O potencial terapêutico da Cannabis está diretamente relacionado com os canabinoides, compostos que somente essa planta é capaz de produzir. No entanto, os benefícios vão muito além dos compostos mais conhecidos, o canabidiol (CBD) e o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC).
A Cannabis produz mais de 100 compostos que, embora presentes em pequenas quantidades, têm ganhado destaque em pesquisas científicas devido a suas propriedades e benefícios para a saúde. São os canabinoides menores.
À medida que os estudos com canabinoides menores avançam, abrem caminho para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados, com potencial para superar o resultado dos canabinoides mais famosos.
Um estudo publicado recentemente explorou o potencial dos canabinoides menores no tratamento de doenças neurológicas e trouxe resultados promissores.
Canabinoides e neuroproteção
Pesquisadores têm investigado o uso de canabinoides em doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson — condições que causam a morte de neurônios e resultam na perda de memória, dificuldades motoras e outros problemas neurológicos.
Atualmente, os tratamentos disponíveis apenas ajudam a reduzir os sintomas, e há uma necessidade crescente de estudos com substâncias que protejam as células do cérebro.
Os canabinoides da planta agem no cérebro através dos receptores do sistema endocanabinoide e outras vias biológicas. Esses compostos conseguem atravessar a barreira hematoencefálica, uma camada que protege o cérebro, alcançando diretamente as células cerebrais.
Segundo o estudo Unveiling the Potential of Phytocannabinoids: Exploring Marijuana’s Lesser-Known Constituents for Neurological Disorders, os canabinoides menores tetrahidrocanabivarina (THCV), canabidivarina (CBDV) e canabigerol (CBG) têm propriedades que podem auxiliar na proteção das células cerebrais e contribuir para o tratamento de doenças neurodegenerativas.
Os canabinoides menores no tratamento da epilepsia
THCV
O THCV é um fitocanabinoide que não causa os efeitos psicoativos típicos do THC que ganhou destaque nos últimos meses pela sua capacidade de diminuir o apetite. Isso ocorre porque ele é um antagonista do receptor CB1 e causa efeitos anticonvulsivantes e antipsicóticos. Em estudos anteriores, demonstrou capacidade de proteger neurônios e promover respostas cerebrais saudáveis, o que o torna promissor para o tratamento de epilepsia e doenças relacionadas.
CBDV
Pesquisas apontam o efeito anticonvulsivante do CBDV em crianças com a síndrome de Rett e na síndrome do X frágil, ambas doenças que causam crises convulsivas. Além disso, conseguiu melhorar a sociabilidade e a saúde geral em testes com animais.
CBG
O CBG pode interagir com diversos receptores cerebrais e demonstrou capacidade para inibir canais de sódio em células nervosas. Suas propriedades anti-inflamatórias são poderosas e também contribuem para equilibrar o funcionamento do cérebro.
Os canabinoides menores no tratamento do Parkinson
THCV
O THCV demonstrou potencial em reduzir danos motores induzidos pelo Parkinson. Além disso, inibiu a ativação de células microgliais que causam inflamação e protegeu os neurônios dopaminérgicos.
CBDV
O CBDV pode ajudar a proteger os neurônios dopaminérgicos ao regular o estresse oxidativo no cérebro e impedir a agregação de uma proteína chamada alfa-sinucleína.
CBG
Assim como o THCV e o CBDV, o CBG pode melhorar a função motora ao proteger as células produtoras de dopamina. Além disso, reduz a inflamação e protege os neurônios quando interage com o receptor PPAR-γ.
Os canabinoides menores no tratamento do Alzheimer
THCV
Estudos com adultos demonstraram que o THCV é seguro e pode reverter problemas de memória, inclusive os causados pelo THC.
CBDV
Em estudos no laboratório, o CBDV protegeu as células nervosas de danos oxidativos e bloqueando a atividade da proteína beta-amilóide, associada ao Alzheimer, e também inibiu enzimas associadas ao declínio cognitivo.
CBG
O CBG foi eficaz em reduzir a acumulação de beta-amiloides em células nervosas e estimulou a degradação dessas proteínas. Em outros estudos, protegeu as células cerebrais e ajudou a manter suas estruturas.
Como obter orientação para escolher os melhores canabinoides para um tratamento
Com o avanço das pesquisas, os tratamentos para doenças neurológicas utilizarão também os canabinoides menores. Estes resultados são preliminares, porém indicam um caminho para o desenvolvimento de abordagens mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
Para ter sucesso em tratamentos para a saúde com medicamentos à base de Cannabis, é fundamental ter o acompanhamento de um profissional da saúde experiente na prescrição de canabinoides. Além de ser uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a compra dos produtos, um médico ou dentista pode sugerir uma combinação de canabinoides que envolva os canabinoides menores, CBD e THC.
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