Carlos Raimundo Ferreira Vasconcelos saiu do hospital desacreditado. Não havia mais o que fazer: o corpo fragilizado colocava para fora todos os alimentos e líquidos que ele ingeria e, desnutrido, não tinha mais condições de seguir o tratamento de quimioterapia.
Faltava tanta energia que Carlos nem conseguia mais caminhar ou fica de pé. O melhor seria voltar para casa na zona rural de São Luís, no Maranhão, e, ao lado da família, esperar pelo suspiro final que, segundo os médicos, não deveria demorar mais do que alguns dias.
Chegaria ao final uma luta que durava cerca de um ano. Em 2018, aos 46 anos, Carlos teve sua primeira convulsão, sem motivo aparente. A tomografia indicou duas grandes massas na parte frontal do cérebro.
Era câncer.
Após a primeira cirurgia, médicos realizaram a biópsia e descobriram que o tumor, na verdade, havia começado no pulmão – e se espalhado pelo cérebro e outros órgãos na região do abdômen.
A cirurgia reduziu os movimentos no braço direito e impediu Carlos, motorista de ambulância, de dirigir.
A memória começou a falhar, as crises convulsivas continuaram. Os remédios quimioterápicos, que tiveram bons resultados no começo, causavam náuseas, vômitos e perda de apetite. A dor intensa no pulmão esquerdo, onde havia o primeiro tumor, sem possibilidade de retirada por cirurgia, impedia Carlos de dormir.
Perdeu mais de 20 quilos e, um ano depois do diagnóstico, a esperança de derrotar a doença.
Foi após todo esse drama que Fátima, irmã de Carlos, decidiu vencer o próprio preconceito e aceitar o remédio indicado por Clayton Aragão Magalhães, médico intensivista do Hospital São Domingos, em São Luis: óleo de Cannabis.
O primeiro dia de medicamento começou com uma só gota, que, gradativamente, virariam 15 por dia. Suficiente para fazer Carlos dormir a tarde toda. No terceiro dia, acordou faminto. “Ele disse: ‘eu quero é comer’. A gente nunca mais tinha escutado ele falar isso”, lembra Fátima.
“Depois era tanta vontade de comer que a gente escondia as panelas”, brinca a irmã.
As crises convulsivas e a dor acabaram, assim como a náusea e o vômito. Carlos voltou a andar, recuperou 26 quilos e, ao retornar ao consultório, deixou o oncologista boquiaberto.
Andava tão bem de saúde que pode retomar as sessões de quimioterapia. Mas não abandonou o óleo de Cannabis. Naqueles meses seguintes, uma nova tomografia deu a ele a melhor e mais inesperada notícia: os dois tumores haviam desaparecido do cérebro, embora ainda permanecessem no pulmão e abdômen.
A vida parecia boa de novo. Tinha tanto ânimo que decidiu fazer alguns exercícios de fisioterapia em casa – e o braço direito respondeu bem. Um dia pediu a chave do carro, convidou a irmã e saiu com ela para dar uma volta de carro pelo bairro. Quando perguntou o que havia acontecido, Carlos respondeu
“Isso é alegria e vontade de viver, esse remédio é uma benção”.
Mas o câncer de Carlos estava avançado demais. Ao contrário do tumor no cérebro, as massas
tumorais no abdômen e no pulmão não regrediram. E nem todos os remédios – quimioterápicos
e à base de Cannabis – deram conta de vencer a batalha.
Em 9 de novembro, vários órgãos começaram a falhar. O corpo de Carlos se desligou naquele dia, nove meses após o prognóstico de que teria, no máximo, uma semana de vida. “O remédio mudou a vida do meu irmão. Só espero que mais pessoas possam usar isso”, diz Fátima.
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