Os traços de esquizofrenia nem sempre são óbvios. Eles podem estar ali, no meio de uma conversa, no jeito de pensar que parece só excêntrico ou em um comportamento que todo mundo acha estranho, mas não questiona.
Esquizofrenia é uma palavra que assusta. Mas os traços dela — esses primeiros sinais que a maioria ignora — são ainda mais perigosos, justamente por parecerem pequenos demais para serem nomeados. É aí que mora o risco.
Se você chegou até aqui, talvez seja porque viu, viveu algo ou conhece alguém que parece estar escapando aos poucos de si mesmo.
Então, continue lendo para entender o que quase ninguém explica sobre os traços de esquizofrenia que, muitas vezes, ninguém quer ver. Este texto vai abordar sobre:
- Quais são os traços mais comuns de esquizofrenia?
- O que é considerado esquizofrenia leve?
- Como identificar o início da esquizofrenia?
- Quais são as 4 fases da esquizofrenia?
- Quais são os tipos de esquizofrenia?
- Como é feito o diagnóstico da esquizofrenia?
- O que pode ajudar no controle dos sintomas da esquizofrenia?
- Como o Canabidiol atua no tratamento da esquizofrenia
Quais são os traços mais comuns da esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno mental que afeta a percepção da realidade. Não é “dupla personalidade”, como alguns pensam, mas uma condição que desorganiza pensamentos, emoções e comportamentos.
Costuma surgir entre o final da adolescência e os 30 anos, e interfere no trabalho, nos relacionamentos e até em tarefas básicas, como tomar banho ou cozinhar.
Ninguém sabe exatamente o que causa a esquizofrenia. Pesquisas sugerem que fatores genéticos, alterações cerebrais e eventos ambientais (uso de drogas, traumas ou complicações na gravidez) interagem para desencadear o transtorno.
Os traços de esquizofrenia são os sintomas que aparecem no dia a dia de quem sofre com essa condição. Eles não são iguais para todos. Alguns têm alucinações vívidas; outros perdem a capacidade de sentir prazer.
É essencial separar esses sintomas das causas: por exemplo, uma predisposição genética não é um sintoma, mas ouvir vozes é um dos traços de esquizofrenia.
Agora que entendemos a diferença entre causas e sintomas, vamos listar os traços de esquizofrenia mais frequentes. Se você conhece alguém com esses sinais, procure um psiquiatra:
- Delírios: Acreditar firmemente em coisas irracionais, como ser perseguido pelo governo ou ter missões divinas;
- Alucinações auditivas: Ouvir vozes que comentam ações ou dão ordens (o tipo mais comum);
- Fala desconexa: Misturar palavras sem sentido ou mudar de assunto abruptamente;
- Comportamento catatônico: Ficar parado em posições estranhas por horas;
- Isolamento social: Evitar contato até com familiares próximos;
- Negligência com higiene: Deixar de tomar banho ou trocar de roupa por dias;
- Desorganização mental: Não conseguir planejar o dia ou seguir uma receita simples;
- Paranoia: Achar que colegas de trabalho estão conspirando sem motivo real;
- Apatia: Perder interesse em hobbies, sexo ou sair de casa;
- Risos ou choros fora de contexto: Sorrir durante uma notícia triste, por exemplo;
- Agressividade: Reagir com hostilidade a perguntas (mais raro).
O que é considerado esquizofrenia leve?

Esquizofrenia leve descreve casos em que os traços de esquizofrenia são menos intensos.
A pessoa pode ter alucinações breves, como ouvir o nome sendo chamado, ou delírios leves, como desconfiar que amigos falam mal dela pelas costas.
Muitos mantêm empregos e relacionamentos, mas enfrentam desafios invisíveis: cansaço mental, dificuldade para concentrar-se ou sentimentos de estranheza constante.
A diferença entre esquizofrenia leve e moderada está no impacto. Alguém com sintomas leves talvez consiga esconder as vozes que ouve durante reuniões, mas precisae gastar energia extra para focar.
