Dia 21 de junho é a data escolhida para a celebração do Dia Mundial de Conscientização sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A ELA é uma doença neuromuscular degenerativa progressiva que afeta os neurônios motores, que são as células responsáveis pelo controle dos movimentos musculares voluntários.
A ELA afeta tanto os neurônios motores superiores, localizados no cérebro, quanto os neurônios motores inferiores, localizados no tronco cerebral e na medula espinhal. E essa degeneração progressiva dos neurônios motores leva à fraqueza muscular, paralisia e, eventualmente, comprometimento dos músculos responsáveis pela respiração, fala, deglutição e outros movimentos vitais.
Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, há aproximadamente 140.000 novos casos diagnosticados em todo o mundo a cada ano – 384 novos casos todos os dias. Para a data conversamos com a médica neurologista Dra. Christina Funatsu
Como tratar ELA com Cannabis?
Atualmente estudos identificaram que a modulação do sistema endocanabinoide traz muitos benefícios para os pacientes com ELA. De início o impacto vem em situações cotidianas como comer e dormir melhor, mas as propriedades neuroprotetoras da Cannabis podem agir para retardar a progressão da doença.
Segundo a Dra. Funatsu, é possível que no futuro seja provado uma influência maior dos elementos da Cannabis no tratamento para ELA. Mas por enquanto é necessário que o uso do Canabidiol (CBD) e todos os elementos da planta sejam utilizados de maneira muito criteriosa.
“Embora todos os elementos da planta em conjunto, que é o efeito comitiva, tem como função primordial a busca da homeostase, precisamos utilizar com cuidado porque nesse equilíbrio muitas vezes a ação do Canabidiol é mais “apaziguadora”, ele não tem uma função de reativar sistemas onde já houve morte celular. Então a busca seria retratar essa degeneração e essa é uma possibilidade. Existem várias pesquisas que mostram que os elementos da Cannabis podem atuar ao nível não somente do equilíbrio celular, mas do sistema mitocondrial. Ou seja, poderia talvez atuar em termos de retardar a evolução do ELA”, explica.

A Cannabis como fator essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com ELA
Os sintomas iniciais da ELA podem variar, mas normalmente podem incluir fraqueza muscular, cãibras, espasmos musculares, dificuldades para falar, engolir ou respirar, perda de controle muscular e perda de peso inexplicada. Conforme a doença progride, a perda de função muscular aumenta, tornando as atividades diárias cada vez mais desafiadoras. E é para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes que os tratamentos com Cannabis encontram ainda mais espaço.
Neste sentido, a Dra. Funatsu explica que o impacto dos canabinoides no organismo pode melhorar a qualidade daquele indivíduo que fica ansioso pelos sintomas que tem e até por doenças associadas, como distúrbios do sono.
“Tenho quatro casos de pacientes que estão em tratamento com Cannabis para ELA”
Em relação aos tratamentos indicados com canabinoides para a condição, Dra. Funatsu explica que depende muito da queixa de cada paciente para definir a sua indicação e proposta de utilização das moléculas da planta.
“Se há dor articular, por outros desdobramentos da doença, eu gosto de colocar um pouquinho de THC. Quando uso THC é uma proporção muito pequena. Senão no geral, eu dou uma importância maior para a utilização do CBD puro apenas durante o dia. E eles ficam bem, eu gosto de dar uma sensação de conforto, de bem-estar, diminuindo um pouco a ansiedade. Uma paciente se sentiu mais aliviada com o CDB. Ele se sentiu fisicamente melhor”, observou.
“A descoberta do sistema endocanabinoide foi um marco fantástico”
E quando perguntada sobre a relevância do sistema endocanabinoide para tratamentos de saúde, Dra. Funatsu afirma que há um antes e um depois desta descoberta na medicina. Para ela, profissionais da saúde e pacientes devem ter conhecimento deste elemento presente em seres humanos e animais.
Filmes sobre ELA
Por fim, neste Dia de Conscientização sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica, indicamos agora dois filmes que trazem a ELA como ponto central em seus enredos.
Primeiramente é a obra sobre o físico e cosmólogo Stephen Hawkings, que foi diagnosticado com ELA ainda jovem. “A Teoria de Tudo” foi lançado em 2014 e rendeu ao ator Eddie Redmayne o Oscar de melhor ator.
Também o filme Um Momento Pode Mudar Tudo, lançado em 2014, que conta a história de uma designer e pianista clássica diagnosticada com ELA.
O diagnóstico precoce da ELA é fundamental para o sucesso no tratamento e na manutenção da qualidade de vida tanto do paciente quanto das pessoas que vivem no seu entorno, é importante buscar atendimento se surgirem alguns sintomas. Você pode marcar uma consulta com a Dra. Christina Funatsu clicando nesse link, e também há mais de 250 profissionais que podem te orientar e iniciar um tratamento com Cannabis na nossa plataforma de agendamentos.