A dor é uma das experiências mais universais e, ao mesmo tempo, mais pessoais que um ser humano pode vivenciar. Etimologicamente, a palavra “dor” vem do latim “dolor”, que significa sofrimento, aflição ou tormento. É uma sensação complexa que envolve tanto aspectos físicos quanto emocionais, uma comunicação do corpo com a mente, algo que nos alerta para um estado de desequilíbrio. O conceito de dor, ao longo dos séculos, foi abordado de diversas formas, mas ainda hoje, é um dos maiores desafios médicos, sobretudo no que diz respeito à dor crônica.
Uma pesquisa realizada em 2021 pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), em parceria com universidades e faculdades de todo o Brasil, revelou que a taxa de prevalência da dor crônica no país é alarmante: 45,59%. Já outro estudo da mesma sociedade, realizado em 2017, apontou uma prevalência de 39%, o que evidencia a magnitude desse problema.
Com o aumento da prevalência e das condições associadas à dor crônica, novas alternativas terapêuticas têm sido pesquisadas. Entre elas, a Cannabis medicinal vem ganhando destaque. Contudo, seu uso ainda enfrenta algunas barreiras e resistência dentro da comunidade médica.
Para o Dr. Mauro Araújo, anestesista especializado em dor crônica, a Cannabis pode representar uma solução inovadora, mas para que isso se torne realidade, é essencial um profundo investimento na educação médica.
Cannabis no tratamento da dor: uma nova abordagem
Dr. Mauro vê na Cannabis uma oportunidade de transformar a maneira como a dor crônica é tratada. Em sua prática clínica, ele tem observado resultados promissores. “Os canabinoides têm mostrado grande eficácia no controle da dor crônica. Em muitos casos, conseguimos reduzir o uso de analgésicos convencionais, como opioides. Isso não só melhora o controle da dor, mas também reduz os efeitos adversos desses medicamentos”, explica Araújo.
A introdução da Cannabis tem permitido que pacientes que já faziam uso de altas doses de analgésicos encontrem alívio sem a necessidade de aumentar ainda mais a dosagem. “A necessidade de elevar as doses de analgésicos diminui, o que resulta em uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente”, afirma. Para o médico, o impacto da Cannabis vai além do alívio da dor, proporcionando uma melhoria global no bem-estar dos pacientes de uma forma integral.
A importância da educação médica
Ainda de acordo com Dr Mauro Araújo, um dos maiores obstáculos é a falta de conhecimento e preparo entre os médicos nesse campo.
“Infelizmente, o conhecimento sobre a Cannabis medicinal ainda não faz parte da formação convencional nas faculdades de medicina. Hoje, a maioria dos médicos ainda não sabe como prescrever esses produtos, e muitos sequer têm uma noção básica sobre os benefícios e implicações da Cannabis no tratamento da dor.”
Ele enfatiza que, muitas vezes, são os próprios pacientes que chegam aos consultórios já informados sobre as propriedades terapêuticas da planta, enquanto os médicos ainda estão se adaptando a essa nova realidade.
Superando as barreiras da resistência médica
Apesar do crescente corpo de evidências científicas, a resistência à prescrição de Cannabis ainda é forte dentro da comunidade médica. Para ele, isso se deve em grande parte a um histórico negativo relacionado ao uso recreativo da planta. Logo, essa resistência, segundo ele, não é apenas científica, mas também cultural.
“O preconceito em relação à Cannabis ainda é grande, e muitos médicos têm dificuldades em aceitar essa nova abordagem”, comenta. No entanto, ele acredita que a chave para a mudança está no aumento da literatura científica e na divulgação de casos clínicos.
“Com mais estudos de caso e a troca de experiências práticas entre os médicos, vamos conseguir quebrar essa resistência. A prática clínica tem mostrado que, quando bem utilizada, a Cannabis pode ser uma ferramenta valiosa no tratamento da dor crônica.”
Mudanças curriculares na formação médica
O Dr. Araújo destaca a necessidade de incluir o estudo da Cannabis nos currículos das faculdades de medicina. “É essencial que a cannabis medicinal seja inserida no ensino superior. Atualmente, poucos cursos abordam o tema, o que cria uma lacuna significativa no conhecimento dos futuros médicos”, ressalta.
Para ele, as universidades precisam atualizar seus currículos para incluir essas novas abordagens terapêuticas, preparando melhor os profissionais da saúde para atender pacientes que buscam alternativas inovadoras.
O futuro da cannabis no tratamento da dor no Brasil
A visão do Dr. Araújo para o futuro do uso de Cannabis no tratamento da dor no Brasil é otimista. “Com o avanço das pesquisas e a mudança gradual na aceitação por parte dos médicos, acredito que, em poucos anos, a cannabis será amplamente utilizada no tratamento da dor crônica. A medicina convencional, cada vez mais, a verá como uma opção viável e segura”, afirma.
Ele também aponta que a crescente demanda da população por tratamentos mais eficazes será um fator determinante nesse processo. “As pessoas estão mais informadas e buscam alternativas, principalmente para casos de dor crônica refratária. Isso vai pressionar os médicos a se adaptarem e adotarem a cannabis como parte dos tratamentos convencionais”, conclui.
Atualmente membro ativo da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (AMBICAN), Dr. Araújo tem se dedicado a combater a desinformação e a promover um maior entendimento sobre o uso da Cannabis entre os profissionais de saúde. Ele acredita que eventos científicos, como congressos e apresentações de casos clínicos, desempenham um papel crucial nesse processo.
“Esses eventos são uma excelente oportunidade para demonstrar a praticidade da prescrição de Cannabis”, explica. Para ele, o foco agora deve ser na aplicação clínica. “Médicos e até odontólogos, que têm autorização para prescrever a planta, precisam compartilhar suas experiências. Relatar casos clínicos ajuda a desmistificar o uso da cannabis e facilita a adesão de outros profissionais”, afirma.
Importante!
Incorporar o uso de canabinoides pode ser uma opção importante para pessoas que buscam alívio para a dor crônica. Entretanto, o uso terapêutico da Cannabis Medicinal deve sempre ser realizado sob a orientação de um profissional qualificado. Se você está sofrendo com dores persistentes que não são controladas por tratamentos convencionais, os derivados da Cannabis podem ser uma alternativa eficaz.
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