Ansiolíticos estão no centro de um paradoxo brasileiro: enquanto o país lidera rankings globais de ansiedade, com 19 milhões de pessoas diagnosticadas, segundo a OMS, o desconhecimento sobre essas substâncias alimenta mitos perigosos.
A ansiedade deixou de ser uma sombra discreta para virar uma epidemia — especialmente após a pandemia de COVID-19 — e os ansiolíticos, sejam sintéticos ou naturais, podem ser aliados e vilões, dependendo de como são usados.
O que poucos sabem é que esses compostos não são apenas “calmantes”. Eles alteram comunicações químicas no cérebro, modulam respostas ao estresse e salvam vidas ao evitar crises cardíacas induzidas pelo medo.
Mas a linha entre alívio e dependência é tênue: 34% dos brasileiros já se automedicaram com ansiolíticos, muitas vezes sem entender como atuam ou quais riscos ignoram.
Por isso, é muito importante entender os mecanismos por trás dessas substâncias, e é justamente a isso que este artigo se propõe.
A ansiedade não precisa governar sua vida, mas enfrentá-la exige mais do que um comprimido: demanda conhecimento, o qual você encontrará aqui:
- O que são ansiolíticos?
- Quais são os principais tipos de ansiolíticos
- A Cannabis medicinal pode ser considerada um ansiolítico?
- Como os ansiolíticos agem no organismo
- Quais são as indicações para o uso de ansiolíticos
- O que você precisa saber sobre o tratamento com ansiolíticos?
- A importância do acompanhamento médico no tratamento
- Principais dúvidas sobre o tema
O que são ansiolíticos?
Ansiolíticos são substâncias que atenuam a ansiedade, um estado emocional marcado por medo excessivo, agitação e antecipação catastrófica de eventos futuros.
Eles não eliminam a condição, mas ajudam a controlar respostas desproporcionais que interferem na vida diária.
Para entender como funcionam, é preciso mergulhar na bioquímica cerebral. A ansiedade está ligada a desequilíbrios em neurotransmissores como o GABA, que inibe a excitação neuronal, e a serotonina, responsável por regular o humor.
Ansiolíticos sintéticos, como os benzodiazepínicos, intensificam a ação do GABA, induzindo relaxamento. Já os naturais, como a camomila ou a lavanda, modulam receptores de forma mais sutil, sem sobrecarregar o sistema.
A eficácia desses fármacos varia conforme o perfil do usuário. Pessoas com crises agudas podem precisar de ansiolíticos de ação rápida para interromper sintomas físicos, como taquicardia ou sudorese.
Já quem enfrenta ansiedade crônica se beneficia de opções com efeito cumulativo, como certos antidepressivos.
Os benefícios vão além do alívio imediato. Ansiolíticos bem administrados melhoram a concentração e até fortalecem relações interpessoais ao reduzir a irritabilidade.
Contudo, é preciso evitar a ilusão de que eles resolvem problemas externos. Se a ansiedade surge de um ambiente tóxico ou hábitos autodestrutivos, os ansiolíticos vão apenas minimizar os sintomas, sem corrigir estes gatilhos.
Há também a necessidade de se discutir a segurança destes medicamentos. Ansiolíticos sintéticos podem causar dependência a longo prazo, enquanto os naturais, embora mais seguros, têm eficácia limitada em casos graves.
A combinação com terapias comportamentais, como a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), multiplica os resultados. O objetivo nunca é anestesiar emoções, mas recuperar o controle sobre elas.
Quais são os principais tipos de ansiolíticos?
A ansiedade é complexa, e os ansiolíticos refletem essa diversidade. Cada tipo age em vias específicas do cérebro, oferecendo respostas diferentes para perfis variados de sintomas.
Conhecer essas opções ajuda a entender por que um remédio funciona para uma pessoa e não para outra — e por que alguns exigem cautela redobrada.
Alguns ansiolíticos sintéticos têm ação rápida e são ideais para crises intensas, mas carregam riscos de dependência. Já outros, atuam em neurotransmissores como serotonina e noradrenalina, com efeito mais gradual.
Há ainda abordagens inovadoras, como ansiolíticos que combinam substâncias sintéticas e extratos vegetais, buscando equilibrar eficácia e segurança.
