A princípio, um grupo de estudiosos ia comparar grupos de pacientes com TDAH com medicações ricas em Canabidiol, ricas em Canabigerol e placebo. Infelizmente, por algum motivo, este estudo não foi para frente e teve seus eventos encerrados em maio deste ano.
Mas o que sabemos sobre o CBG e porque será que os pesquisadores queriam testar esse fitocanabinoide no TDAH?
Embora, na Cannabis Sativa, o composto CBG esteja em pequena quantidade, com algumas modulações enzimáticas, é possível ter níveis elevados de CBG na planta. Esse canabinoide surge a partir do CBGA e, o que muita gente não sabe, ele dá origem aos compostos primários do THC e CBD. Por isso, o chamamos de canabinoide-mãe. Além do mais, as pesquisas relatam que o CBG aborda alvos terapêuticos distintos dos do D9-THC e CBD.
O Canabigerol não é psicoativo e age como amortecedor para as atividades psicoativa do THC. Além disso, é um potente bactericida, que, comprovadamente, é superior ao THC, CBD e CBC contra bactérias, micobactérias e fungos.
Embora extratos ricos com CBG não tenham sido testado formalmente para pacientes com TDAH, ele é um potente agonista (ou seja, um potente ativador) do alfa-2-adrenoceptor, o que significa que pode ter potencial utilidade nos processos disfuncionais do transtorno (além de dor e hipertensão).
O CBG também inibe a recaptação do neutransmissor GABA, outro mecanismo importante, envolvido na regulação da ansiedade e sono, muito comuns nos pacientes com TDAH.
Sabemos que o TDAH é um transtorno que compromete nossas funções executivas de gerenciar nosso tempo, organizar e planejar, não ser impulsivo e ser mais racional diante das decisões da vida. No entanto, nem sempre os medicamentos de primeira linha (como Ritalina) terão sucesso.
Canabigerol e TDAH
Desse modo, na Europa, os compostos com canabigerol vêm sendo muito prescritos por médicos, em pacientes com TDAH que não se adaptaram aos psicoestimulantes, devido a seus efeitos adversos. Estes pacientes relatam melhora do sono, melhora da ansiedade que o TDAH promove, ativação do foco e concentração. Certamente, essas mudanças resultam do seguinte fator principal, ainda sem detalhamento: ação do CBG no córtex pré-frontal, tendo a melhora das ações de execução, assim como da ação e sua relação com sistema dopaminérgico.
Portanto, é necessário realizar mais evidências, para termos melhores dados e assim ajudar mais pacientes nessa condição.