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Cannabis e o cérebro de jovens: novos alertas da ciência

Cannabis e o cérebro de jovens: novos alertas da ciência

Novos dados confirmam que o uso de Cannabis rica em THC por jovens pode influenciar no desenvolvimento saudável do cérebro

Publicado em

22 de janeiro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Cannabis e o cérebro de jovens: novos alertas da ciência

Um estudo recente publicado na revista científica da Associação Americana de Médicos trouxe novas informações sobre como o uso de Cannabis pode afetar o cérebro de jovens. O estudo reforça o alerta de que o consumo de produtos com canabinoides pode ser especialmente prejudicial durante os períodos de desenvolvimento do cérebro, como a adolescência e início da idade adulta.

A pesquisa, realizada por cientistas do Canadá, mostrou que pessoas com alto risco de psicose apresentam uma redução na densidade sináptica — ou seja, menos conexões entre os neurônios — e que o uso de Cannabis pode agravar ainda mais essa condição.

De acordo com o estudo, o consumo de Cannabis rica em THC nessa fase da vida pode afetar um processo natural de “poda sináptica”, em que o cérebro elimina conexões desnecessárias para se tornar mais eficiente.

Embora nem todos os jovens que consomem produtos à base de Cannabis desenvolvam psicose, em algumas pessoas, isso pode impactar o processo de refinamento das sinapses, essencial para o desenvolvimento saudável do cérebro.

sindrome de dravet cerebro

Como foi o estudo

O estudo foi realizado em um hospital psiquiátrico entre 2021 e 2023. Participaram 49 pessoas, divididas em três grupos:

  • 16 pacientes com primeiro episódio de psicose
  • 17 pacientes com alto risco clínico para psicose
  • 16 pacientes saudáveis

Todos os participantes passaram por exames de imagem cerebral, como tomografia por emissão de pósitrons (PET) e ressonância magnética, para medir a densidade sináptica e a estrutura do cérebro. O consumo de produtos à base de Cannabis foi confirmado por outros exames.

Principais resultados do estudo

1. Redução da densidade sináptica.

  • Pacientes no primeiro episódio de psicose ou alto risco clínico apresentaram menor densidade sináptica em comparação com o grupo saudável. Isso foi observado principalmente no córtex pré-frontal e no hipocampo, áreas essenciais para funções cognitivas e emocionais.
  • Os que consumiam produtos à base de Cannabis apresentaram uma redução ainda maior na densidade sináptica, principalmente no estriado, região envolvida no processamento de recompensas e motivação.

2. Relação com os sintomas

  • A menor densidade sináptica foi associada a sintomas negativos mais graves, como falta de motivação e dificuldade de interação social. Esses sintomas são conhecidos por serem difíceis de tratar com medicamentos convencionais.
  • Por outro lado, não houve uma relação direta entre a densidade sináptica e sintomas positivos, como alucinações e delírios, sugerindo causas distintas.

Restrição ao THC para menores de 18 anos

Os resultados confirmam que a redução da densidade sináptica está presente nos estágios iniciais da psicose e em pessoas com alto risco clínico. Nesse sentido, o consumo de produtos com derivados da Cannabis parece agravar essa redução em áreas-chave do cérebro.

Assim, o estudo reforça a necessidade de regulações que restrinjam o consumo de produtos ricos em THC para menores de 18 anos, sobretudo em países onde o uso adulto é legal.

Caminhos para novas abordagens terapêuticas

É importante ressaltar que o estudo tem algumas limitações e não comprova que o uso de produtos à base de Cannabis rica em THC causa diretamente a psicose. Além disso, a pesquisa não avaliou o impacto do consumo de outras substâncias ou de diferentes padrões de uso de derivados da planta.

Os resultados, no entanto, abrem caminho para pesquisas futuras focadas no desenvolvimento de tratamentos inovadores para a psicose. Medicamentos e terapias que melhorem a densidade sináptica podem preencher lacunas nos tratamentos existentes para a condição.

A complexidade da psicose

CBD pode ajudar pacientes com psicose em fase inicial

Embora seja mais comum que os sintomas da psicose surjam entre o final da adolescência e o início da vida adulta, não há uma regra fixa. Nessa fase ocorrem muitas transformações, como mudanças hormonais, pressões sociais e construção da identidade, além da “poda sináptica”.

Fatores como estresse e desafios cotidianos, problemas financeiros, conflitos familiares e dificuldades no trabalho, podem intensificar os sintomas.

Outros compostos da Cannabis e tratamentos complementares

Os medicamentos antipsicóticos são essenciais para controlar os sintomas mais graves, porém tratamentos complementares também desempenham um papel importante, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a reabilitação psicossocial.

Estudos anteriores sugerem que o canabidiol (CBD), outro composto da Cannabis, tem potencial terapêutico para complementar o tratamento para a psicose. Enquanto o THC pode piorar alguns sintomas, o CBD isolado proporcionou melhoras significativas em estudo clínico para os estágios iniciais da doença.

Como iniciar um tratamento complementar com Cannabis

Para começar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis para jovens, adultos ou idosos, a consulta com um profissional especializado é fundamental e necessária. Tanto para garantir que o produto e a dose vão oferecer os benefícios esperados, quanto para seguir as exigências da Anvisa.

O órgão exige uma prescrição médica para adquirir os medicamentos, seja nas farmácias ou pela importação. Acessando a nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com um entre mais de 300 profissionais da saúde experientes nesse tipo de tratamento. Marque já uma consulta e verifique se o tratamento com Cannabis é o ideal para o seu caso.

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