O futuro promete opções mais precisas, com menos efeitos colaterais, mas até lá, entender os tipos existentes te ajudará a tomar melhores decisões junto ao seu médico. Confira:
1. Antidepressivos
Antidepressivos são medicamentos originalmente desenvolvidos para tratar depressão, mas amplamente usados como ansiolíticos devido à sua ação em neurotransmissores ligados ao humor e à ansiedade.
Ao contrário dos benzodiazepínicos, que mascaram sintomas, eles remodelam a química cerebral para criar resiliência emocional. Contudo, seu mecanismo varia conforme a classe:
- ISRS (Sertralina, Escitalopram): Aumentam a serotonina no cérebro, melhorando humor e reduzindo pensamentos catastróficos. Efeitos colaterais iniciais incluem náusea e insônia, mas costumam diminuir após duas semanas.
- ISRSN (Venlafaxina, Duloxetina): Atuam na serotonina e noradrenalina, neurotransmissor ligado à energia. São úteis para ansiedade com sintomas físicos intensos, como dor crônica. Podem elevar a pressão arterial.
- Tricíclicos (Amitriptilina): Bloqueiam a recaptação de vários neurotransmissores. Eficazes, mas com efeitos adversos notáveis, como boca seca e constipação. São reservados para casos que não respondem a medicamentos modernos.
A principal vantagem dos antidepressivos como ansiolíticos é a prevenção de recaídas. Estudos mostram que o uso por 6 a 12 meses reduz em até 50% o risco de novos episódios de ansiedade.
Porém, a descontinuação abrupta pode causar sintomas de abstinência, como tonturas e “choques elétricos” no cérebro. Neste caso, se faz necessária a redução gradual, sob supervisão médica.
2.Benzodiazepínicos
Benzodiazepínicos são ansiolíticos de ação rápida que potencializam o GABA, neurotransmissor que “freia” a excitação cerebral. São receitados para crises agudas de ansiedade, insônia severa ou situações pontuais de estresse.
Dentro desta classe de ansiolíticos, alguns fármacos são frequentemente prescritos:
- Alprazolam: Popular para ataques de pânico. Age em 15 minutos, mas seu efeito curto (4 a 6 horas) pode levar a uso excessivo.
- Clonazepam: Dura até 12 horas, ideal para ansiedade generalizada. Menor risco de abuso que o alprazolam, porém causa sedação prolongada.
- Lorazepam: Preferido para idosos devido ao metabolismo mais previsível. Piora a coordenação motora, aumentando risco de quedas.
Os benzodiazepínicos não são para uso a longo prazo. Seu uso além de 4 semanas pode desencadear tolerância — uma condição onde o corpo passa a exigir doses maiores da substância — e dependência física.
A abstinência decorrente destes problemas causa ansiedade rebote, insônia e, em casos extremos, convulsões. Por isso, os benzodiazepínicos são prescritos apenas para crises agudas ou até que antidepressivos façam efeito.
3.Betabloqueadores
Betabloqueadores são ansiolíticos atípicos. Ao contrário de medicamentos que atuam diretamente no cérebro, eles bloqueiam receptores de adrenalina, reduzindo sintomas físicos da ansiedade, como tremores, sudorese e taquicardia.
Imagine uma apresentação em público: enquanto outros ansiolíticos silenciam a mente, os betabloqueadores evitam que as mãos ou a voz trêmula entreguem o nervosismo.
São como um escudo contra as manifestações corporais do estresse, sem alterar a percepção emocional.
Seu mecanismo é simples: ao inibir a ação da adrenalina e noradrenalina nos receptores beta do coração e dos músculos, eles previnem a resposta de “luta ou fuga”.
Isso os torna ideais para ansiedades situacionais — como falar em público, provas ou performances artísticas.
Propranolol é o mais conhecido: usado até por músicos famosos para controlar o tremor das mãos. O atenolol, com ação mais prolongada, é preferido para quem enfrenta situações estressantes recorrentes.
Os benefícios são claros: não causam sedação, dependência ou interferência na cognição. Podem ser usados esporadicamente, sem risco de tolerância. Porém, não tratam a raiz da ansiedade.
Se o problema é uma fobia social profunda, betabloqueadores serão apenas um curativo temporário. Além disso, são contraindicados para asmáticos e pessoas com pressão baixa, já que reduzem a frequência cardíaca.
