Ondas de calor, suores noturnos, alterações de humor e ansiedade. Muitos sintomas podem surgir na nossa cabeça, quando pensamos em menopausa. No entanto, a palavra “natural” também deveria ser parte da lista de características deste período da vida da mulher, como afirmou Drew Barrymore recentemente.
Outro argumento realizado pela atriz durante um evento sobre menopausa, criado por Oprah Winfrey, foi que a discussão sobre o tema deveria ser “mais divertida, segura e sexy”.
De fato, a menopausa ainda causa muitas dúvidas e angústia entre as mulheres. E entre os tratamentos disponíveis, a Cannabis já desponta como uma aliada do público feminino neste período.
Cannabis no tratamento dos sintomas relacionados à menopausa
Segundo a Dra. Maria Teresa Jacob, médica pioneira na prescrição de Cannabis medicinal no Brasil, é importante a avaliação de novas opções terapêuticas para aliviar os sintomas da menopausa:
“O sistema endocanabinóide, presente em todo nosso organismo, está envolvido em processos fisiológicos e psicológicos, como a regulação da temperatura corporal, humor, ansiedade, sono. Ele é essencial na manutenção do equilíbrio do nosso organismo e pode ajudar a amenizar sintomas relacionados à menopausa, como os distúrbios do sono, humor e alterações cognitivas. A legalização da cannabis medicinal, em algumas jurisdições ao redor do mundo, levou ao seu uso no tratamento de um número crescente de doenças”, afirmou.
Cada vez mais mulheres utilizam a Cannabis para lidar com os sintomas relacionados à menopausa
Neste sentido, o estudo “A survey of medical cannabis use during perimenopause and postmenopause” realizado pela Sociedade Norte-Americana de Menopausa, no estado de Massachussets, nos EUA, confirmou que cada vez mais mulheres optam por usar Cannabis para tratar dos sintomas relacionados à menopausa.
Na pesquisa, 86% das participantes relataram o uso de canabinoides, principalmente para lidar com os fogachos, insônia, depressão e ansiedade.
Sono e ansiedade: o alívio com a Cannabis
No trabalho, publicado no periódico científico da associação, 67% das participantes optaram pela Cannabis para lidar com os distúrbios do sono e 46%, para tratar ansiedade. Além disso, o modo mais comum de uso foi a via inalada, usado por 84% das entrevistadas, e as formas comestíveis, que foram consumidas por 78%.
Mas afinal: o que é a menopausa?
Primeiramente, é importante esclarecer que a menopausa é uma parte normal do envelhecimento feminino e não é uma doença. No entanto, algumas mulheres podem precisar de tratamento para controlar os sintomas ou prevenir problemas de saúde relacionados à perda óssea, como a osteoporose.
A menopausa é um processo biológico natural, que marca o fim dos anos reprodutivos da mulher. Ela ocorre quando os ovários param de produzir hormônios reprodutivos, como estrogênio e progesterona, levando à interrupção da menstruação.
A menopausa é geralmente diagnosticada, quando a mulher não tem menstruação por 12 meses consecutivos. Contudo, esse processo pode levar a sintomas como ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono, alterações de humor e ressecamento vaginal.
Na realidade, esse processo pode causar uma variedade de sintomas nas mulheres, que podem variar em intensidade e duração. Os mais comuns incluem:
- Ondas de calor: sensação de calor intenso e sudorese, com duração de alguns segundos ou minutos.
- Suores noturnos: sudorese excessiva à noite, podendo atrapalhar o sono.
- Alterações de humor: irritabilidade, ansiedade, depressão, problemas de concentração.
- Alterações no ciclo menstrual: irregularidades ou ausência de menstruação.
- Insônia: dificuldade para dormir ou manter o sono.
- Ganho de peso: aumento de peso ou mudanças na distribuição de gordura corporal.
- Perda de densidade óssea: a menopausa pode aumentar o risco de osteoporose.
- Redução da libido: diminuição do desejo sexual.
Por outro lado, é importante lembrar que nem todas as mulheres experimentam todos esses sintomas, ou seja, a presença e intensidade deles pode variar de mulher para mulher. Se os sintomas da menopausa estiverem afetando negativamente a qualidade de vida, é recomendado procurar um médico, para discutir opções de tratamento.