Psiquiatras avaliam três critérios para classificar a gravidade:
- Frequência: Sintomas ocorrem uma vez por semana ou diariamente?
- Intensidade: As vozes são sussurros ou gritos?
- Prejuízo funcional: A pessoa falta ao trabalho ou deixa de cuidar dos filhos?
Mesmo na forma leve, os traços de esquizofrenia podem piorar sem tratamento. Portanto, esteja atento aos sinais.
Quando os sintomas são sutis, mas persistentes
Alguns traços de esquizofrenia são tão leves que parecem “traços de personalidade”. A pessoa pode ser vista como “distraída” ou “antissocial”, quando, na verdade, está lidando com:
- Pensamento vago: Dificuldade para explicar ideias de forma clara;
- Desinteresse progressivo: Parar de fazer ligações ou responder mensagens;
- Mudanças na rotina: Dormir de dia e ficar acordado à noite sem motivo;
- Falta de motivação: Deixar tarefas pela metade, como lavar a louça.
Esses sinais são fáceis de ignorar, mas persistem por meses. Por exemplo, alguém que sempre foi organizado começa a acumular lixo no quarto, mas justifica dizendo que “está cansado”.
Familiares podem achar que é depressão, mas a raiz pode ser esquizofrenia em estágio inicial. Se esses padrões durarem mais de seis meses, mesmo que leves, vale investigar.
O maior perigo dos sintomas sutis é a demora no diagnóstico. Sem tratamento, os traços de esquizofrenia podem evoluir para crises graves. Por isso, observar mudanças de comportamento e procurar ajuda logo é crucial.
Como a esquizofrenia leve afeta o dia a dia
A esquizofrenia leve não é um diagnóstico oficial. Mesmo assim, o impacto no cotidiano é real. Uma pessoa com esquizofrenia leve pode parecer “funcional” para os outros.
Ela consegue manter um emprego, por exemplo, mas precisa lidar com desafios invisíveis. Alucinações breves, como barulhos sem origem, interrompem a concentração.
Delírios leves, como achar que mensagens nas redes sociais têm duplo sentido, geram ansiedade e estresse.
A diferença está na capacidade de distinguir realidade e fantasia: muitos sabem que os sintomas são parte do transtorno, o que facilita o autocontrole.
Os traços de esquizofrenia leves também afetam relacionamentos. A pessoa pode cancelar encontros porque se sente observada em lugares públicos, ou evitar conversas profundas por medo de revelar pensamentos “estranhos”.
Familiares costumam notar mudanças sutis: ela parece mais distante, menos interessada em atividades que antes adorava. Em casos leves, o isolamento não é total, mas a qualidade das interações diminui.
No trabalho, tarefas que exigem organização — como planejar um cronograma — tornam-se desafios. A desorganização cognitiva, um dos traços de esquizofrenia, faz com que detalhes importantes sejam negligenciados.
Reuniões podem ser estressantes se houver paranoia leve (“Será que meu chefe está falando de mim?”). Muitos pacientes relatam que precisam de mais tempo para concluir projetos, mesmo que tenham habilidades intactas.
A rotina doméstica também sofre. Cozinhar, por exemplo, pode ser abandonado não por falta de habilidade, mas por desinteresse (sintoma negativo).
A higiene pessoal é mantida, mas com esforço: tomar banho ou escovar os dentes parece uma tarefa monumental. Esses pequenos atritos acumulam-se, levando a um cansaço crônico que muitas vezes é confundido com depressão.
Como identificar o início da esquizofrenia?

O início é gradual. Os primeiros traços de esquizofrenia podem ser confundidos com timidez, estresse ou “fase difícil”. Para identificá-los, é preciso entender os sintomas positivos e negativos.
