O câncer de próstata é o segundo que mais mata homens no Brasil, perdendo apenas para o de pele. Apesar do dado alarmante, trata-se de uma doença que, se for detectada de maneira precoce, as chances de cura são muito altas. É fato que pessoas do sexo masculino são mais resistentes aos cuidados com a saúde em relação às mulheres. No entanto, mudar este quadro é crucial.
O Novembro Azul é uma tentativa bastante plausível nesse sentido. Dado que estamos próximos ao penúltimo mês do ano, é o momento propício de estarmos atentos quanto aos riscos proporcionados pelo câncer de próstata. Para saber tudo sobre o Novembro Azul e esse mal que acomete os homens no Brasil, continue a leitura até o final!
Os meses de setembro, outubro e novembro costumam trazer temáticas importantes relacionadas com a saúde. Enquanto o primeiro e o segundo abordam, respectivamente, o combate ao suicídio e o câncer de mama, o terceiro é focado na saúde masculina, em especial o câncer de próstata.
Pode parecer que o Novembro Azul surgiu no Brasil, mas na verdade ele é originário da Austrália. A história que envolve a data é a seguinte: em 2003, Travis Garone e Luke Slattery tiveram a iniciativa de deixarem os seus bigodes crescerem. A cidade em que eles estavam era Melbourne, na Austrália, lugar onde o uso de bigode não era muito frequente entre os homens.
A ideia de associar o bigode com os cuidados na saúde masculina foi motivada por uma campanha contra o câncer de mama. A responsável pela empreitada era a mãe de um colega deles, que na época fazia a coleta de fundos em prol desse objetivo. Como o dia do combate ao câncer de próstata já era 17 de novembro, Travis e Luke escolheram o mês para deixar os seus bigodes crescerem. De início, a campanha recebeu a adesão de 30 homens, que resolveram também deixar os seus bigodes crescerem.
O primeiro nome da campanha foi Movember Foundation, visto que o primeiro nome era uma alusão ao mês e à palavra “moustache”, que quer dizer bigode. Na época também foi feita uma plataforma online para que os interessados fizessem doações à empreitada. Com o tempo, o movimento foi ganhando bastante popularidade em Melbourne e em toda a Austrália.
Depois de se espalhar por cerca de 20 países, o movimento também passou a ser chamado de No-Shave November, ou Novembro Sem Barbear. Ao contrário do que se possa imaginar, a campanha também recebeu uma adesão maciça por parte das mulheres. Elas passaram a usar bigodes falsos e roupas azuis, o que deu origem ao nome Novembro Azul. Foi o Instituto Lado a Lado Pela Vida, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, que fez o Novembro Azul chegar ao Brasil, no ano de 2008.
Como é do conhecimento de muitos, existe um grande tabu dos homens com relação à prevenção do câncer de próstata. Nesse sentido, no mês de novembro são ministradas várias palestras com o intuito de conscientização a respeito da doença, além da importância do diagnóstico precoce.
O primeiro lema do Novembro Azul no Brasil foi “Um toque, um drible”. A intenção era incentivar os homens a fazer o exame, que embora seja bastante desconfortável, dura apenas alguns segundos. Por conta dessa resistência, o tratamento do câncer só é procurado quando o tumor já se encontra em estágio mais avançado.
Essa procura tardia pelo tratamento por parte dos homens pode gerar o aumento de custos na saúde pública do Brasil. Apesar das muitas deficiências, o SUS tenta, na medida do possível, prestar assistência ao maior número possível de pessoas e enfermidades. Portanto, campanhas de conscientização como o Novembro Azul podem reduzir bastante a procura por tratamentos avançados do câncer de próstata, que além de caros, são financiados por todos.
Agora que você entendeu em detalhes sobre a origem e importância do Novembro Azul, vamos agora falar desse mal que acomete homens. Fazendo uma abordagem mais geral, o câncer é caracterizado pelo atraso na morte das células do organismo. Também conhecido por apoptose, esse processo acontece de maneira deficitária quando o “relógio” que regula a morte celular fica desregulado.
