientes a mudar antes mesmo que fiquem doentes. “As pessoas querem continuar vivendo do mesmo jeito e tomar remédio”, lamenta, reforçando que a medicina funcional responde essa questão: “É fácil dar remédio, quero ver tirar”.

A médica usa o caráter polifarmácia da Cannabis para reduzir antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, analgésicos, soníferos, anti-inflamatórios, satisfeita por causar impacto muito menor no organismo dos pacientes. Outro ponto positivo nos tratamentos com Cannabis é a maior autonomia do paciente, que tem ganhos no longo prazo. 

Impacto de longo prazo

Dall’Stella é uma entusiasta da profissão que escolheu, mas confessa que, depois de entender a Cannabis, ama muito mais a medicina. “Agora eu ajudo no nível de impactar a vida de alguém. Daqui a dez anos, os que passaram comigo e fizeram a transformação vão perceber que mudaram o destino deles”, diz.

Com alegria, conta da mudança de relacionamento que tem com os pacientes, comparando a época do atendimento no hospital. É uma relação em que precisa entender intimamente a vida do paciente, trazendo benefícios para ambos os lados.

Apesar de ser um processo menos mecânico e mais humano, Dall’Stella lembra que a responsabilidade da mudança é do paciente. E isso traz, segundo ela, o empoderamento de melhorar a vida quando começa a fazer exercício ou muda a alimentação. Com isso, conta que o paciente fica mais motivado, o que se reflete nos exames, ficam menos ansiosos. Ela entende que as pessoas têm uma relação emocional e familiar com a comida. Por isso, mostra o motivo da necessidade em uma conversa franca e honesta onde expõe o que acontece no organismo. Com esse conhecimento, aposta que seus pacientes podem fazer uma decisão muito melhor. “Quanto mais conhecer a si mesmo, melhores as decisões”, arremata.

Consulta detalhada e prescrição imediata

Dall’Stella é minuciosa no questionário durante a consulta. O paciente responde a questões como estilo de vida, metabolismo, intestino e funções de sistemas. “Não é todo mundo que faz tudo errado, preciso entender o perfil do paciente”, diz a médica. Por isso, procura conhecer os hábitos – hora que acorda e vai dormir, como é rotina.

Depois, passa a uma avaliação do paciente com a Cannabis – se já usou, o que fez, como foi a experiência, se na família tem caso de esquizofrenia, por exemplo – e decide posologia, se usa ou não e qual a forma de administração. Seu paciente já sai com a prescrição na primeira consulta, para que já adiante o processo na Anvisa e a compra. Enquanto isso, ele faz exames de sangue, fezes, urina e outros. Ela também já dá as primeiras orientações de mudanças, indicação para nutricionista e outros profissionais – meditação, yoga, atividade física, fisioterapia. 

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Em 30 dias, o paciente volta já fazendo a dieta, tomando a posologia indicada, e com os exames em mãos. Aí ela faz a primeira avaliação. Como trata diversas doenças, Dall’Stella tem pacientes com retornos em prazos variados dependendo da necessidade. Há pacientes com retorno em três meses, e outros com retorno semanal, como crianças, pacientes oncológicos ou com doenças degenerativas.

Ela prescreve para 90% de seus pacientes, e se alegra por ter alta taxa de sucesso, principalmente nos casos refratários. Nos poucos casos que não têm boa resposta, há sempre o ajuste: troca de produto e avaliação criteriosa da dose e do metabolismo do paciente. 

Dúvidas e informação

Por focar em medicina funcional, Dall’Stella atende todo tipo de paciente, mas a maioria é de pessoas com mais de 60 anos. São doenças raras, crônicas, complexas e metabólicas. Ela se diverte: “As pessoas acham que Cannabis é droga de jovem, mas para essa população tem efeito terapêutico importante. Acham que idosos são preconceituosos, mas eles só querem melhorar”.

Seus pacientes já vêm procurando tratamentos com Cannabis, mas ela vê com naturalidade as dúvidas mais comuns: se vai virar maconheiro ou viciado, como funciona, se vai dar barato. “Estamos vivendo uma revolução, e quem impulsiona essa roda é a sociedade”, diz. 

Muito ativa na comunidade de Cannabis que se formou nos últimos anos, Dall’Stella estuda e informa, ministrando e estudando num processo contínuo. Mantém contato com pesquisadores e médicos no Brasil e no exterior, acompanha pesquisas e está sempre antenada no que sai no crescente mercado de Cannabis: “Todo dia tem novidade”. As pesquisas que eram proibidas, hoje acontecem em quantidade expressiva. Ela afirma que ainda há poucos cursos formais em universidades. Por isso dá aulas no Síro Libanês, em pós-graduações e participa de todos os congressos que consegue.

Em sua participação na segunda edição do Medical Cannabis Summit, falou sobre estilo de vida e o sistema endocanabinoide. Dall’Stella reforça a importância do evento dizendo que a atualização dos profissionais envolvidos nas terapias canábicas deve ser constante. “Porque é uma terapia nova, em que não fomos iniciados, toda hora tem informação nova. Não é porque um profissional não conhece que deve deixar de se informar”, diz.

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