Inflore promove em São Paulo debate sobre proposta de legalização e regulamentação da Cannabis no país
Nos dias 25 e 26 de março, o Encontro Inflore 2023 vai promover em São Paulo uma roda de debates sobre como é possível contribuir para construir os termos da legalização e regulamentação da Cannabis no Brasil – que a indústria deseja para o país. E aqui, como pontua a fundadora da Inflore, Luna Vargas, indústria é todo profissional e entidade que de alguma forma contribui para a cadeia produtiva do setor, sejam associações, empresas, educadores, médicos, cientistas, pacientes, pesquisadores, e assim por diante.
A segunda edição do evento presencial acontece no espaço Cecília Cultural na capital paulistana. Foram abertas 60 vagas para participações presenciais (R$ 242) e as vagas são ilimitadas para quem estiver online. A discussão será transmitida ao vivo para quem estiver longe (R$199). “O recinto é pequeno e bem intimista. Queremos promover network, oportunidades de trabalho e ampliar a visão do que já é possível fazer no mercado da Cannabis no Brasil”, antecipa Vargas.
A primeira edição com cerca de 80 participantes foi em fevereiro do ano passado com a temática: ‘A ciência da Cannabis aplicada – da teoria à prática’. Agora, segundo Luna, o evento tem um propósito ainda maior “A ideia é que esse não seja só um evento, mas que a gente saia de lá com uma proposta objetiva para a regulamentação da Cannabis no Brasil. Uma construção multissetorial e conjunta”, defende a antropóloga.
A regulamentação que se deseja
Para a fundadora da Inflore chegou o momento de sair do ‘plano das ideias’ para colocar as propostas no papel e apresentar às autoridades. “Muitos falam que precisamos de justiça social, mas o que é isso na prática? Quais políticas públicas queremos implementar para garantir que empresas tenham CEOs pretos e mulheres nesses cargos de comando? E o cultivo caseiro? O que é? Quantas plantas, onde pode? Em que condições? Precisamos pensar nessa parte objetiva e ver o que é bom para o Brasil. Nenhum país tem 65% de população negra, que é a mais afetada pela guerra às drogas. Nós como indústria da Cannabis do Brasil temos que ter uma proposta. Isso não virá do governo ou da indústria farmacêutica”, defende Luna.
Para subsidiar esse debate, Luna conta que durante sete meses pesquisou – em loco – as diferentes regulamentações de vários países europeus e outros quatro anos no Canadá, vivenciando de perto a experiência da implementação da política canadense de legalização da maconha. “Já que vamos fazer uma regulamentação tardia, podemos observar o que deu certo e errado nos outros países e tentar fazer melhor, de acordo com a nossa realidade. Os projetos de leis, por exemplo, são feitos por assessores que – na grande majoritária das vezes – não entendem de Cannabis e não têm experiência na indústria, por isso na prática não funciona ou funciona mal. Precisamos de quem tem experiência, conhecimento e prática de mercado para construir essa regulamentação”, afirma ativista.
Quem vai participar?
Para propor caminhos de uma regulamentação que possa beneficiar pequenos e médios empreendedores com reparação social, Luna diz que buscou diversidade. “A ideia é somar diferentes pontos de vista para formatar uma futura proposta de quem mais conhece a planta e seus desdobramentos na sociedade em busca de redução de danos para o mercado e para o futuro do acesso à Cannabis”, conclui Vargas.
Veja quem vai participar:
-Nathália Oliveira (Iniciativa Negra)
-Rebeca Lerer (Ativista de Direitos Humanos)
-Gabriela Arima (Rede Reforma)
-Pedro Nicoletti (Cannativa)
-Konstantin Gerber (Direito Indígena)
– Manuela Borges (InformaCANN e Cannabis & Saúde)
Link de inscrição:
https://loja.kamah.com.br/eventos/encontro-inflore