Com o passar do tempo, e sem o devido tratamento, essas células defeituosas passam a se espalhar pelo corpo, em especial na corrente sanguínea. Quando ocorre essa multiplicação — também chamada neoplasia — as células defeituosas passam a entrar em conflito com a saudáveis e causar diversos problemas ao indivíduo, considerando que o câncer é maligno.
Vale destacar que esse comportamento anormal das células do organismo ocorre por meio de mutações do DNA. É justamente por esse motivo que não é recomendado, por exemplo, que as pessoas fiquem um tempo demasiado expostas ao sol. Como se sabe, a radiação solar pode agir na célula no nível molecular, provocando mutações e favorecendo o surgimento do câncer de pele.
A próstata é um órgão com formato de maçã e do tamanho de uma noz. Fica na parte inferior do abdômen e em seu interior passa a uretra, tubo que transporta urina e sêmem. Além disso, ele fica à frente do final do intestino grosso, também conhecido como reto.
Vale ainda destacar que a próstata é responsável por produzir uma parcela do esperma no homem, sendo, portanto, uma glândula diretamente relacionada à função erétil do órgão genital masculino, também em virtude de possuir terminações nervosas.
O câncer nessa região é caracterizado por um aumento no tamanho da próstata. Quando isso acontece, pode acontecer de a bexiga ficar comprimida e o indivíduo começar a se queixar que ela parece nunca se esvaziar quando ele vai urinar. O problema se manifesta de inúmeras formas, com graus variados de agressividade.
Isso significa o seguinte: haverá casos em que o homem nem mesmo durante a vida saberá que tem alguma anomalia na próstata; outros, porém, sofrerão bem mais, pois o tumor maligno pode não só crescer, mas também se espalhar pelo corpo e afetar outros órgãos, aumentando o risco de morte.
Conforme a idade, a tendência natural é a próstata aumentar de tamanho, significando câncer ou não. Por isso que homens a partir dos 65 anos costumam ser tão acometidos pela doença, na maioria das vezes.
Um dos grandes problemas do câncer de próstata é que ele se manifesta de maneira silenciosa. De início, o homem geralmente não sente nenhum sintoma específico, mas alguns indícios de anomalia na glândula incluem:
Mesmo se o homem apresentar um ou mais dos sintomas apresentados, pode ser que ele não tenha, de fato, o câncer de próstata. Em grande parte dos casos, o que ocorre é a hipertrofia benigna, que além de oferecer menos risco, demanda um tratamento diferente.
Como falamos, é comum o homem procurar ajuda médica somente quando os sintomas de câncer de próstata estão avançados. Quando ele sente, por exemplo, incontinência urinária ou fecal e dor na hora de urinar ou ejacular, obviamente é hora de procurar o urologista para saber se o crescimento da glândula é um tumor maligno ou não.
A consulta com o especialista é crucial, visto que ele avalia se o problema já está em outras partes do corpo. Alguns sinais que podem indicar o espalhamento do câncer para além da próstata são:
O PSA (Antígeno Prostático Específico) é um exame que detecta no sangue a presença de uma enzima existente na próstata. Dependendo da concentração, é possível o médico solicitar que o paciente faça outros exames para avaliar a presença ou não de tumor maligno.
Costuma ser indicado a homens a partir dos 45 anos, de modo que façam esse exame uma vez ao ano. A medição dos níveis de PSA é feita da seguinte forma: indivíduos com menos de 65 anos possuem concentração do antígeno inferior a 2,5 ng/ml; já para homens com mais de 65 anos, ele é considerado saudável se tiver um PSA inferior a 4 ng/ml.
É possível notar que os níveis de PSA aumentam com a idade. Vale também deixar uma ressalva importante: índices baixos da enzima não são conclusivos quanto à existência do tumor maligno, assim como níveis elevados podem não significar que o paciente tem câncer, de modo que ele precisa fazer exames complementares.
