Durante boa parte da vida, Átila Barbosa da Costa sentia que havia algo errado — mas não sabia nomear. Os pensamentos acelerados, a ansiedade constante, a dificuldade de concentração e a irritação frequente pareciam fazer parte de quem ele era. Mas com o tempo, o sofrimento ganhou contornos mais claros. O diagnóstico veio: Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
“Eu sempre tive isso, mas não sabia. A ansiedade foi piorando ao longo dos anos. Tenho 35 anos e parece que ficou mais difícil com o tempo. É muita agitação mental, pensamentos acelerados, perda de foco. E eu trabalho cuidando de pessoas, o que exige paciência. Quando a ansiedade está alta, o TDAH se descontrola e eu fico muito irritado. As pessoas ao meu redor acabam sentindo isso”, conta.
Um histórico de tentativas frustradas
Átila iniciou tratamento aos 19 anos. De lá pra cá, experimentou uma lista extensa de medicamentos — tarja preta, antidepressivos, ansiolíticos — muitos deles inadequados para seu quadro clínico.
“Mesmo trabalhando na área da saúde, eu não sabia mais o que fazer. Tomei muito remédio que me fazia mal. Tinha medicamento que irritava meu estômago, outros que mexiam com meu intestino. Teve remédio que me fez engordar muito, outros me fizeram emagrecer demais ou até parar de comer”, relembra. “E o pior: eu nem tinha depressão, mas me prescreviam como se eu tivesse. O problema é que eu tratava a coisa errada, e isso só me fazia sentir pior.”
Entre tentativas e interrupções, Átila relata que passou anos oscilando entre remédios que pareciam não funcionar e uma sensação crescente de impotência. “Eu mal sabia o que estava fazendo com meu cérebro. A experiência com esses medicamentos foi horrível. Tomava, parava, recomeçava, e nada mudava.”
O conselho da irmã e a primeira dose
A guinada começou com uma conversa em família. Foi a irmã de Átila quem lhe falou pela primeira vez sobre a Cannabis medicinal. Ela já usava o tratamento para controlar a depressão e os sintomas da fibromialgia. Curioso, Átila decidiu investigar melhor. “Minha irmã falava dos benefícios da Cannabis, e eu achava interessante. Já tinha ouvido falar, por trabalhar na área da saúde, mas associava só a casos muito graves. Eu nem sabia qual era o meu diagnóstico direito.”
A decisão de buscar a Cannabis medicinal surgiu após ouvir relatos e começar a pesquisar por conta própria. Foi então que Átila marcou uma consulta e, com orientação profissional, deu início ao tratamento que marcaria uma virada em sua vida. “Fui orientado desde o começo, e ali tudo começou. Eu procurava um medicamento que me desse qualidade de vida e foi isso que encontrei.”
A primeira experiência com o óleo foi marcante. “Foi como se tirassem com a mão. Nenhum outro remédio tinha feito aquilo. Eu lembro que falei pra minha psicóloga: ‘Hoje, pela primeira vez, estou me sentindo de um jeito que nunca me senti na vida’. Minha mente estava tranquila, os pensamentos serenos, sem ansiedade nenhuma.”
Efeitos no corpo e na rotina
Além do impacto imediato sobre a ansiedade, Átila começou a notar outros benefícios. “O sono melhorou muito. Dores de cabeça que eu tinha com frequência, por conta do clonazepam, também desapareceram.”
Atualmente, ele faz uso diário do óleo de Cannabis em duas doses: 10 gotas pela manhã e 10 à noite. A formulação inclui CBD e THC, e reforça que o tratamento é feito com acompanhamento médico. “O acompanhamento é essencial”, resume.
Mais foco, menos ruído
Com a estabilização dos sintomas, Átila relata uma melhora significativa em sua rotina, especialmente na concentração, disposição e equilíbrio emocional. “Eu tenho mais qualidade de vida. Quando comecei, eu sabia que não era uma cura — porque TDAH e TAG são transtornos — mas queria um modo de vida mais tranquilo. E isso eu conquistei. Encontrei uma estabilidade.”
Uma das mudanças mais marcantes aconteceu em público. Como costuma dar palestras, percebeu nitidamente a diferença no próprio desempenho — e as pessoas também notaram. “Teve uma vez em que eu falei sobre o mesmo tema, antes e depois de começar o uso da Cannabis. As pessoas comentaram como eu estava mais calmo, como a minha dicção estava melhor. Isso foi emocionante, porque não fui só eu que percebi a mudança. Foi uma conquista pessoal.”
“Me sinto outra pessoa”
Passado o período de incertezas e sofrimento, Átila reflete sobre o que mudou desde que incluiu a Cannabis no tratamento: “Hoje eu me sinto outra pessoa. Eu tenho mais qualidade de vida do que antes. A única pena é não ter sabido disso antes. Mas hoje, com certeza, eu tô bem.”
Ele deixa claro que não se considera curado — e nem é esse o objetivo. “TDAH é algo que eu sempre tive, a ansiedade também. E acho que vai continuar. Mas está controlado. E estando controlado, tá tudo bem. Eu só tenho a agradecer.”
Importante!
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