A grande vantagem está na versatilidade. Com orientação médica, um estudante pode tomar um comprimido de propranolol para manter a clareza mental, sem o embotamento típico de benzodiazepínicos.
Atletas de elite os utilizam para melhorar a precisão em competições de alta pressão. Mas é essencial lembrar: betabloqueadores não são “ansiolíticos” completos. Eles gerenciam sintomas, não reconfiguram padrões mentais.
4.Fitoterápicos
Fitoterápicos são ansiolíticos esculpidos pela natureza. Plantas como a passiflora e a erva-de-são-joão contêm compostos que interagem com receptores cerebrais, modulando a ansiedade sem efeitos colaterais graves.
Estudos estão mostrando benefícios que tradições ancestrais já sabiam:
- A passiflora (maracujá) aumenta os níveis de GABA, promovendo relaxamento sem sonolência excessiva. Dados mostram que ela reduz a ansiedade pré-operatória tão bem quanto alguns benzodiazepínicos;
- Já a erva-de-são-joão, conhecida por tratar depressão leve, atenua a ansiedade ao inibir a recaptação de serotonina, similar a antidepressivos ISRS. Porém, interage com diversos medicamentos, exigindo cautela.
- A melissa (Melissa officinalis) ativa receptores de acetilcolina, acalmando a mente e melhorando o foco.
- A valeriana, embora mais associada ao sono, tem metabólitos que reduzem a atividade da amígdala cerebral — região central do medo.
Mas os fitoterápicos não são inofensivos. A dosagem varia conforme a concentração do extrato, e a falta de padronização comercial pode levar a subdosagem ou toxicidade.
A kava-kava, por exemplo, é potente contra a ansiedade, mas hepatotóxica em uso prolongado. A chave é buscar orientação profissional para não correr riscos desnecessários.
5. Ansiolíticos naturais
Os ansiolíticos naturais transcendem comprimidos e ervas. Eles incluem práticas, nutrientes e até mudanças ambientais que recalibram o sistema nervoso.
A exposição à luz solar, por exemplo, regula a produção de serotonina e melatonina, harmonizando ciclos de vigília e reduzindo a ansiedade matinal.
Já a suplementação com magnésio — mineral deficiente em 50% da população — relaxa músculos e diminui a excitabilidade neuronal, combatendo a hipervigilância.
A acupuntura também merece destaque. Ao estimular pontos específicos do corpo, ela libera endorfinas e modula a resposta ao estresse.
Pesquisas indicam que sessões regulares reduzem os níveis de cortisol tão eficazmente quanto alguns ansiolíticos sintéticos.
Do mesmo modo, a aromaterapia com óleo de lavanda por 10 minutos diminui a frequência cardíaca em situações estressantes, graças ao linalol, composto com efeito sedativo suave.
Até a alimentação entra no jogo. Alimentos ricos em triptofano (ovo, banana, aveia) aumentam a síntese de serotonina. Ômega-3, presente em peixes gordurosos, reduz a inflamação neural ligada à ansiedade.
E o chá verde, rico em L-teanina, induz relaxamento sem sonolência — um substituto natural do alprazolam para crises leves.
Mas atenção: “natural” não significa isento de riscos. Suplementos podem interagir com medicamentos e práticas como ioga exigem consistência para gerar efeitos.
O poder dos ansiolíticos naturais está na sinergia. Combinar uma dieta anti-inflamatória, exposição à natureza e técnicas de respiração cria um ecossistema interno resistente ao caos externo — sem depender de farmácias.
A Cannabis medicinal pode ser considerada um ansiolítico?
Sim! E a razão para isso está na existência de receptores do cérebro que pode ser que você nem saiba que tem. O sistema endocanabinoide, identificado pela primeira vez na década de 1990, é uma rede de sinalização que regula — adivinhe — a ansiedade.
A Cannabis interage com esse sistema através de compostos como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol).
O CBD, não psicoativo, estimula receptores serotoninérgicos (5-HT1A), os mesmos alvejados por antidepressivos ISRS, mas sem os efeitos colaterais gastrointestinais produzidos por eles.
