Senadora confirma que é sobrinha do pastor e fundador da igreja envolvida em apreensão de drogas, mas afirma que a instituição foi quem avisou à PF
A notícia de que a Polícia Federal interceptou quase 300 quilos de skunk (uma maconha com alta concentração de tetrahidrocanabinol – THC) no avião da Igreja do Evangelho Quadrangular, neste fim de semana, repercutiu no meio evangélico, político e inundou de memes as redes sociais.
Depois de três dias de silencio, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) usou a internet para confirmar que é sobrinha do ex-deputado federal Josué Bengtson, pastor e fundador da Igreja Quadrangular, no Pará, proprietária da aeronave interceptada com droga.
No post, a parlamentar disse que só tomou conhecimento do fato nessa segunda-feira por meio da imprensa. E que os familiares a informaram que a própria Igreja denunciou à Polícia Federal a carga suspeita.
“Em seguida, a Polícia Federal assumiu o caso e tomou as medidas cabíveis. Mais informações poderão ser obtidas com a própria PF”, escreveu na nota a senadora.
Trabalho de inteligência
O entorpecente foi apreendido pela PF no Aeroporto Internacional de Belém (PA), em um hangar para decolagens e pousos de voos particulares. De acordo com a polícia, a maconha seria transportada para Petrolina (PE).
Um homem, supostamente responsável pela droga, tentou fugir, mas foi preso em flagrante e autuado por tráfico interestadual de entorpecente. Já o piloto não foi detido, por não ter sido identificada a participação no crime, até o momento.
A PF não confirma a informação de que a denúncia partiu da própria igreja e disse, por meio de nota, que a operação é resultado de um trabalho de inteligência e que o caso continua sob investigação.
O que diz a Igreja?
A assessoria da igreja evangélica informou que recebeu com surpresa a notícia do envolvimento do monomotor Bonanza – de sua propriedade – no operação da PF.
Informou ainda que ao tomar conhecimento do fato, imediatamente, a Igreja acionou a Polícia Federal, que efetuou a prisão de uma pessoa e apreendeu a carga.
A instituição religiosa reafirmou o seu compromisso de colaborar com as investigações e disse que é do interesse da igreja que tudo seja esclarecido o mais rápido possível.
Mais do que parente
O ex-deputado, Bengtson foi quem introduziu a Damares não só no meio evangélico, assim como no meio político. Foi com o tio, que Damares se tornou pastora na Igreja do Evangelho Quadrangular e mais tarde, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A repercussão negativa do caso envolvendo os evangélicos levou a senadora a se posicionar, mas sem muito alarde. Procurada, a assessoria de imprensa da senadora informou que a parlamentar não vai gravar entrevistas sobre o assunto.