Sintomas positivos são aqueles que “adicionam” algo à experiência da pessoa:
- Alucinações auditivas: Ouvir vozes que elogiam, criticam ou dão ordens. No início, podem ser breves e esporádicas;
- Delírios incipientes: Acreditar que colegas riem secretamente dela, ou que mensagens subliminares estão na TV;
- Pensamento desorganizado leve: Dificuldade para seguir uma linha lógica em conversas, com frases que parecem desconexas;
Sintomas negativos envolvem a “perda” de habilidades ou emoções:
- Redução da expressividade facial: Sorrisos raros, contato visual limitado;
- Apatia social: Deixar de sair com amigos sem motivo claro;
- Falta de iniciativa: Passar horas no sofá sem fazer nada, mesmo com tarefas pendentes.
Um sinal precoce comum é a mudança nos hábitos de higiene. A pessoa pode parar de lavar o cabelo com frequência ou usar a mesma roupa por dias.
Outro alerta é a sensibilidade aumentada a estímulos. Sons normais, como o barulho de uma torneira, parecem insuportáveis. Essas mudanças sensoriais muitas vezes precedem crises mais graves.
As famílias costumam notar que a pessoa “não é mais a mesma”. Ela pode falar de forma vaga sobre medos irracionais (“Algo ruim vai acontecer”) ou evitar discussões por se sentir incompreendida.
Adolescentes e jovens adultos são os mais afetados, mas os sintomas também ocorrem em idosos e crianças.
Manifestações emocionais e cognitivas iniciais
Antes dos delírios ou alucinações óbvias, a esquizofrenia começa com alterações emocionais e cognitivas sutis, como:
- Embotamento afetivo: A pessoa parece “sem vida”, com respostas emocionais limitadas. Um exemplo é não reagir a notícias importantes, como uma promoção no trabalho;
- Inadequação emocional: Rir em momentos tristes ou demonstrar irritação sem motivo aparente;
- Desconfiança progressiva: Questionar a lealdade de amigos próximos ou familiares sem evidências;
- Déficits de atenção: Dificuldade para focar em uma tarefa por mais de alguns minutos;
- Problemas de memória recente: Esquecer onde colocou as chaves ou o que comeu no almoço;
- Pensamento lento: Levar mais tempo para responder perguntas ou tomar decisões simples.
Esses traços de esquizofrenia afetam especialmente a capacidade de planejamento. Em estudantes, notas caem abruptamente, mesmo sem falta de esforço.
Outro sinal é a dificuldade de interpretar contextos sociais. Piadas ou sarcasmo são levados ao pé da letra, gerando mal-entendidos. A pessoa também pode evitar contato visual, dando a impressão de arrogância ou desinteresse.
Em qual idade costuma surgir o transtorno?

A esquizofrenia geralmente aparece entre o final da adolescência e os 30 anos. Homens tendem a apresentar sintomas um pouco antes — entre 18 e 25 anos —, já mulheres costumam ter o primeiro episódio entre 25 e 35 anos.
Mas isso não é uma regra. Há casos raros em crianças (antes dos 13 anos) e idosos (após os 45), embora o diagnóstico nesses grupos seja mais complexo.
Em adolescentes, mudanças como isolamento ou queda no rendimento escolar podem ser os primeiros indícios. Porém, nessa fase, é fácil confundir com crises típicas da idade.
Cerca de 80% dos casos começam antes dos 30 anos. Isso ocorre porque o cérebro ainda está em desenvolvimento nessa fase, especialmente o córtex pré-frontal, ligado ao julgamento e ao controle de impulsos.
Alterações na dopamina, neurotransmissor envolvido nos traços de esquizofrenia, também são mais comuns nessa faixa etária.
Se você perceber mudanças bruscas de comportamento em alguém próximo, não ignore. A detecção precoce permite intervenções que reduzem o risco de crises graves.
Quais são as 4 fases da esquizofrenia?
A esquizofrenia se desenvolve em fases, cada uma com características específicas. Conhecê-las ajuda a entender a progressão dos traços de esquizofrenia e a buscar ajuda no momento certo.