Já o THC, em doses baixas, ativa receptores CB1 no sistema límbico, reduzindo a hiperatividade neuronal ligada a transtornos de pânico.
Estudos clínicos revelam que o CBD diminui a ansiedade social em situações como falar em público, com eficácia comparável a benzodiazepínicos, mas sem sedação ou risco de dependência.
Por exemplo, um estudo de 2024 investigou o uso de canabidiol como ansiolítico, analisando as percepções de 81 participantes.
A maioria dos participantes usava CBD diariamente há pelo menos um ano e relatou grande eficácia no alívio dos sintomas de ansiedade, especialmente na redução da ansiedade subjetiva, melhora do sono e diminuição da irritabilidade.
Curiosamente, os participantes geralmente utilizavam uma dose menor do que o necessário para efeitos ansiolíticos comprovados em estudos clínicos. Ainda assim, a percepção de eficácia foi alta.
Além disso, a maioria dos usuários não relatou efeitos colaterais, reforçando a ideia de que o CBD é seguro e bem tolerado.
Contudo, a Cannabis não é uma panaceia, mas um ansiolítico viável para casos específicos: ansiedade refratária a tratamentos convencionais, pacientes intolerantes a certas substâncias ou quem busca uma abordagem holística.
Sua vantagem é modular o sistema endocanabinoide sem dessensibilizar receptores GABA, como fazem benzodiazepínicos. Porém, como todo medicamento, exige cautela.
Sem padronização de dosagem e qualidade no produto utilizado, o autotratamento pode desequilibrar ainda mais a química cerebral.
Como os ansiolíticos agem no organismo
A maioria dos ansiolíticos atua em dois neurotransmissores: GABA e serotonina. Benzodiazepínicos, por exemplo, modulam receptores GABA-A, aumentando a entrada de íons de cloreto nos neurônios.
Isso hiperpolariza a membrana celular, dificultando a transmissão de sinais elétricos — literalmente “desligando” a ansiedade.
Já os antidepressivos ISRS bloqueiam a recaptação de serotonina, elevando sua concentração nas sinapses e fortalecendo circuitos neurais de calma.
A Cannabis segue um caminho semelhante. Ela influencia o GABA e a serotonina de forma indireta, mas seus canabinoides também se ligam a receptores CB1 e CB2, que regulam a homeostase emocional.
O CBD, por exemplo, inibe a enzima FAAH, responsável por quebrar anandamida — um canabinoide endógeno conhecido como “molécula da felicidade”.
Mais anandamida significa mais ativação de receptores CB1, reduzindo a resposta ao estresse. É um mecanismo indireto, porém menos agressivo que benzodiazepínicos, que “entopem” receptores GABA até perderem sensibilidade.
A diferença entre ambas as abordagens está na sustentabilidade. Ansiolíticos sintéticos podem desregular sistemas naturais com o tempo, enquanto a Cannabis medicinal, em protocolos controlados, tende a manter a biologia existente em equilíbrio.
Isso não a torna superior, mas oferece uma alternativa para quem sofre com efeitos colaterais incapacitantes, como fadiga crônica ou disfunção sexual causada por ISRS.
Por isso, muitas vezes a Cannabis é prescrita como um tratamento adjuvante para diminuir as doses necessárias de ansiolíticos, a fim de controlar os efeitos colaterais decorrentes deles.
Quais são as indicações para o uso de ansiolíticos?
Ansiolíticos são ferramentas terapêuticas direcionadas a condições específicas, nunca soluções genéricas para “nervosismo”.
Seu uso é indicado quando a ansiedade ultrapassa limites funcionais, prejudicando relações, trabalho ou saúde física. Abaixo, as principais situações em que esses fármacos ou substâncias naturais entram em cena:
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Condição que causa preocupação crônica e excessiva, sem motivos reais. Ansiolíticos ajudam a reduzir a ruminação mental e sintomas físicos como tensão muscular e fadiga.
- Transtorno do pânico: Crises súbitas de medo intenso, acompanhadas de taquicardia, sudorese e sensação de morte iminente. Ansiolíticos de ação rápida (como benzodiazepínicos) interrompem ataques agudos.
- Fobias específicas: Medo irracional de objetos ou situações (ex.: avião, altura). Ansiolíticos são usados pontualmente para facilitar exposição gradual durante terapia.
- Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Condição que causa hipervigilância, flashbacks e insônia após eventos traumáticos. Ansiolíticos combinados com terapia ajudam a regular a resposta ao medo.
- Transtorno de ansiedade social: Medo de julgamento em interações cotidianas. Aqui, ansiolíticos sintéticos ou fitoterápicos reduzem a hiperativação emocional.
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): Causa pensamentos intrusivos e rituais repetitivos. Nesta condição, ansiolíticos são coadjuvantes a antidepressivos em casos graves.
- Ansiedade pré-operatória: Medo e tensão antes de procedimentos cirúrgicos. Betabloqueadores ou fitoterápicos como passiflora minimizam reações fisiológicas.
Cabe destacar que ansiolíticos não são indicados para estresse cotidiano ou tristeza passageira. Diagnósticos precisos, feitos por psiquiatras e clínicos, evitam uso desnecessário e riscos como dependência.
O que você precisa saber sobre o tratamento com ansiolíticos?
A principal coisa que você precisa saber sobre os ansiolíticos é que eles não são curas, mas ferramentas temporárias.
Ansiolíticos aliviam sintomas, mas não resolvem causas profundas da ansiedade, como traumas ou padrões cognitivos disfuncionais. Dito isto, aqui está o que você precisa saber sobre eles:
- O tempo de uso varia radicalmente: Benzodiazepínicos raramente devem ultrapassar 4 semanas, enquanto antidepressivos exigem meses para consolidar efeitos. Fitoterápicos podem ser usados por períodos mais longos, mas com pausas regulares.
- A dependência não é mito: Ansiolíticos sintéticos, principalmente os de ação rápida, alteram a química cerebral de forma que o corpo passa a “exigir” a substância para funcionar. Sinais de abstinência incluem ansiedade rebote, insônia e tremores.
- A resposta individual é imprevisível: Um ansiolítico que funciona para seu amigo pode não servir para você. Fatores como metabolismo, genética e microbiota intestinal influenciam a eficácia.
- Interações com estilo de vida são inevitáveis: Álcool potencializa sedação de benzodiazepínicos, enquanto café anula efeitos de ansiolíticos naturais como L-teanina. Atividade física, por outro lado, aumenta a eficácia dos tratamentos ao modular neurotransmissores.
- Monitoramento médico não é opcional: Mesmo ansiolíticos naturais exigem acompanhamento.
A regra de ouro é clara: os ansiolíticos só funcionam quando integrados a um plano multidisciplinar. Portanto, não subestime a importância da terapia, sono adequado ou alimentação balanceada.
Possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas
Ansiolíticos, mesmo os naturais, não são inertes de riscos. Seus efeitos colaterais refletem seu mecanismo de ação:
- Benzodiazepínicos: Sonolência, confusão mental, comprometimento da memória recente, risco de quedas (especialmente em idosos). Uso crônico pode levar à demência paradoxal — agitação em vez de calma.
- Antidepressivos (ISRS/ISRSN): Náusea, insônia inicial, disfunção sexual, ganho de peso. Em adolescentes, raros casos de ideação suicida nas primeiras semanas;
- Betabloqueadores: Fadiga, mãos frias, piora de asma, redução da libido;
- Fitoterápicos: Valeriana pode causar dor de cabeça; kava-kava está ligada a danos hepáticos; erva-de-são-joão reduz eficácia de anticoncepcionais.
- Cannabis medicinal: Boca seca, tontura, alterações de apetite.
Interações medicamentosas perigosas
Por alterarem respostas neuroquímicas e serem metabolizados pelas mesmas enzimas hepáticas, alguns ansiolíticos causam interações medicamentosas perigosas. Veja alguns exemplos:
- Benzodiazepínicos e opioides podem ocasionar em depressão respiratória (risco de morte);
- Erva-de-são-joão e antidepressivos ISRS causam síndrome serotoninérgica (confusão, taquicardia, convulsões);
- CBD e anticoagulantes (varfarina) levam a sangramentos espontâneos;
- Propranolol e insulina geram hipoglicemia mascarada (sem tremores e sudorese).
A automedicação é imprevisível. Combinar ansiolíticos com anti-inflamatórios, anti-histamínicos ou até suplementos (como melatonina) pode intensificar ou anular efeitos.
