Atleta mais comentada da seletiva norte-americana de atletismo, Sha’Carri Richardson foi suspensa nesta sexta-feira (02) pela agência antidoping dos Estados Unidos, a Usada. Ela testou positivo para THC, o princípio ativo da maconha. Sha’Carri pegou uma suspensão de um mês, a tempo de participar das Olimpíadas – mas não de todas as provas.
“Ela não esconde nada e está assumindo todas as consequências, mas importante destacar que ela não foi suspensa dos Jogos Olímpicos. Ela tomou uma suspensão de 30 dias, ela não vai poder participar da prova dos 100 metros rasos, e essa prova dos 100m é antes de terminar essa punição. Tanto que ainda se discute a possibilidade dela participar do revezamento 4×100”, explicou Peu Guimarães, CEO do Atleta Cannabis, iniciativa brasileira que difunde informações sobre o uso dos canabinoides no esporte.
Disse Sha’Carri à rede de televisão NBC: “Quero assumir a responsabilidade por minhas ações. Não estou procurando uma desculpa. No momento, estou apenas colocando toda minha energia para lidar com o que eu preciso lidar”.
O canabidiol passou a ser permitido pela Agência Mundial Antidoping, e essa será a primeira Olimpíadas com o CBD liberado. Já o THC segue proibido dentro do período de competições.
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O caso da Sha’Carri é bastante complexo. O drama dela foi bastante noticiado, depois de Sha’Carri vencer os 100m rasos na seletiva. A mãe biológica dela havia morrido uma semana antes. A cena da atleta subindo as escadas da arquibancada para abraçar a avó que torcia por ela causou enorme repercussão mundial.
Nessa entrevista pra NBC, a corredora revelou que, na verdade, ficou sabendo da morte da mãe, com quem aparentemente tinha contato distante, por um jornalista, na seletiva. E disse que foi naquele contexto que fumou o baseado.
É permitido fumar maconha no Oregon, onde aconteceu a competição. E o código antidoping não pune o consumo fora de competição. Mas Sha’Carri testou positivo para THC exatamente no dia da final da seletiva dos 100m, o que o Código Mundial Antidoping proíbe pensando na segurança do atleta, não na lógica mais comum no doping, que é a de se tentar tirar vantagem.
Disse ela: De alguma forma, eu estava tentando esconder. Agora a decisão fica nas mãos da USA Track & Field, federação de atletismo dos Estados Unidos, e do comitê olímpico americano, USOPC, que têm como regra convocar os primeiros colocados da seletiva, na qual o resultado de Sha’Carri foi anulado. As entidades ainda não se pronunciaram.
Com informações do UOL Esporte