O estudo “Beneficio clínico del tratamiento con cannabinoides para el dolor crónico no oncológico” foi realizado na Clínica de Endocanabinologia do Uruguai (CEDU), localizada em Montevidéu. Antes de tudo, pesquisa identificou uma queda no nível de dor de pacientes que utilizaram a Cannabis, como opção no tratamento de dor não oncológica.
“Em primeiro lugar, a importância do estudo é continuar verificando e gerando evidências científicas e publicar em revistas especializadas que a Cannabis medicinal é útil no tratamento da dor crônica. Neste caso, focamos na dor não oncológica, porque a dor relacionada ao câncer tem outras características.
Basicamente, este estudo surgiu dada a experiência clínica que temos diariamente na CEDU, desde 2017, e iniciamos a experiência através da aprovação da Cannabis e da autorização para uso como medicamento. E, de fato, a experiência clínica cotidiana nos leva a verificar empiricamente que a Cannabis é muito útil para pessoas que sofrem de dores crônicas.
Concluímos que o resultado teria que ser levado a um artigo científico, apoiando essa evidência científica, para que tanto as instituições de saúde, como os colegas que não estão tão envolvidos nos efeitos da Cannabis, no seu bom uso medicinal, possam expandir o conhecimento e ver esses efeitos”, pontuou Dr. Pablo Mariano Velázquez, que assinou o artigo, ao lado das médicas Dra. Julia Galzerano e Dra. María Daniela Ríos Pérez.
Entenda a pesquisa uruguaia para dor crônica não oncológica
Primeiramente, a pesquisa contou com 438 pacientes, que se consultaram espontaneamente no CEDU, de setembro de 2016 a março de 2020. O motivo da consulta foi dor crônica não oncológica que não respondeu ao tratamento padrão. Os resultados mostraram que:
- Predominaram mulheres (74%) no estudo, com idade média de 69 anos, que receberam atendimento no sistema privado de saúde, em 95% dos casos, em sua maioria com Ensino Médio.
- O tipo de dor mais comum foi a dor osteoarticular.
- Além disso, o quimiotipo de Cannabis mais utilizado foi o Canabidiol 5% (CBD), com boa resposta ao tratamento na redução do nível de dor e suspensão ou redução do uso de opioides (e derivados) e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
“Quanto ao tipo de tratamento, em todos os casos utilizamos produtos de full spectrum, que além do benefício dos canabinoides agregam o efeito dos terpenos”, indica o estudo.
- Poucos e leves efeitos adversos (EAs) foram observados na grande maioria dos pacientes. 12 pacientes (menos de 3%) abandonaram o tratamento.
“Nos concentramos nas patologias mais frequentes que temos aqui no Uruguai que geram dores crônicas. Entre elas, a osteoartrite. Além disso, consideramos também a dor devido à osteoartrite, que é a degeneração progressiva de uma camada específica da articulação que gera dor. Em geral, acontece em idosos, a partir dos 60, 65, 70 anos. Isso é o mais comum”, explicou o Dr. Mariano.
Conclusões do estudo uruguaio Beneficio clínico del tratamiento con cannabinoides para el dolor crónico no oncológico
A pesquisa mostrou uma queda significativa no nível de dor de 3,14 (valor de p ≤ 0,0001). Portanto, indica-se que a Cannabis Medicinal: “pode ser uma opção para o tratamento da dor crônica não oncológica. Mais estudos são necessários para demonstrar a eficácia e segurança dos canabinoides. Isto depende de muitos fatores (leis que facilitam o acesso a uma variedade de produtos de Cannabis medicinal de qualidade médica, incentivos à Ciência e à investigação). De qualquer forma, podemos afirmar que os resultados apresentados são promissores em relação ao seu potencial terapêutico”.
“De várias maneiras diferentes, a Cannabis é muito eficaz na dor crônica. Isso porque ela regula a percepção da dor, como analgésico, regula a inflamação subjacente, regula o humor. E melhora o descanso noturno, o que é muito importante para o corpo. Assim, a pessoa pode se recuperar e não continuar em um círculo sem fim. O dano no corpo pode se recuperar durante o descanso noturno, o que é essencial’, finaliza Dr. Mariano.
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