A rotina do filho de Murilo — um adolescente no espectro autista — sempre foi marcada por desafios, avanços e recaídas que refletem o dinamismo próprio do TEA. Entre episódios de ansiedade intensa, agressividade, espasmos e dificuldades em lidar com situações simples do cotidiano, a família encontrou na Cannabis medicinal uma ferramenta importante para reorganizar o dia a dia e devolver equilíbrio à casa e a rotina do filho.
Diagnóstico e o olhar atento da família
O diagnóstico veio ainda na infância, e desde então Murilo e a mãe acompanharam cada fase com dedicação. A mãe, Jamile, que é terapeuta ocupacional, sempre teve um olhar mais preciso para as dificuldades e potencialidades do menino — o que, segundo o pai, muitas vezes trazia também um peso emocional maior por compreender com profundidade o que poderia vir pela frente.
Apesar dos desafios, Murilo reforça sempre que o autismo não define o filho. “Ele é muito mais do que o diagnóstico: é sensível, curioso e cheio de fases que exigem compreensão”, conta.
A descoberta da Cannabis medicinal
A família chegou à Cannabis após ouvir relatos, pesquisar e perceber que as terapias e medicações tradicionais já não davam conta de todos os sintomas.
Foi então que buscaram acompanhamento médico, que integrou o tratamento com Cannabis às demais terapias que o menino já realizava.
Murilo destaca que, desde o começo, ficou claro que a Cannabis não substitui outras terapias — ela é parte de um conjunto que envolve acompanhamento psicológico, terapia ocupacional, atividades estruturadas e suporte familiar.
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Resposta rápida e melhorias evidentes
Logo no primeiro mês, Murilo percebeu transformações significativas. “A resposta foi muito rápida. A agressividade reduziu drasticamente, a ansiedade desacelerou, e até os espasmos ficaram muito mais controlados”, conta.
Essas mudanças trouxeram algo precioso: previsibilidade. Situações simples, como entrar em um supermercado ou circular por ambientes cheios — antes extremamente difíceis por causa da irritabilidade e da ansiedade — passaram a ocorrer com menos risco de crises.
A imprevisibilidade do autismo e o dinamismo do tratamento
Murilo repete diversas vezes que o autismo é dinâmico. Há fases mais leves, outras mais desafiadoras, e o tratamento precisa acompanhar esses ciclos. “Não existe fórmula mágica. Não é dar Cannabis ou dar outro remédio e achar que resolveu. Cada fase exige uma dinâmica diferente.”
Por isso, ao longo dos anos, houve períodos em que o filho usou Cannabis diariamente, e outros em que Murilo e a mãe precisaram ajustar doses, realizar exames ou retomar medicações convencionais. A família sempre fez as mudanças com orientação médica.
Impacto real na vida diária
Com a ansiedade e a irritabilidade mais reguladas, o menino ganhou mais autonomia e segurança. Atividades básicas, antes fonte de estresse extremo, tornaram-se mais possíveis.
“Essas pequenas coisas — que para muitas famílias são banais — para nós eram enormes. E a Cannabis ajudou a tornar essas situações vivenciáveis.”
Preconceitos e dificuldades iniciais
Murilo conta que enfrentou resistência no começo, especialmente de pessoas que associavam Cannabis apenas ao uso recreativo. Além disso, o acesso era mais difícil. Com o avanço da regulamentação e a expansão de empresas autorizadas, o caminho começou a se tornar menos burocrático — algo que, para ele, pode transformar a vida de muitas famílias.
Momentos marcantes: a pandemia e o papel da Cannabis
Durante a pandemia, quando terapias foram suspensas ou passaram ao formato online, o filho perdeu parte dos avanços que vinha construindo. “Foram tempos difíceis. A gente viveu tudo dentro de um apartamento, e ele sentiu muito a mudança.”
Murilo acredita que a Cannabis foi essencial para atravessar aquele período: “se não fosse o CBD, teria sido muito mais difícil. A pandemia foi marcante — e a Cannabis ajudou a amortecer o impacto.”
Uma trajetória feita de fases, desafios e vitórias
Ao olhar para tudo o que viveram, Murilo resume: “o meu filho é uma vida inteira de momentos marcantes. A Cannabis não cura o autismo, mas trouxe equilíbrio quando a gente mais precisava.”
A família segue ajustando o tratamento como um todo conforme as fases do desenvolvimento e reforça que buscar alternativas, mesmo diante de preconceitos, foi fundamental para proporcionar qualidade de vida e segurança à rotina do menino.
Importante!
A utilização da Cannabis medicinal deve ser sempre feita sob prescrição e acompanhamento médico especializado. No Brasil, o acesso a produtos à base de Cannabis segue as normas da Anvisa e exige prescrição médica obrigatória. A indicação desse tipo de tratamento só pode ser feita após avaliação criteriosa de um profissional habilitado.
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*Identidade preservada por se tratar de um paciente menor de idade.

















