Há aproximadamente um mês, a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN) vem realizando conferências online com o objetivo de fundir e consolidar as vozes do setor da planta no Brasil.
Porém, antes da divulgação da carta, acontecerá mais um encontro virtual com inscrições abertas aqui
“Fizemos três conferências reunindo todos os espectros: sociais, econômicos e científicos. Vamos fazer agora uma votação na quarta conferência. E aí então teremos as 30 propostas para Cannabis, maconha e cânhamo. Nos nossos relatórios estão todos os depoimentos, de quilombolas, indígenas, de pesquisadores, empresários e também para o pessoal que tem interesse na legalização da maconha”, pontuou Thiago Ermano, presidente da ABICANN.
Carta com 30 propostas devem ser apresentadas ainda na primeira quinzena de julho
Neste sentido, o documento pretende unificar interesses em reduzir misérias, gerar riquezas e cobrar os legisladores e reguladores da planta através de uma visão clara sobre o tema.
Ainda segundo Ermano, a carta será entregue a políticos principalmente no Congresso Nacional. Além disso, a ABICANN mira na adesão política através do documento.
“Vamos ligar para os gabinetes, deputados, senadores, vereadores e todos os municípios onde tenha regiões metropolitanas com uma média de 500 mil habitantes. Queremos buscar adesão para abrir audiências, discussões, ou seja, fazer um processo educacional também nos seus municípios. E também para começarem a instituir leis municipais de acesso à Cannabis medicinal. E claro entregar também para universidades para que eles comecem a se sensibilizar e parem de impedir pesquisadores. Pois nos relatórios temos pesquisadores dizendo que estão com dificuldades: eles não têm acesso a matéria-prima para trabalhar com o cânhamo”.
O mercado da Cannabis é impulsionado pelos uso medicinal, mas há uma indústria que pode crescer com uma regulamentação maior no país
Atualmente, o Brasil conta com uma média de 430 mil pacientes de Cannabis medicinal. Ou seja, pessoas que fazem uso das moléculas da planta, como o CBD e o THC, para a saúde. Este uso é regulamentado e pode ser feito através de uma prescrição médica ou odontológica.
Há diferentes comprovações científicas e relatos de pacientes que indicam que os produtos à base de Cannabis servem para o alívio de sintomas e tratamento de diversas condições de saúde.
Estima-se que mais de mil empresas atuem no setor. Segundo a Kaya Mind, em 2023, as aplicações medicinais da planta movimentaram cerca de R$ 700 milhões no país, um crescimento de 92% em relação a 2022.
O potencial de geração de empregos da indústria da Cannabis
O último Relatório americano anual da Vangst Jobs, empresa especializada na área, informou que os Estados Unidos conta com 440.445 empregos em tempo integral, o que representa apenas nestes quatro primeiros meses do ano um aumento de 5,4% em relação a 2023. Ainda sobre o ano passado, a indústria legal de Cannabis dos Estados Unidos criou quase 23 mil novos empregos. E como receita nacional de vendas regressou ao crescimento de dois dígitos.
“O relatório espera que, se eles tiverem uma legislação ampliada nos Estados Unidos, eles possam abrir pelo menos mais 100 mil postos de trabalho. E isso nos traz aqui de novo para o Brasil mostrando a importância de ter uma regulamentação forte aqui para a geração de empregos”, avalia Danilo Lang, criador do site Cannabis Empregos.
Agende sua consulta
Como falamos, o uso medicinal da Cannabis no Brasil já é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) através da Resolução da Diretoria Colegiada RDC 660, e também da RDC 327, desde que haja prescrição médica. Agende aqui sua consulta. O portal Cannabis & Saúde oferece uma plataforma que facilita a conexão entre pacientes e profissionais de saúde experientes em terapias com Cannabis.