- Fase prodromal: É o período anterior ao primeiro surto psicótico. Dura meses ou anos. Sintomas são leves e inespecíficos. A pessoa pode começar a achar que objetos têm “significados especiais” ou que amigos estão distantes sem motivo.
- Fase aguda (surto psicótico): Os traços de esquizofrenia tornam-se claros. Delírios e alucinações dominam o comportamento. A pessoa pode acreditar que está sendo perseguida ou ouvir vozes comandando suas ações. É comum a hospitalização nessa fase para estabilização com medicamentos.
- Fase de estabilização: Após o surto, os sintomas diminuem, mas não desaparecem. A pessoa fica mais lúcida, porém ainda enfrenta apatia ou dificuldade de concentração.
- Fase residual: Nesse estágio, os traços de esquizofrenia mais graves (como alucinações) são controlados, mas sintomas negativos persistem. A pessoa pode viver de forma independente, porém com limitações: falta de motivação, pouca expressividade emocional e dificuldade em manter empregos de alta demanda.
Quais são os tipos de esquizofrenia?
A esquizofrenia não é um transtorno único. Ela se manifesta de formas diferentes, dependendo dos traços de esquizofrenia predominantes.
Essas variações afetam desde a intensidade dos sintomas até a resposta ao tratamento. Alguns tipos são definidos pela presença de sintomas específicos, como alucinações ou comportamento desorganizado.
A classificação ajuda psiquiatras a escolher terapias mais eficientes, mas não é um rótulo definitivo — muitos pacientes apresentam características de mais de um tipo.
A evolução do transtorno também varia. Em certos casos, os traços de esquizofrenia mudam ao longo dos anos, exigindo ajustes contínuos no manejo.
Por exemplo, alguém inicialmente diagnosticado com um tipo pode desenvolver sintomas mais compatíveis com outro após uma crise.
Abaixo, os principais tipos de esquizofrenia reconhecidos pela psiquiatria:
- Paranoide: Caracterizada por delírios e alucinações auditivas. A pessoa acredita estar sendo traída, perseguida ou vigiada. É o tipo mais comum e costuma responder bem a antipsicóticos;
- Desorganizada (Hebefrênica): Predomínio de pensamento e comportamento caóticos. A pessoa ri sem motivo, faz gestos incomuns ou fala de forma desconexa. Sintomas negativos, como falta de higiene, são marcantes;
- Catatônica: Envolve alterações motoras graves. A pessoa pode ficar imóvel por horas (catatonia) ou, ao contrário, agitar-se de forma repetitiva. É rara hoje, graças aos medicamentos modernos;
- Indiferenciada: Quando os traços de esquizofrenia não se encaixam claramente nos outros tipos. Por exemplo, alguém com alucinações visuais e delírios religiosos, mas sem comportamento desorganizado;
- Residual: Diagnosticada quando os sintomas positivos (alucinações, delírios) estão controlados, mas os negativos (apatia, isolamento) persistem por longos períodos;
- Simples: Não é oficialmente reconhecida em todos os manuais, mas descreve casos em que os traços de esquizofrenia são exclusivamente negativos. A pessoa perde gradualmente o interesse pela vida, sem apresentar surtos psicóticos.
Como é feito o diagnóstico da esquizofrenia?

Diagnosticar esquizofrenia não é como identificar uma fratura no raio-X. Não existe exame de sangue ou imagem que confirme a doença. Tudo começa com uma avaliação detalhada.
O psiquiatra conversa com o paciente para identificar traços de esquizofrenia, como alucinações, delírios ou desorganização do pensamento.
Se você está preocupado com alguém, observe se a pessoa menciona ouvir vozes, tem crenças estranhas (como achar que está sendo controlada por chip) ou age de forma imprevisível.
Não é preciso ter um surto psicótico para fechar o diagnóstico. Psiquiatras seguem critérios do DSM-5 ou CID-11.
