“O Canabidiol é o único fármaco disponível no Brasil capaz de controlar as crises convulsivas dos portadores da síndrome de Dravet”, explica Raquel Gonçalves Seara. A mãe que criou um abaixo-assinado para o Canabidiol entrar na lista da ANS.
Raquel é mãe dos gêmeos Lara e Lorenzo e criou o abaixo-assinado com o objetivo de facilitar o acesso ao medicamento para seu filho e para outros brasileiros que sejam portadores da síndrome de Dravet. A condição é uma doença rara que atinge 1 a cada 40.000 pessoas no mundo.
Impacto do Canabidiol na qualidade de vida do Lorenzo
Sabe-se que uma característica que faz com que a medicina canabinoide conquiste cada vez mais adeptos é o seu efeito positivo na qualidade de vida dos pacientes e familiares.
No caso desta família gaúcha não foi diferente: a melhoria no bem-estar de Lorenzo impactou os pais e a irmã do garoto de 10 anos. Lorenzo utiliza o CBD para tratar a síndrome de Dravet há dois anos e meio.
Além disso, Raquel relata que a família “voltou a dormir” com o tratamento com óleo de CBD. Já que devido aos riscos de uma crise severa durante a noite, Lorenzo era constantemente observado.
“O óleo de Canabidiol impactou toda a nossa família. Meu filho melhorou bastante com o tratamento, a gente nunca mais precisou ir para o hospital com as crises. A parte cognitiva dele também melhorou significativamente, a linguagem e o raciocínio. E as convulsões ficaram muito mais brandas”, destaca Raquel que busca visibilidade ao tema com a criação do abaixo-assinado.
Abaixo-assinado para Canabidiol entrar na lista da ANS: Menos crises convulsivas, mais vida
Neste sentido, o abaixo-assinado criado por Raquel deixa claro que o Canabidiol pode salvar vidas e que este direito não pode ser negado. Já que é o único fármaco disponível capaz de controlar as crises convulsivas de quem é portador da síndrome de Dravet, evitando assim uma possível morte súbita.
Porque o Canabidiol não está na lista da ANS?
Recentemente o STJ votou pelo rol taxativo da ANS. Porém o mesmo STJ admite exceções do rol taxativo.
“Infelizmente a questão do rol taxativo é muito complicado porque o Brasil não aprova o plantio da Cannabis. Por ignorância. E o Canabidiol é caro, pois não tem matéria-prima no Brasil e tem que importar. Eles não colocam no rol da ANS já que é muito caro e vai onerar o SUS. E daí uma criança que só tem esse remédio ou esse fármaco no caso, não tem direito”, opina Raquel sobre a situação atual do Brasil em relação ao acesso aos óleos de CBD.
A família já entrou com uma ação na justiça e conseguiu a liminar que garantia os dois frascos mensais que o Lorenzo utiliza no seu tratamento. No entanto a liminar foi suspensa justamente pelo fato do Canabidiol não estar no rol da ANS.
Óleo com CBD
Ao lado do THC, o CBD é um dos mais conhecidos canabinoides. O CBD não possui efeito psicoativo, ou seja, pode ser utilizado de forma segura em crianças. Conforme o Dr. Mario Grieco e a Dra. Maria Teresa Jacob explicaram aqui, o THC não é indicado para crianças devido à formação do cérebro.
Neste sentido, Raquel explica que este é um ponto crucial para o tratamento do seu filho: o óleo não pode ter nenhuma porcentagem de THC. “Tem que ser livre de THC. Tem que ser CDB puro, o que torna o tratamento mais caro”, explica.
Como o CBD atua
O CBD é um canabinoide que atua no nosso sistema endocanabinoide como:
- ansiolítico;
- imunossupressor;
- anti-inflamatório;
- neuroprotetor;
- antiemético;
- sedativo;
- anticonvulsivo;
- antitumorígeno (anticancerígeno);
- antioxidante;
- antiespasmódico;
- antipsicótico;
- propriedades neuroprotetoras;
- auxílio na saúde cardíaca;
- tratamentos de pele (acne, eczema, entre outros).
Além da síndrome de Dravet, outros quadros podem se beneficiar do uso do Canabidiol como:
- Ansiedade;
- depressão;
- autismo;
- câncer;
- dependência química;
- reumatismo;
- enxaqueca;
- fibromialgia;
- insônia;
- quadros de pânico;
- Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), entre outras.
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