Clínico geral Vinícius Pereira de Mesquita conta que conheceu os fitocanabinoides por acaso, e como eles mudaram sua carreira
Pode-se dizer que há dois períodos de aprendizagem na carreira de um médico: um concentrado, na faculdade; e outro, na prática clínica, que o acompanha a vida toda. Se na sala de aula o jovem recebe sua formação, é no consultório que ele coloca tudo aquilo que aprendeu em prática e pode questionar certas ideias pré-concebidas. Esse pequeno esquema ilustra a forma como o clínico geral Vinícius Pereira de Mesquita conheceu a Cannabis medicinal — e como a Cannabis medicinal transformou sua carreira.
“A Cannabis é apresentada na faculdade como uma droga de abuso”, resume Mesquita. “Não tem nenhuma cadeira, nenhuma matéria específica sobre o sistema endocanabinoide. Não há nenhum contraponto a essa visão de que a Cannabis é algo ruim. Ninguém fala que é possível uma terapia com fitocanabinoides.”
Foi com essa formação que o médico partiu para sua prática clínica. E tudo corria sem percalços, até que resolveu ajudar o sobrinho de uma ex-namorada. Diagnosticada com síndrome de West e autismo, a criança esgotou todas possibilidades de terapia — vários antiepilépticos foram experimentados e nenhum surtia o efeito desejado. Foi aí que a família recorreu a uma neurologista respeitada — que foi professora de Mesquita na época da faculdade. Ela falou para a família sobre o canabidiol e o jovem médico entrou na história.
Início na Cannabis medicinal
Intrigado com a recomendação da professora, ele decidiu auxiliar a família da criança. Os pais buscavam um tratamento alternativo, mas, ainda assim, esbarravam na falta de conhecimento — questionavam se teriam que dar maconha para a criança, se ela ficaria “chapada”, se não haveria algum efeito colateral negativo. Já o jovem médico estava espantado com a recomendação da ex-professora, que na época da graduação nunca sequer mencionara a Cannabis medicinal. “Não era possível que uma médica conceituada passasse uma coisa absurda. Então eu resolvi estudar para poder orientar a criança.”
“Depois que tive esse primeiro contato, me interessei bastante pelo assunto, e hoje meu atendimento é quase que totalmente voltado à Cannabis medicinal”, revela o médico. “Eu busco localizar qual altura do tratamento o paciente está, como a Cannabis pode ajudar. Não quero que o paciente passe por vários tratamentos até esgotar suas possibilidades. Conseguir dar ao paciente a tranquilidade de uma terapia efetiva é gratificante.”
De acordo com o médico, os casos que mais aparecem em seu consultório são ligados à saúde mental — área que tem uma resposta particularmente boa em tratamentos com fitocanabinoides. “Nesses casos de ansiedade e depressão é muito comum que os pacientes não consigam se dar bem com um medicamento na primeira, segunda, terceira tentativa. Por isso eu vejo que, nesses casos, a Cannabis medicinal pode ajudar muito”, diz Mesquita. “Sem contar as comorbidades, como insônia e dor. Quando recebo um paciente com diabetes, Alzheimer, Parkinson, já imagino que os fitocanabinoides podem ser muito úteis se aliados aos medicamentos alopáticos de cada quadro.”
E entre os casos que mais o impactaram ao longo dos anos, ele cita três — três patologias distintas, todas com uma evolução notável dos pacientes.
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Primeiros pacientes
O primeiro é de um idoso com Parkinson e demência com Corpo de Lewy. Com uso de diversos medicamentos e sem os efeitos desejados, a família do homem não sabia mais o que fazer. “Fiz uma avaliação e consegui retirar ou diminuir os medicamentos. Suspendi também o antipsicótico e adicionei o canabidiol.”
A evolução, conta o médico, foi bastante satisfatória. O paciente se acalmou, passou a ficar mais disposto, animado e colaborativo; sua memória, mesmo debilitada, voltou a ter alguns lampejos — passou a reconhecer mais, e por mais tempo, seus familiares. “Isso trouxe uma qualidade de vida para o paciente e para a família, mesmo que fosse um estado demencial avançado.”
Já o segundo é de uma menina com epilepsia e autismo. Após o início do tratamento, as crises cessaram, e o comportamento da paciente também teve uma grande melhoria. “Ela não é mais agressiva, ficou bem menos ansiosa, passou a responder mais aos estímulos, a falar um pouco mais”, lembra o médico.
O terceiro é de um paciente adulto com quadro sensível de ansiedade e um complexo sistema de medicamentos alopáticos. Para tratar sua ansiedade, o homem começou a tomar ansiolíticos; os ansiolíticos resultaram em perda da libido; para rebater a perda da libido, foi-lhe receitado outro medicamento. Foi desse jeito que o homem chegou em seu consultório.
“Quando percebeu, ele estava tomando 3 medicamentos alopáticos, todos com doses altas e já afetando seu sistema gastrointestinal”, recorda Mesquita. “Nisso eu vi a possibilidade de inserir o canabidiol e ir diminuindo os outros, até que conseguimos substituir todos os remédios.”
Os fitocanabinoides têm diversos usos — podem tanto substituir alguns medicamentos tradicionais em certas ocasiões, como trabalhar juntos com os alopáticos em outras. “Não vejo como coisas antagônicas, a Cannabis e os medicamentos convencionais. Acho que a ciência precisa do tempo dela para provar, sem margem de dúvidas, qual o potencial benéfico e quais os possíveis riscos. Para mim, os fitocanabinoides estão caminhando para serem tão seguros quanto os medicamentos que você encontra na farmácia”, diz Mesquita.
“Quando chegar nesse patamar, os pacientes se sentirão mais tranquilos, o acesso vai ser democratizado, os custos reduzidos. Mas para isso precisamos de informação, de testes, pesquisas e de uma legislação em constante aprimoramento.”
Conselho aos colegas
Em relação a seus colegas de medicina que ainda se mostram refratários à Cannabis medicinal, Mesquita deixa uma crítica e um conselho. “Demanda-se do médico um conhecimento universal, e ainda existe um preconceito histórico em relação à planta Cannabis Sativa, cheio de ignorância e racismo. Então eu acho até esperado que alguns médicos, que se acreditam o ‘sapiente universal’, tenham essa reação de hostilidade, de negação, quando confrontados com algo que não conhecem. Mas minha recomendação é: procure artigos científicos, procure pesquisas que estão em curso. Ao longo do tempo você consegue formar uma opinião mais sólida a respeito desse tipo de tratamento.”
Já na sua prática clínica, o médico não vê mais volta. “Pra mim, a Cannabis medicinal é mais uma ferramenta do meu arsenal terapêutico. E não preciso mais insistir em tratamentos que não surtam efeito, aumentar doses, adicionar mais doses. Os resultados com fitocanabinoides são estimulantes. É muito bom você conseguir resolver o quadro de um paciente que já passou por vários profissionais, de diversas especialidades, e ainda tem o mesmo problema. Conseguir tratar adequadamente os pacientes é uma realização profissional.”
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