Para confirmar o quadro, os traços de esquizofrenia precisam durar pelo menos seis meses, com pelo menos um mês de sintomas ativos (alucinações, delírios).
Além disso, é preciso descartar outras causas, como uso de drogas (LSD, maconha), tumores cerebrais ou transtorno bipolar.
O histórico clínico é muito importante no diagnóstico da esquizofrenia. O médico pergunta sobre episódios anteriores ou mudanças de comportamento que familiares notaram anos antes do primeiro surto psicótico.
Testes cognitivos complementam a avaliação. Eles medem funções como memória, atenção e capacidade de resolver problemas.
Pessoas com traços de esquizofrenia costumam ter dificuldade em testes que envolvem planejamento ou flexibilidade mental.
Um exemplo é o Wisconsin Card Sorting Test, onde o paciente precisa categorizar cartas mudando as regras ao longo do teste — algo desafiador para quem tem pensamento rígido.
Avaliação psiquiátrica, histórico clínico e testes cognitivos
A avaliação psiquiátrica para esquizofrenia parece uma conversa profunda, mas com método.
O psiquiatra faz perguntas diretas: “Você já sentiu que alguém está controlando seus pensamentos?” ou “Alguma voz já te disse para machucar alguém?”.
O histórico clínico inclui perguntas sobre infância, traumas, uso de substâncias e doenças na família. Se um parente próximo tem esquizofrenia, o risco aumenta.
Mas atenção: ter um avô com o transtorno não significa que você herdará a doença. A genética aumenta a vulnerabilidade, mas não é um fator determinante.
Testes cognitivos são outra ferramenta para a condução do diagnóstico. Em um deles, o paciente ouve uma lista de palavras e precisa repeti-las minutos depois.
Outro teste pede para copiar desenhos geométricos — dificuldades aqui sugerem problemas de coordenação motora fina, comuns em alguns subtipos.
Na parte dos exames físicos, hemograma, dosagem de hormônios tireoidianos e ressonância magnética do crânio ajudam a descartar doenças como epilepsia ou hipotireoidismo, que podem imitar sintomas psicóticos.
O resultado dessa triagem não confirma o diagnóstico, mas serve como um mapa para orientar o tratamento.
O que pode ajudar no controle dos sintomas da esquizofrenia?

Controlar esquizofrenia não é sobre “curar”, mas sobre gerenciar traços de esquizofrenia para ter uma vida funcional. Medicamentos antipsicóticos são a base do tratamento — eles reduzem alucinações e delírios.
Já a terapia cognitivo-comportamental (TCC), em complemento com o uso de medicamentos, ensina a lidar com vozes ou pensamentos paranoicos.
Por exemplo, se o paciente ouve “você é inútil”, o terapeuta ajuda a questionar: “Essa voz já previu algo que realmente aconteceu?”. Aos poucos, a pessoa aprende a não reagir automaticamente aos sintomas.
Grupos de apoio, embora subestimados, também fazem parte do tratamento. Conversar com outros que entendem os traços de esquizofrenia reduz o isolamento.
Muitos pacientes descobrem estratégias práticas nesses espaços, como usar fones de ouvido para abafar vozes em lugares públicos ou criar lembretes visuais para tomar medicamentos.
Familiares também precisam de orientação. Aprender a não reforçar delírios (“Não, a CIA não está te perseguindo”) e a não criticar comportamentos (“Por que você não toma banho?”) faz diferença. O foco deve ser em apoio sem julgamento.
Cabe ressaltar que nenhuma estratégia funciona isoladamente. O controle efetivo dos traços de esquizofrenia combina remédios, terapia, rede de apoio e autoconhecimento.
Quanto mais cedo o tratamento começar, menor o risco de os traços de esquizofrenia prejudicarem estudos, carreira ou relacionamentos.
Medicamentos antipsicóticos e terapia multidisciplinar
Os medicamentos antipsicóticos são a primeira linha de tratamento para controlar traços de esquizofrenia como alucinações e delírios.
