O músico sergipano José Matheus de Souza Santos, diagnosticado com Síndrome de Lennox-Gastaut, uma forma rara e de difícil controle da epilepsia, encontrou na Cannabis medicinal uma alternativa que mudou sua qualidade de vida. Desde dezembro de 2023, ele passou a receber o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com acompanhamento do neurocirurgião Dr. Tiago de Paiva Cavalcante, no Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (CASE).
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Uma vida marcada pelas crises
As convulsões fazem parte da vida de Matheus desde a infância. As primeiras crises surgiram durante o sono, mas, com o tempo, se intensificaram e passaram a ocorrer também durante o dia. Antes da Cannabis, ele já havia testado diferentes combinações de medicamentos antiepilépticos — chegando a tomar diversos comprimidos por dia — sem alcançar o controle necessário.
“Era um ciclo sem fim. Eu tomava os remédios, mas as crises continuavam. E os efeitos colaterais eram muito fortes: perdi memória, cheguei a emagrecer demais, depois engordei, vivia tonto e com a visão cruzada. Minha fala também ficava travada por causa da ansiedade e do nervosismo”, lembra.
O início com a Cannabis
A partir do início do tratamento com a Cannabis, Matheus conta que percebeu mudanças rápidas: a frequência das convulsões caiu drasticamente, restando apenas crises de ausência ocasionais. A memória e a fala também melhoraram de forma expressiva.
“Com a Cannabis eu vi que a mudança foi imensa. Hoje praticamente não tenho mais convulsões. A memória voltou, consigo falar com mais tranquilidade, trabalhar, estudar e ter bem-estar”, afirma.
Ajustes e desafios no SUS
O atendimento pelo SUS em Sergipe ainda enfrenta desafios. Matheus explica que houve reorganizações e até trocas de neurologistas durante o processo de implantação do programa, além da necessidade de ajustes de dosagem e de adaptação ao tipo de medicamento disponível.
No início, Matheus recebeu pelo SUS um óleo de Cannabis com princípio ativo importado, mas produzido e distribuído nacionalmente. Como não se adaptou bem, passou a utilizar outro óleo de canabidiol, também disponível pelo SUS, em frascos menores, o que exige a retirada de mais unidades por mês. Essa situação tornou o processo mais trabalhoso, mas não interrompeu o tratamento.
Novos hábitos e retomada da vida
Com o controle das crises, Matheus conseguiu retomar atividades cotidianas e sociais que antes eram inviáveis. Voltou à prática esportiva, como basquete e academia, e à música, participando de corais e se apresentando em shows.
Ele também passou a adotar hábitos mais saudáveis: reduziu o consumo de carboidratos, cortou refrigerantes e não faz uso de álcool. “Isso ajudou para que os remédios funcionem melhor. A dieta e a Cannabis se complementam”, explica.
Saúde mental em equilíbrio
Além do controle das crises, a Cannabis trouxe impacto positivo na saúde mental de Matheus. Ele lembra que, antes, os episódios de estresse eram intensos e que já chegou a ter pensamentos suicidas.
“Eu não tinha paciência, quebrava coisas em casa e me sentia sem saída. Hoje, isso não passa mais pela minha mente. A Cannabis trouxe calma e equilíbrio. Ainda faço acompanhamento psicológico, mas agora consigo ter uma vida muito mais tranquila”, afirma.
Uma nova perspectiva
Para Matheus, o tratamento com Cannabis não foi apenas uma opção terapêutica, mas um ponto de virada muito significativo. “Hoje consigo estudar, trabalhar, fazer atividade física e estar em lugares públicos sem medo. Até meus relacionamentos mudaram, porque não dependo mais da vigilância constante dos outros. A Cannabis me devolveu a liberdade”, conclui.
Importante!
Para iniciar um tratamento com Cannabis medicinal no Brasil, é necessário consultar um médico que faça a prescrição desse tipo de terapia. A recomendação médica é obrigatória para a obtenção dos produtos de forma legal e segura. Aqui no portal Cannabis & Saúde, contamos com uma plataforma que reúne mais de 200 profissionais. Clique aqui e marque sua consulta!













