Um grupo de cientistas norte-americanos realizaram uma pesquisa para entender os efeitos do consumo de Cannabis por pacientes com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Eles identificaram que pessoas com o transtorno têm uma maior suscetibilidade a fazer uso abusivo da planta, assim como de outras substâncias, ressaltando a importância do acompanhamento por um profissional da saúde.
O artigo Evaluation of Efficacy of Cannabis Use in Patients With Attention Deficit Hyperactivity Disorder: A Systematic Review é uma revisão sistemática da literatura que busca reunir as evidências disponíveis para obter uma visão global sobre o tema. Eles incluíram dois ensaios não-randomizados, um estudo transversal, uma meta-análise e 16 coortes observacionais.
Pessoas com TDAH e a Cannabis
Cada paciente com TDAH tem suas particularidades e os sintomas se manifestam de maneira diferente em cada um. Portanto, uma análise desse transtorno exige cuidado para não generalizar demais e fortalecer estigmas.
O artigo menciona que adultos com TDAH tendem a usar a Cannabis para lidar com alguns dos seus sintomas, como a insônia e depressão. No entanto, esse uso costuma ser feito sem acompanhamento médico. Assim, essa prática pode ser mais impactante nos pacientes com esse transtorno porque a propensão ao uso abusivo neles é maior.
O médico e colunista daqui do portal Cannabis & Saúde, Cesar Jennings, destacou que esse fenômeno tem relação com a dopamina, uma substância produzida pelo no nosso cérebro e que apresenta níveis mais baixos em pessoas com TDAH.
“Os pacientes com TDAH têm maior suscetibilidade a fazerem uso abusivo de qualquer substância que seja prazerosa para aquele indivíduo. Eles apresentam risco maior, principalmente porque são substâncias que elevam consideravelmente os níveis de dopamina no nosso organismo. Isso ocorre, por que os pacientes com TDAH possuem déficits de dopamina e, ao entrar em contato com essas substâncias, pacientes se sentem diferentes ou relatam até melhora dos seus sintomas.”
Importância do acompanhamento médico
Comparando a Cannabis com a medicação que os pacientes com TDAH normalmente tomam, a planta possui potencial mais baixo para o abuso e menos efeitos adversos. Geralmente, o tratamento medicamentoso envolve anfetaminas e psicoestimulantes, substâncias com potencial para abuso consideravelmente maior que o fitoterápico feito com canabinoides.
Uma opção que vem sendo adotada é a Cannabis como um complemento ao tratamento com medicamentos convencionais. Isso exige um acompanhamento constante por um profissional habilitado pelo sucesso do tratamento, como lembrou o Dr. Cesar.
“A importância da pessoa ser avaliada e acompanhada por um médico com expertise no transtorno faz com que o paciente apresente maior engajamento no tratamento, diminuição das falhas terapêuticas e melhor entendimento sobre sua condição. Os pacientes apresentam ainda melhora no seu desempenho profissional e acadêmico, diminuição da exposição à riscos, como acidentes e dependência química.”
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Graças aos avanços em pesquisas, já sabemos bastante sobre a relação entre TDAH e Cannabis, mas ainda é necessário que os estudos continuem investigando esse tema a fundo. Assim, poderemos tomar as melhores decisões sobre o uso de todo um repertório de terapias.
Continue acompanhando também o nosso colunista Dr. Cesar Jennings, que tem experiência no tratamento do TDAH com ou sem o auxílio da Cannabis. Você pode marcar uma consulta com ele ou com outros médicos de diversas especialidades aqui na nossa plataforma de agendamentos. Só assim você poderá seguir um tratamento de forma segura e eficaz.