
Por que falar de Cannabis com nossos filhos?
Apesar de ser comportamento comumente visto, o médico deve abster-se de julgamentos e vieses ideológicos ao falar de qualquer substância e com a Cannabis não pode ser diferente.
Apesar de ser comportamento comumente visto, o médico deve abster-se de julgamentos e vieses ideológicos ao falar de qualquer substância e com a Cannabis não pode ser diferente.
Estamos no último trimestre de 2023 e muito tem se falado sobre a prescrição de canabinoides, sua aplicabilidade clínica e potencial de pesquisa. Mas quase nada é comentado sobre o seguimento dos pacientes.
Sugiro que quando pensar no preço do tratamento com canabinoides veja o tamanho (em miligramas) do frasco e divida pelos mg/dia que você usa.
Conforme ganhamos experiência na prescrição de fitocanabinoides não surpreende que notemos nossa ignorância no assunto, então sinto que precisamos nos aprofundar cada vez mais sobre o Canabigerol (CBG).
O médico que escolhe não ignorar a existência do sistema endocanabinoide (SEC) tem rapidamente suas convicções afetadas ao assumir o desconhecimento no assunto. Um sistema que é responsável pelo equilíbrio de outros sistemas e desconhecido por mais de 90% dos colegas é algo que requer cautela.
A ANVISA acaba de retroceder no que se trata da forma mais antiga de consumo de Canabis já documentada. A partir de hoje, 20/07/2023, não será mais possível a importação de Cannabis in natura. De fato não havia constitucionalmente uma regulação adequada por órgãos sanitários brasileiros ou americanos no tema, o próprio controle de qualidade das mesmas muitas vezes se dava de maneira duvidosa mas parece que esquecemos alguns pontos que devo frisar.
No maior congresso de neurociências do país deste ano vimos uma verdadeira dominância dos canabinoides frente a outras abordagens terapêuticas alopáticas. No ineditismo da situação tivemos também a agradável surpresa do lançamento do livro dos maiores cientistas do mundo no tema (grupo do falecido professor Carlini da USP). Nitidamente estamos presenciando o ápice do conhecimento técnico-científico no tema, com cada vez mais profissionais prescrevendo fitocanabinoides. Iniciativas como a do grupo de estudos da USP ajudam a iluminar esse caminho até então obscuro para a maioria.
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