Apesar de pouco prescrito no Brasil para casos de osteoporose, o fitoterápico já é bastante utilizado em outras partes do mundo para esse fim.
Um estudo da Universidade de Edinburgh, na Escócia, mostra que o sistema endocanabinoide é importante na regulação do metabolismo ósseo.
A osteoporose é uma doença que enfraquece gradualmente os ossos e cujo nome se traduz, literalmente, como “ossos porosos”. Afeta 200 milhões de pessoas no mundo e pode ser incapacitante, segundo a International Osteoporosis Foundation (IOF).
A doença aparece quando a formação do osso não é adequada e há deficiência de cálcio e vitaminas ou quando os ossos sofrem um desgaste excessivo.
Essa deterioração pode ocorrer por alguns fatores: diminuição de hormônios, uso contínuo de alguns tipos de medicamentos, tabagismo, consumo de álcool, existência de algumas doenças específicas, e, finalmente, o desgaste natural.
Segundo dados de um novo estudo apresentado pela revista Veja, no mundo, o custo anual de hospitalização por fraturas causadas pela doença é de 19,8 bilhões de reais. Este valor é maior que o custo de infarto (16,7 bilhões de reais), derrames (11,7 bilhões de reais) e câncer de mama (1,9 bilhões de reais).
No Brasil, a osteoporose custa 1,2 bilhão de reais anualmente. Mais da metade (61%) deste montante, o equivalente a 733,5 milhões de reais, está associado à perda de produtividade. As despesas com hospitalização representam 234 milhões de reais e os custos cirúrgicos, 162,6 milhões de reais.
Osteoporose. O que é a doença
“O osso corresponde à maior porção de tecido conjuntivo do corpo. Contém células que fabricam e mantém a matriz extracelular. Ela está fisiologicamente mineralizada com microcristais de fosfato de cálcio, que possuem carbonato”, explica o Dr. Thiago Bitar Moraes Barros, reumatologista.
Ou seja: os ossos estão preenchidos de cálcio, que os mantém densos e fortes.
“Durante toda a vida eles se encontram em regeneração constante, como consequência de um processo conhecido como remodelação óssea”, continua.
Quer dizer que o tecido ósseo antigo é continuamente destruído e um novo é formado em seu lugar. A remodelação permite que os tecidos já gastos ou que tenham sofrido lesões sejam trocados por novos e sadios.
Cada parte do corpo tem um tempo diferente de remodelação. Por exemplo: as partes extremas do fêmur são substituídas a cada 4 meses; já os ossos da mão são completamente modificados todo o tempo. Esse processo também permite que o osso sirva como reserva de cálcio para o corpo.
Mas a doença modifica essa ação: “Na osteoporose há uma alteração da sequência de remodelação óssea; a reabsorção óssea é maior que a formação, aumentando a perda de massa óssea e o risco de fratura”, esclarece Bitar.
Por esse motivo, pacientes que têm osteoporose demoram mais para se recuperar de fraturas.
A quem atinge
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), depois dos 50 anos de idade, cerca de 30% das mulheres e 10% dos homens apresentam osteoporose. Geralmente se descobre a doença a partir de uma exame de densitometria óssea, que mede a massa do osso. Muitas vezes o exame é feito após uma fratura.
A densidade óssea aumenta até os 30 anos de idade e posteriormente começa a cair. Entre os 30 e os 80 anos, o cálcio total diminui aproximadamente 20%, porém esta queda é maior nos ossos da coluna, podendo chegar a 60%.
A herança genética determina em 80% o nível máximo de massa óssea que um indivíduo alcança na vida, assim como a taxa de perda da mesma. Pessoas de etnia negra possuem maior densidade óssea, alcançam maior massa óssea e a taxa de perda é menor se comparada com pessoas brancas e asiáticas.
Fraturas e outros sintomas
A osteoporose provoca 2,4 milhões de fraturas todos os anos no mundo e atinge 10 milhões de brasileiros.
As fraturas, ao mesmo tempo que são um dos piores sintomas, levam ao maior número de diagnósticos, pois geralmente é a partir de um acontecimento atípico como esse que se parte para um exame mais detalhado.
Consequentemente, devido a descalcificação progressiva, que é um dos indicativos da enfermidade, os ossos tornam-se mais frágeis, por isso são mais suscetíveis a quebras. O fato da doença ser mais comum em pessoas de idade avançada aumenta as chances desse tipo de acidente acontecer.
Geralmente, durante uma queda ocorre uma contratura muscular que faz com que a força do impacto seja distribuída por uma superfície maior, o que preserva a segurança dos ossos.
Entretanto, nos idosos, a força muscular e a velocidade de reação estão menores, o que provoca uma alteração neste mecanismo de proteção ao osso, deixando-o mais exposto e sujeito à quebras.
Tipos mais comuns de fraturas
A osteoporose afeta de maneira diferente homens e mulheres, além disso, há ossos com maiores índices de fratura:
- As fraturas por compressão vertebral acometem 20% das mulheres pós-menopausa
- As fraturas de bacia aumentam exponencialmente após os 50 anos nas mulheres e 60 nos homens
- Um terço de todas as mulheres com mais de 80 anos já sofreram uma fratura de bacia
- São comuns as fraturas das vértebras por compressão, o que leva a problemas de coluna e à diminuição da estatura
- Os punhos também são facilmente focos de quebras, pois num reflexo, leva-se as mãos a frente do corpo durante a queda. A maior incidência é em mulheres na pós menopausa
Além das fraturas, a enfermidade pode causar dor nas articulações, encurvamento da coluna e diminuição da altura em até três centímetros.
Tratamentos
Para quase todos os casos de osteoporose, são indicados atividade física, fisioterapia, vitamina D e medicamentos específicos.
Mas segundo Dr. Bitar, “para o tratamento correto da osteoporose é necessário entender o processo de remodelação óssea”. Ele acrescenta que “idealmente a terapia deve diminuir a reabsorção de osso impedindo uma maior perda óssea e aumentar a formação óssea”.
Como não existe um tipo de tratamento que ao mesmo tempo iniba a reabsorção de osso e estimule a formação óssea, geralmente o paciente precisa tomar mais de um remédio.
Posso tratar osteoporose com CBD?
Apesar de não prescrito no Brasil para casos de osteoporose, o fitoterápico já é utilizado em outras partes do mundo para esse fim.
Um estudo de 2010 da Universidade de Edinburgh, na Escócia, mostra que o sistema endocanabinoide é importante na regulação do metabolismo ósseo.
Em testes feitos em camundongos com deficiência de CB1 e CB2, os principais receptores canabinoides ativados pela Cannabis medicinal, as cobaias apresentaram osteoporose relacionada com a idade como resultado de formação óssea prejudicada e renovação óssea em desequilíbrio.
Ainda não há comprovação científica de que a Cannabis medicinal possa realmente auxiliar os pacientes de osteoporose, mas acredita-se que, como o CBD estimula os receptores citados, consequentemente pode auxiliar no aumento da taxa de regeneração do novo tecido ósseo.
Outra hipótese é a de que o CBD pode auxiliar na prevenção da enfermidade, combatendo algumas de suas outras causas que não o desgaste natural. Por exemplo, pode ser usado em alguns casos para desmame de corticoide e analgésicos, como auxiliar para abandono do tabagismo, do vicio no álcool, etc.
De qualquer maneira, se optar pelo uso do CBD para a doença, é importante ter um acompanhamento médico e seguir os demais protocolos de tratamento à risca.
Procurando por um médico prescritor de Cannabis medicinal? Clique aqui temos grandes nomes da medicina canabinoide para indicar para você realizar uma consulta.