Cannabitz – a plataforma que conecta pagamentos e certificações da indústria da Cannabis em dez países da América Latina promete revolucionar o setor interligando produtores, consumidores, intermediários e governos que participam da indústria da Cannabis na América do Sul
A Cannabitz nasceu em junho de 2019 com a proposta de desenvolver um ecossistema digital para certificar produtos, facilitar pagamentos e conectar a indústria da Cannabis na América Latina. “Por meio da Web 3.0 – a terceira geração de serviços de internet para sites e aplicativos – conseguimos fazer com que empresas se conectem com pessoas e governos de forma aberta e inteligente. Além disso, com NFT e DeFi (espécies de moedas digitais) conseguimos superar as limitações do mundo financeiro desta indústria, permitindo a participação com ativos digitais de empresas ou entidades para financiar projetos e mostrá-los ao público. Hoje, as pessoas podem ser provedoras de liquidez e obter lucros por meio desse tipo de recurso tecnológico”, explica Sebástien Gonzalez Ruiz, CEO da Cannabitz e idealizador do projeto.
Para detalhar o funcionamento da plataforma, Sebástien Gonzalez Ruiz, conversou com exclusividade com o Portal Cannabis & Saúde. O presidente da startup explicou que a plataforma web ativa protocolos de certificação e verificação digital para que diferentes membros da cadeia de comércio da Cannabis possam gerar pagamentos. Esses agentes são os que produzem, fabricam, criam marcas e fazem parte tanto do mercado atacadista como do varejo. González Ruiz define a empresa como uma facilitadora digital da indústria da Cannabis, focada em fornecer a interconexão global entre os agentes ativos que intervêm nessa indústria.
“Por meio da tecnologia, essa indústria se democratiza e se dignifica. Devido à sua polêmica, quem dela participa não costuma ter certificações de qualidade ou validações dos produtos ou serviços que oferecem. O processo de verificação digital facilita a rastreabilidade do processo e oferece protocolos que garantem qualidade, além de centralizar produtos, serviços e pessoas em um só lugar para que possam escalar de forma disruptiva. Isso traz excelentes vantagens para os produtores e comerciantes da Cannabitz, que se beneficiam da criação de uma marca de Cannabis reconhecida globalmente com legalidade real”, destaca o CEO.

Essa possibilidade de rastreio e certificações digitais permite a participação integrada de governos, empresas e usuários de forma segura, garante a Cannabitz. “Por exemplo, se a empresa possui uma licença, ela deve se registrar e permitir a verificação dos dados para garantir sua veracidade, sempre com a nossa garantia de que as informações por ela fornecidas não serão públicas”, detalha o executivo. De acordo com a empresa, essa verificação é feita em cinco etapas: “Verificamos minuciosamente os dados das partes interessadas, inclusive por meio de informações fornecidas pela Interpol e Ministério Público. Os dados da empresa ou pessoa são certificados e todas as informações mantidas em um contrato inteligente. Queremos crescer de forma ordenada e séria”, afirma González.
Atualmente, a norte-americana Cannabitz, com sede na Colômbia, consegue estar presente – de forma virtual – em dez países graças à realidade aumentada e às novas tecnologias digitais. “Ao entrar na web, qualquer pessoa pode visitar um dispensário, um local de cultivo ou ir a um laboratório e viver a mesma experiência como se estivesse no mundo físico. Por sua vez, a realidade aumentada permite chegar a mais pessoas. Embora a Cannabitz esteja presente em dez países, por ser uma plataforma digital com diferentes tipos de meios de pagamento, os seus serviços estão adaptados a muitos outros processos”, afirma.
A proposta da Cannabitz, segundo Gonzalez, é revolucionar as operações da Cannabis no chamado metaverso solucionando um dos maiores problemas da indústria da Cannabis em todo o mundo: a falta de liquidez e a dificuldade de operar transações e pagamentos internacionais. “Para isso, criamos um ecossistema que permite adquirir ativos criptográficos de qualquer empresa, em qualquer estágio da cadeia de valor, por meio de um marketplace. Quando uma indústria como essa é legalizada, os diferentes governos devem fazer parte de processos que já garantimos na Cannabitz, por meio da tecnologia blockchain. Os relatórios de cada integrante são criptografados para serem consultados, inclusive, pelo governo”, explica González Ruiz.
Hoje, a Cannabitz é uma startup composta por cinco empresas que cobrem toda a cadeia produtiva da Cannabis. O parque industrial, situado a 45 quilômetros de Bogotá abrange toda a cadeia produtiva da planta. O processo vai desde o cultivo à colheita, ao aprimoramento genético da planta, à extração do óleo terapêutico, o desenvolvimento de novos produtos (tecidos, plásticos, cosméticos, alimentos, construção civil), a distribuição de matéria-prima para outros países, a exportação de sementes e flores secas, bem como consultoria para o posicionamento de novas marcas. Neste caso, o investidor pode usufruir do parque industrial da empresa, além do conhecimento técnico e da logística para desenvolver um terceiro produto ou marca própria. Até agora, 65 empresas de vários países, inclusive do Brasil, já usufruíram ou utilizam a assistência.
Para o CEO da empresa, o mercado da Cannabis está apenas no começo e o Brasil é um nicho gigante. “A indústria da Cannabis, tanto para fins medicinais quanto recreativos, cresceu em todo o mundo como resultado de sua legalização em vários países da América Latina e em alguns estados dos Estados Unidos. Em menos de dois anos já contratamos 40 pessoas na Cannabitz. De acordo com dados da Euromonitor International, o mercado de Cannabis na América Latina cresceu 17% em 2021, e são esperados picos de crescimento exponencial nos próximos 4 anos”, detalha González.
Apesar de o setor movimentar mais de 400 milhões de dólares em comercialização de Cannabis recreativa, apenas 28,8 milhões de dólares são movimentados legalmente, segundo o CEO. “Vi o potencial da indústria da Cannabis e também vi a falta de informação que existe. As pessoas, que são parte ativa da indústria da Cannabis, representam apenas 1% do mercado. Então, o nosso desafio com a digitalização é levar esse negócio para os 99% restantes. Com a Cannabitz, estamos desenvolvendo um facilitador digital, porque trilhões de dólares são movimentados na indústria física da Cannabis e trilhões na indústria digital seja qual for a categoria”, conclui Sebastién.