Existem também alguns fatores que elevam o PSA, como a infecção urinária ou algum procedimento cirúrgico que o paciente tenha feito na região da próstata. Somente o médico especialista fará o discernimento correto sobre a relação dos níveis de PSA com a existência de um câncer.
Além do diagnóstico do câncer de próstata, o toque também ajuda a identificar, por exemplo, hemorróidas e nódulos na região do reto e do ânus. Sem dúvida, este é o ponto que causa grande resistência nos homens, em virtude de ser considerado um procedimento invasivo. A verdade é que ele dura geralmente 10 segundos e não provoca dor ao paciente.
É recomendável que homens entre 45 e 50 anos façam esse exame para que o médico possa identificar anomalias na próstata. Quando o profissional faz o procedimento, o intuito é tocar a glândula do paciente, verificando o seu crescimento, densidade e formato. O exame permite ainda identificar nódulos na região, e pode ser feito também em conjunto com o PSA, para que o diagnóstico seja mais conclusivo.
Normalmente, o paciente fica na posição de deitado na hora de o médico introduzir o dedo indicador. Em outros casos, o indivíduo pode também ficar na posição ginecológica, ou ainda com o tórax e os joelhos apoiados na maca. Se forem encontradas anomalias, o médico não pode ainda afirmar que é câncer na próstata; o toque retal não permite avaliar a glândula por completo, de modo que somente uma biópsia é capaz de dar um diagnóstico definitivo.
Antes de falarmos da biópsia, é preciso introduzir brevemente outro exame correlato: a ultrassonografia transretal. Também conhecida por ecografia da próstata, o procedimento é mais completo que o toque retal, dado que analisa não só alterações de tamanho da glândula, mas também a sua estrutura.
No entanto, vale destacar o caráter invasivo da ultrassonografia transretal. Uma das formas de se preparar de forma adequada para o exame é esvaziar o intestino com laxante, no intuito de evitar que os resultados não sejam afetados. A biópsia é feita sempre em conjunto com a ecografia da próstata, sendo removida uma amostra da glândula durante o exame.
Além de esvaziar o intestino com laxante, é preciso o paciente tomar um antibiótico específico receitado pelo médico. O indivíduo deve fazer a ingestão por aproximadamente 3 dias e fazer um jejum de 6 horas.
Uma vez diagnosticado o câncer de próstata, ele se manifesta de diferentes formas, como falamos. De acordo com a literatura médica, existem 9 estágios da doença. São eles:
Embora não existam estudos conclusivos quanto à relação com o câncer de próstata, o tabagismo é considerado um fator de risco. Além do fumo, a obesidade e a má alimentação também podem ter alguma associação com a doença, embora ainda haja incertezas.
Existem ainda alguns estudos em relação a doenças sexualmente transmissíveis e vasectomia. No primeiro caso, as DSTs podem aumentar a inflamação da glândula, e no segundo, foram feitas algumas pesquisas, que apresentaram um risco levemente maior de desenvolver a doença em homens vasectomizados.
No entanto, existem fatores com relação mais direta com o câncer de próstata. São eles:
Como falamos, a má alimentação pode contribuir para o surgimento de câncer na próstata. Portanto, uma dieta balanceada e rica em nutrientes é bastante útil nesse sentido, além de diminuir o risco de desenvolver outros problemas de saúde, inclusive cânceres.
Nesse sentido, os estudos apontam que o consumo exagerado de carne e gordura vegetal podem desencadear a doença. A troca desses alimentos por frutas, verduras e cereais, por exemplo, somados a alguma atividade física, são de grande importância para minimizar alguns fatores de risco.
A ingestão moderada de álcool, segundo as pesquisas, também pode ajudar na prevenção do câncer de próstata. Além disso, se a pessoa for fumante, é altamente recomendável largar o vício o quanto antes, até mesmo em virtude do aumento no risco de câncer nos pulmões ou boca, por exemplo.