Por isso, plataformas como o Cannabis & Saúde oferecem agendamento com médicos que mapeiam seu histórico completo — de medicamentos a hábitos — antes de prescrever qualquer substância.
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A importância do acompanhamento médico no tratamento
Cada organismo reage de forma única a essas substâncias. O que acalma um paciente pode intensificar a ansiedade em outro, e até fitoterápicos “inocentes” podem interagir com medicamentos, aumentando sangramentos.
Por isso, é altamente importante que você se consulte com um profissional de saúde antes de usar qualquer tipo de ansiolítico. A automedicação com essas substâncias cria armadilhas silenciosas.
Benzodiazepínicos, por exemplo, podem gerar dependência física em menos de um mês, e a abstinência abrupta desencadeia crises convulsivas.
Já antidepressivos exigem ajustes milimétricos: doses baixas não funcionam; altas causam efeitos colaterais incapacitantes. Até suplementos naturais, como a melatonina, alteram a eficácia de ansiolíticos se combinados sem critério.
O acompanhamento evita esses riscos. Um psiquiatra identifica se a ansiedade esconde hipotireoidismo, apneia do sono ou até cardiopatias — condições que simulam sintomas psicológicos.
Eles também ensinam a dosar momentos de crise com estratégias não farmacológicas, como técnicas de respiração, antes de recorrer a comprimidos.
A verdade é simples: ansiolíticos só funcionam quando integrados a um plano traçado por um médico. Não arrisque seu cérebro na base do “acho que”.
Agendar uma consulta com um psiquiatra ou clínico especializado é o primeiro passo para transformar a ansiedade em controle.
Principais dúvidas sobre o tema
Equívocos sobre ansiolíticos levam a automedicação perigosa, tratamentos inadequados e até agravamento de sintomas.
No Brasil, onde 60% das pessoas com ansiedade nunca receberam diagnóstico formal, esclarecer essas dúvidas é urgente.
Abaixo estão respostas diretas para perguntas que desafiam até quem já convive com o tema há anos.
Qual a diferença entre ansiolítico e antidepressivo?
Ansiolíticos e antidepressivos atuam em neurotransmissores distintos, para objetivos opostos no tempo.
Ansiolíticos focam em alívio da ansiedade, modulando GABA ou serotonina para frear reações físicas e emocionais agudas. Antidepressivos, por sua vez, reestruturam a química cerebral a longo prazo.
Eles não acalmam crises no momento — demoram semanas para fazer efeito —, mas reconstroem conexões neuronais que regulam humor e resiliência ao estresse. São os arquitetos que reforçam a casa para evitar novos incêndios.
A diferença prática? Ansiolíticos são usados para ataques de pânico ou insônia severa. Antidepressivos tratam transtornos crônicos, como ansiedade generalizada, combinando-se com terapia.
Existe diferença entre calmante e ansiolítico?
Ansiolíticos são uma classe médica específica, com mecanismos de ação comprovados e registro em diretrizes terapêuticas.
Já calmantes podem ser qualquer substância com efeito sedativo, incluindo anti-histamínicos (como a difenidramina) ou até álcool.
O problema está na ilusão de segurança: um “calmante natural” como a valeriana tem interações medicamentosas sérias, enquanto um ansiolítico exige dosagens padronizadas para funcionar.
Outro ponto de distinção é que os ansiolíticos seguem protocolos para condições específicas. Calmantes, por outro lado, são usados como muletas sem diagnóstico — um hábito que mascara problemas reais, como hipotireoidismo ou deficiências nutricionais.
Conclusão
Os ansiolíticos não apagam a ansiedade — até porque, em doses saudáveis, ela é um mecanismo de sobrevivência —, mas recalibram a intensidade das respostas físicas e emocionais.
Entretanto, a jornada para encontrar o ansiolítico certo demanda autoconhecimento, acompanhamento rigoroso e a coragem de questionar tratamentos que não ressoam com seu corpo.
Seja através de moléculas sintéticas, extratos vegetais ou práticas integrativas, o objetivo final é o mesmo: devolver ao indivíduo a autonomia sobre sua própria mente.
A ansiedade não precisa ser uma sentença vitalícia, e os ansiolíticos, usados com sabedoria, são aliados nessa reconquista.
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