Promovido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, o 1° Seminário sobre a Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial aconteceu esta semana na capital do país. O evento dialogou sobre as diferentes formas e práticas estratégias para a utilização da Cannabis no Brasil. Conversamos com exclusividade com Leandro Grass (PV), deputado distrital, que solicitou a realização do Seminário e com a paciente de Cannabis medicinal Marisa Sousa.
Durante sua realização o Seminário contou com a presença de pacientes que fazem uso da Cannabis medicinal, políticos envolvidos com a pauta, representantes de universidades e de advogados.
Os assuntos principais do 1° Seminário sobre a Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial giraram principalmente ao redor de dois temas:
O deputado distrital Leandro Grass destacou o sucesso do 1° Seminário sobre a Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial. Para Grass, o evento conseguiu colocar atores importantes da sociedade, como representantes do governo e da Secretaria de Saúde e de pesquisa, na mesa de discussão: “Agora precisamos da regulamentação, de fomento para que as pesquisas aconteçam, da criação de instrumentos e de orçamento. O Seminário foi muito importante. Trouxe o testemunho das pessoas que estão militando na causa e pacientes. Foi importante também para democratizar e popularizar o conhecimento sobre esse assunto que ainda é muito pouco divulgado na sociedade. Agora a gente vai começar a estudar uma política distrital para o cultivo com fins medicinais”.
Grass explicou que embora aprovado, o Projeto de Lei n.° 6.839/2021 que dispõe sobre o incentivo à pesquisa científica com Cannabis spp. para uso medicinal no Distrito Federal ainda precisa ser regulamentado. “Falta boa vontade, falta uma decisão política por parte do Governo Federal e que está se omitindo em relação ao tema. E isto envolve a Secretaria da Saúde, a Secretaria de Ciência e Tecnologia e a Fundação de apoio à Pesquisa que será o principal ator nesta construção. Não fizeram nenhum movimento”, explicou.
“Temos cada vez mais evidências sobre a eficácia dessa substância para combater diversas doenças. É possível avançar para que sociedade e ciência trabalhem lado a lado”, avalia Grass.
Já sobre o Projeto de Lei 2.118/2021, que ainda está tramitando e que trata da pesquisa científica e do estímulo econômico ao uso industrial de cânhamo (Cannabis sativa não-entorpecente), Grass manifestou a vontade de levá-la ao Plenário o mais rápido possível.
Em relação à questão nacional, Grass opina que o principal desafio ainda é a representação política. “Temos ainda uma bancada do Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados, que ainda não compreendeu esse tema e que trabalha até contra. E mesmo com o governo retrógrado e conservador, tivemos avanços justamente devido à articulação e ao ativismo das pessoas e associações”, destaca.
“A gente precisa pautar esse tema do ponto de vista eleitoral também. Colocar isso no centro do debate das candidaturas a deputados federal, ao Senado também, e dos governos estaduais bem como da presidência da República. Os presidenciáveis, por exemplo, eles têm que se posicionar: como que irão orientar o Ministério da Saúde, a Anvisa e qual é a posição deles? A sociedade tem um papel muito importante de exigência dos pré-candidatos dessa questão”, opina Grass.
Esta semana publicamos aqui nesta matéria as respostas dos pré-candidatos à presidência quando questionados sobre a Cannabis.
A paciente e advogada Marisa Sousa fez um relato emocionante sobre a briga judicial para conseguir acesso a um remédio com base de canabidiol. Ela tem esclerose múltipla e faz tratamento com CBD para reduzir as dores que sente “24 horas por dia”.
Marisa falou com exclusividade para o Cannabis & Saúde sobre a importância da realização do Seminário: “É muito importante este tipo de Seminário para toda a sociedade. É importante para a difusão de conhecimentos e para quebrar tabus em volta da Cannabis medicinal. É importante que as pessoas saibam sobre o papel do canabidiol em tratamentos”.
Em suma, o número de pessoas que usam a Cannabis para fins medicinais tem crescido em todo o país. Porém, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides (BRCann), o Distrito Federal é a unidade da federação que tem a maior taxa de pacientes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a utilizar produtos derivados do canabidiol.
Agende aqui uma consulta com um médico prescritor de Cannabis medicinal.
Na Universidade do Arizona, nos EUA, uma equipe de pesquisadores revisou os resultados de estudos…
É imprescindível ter segurança para utilizar um canabinoide como medicamento, ainda mais quando o tratamento…
Apesar de ser neurocirurgião, o médico Gustavo Valadão atende a todas as patologias neurológicas e…
Tratando temas regulatórios, pesquisas na área e a possibilidade de produtos à base de Cannabis…
O governo federal da Suíça retirou a necessidade de uma autorização especial para quem quer…
Em LIVE do portal Cannabis & Saúde, a médica Marcela Agostinho explicou as causas dos…