A história clínica da paraense Conce Mongiello, 59 anos, não é simples. Assim como de muitas pessoas que convivem com condições neurológicas de difícil manejo, ela passou por múltiplas internações, sequelas importantes e anos de tentativas terapêuticas com eficácia limitada. Até incluir, sob prescrição médica, o uso de Cannabis medicinal na forma de goma com canabinoides combinados. Pela primeira vez em anos, relatou alívio real e sustentado da dor neuropática que a acompanhava diariamente.
Seu caso é um ponto de observação importante sobre o potencial do uso clínico da Cannabis no manejo da dor crônica, sobretudo em pacientes com histórico complexo, como os que apresentam lesões cerebrais, sensibilização central e intolerância medicamentosa.
Três AVCs, uma cirurgia e um longo histórico de dor
Conce teve o primeiro Acidente Vascular Cerebral (AVC) aos 29 anos, causado por um angioma profundo no tálamo direito — uma má-formação vascular congênita considerada inoperável à época. Desde então, sua vida foi marcada por reincidências. Em 2006, após o terceiro AVC, foi aposentada.
Em 2014, já morando nos EUA, voltou a investigar a condição neurológica após exames indicarem que o angioma havia aumentado de 1,5 cm para 1,9 cm. Diante do risco de ruptura e morte súbita, dois neurologistas consultados recomendaram a cirurgia a laser. Conce aceitou o procedimento, realizado em outubro daquele ano. Nos primeiros cinco meses, apresentou melhora. Depois disso, passou a perder força muscular no lado esquerdo do corpo, até chegar à paralisia. O braço se tornou rígido, a perna perdeu o controle motor, e ela deixou de conseguir ficar em pé sozinha.
Sem respostas do cirurgião responsável e insatisfeita com a condução do caso nos EUA, Conce decidiu buscar atendimento no Brasil. Foi avaliada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde exames de imagem mostraram um edema extenso ao redor da área submetida à intervenção. Segundo o médico que a atendeu, a lesão era irreversível. A recomendação foi tratamento medicamentoso para reduzir o edema e reabilitação física intensiva.
Desde então, a rotina de Conce foi marcada por fisioterapia contínua, dor facial neuropática intensa — com sensação de queimação e pressão constantes — e um quadro de saúde mental desafiador, que incluiu depressão severa, ansiedade e síndrome do pânico.
Devido a uma reação alérgica grave (Síndrome de Stevens-Johnson), seu uso de medicamentos era altamente restrito, o que limitava ainda mais as possibilidades terapêuticas.
“Era uma dor constante, em queimação, como se percorresse meu rosto, mandíbula, narina, céu da boca e língua. Nada funcionava por muito tempo, e os efeitos colaterais dos remédios que eu podia usar eram um obstáculo”, conta.
A entrada da Cannabis medicinal no tratamento
Em 2025, por indicação do neurologista que a acompanha há mais de 20 anos, Dr. José Cláudio Rodrigues, ela passou a ser acompanhada pelo Dr. Mauro Araújo, especialista em dor, com atuação no Brasil. Na primeira consulta, diante do histórico de alergias e do insucesso com outros tratamentos, decidiu-se iniciar o uso de uma goma com formulação contendo CBD, CBN, CBG, THC e terpenos.
A dosagem inicial foi mínima: 1/4 da goma , administrada à noite. Segundo Conce, o impacto foi imediato — uma redução drástica da dor e melhora no sono, sem efeitos adversos relevantes. Desde então, segue em uso contínuo e aguarda a chegada do óleo para associação terapêutica. O tratamento é feito com acompanhamento médico e apoio de fisioterapia.
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Efeitos relatados e rotina atual
Após três semanas de uso regular da goma com canabinoides, Conce afirma que conseguiu retomar atividades básicas — voltou a dirigir, a dormir sem crises de ansiedade e a realizar exercícios de reabilitação com mais eficácia. “Ficar dois dias sem a medicação foi suficiente para perceber a diferença: a dor voltou. Quando retomei, cessou novamente”, conta.
Segundo ela, o tratamento tem proporcionado um alívio que não havia experimentado com nenhuma outra abordagem.
“Me sinto mais leve, sem aquela pressão constante no rosto. O sono melhorou muito também”, diz. Para Conce, o efeito é claro. “Me sinto outra pessoa. Estou muito feliz, e meu marido também, porque ele me via sempre com dores horríveis e já não sabíamos mais o que fazer.”
Conce Mongiello: um relato individual, uma mudança concreta na rotina
O que Conce Mongiello relata é, sobretudo, a descrição de uma mudança significativa de qualidade de vida a partir de um tratamento que, em seu caso específico, tem funcionado.
“Voltei a viver com mais autonomia. Não acordo mais com aquela dor esmagando meu rosto. Voltei a dirigir, estou dormindo bem. Parece simples, mas pra mim, é tudo”, resume.
Desde que começou a usar a goma com canabinoides, sob orientação médica, Conce afirma ter retomado a disposição para realizar tarefas cotidianas e avançar na fisioterapia. Conquistas modestas no papel, mas transformadoras para quem passou anos entre limitações físicas e sofrimento contínuo.
Sem efeitos adversos relatados até o momento, e à espera da chegada do óleo para complementar o tratamento, ela segue sendo acompanhada pelo médico que prescreveu a Cannabis, Dr. Mauro Araújo.
“Estou viva de outro jeito. Sem medo de dormir, sem aquela dor o tempo todo. Isso já vale tudo”, finaliza.
Importante!
Se você enfrenta dores crônicas ou sequelas neurológicas difíceis de manejar, como no caso da Conce Mongiello, buscar alternativas terapêuticas com Cannabis medicinal pode ser uma opção. Entretanto, o primeiro passo é sempre procurar orientação médica qualificada.
O acompanhamento médico não é apenas fundamental, mas mandatório para garantir um tratamento seguro e ajustado às necessidades individuais.
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