Abrir o próprio consultório, em 2019, foi a liberdade para a ortodontista Vanessa Fardin. Sem o comprometimento com protocolos clínicos criados por outros dentistas, pôde colocar em prática uma odontologia que contemple toda a complexidade da boca.
“Comecei a estudar e ver que, às vezes, a parte ortodôntica está relacionada à parte respiratória do paciente. Está tudo interligado. A boca e o restante do corpo. Você não pode separar.”
Como o foco é a saúde de todo o organismo do paciente, não somente os dentes, passou a ponderar melhor as intervenções medicamentosas que receitava. Comecei a ir para um lado mais natural. As pessoas fazem muitos tratamentos (alopáticos) e as doenças continuam aumentando. Começa um tratamento, que puxa o outro, e vira uma bola de neve.”
“Eu indico para bruxismo, por exemplo, óleo essencial de lavanda, que ajuda o paciente a dormir. Você tem que ter um equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual. Às vezes, a pessoa te procura, e você vê que ela está precisando de outros tratamentos além da área odontológica.”
“Parece que, antes, ou junto, de um problema de saúde, estoura na boca ou vai estourar é também no corpo. Tem um paciente que precisa de meditação ou de terapia. Às vezes, temos tratamento só para sintoma, não para a causa. É um conjunto de situações que temos que melhorar.”
Paciente próxima
Foi na busca por soluções sistêmicas para seus pacientes, que a ortodontista encontrou a Cannabis medicinal. Seus estudos sobre a planta, porém, só ganharam impulso quando a demanda veio de fora da vida profissional.
“Eu achei muito interessante e fui pesquisar. Foi quando minha mãe descobriu um câncer e fui mais atrás. Antes de eu fazer o curso, ela começou a tomar e melhorou muito dos efeitos da quimioterapia. Melhorou enjoo, apetite, ficou mais tranquila, menos ansiosa.”
“O efeito da quimio é muito desgastante. Ela foi na médica esses dias, fazia sete dias que ela tinha feito, e a médica falou: nossa, nem parece, de tão bem que ela tava.”
“Foi onde eu comecei a me interessar mais. Hoje o meu pai está tomando. Minha avó, que tem Alzheimer, também. Tio, tia. Começa tudo pela família. Então comecei a oferecer e explicar essa possibilidade aos pacientes.”
Ortodontista canábica
Fardin afirma que suas principais indicações de Cannabis medicinal são para casos de bruxismo e dor de trigêmeo e pescoço.
“Tem muita dor de cabeça também. Pelo apertamento dos dentes pela ansiedade, que não chega a ser bruxismo, mas gera vários pontos de dor.”
“A Cannabis, justamente pelo fato de ser integrativa, de ter receptores em todo o corpo, que você se surpreende com o resultado. Ajuda de forma natural e sem efeitos colaterais.”
“Acho que a Cannabis é boa para todo mundo. Não tem contraindicação e deixa a pessoa com um bem-estar. Hoje em dia, todo mundo quer uma coisa mágica para melhorar. Não acho que a Cannabis seja essa coisa mágica. É um conjunto de fatores, mas a Cannabis é um caminho.”
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A ortodontista está entre os mais de 250 profissionais da saúde, entre médicos e dentistas, disponíveis para consulta pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.