No entanto, quando há algum fator de risco mais incisivo, como o histórico familiar, a recomendação é fazer os exames citados. Imagine um filho que tem ou teve um pai com câncer de próstata: supondo que ele tem menos de 40 anos, ele deve procurar o urologista, para fazer o PSA e o toque retal.
Havendo algum indício de tumor maligno na glândula, o médico pode solicitar exames avançados, como a biópsia. Quanto mais cedo o paciente procurar o especialista — considerando o fator de risco — as chances de cura do câncer estarão em torno dos 90%.
O tratamento do câncer de próstata considera o estágio da doença e as características do paciente. No momento que o médico sabe com exatidão em qual dos 9 estágios citados a doença está, ele pode optar pela cirurgia de remoção da glândula, radioterapia ou tratamento hormonal.
O primeiro tratamento só será feito se o paciente conseguir suportar bem uma intervenção cirúrgica desse tipo. Além disso, ele pode ser usado tanto em casos leves como os mais graves da doença. Tal qual a cirurgia, a radioterapia também se aplica a quadros leves e severos do câncer de próstata.
Por fim, o tratamento hormonal tem o objetivo de inibir a testosterona no organismo do paciente. Isso ocorre por conta da relação do hormônio com o câncer de próstata, sendo geralmente indicado quando o indivíduo está em um estágio mais avançado da doença.
A Cannabis é bastante efetiva no tratamento de algumas doenças, em virtude do seu caráter terapêutico. Na forma de CBD (Canabidiol), ele atua, entre outras coisas, no relaxamento dos músculos, anti-inflamatório e analgésico.
No tocante ao câncer, ele já é usado não só para minimizar sintomas, mas também atuando sobre o foco da doença, que é o tumor. Além disso, o CBD pode ser usado como forma de prevenir o câncer de próstata. Normalmente, o medicamento à base de Canabidiol é no formato de óleo ou cápsula; no entanto, nem todas as formas são permitidas ainda no Brasil.
Nesse sentido, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) só permite o uso de remédios à base de CBD de três formas:
Sobre a efetividade do CBD no tratamento de doenças como o câncer de próstata, ainda não existe consenso na comunidade médica. No entanto, é possível que isso mude, visto que animais e humanos já foram beneficiados pelo uso medicinal da Cannabis.
É comum que as pessoas fiquem ansiosas e debilitadas com o câncer, dependendo do tratamento escolhido pelo médico. Logo, o CBD pode ser bastante benéfico, reduzindo esse quadro de ansiedade, além de atuar na diminuição da dor, melhora do sono e falta de apetite do paciente oncológico.
Ainda que a Cannabis pareça se limitar a tratar os problemas decorrentes do câncer, há indícios de que ela pode matar células defeituosas. Além disso, há estudos apontando que o CBD tem relação com a diminuição do processo de metástase, presente em casos mais severos de câncer.
Caso o paciente com câncer de próstata queira experimentar um tratamento à base de CBD, ele precisa ser refratário. Isso significa que o indivíduo deve ter tido contato com outros tratamentos (para minimizar os sintomas da doença) e não ter obtido o sucesso esperado.
Infelizmente, a ANVISA ainda impõe muitas restrições quanto ao uso dos derivados de Cannabis no Brasil. Apesar disso, a tendência é que os custos dos medicamentos sofram uma diminuição, facilitando o acesso de pacientes oncológicos. Dito isso, o primeiro passo é agendar uma consulta com um médico que tenha permissão para prescrever remédios à base de Canabidiol.
O câncer de próstata, embora seja o segundo que mais mata homens no Brasil, possui uma grande taxa de cura se o diagnóstico for precoce. O Novembro Azul, portanto, é uma excelente forma de conscientizar os homens a buscarem ser proativos nesse sentido, principalmente após os 40 anos. Vimos ao longo deste texto que o Cannabis é bastante benéfica no tratamento de câncer, não só nos sintomas, mas também há pesquisas relacionadas com as suas propriedades antitumorais.
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