Estudos indicam que a medicina canabinoide pode ajudar 37% dos brasileiros que sofrem com algum tipo de dor
Mais de 60 milhões de brasileiros – ou 37% da população – sofrem com dores crônicas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (Sbed). Para debater inovações terapêuticas que possam aliviar esse mal, que atinge uma em cada três pessoas no mundo (dados OMS), a Sbed realiza a 16ª edição do Congresso Brasileiro de Dor (CBDor), em São Paulo. Ao mesmo tempo, pela segunda vez consecutiva, a Cannabis medicinal é debate no CBDOR. Desta vez, é destaque como opção terapêutica de controle da dor na maior conferência do país sobre o tema.
De fato, Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam também, que 80% dos adultos, em algum momento da vida, irão sofrer pelo menos uma crise aguda de dor. Do mesmo modo, até 90% poderão desenvolver o sintoma por mais de uma vez na fase adulta.
Cannabis nos holofotes
No que diz respeito à medicina canabinoide desta edição, a diretora da Vigo Academy, Ana Gabriela Baptista, apresenta uma aula com estudos científicos sobre o impacto dos canabinoides na cognição dos idosos.
“O Brasil é o país com grande prevalência de dor. Discutir o uso medicinal da Cannabis num congresso como o CBDor é de suma importância para o aprimoramento e atualização profissional”, alerta Baptista, colunista do Portal Cannabis & Saúde.
Já na última edição do CBDOR, o painel sobre medicina canabinoide foi um dos que mais atraiu a atenção dos congressistas. Agora, Cannabis medicinal entra no debate sobfre opções de controle da dor no 16º CBDOR.
13 painéis exclusivos sobre Cannabis
Além disso, ainda haverá um simpósio satélite e outros 13 painéis, apenas para discorrer sobre como a Cannabis pode atuar de forma anti-inflamatória e analgésica no controle da dor.
Agora, ao longo de quatro dias de eventos, serão mais de 10 horas de conteúdo, apenas sobre o sistema endocabinoide, moléculas medicinais da Cannabis e as suas interações medicamentosas.
Da mesma forma, ainda entram na pauta os aspectos imunológicos no tratamento, a Cannabis no controle da fibromialgia e sono, no impacto do humor e as principais vantagens na administração de canabinoides em relação aos benzodiazepínicos.
Terpenos e flavonoides
Ao mesmo tempo, em relação aos avanços e novas descobertas, o neurocirurgião Pedro Pierro vai ministrar uma aula sobre a importância dos terpenos e flavonoides na sinergia da terapia canabinoide.
“Sem dúvida, para quem atua na área de dor, esse é o evento mais importante que acontece no Brasil. São diversas especialidades que se juntam para discutir o problema: neurologia, neurocirurgia, fisiologia, fisiatria, reumatologia, anestesiologia”.
Como é a prescrição de Cannabis medicinal no Brasil atual?
Por outro lado, médico integrativo, Wellington Briques, coordena o painel sobre o cenário atual da prescrição da Cannabis medicinal no Brasil. Na exposição, o especialista também vai abordar a chegada do remédio no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Estados da União estão incluindo medicamentos à base de canabinoides no SUS. Há protocolos de tratamento já publicados e testados, como opção no controle da dor crônica, com evidências fortes. O que os médicos precisam é buscar capacitação”, conclui.
Cannabis sintética?
Em relação aos canabinoides sintéticos (CS), ou seja, moléculas desenvolvidas em laboratório, quem assume o palco para explicar o assunto é o ortopedista e traumatologista, Ricardo Ferreira.
“Os CS já estão disponíveis há algum tempo no mercado brasileiro. Seja no mercado ilegal, com o Spice e K2, ou de forma legal, nas farmácias, o PEA (canabinoide sem psicoatividade) e os semi- sintéticos Delta 8, Delta 9 e Delta 10 THC podem ser adquiridos pelos brasileiros”, detalha o médico.
Assim sendo, acordo com o Dr. Ferreira, os canabinoides sintéticos são produzidos nos Estados Unidos a partir do canabidiol (CBD). Entretando, os médicos brasileiros devem ficar atentos quanto à origem dos produtos que prescrevem.
“Nem sempre a informação, se o produto contém canabinoides naturais ou sintéticos, está explícita ou é divulgada de forma clara pelos representantes das empresas”, alerta o especialista.
Outros temas
Para além da Cannabis, os congressistas também vão explorar as causas e patologias que têm como sintoma a dor crônica ou aguda. Por exemplo, temos a síndrome da dor complexa regional, dor em pediatria, dor no idoso, dor orofacial, dor pós-operatória, oncológica, neuropática, dor e movimento e saúde mental e dor.
Adicionalmente, o congresso ainda traz práticas integrativas no tratamento da dor. Da mesma forma, modelos de negócio para clínicas que querem atuar nessa área, diagnósticos mais precisos, atividades práticas e tecnologias digitais que atuam no controle da dor estarão no debate.
Serviço:
Data: 17, 18, 18 e 20 de maio
Hora: de 8h30 às 19h
Onde: Centro de Convenções Frei Caneca
https://sbed.org.br/16o-cbdor/
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