Eles funcionam ajustando a atividade de neurotransmissores, principalmente a dopamina, que está desregulada no cérebro de quem tem o transtorno.
Os antipsicóticos típicos (haloperidol, clorpromazina) agem bloqueando receptores de dopamina, mas podem causar efeitos colaterais como rigidez muscular ou tremores.
Já os atípicos (risperidona, olanzapina) têm ação mais ampla, afetando também a serotonina, o que reduz sintomas negativos, como apatia.
A escolha do remédio depende do perfil do paciente. Alguém com traços de esquizofrenia predominantemente positivos (delírios, agitação) pode responder melhor a antipsicóticos típicos.
Já quem sofre mais com falta de motivação ou isolamento tende a se beneficiar dos atípicos.
Em todo caso, o ajuste de dose é importante: começa-se com quantidades baixas para minimizar efeitos adversos, aumentando gradualmente conforme a necessidade.
A terapia multidisciplinar complementa os medicamentos. Um psicólogo aplica técnicas como terapia cognitivo-comportamental (TCC) para lidar com vozes ou paranoias, e um terapeuta ocupacional ajuda a reconstruir rotinas.
Essa abordagem também oferece:
- Psicoeducação: Explicar ao paciente e à família como o transtorno funciona, desmistificando estigmas;
- Treino de habilidades sociais: Praticar como reagir em situações do dia a dia, como fazer compras ou usar transporte público;
- Gestão de crises: Desenvolver planos de ação para recaídas (ex.: listar contatos de emergência);
- Apoio vocacional: Orientação para retomar estudos ou encontrar empregos adaptados às limitações;
Como o Canabidiol atua no tratamento da esquizofrenia

A combinação de remédios e terapia não cura a esquizofrenia, mas permite que a pessoa gerencie os sintomas. O problema é que muitos casos são refratários, ou seja, a pessoa não tem uma boa resposta aos medicamentos.
Por isso, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) passaram a investigar o Canabidiol (CBD) como opção para auxiliar no tratamento da esquizofrenia.
O CBD, componente não psicoativo da Ccannabis, mostrou efeitos semelhantes a antipsicóticos convencionais como clozapina e haloperidol, mas com mecanismos diferentes.
Estudos em culturas de oligodendrócitos — células que produzem a bainha de mielina, estrutura protetora dos neurônios — revelaram que o CBD ativa proteínas que protegem essas células contra danos.
A desmielinização (perda da bainha) está ligada a sintomas como alucinações. Em testes com cuprizona, substância que imita a desmielinização, o CBD neutralizou parte dos danos, assim como a clozapina e o haloperidol.
A vantagem do CBD está nos poucos efeitos colaterais. Antipsicóticos comuns podem causar ganho de peso (clozapina) ou tremores (haloperidol). Já o CBD não apresenta esses problemas.
Além disso, a clozapina e o haloperidol são medicamentos antigos, com limitações que o CBD poderia superar, de acordo com os especialistas envolvidos no estudo.
Contudo, vale ressaltar que esses resultados são oriundos do Canabidiol isolado. Outros canabinoides da Cannabis, como THC e THCV não são indicados para pessoas com traços de esquizofrenia.
No Brasil, onde a esquizofrenia afeta cerca de 2 milhões de pessoas, o CBD ainda é subutilizado, mesmo com seu alto potencial terapêutico e menor risco de efeitos adversos comparado a antipsicóticos tradicionais.
Conclusão
Quando falamos sobre os traços de esquizofrenia, sabemos que não há uma solução única para todos. Cada pessoa tem suas particularidades, e os tratamentos precisam se adaptar a isso.
Por isso, é válido explorar diferentes caminhos que possam complementar o cuidado e proporcionar mais bem-estar.
Se você está curioso para saber mais sobre como o Canabidiol pode contribuir nesse processo, é o momento de dar o próximo passo.
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