“A Cannabis fez muito bem para mim. Qualidade de vida, espasmos e controle da rigidez muscular. Quando estou sob efeito da planta as coisas ficam mais leves”, relatou com exclusividade para o portal Cannabis & Saúde o cartunista, humorista e agora também diretor do documentário “Memórias de um esclerosado”, Rafael Corrêa.
Cada pessoa lida de forma única com o diagnóstico de uma condição de saúde, refletindo suas experiências de vida, crenças pessoais e suporte emocional. Para Rafael o caminho escolhido foi avesso ao ‘coitadismo’, à superação e entregue ao humor e à coragem.
Documentário “Memórias de um esclerosado” não é sobre a condição, mas sobre saúde
E é com esta pegada longe de ser uma história de superação que ele dirigiu, junto a Thais Fernandes, o documentário “Memórias de um esclerosado”, que terá exibição especial em Brasília na próxima sexta-feira.
“O doc não é só a esclerose múltipla. A gente está falando de saúde e de como viver com as adversidades da vida. Às vezes nem precisa ser uma doença, mas pode ser outros problemas. Muita gente vem falar comigo nas redes sociais, mas não é exatamente esclerose. É uma doença parecida ou é alguma alguma um ente querido que tem doença. Então, não precisa ser a esclerose. A esclerose não é a estrela. Mas saber viver e transformar as adversidades da vida com arte ou de outra maneira para viver melhor”, pontua.
2010: o ano do diagnóstico da EM e o encontro da Cannabis como terapia adjuvante
Em 2010, Rafael recebeu o diagnóstico de Esclerose Múltipla. E desde julho de 2015, ele começou a compartilhar sua jornada através de quadrinhos autobiográficos, utilizando sua forma de arte para ilustrar e comunicar sua experiência com a doença e os efeitos dela em seu cotidiano.
Antes de ser diagnosticado, Rafael já tinha tido contatos com a Cannabis no seu processo de criação. Porém, foi depois do diagnóstico que começou a pesquisar sobre os potenciais benefícios terapêuticos da Cannabis.
Em sua busca por alívio, Rafael começou a testar diferentes métodos de uso da planta.
“Minha porta de entrada com a planta era o uso recreativo. Com o diagnóstico da Esclerose, comecei a testar. Primeiro fumando, e não deu muito certo. Demorou para conseguir a dose certa”, compartilha.
Rafa também traz à tona a importância de buscar alternativas de tratamento para a esclerose múltipla, como a Cannabis. E também ficar atento à ciência
Na última década, os avanços no tratamento da esclerose múltipla têm sido significativos, refletindo uma evolução no entendimento e no manejo da doença.
“Na época que eu fui diagnosticado, não tinha tanto tratamento como tem hoje. Para vocês terem uma ideia, em 2000 não existia nenhum tratamento para esclerose múltipla. Era só corticoide, que é paliativo. Hoje tem mais de 14 tipos de tratamento”, pontua Rafa.
A Cannabis se destaca nesse contexto, oferecendo a possibilidade de promover bem-estar e melhorar a qualidade de vida no âmbito terapêutico. Atualmente, Rafa utiliza Cannabis em sua rotina diária, optando pela administração em forma comestível, que contém tanto CBD quanto THC. “Eu utilizei óleo com CBD isoladamente, mas percebi que isso me causava muito sono; por isso, o THC também se tornou uma parte importante”.
A busca pela dosagem perfeita para o Rafa ilustra a importância do equilíbrio entre os diferentes canabinoides, uma vez que a combinação de CBD e THC pode proporcionar um efeito sinérgico, o efeito entourage. A personalização do tratamento com Cannabis é essencial, uma vez que cada indivíduo pode responder de maneira diferente aos compostos presentes na planta.
Basicamente, os canabinoides interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano, que envolve receptores, endocanabinoides naturais e enzimas. Os principais receptores envolvidos são o CB1 e CB2. O receptor CB1 está associado a efeitos psicoativos e modulação da dor no sistema nervoso central, enquanto o CB2 é mais relacionado às respostas inflamatórias e imunológicas. Essas interações ajudam a reduzir a inflamação, o que pode ser particularmente benéfico na esclerose múltipla, onde a inflamação é um dos principais problemas.
Igualmente Rafa observa que é necessário saber que existe uma peculiar individualidade na EM que isso deve ser levado em conta também
“A esclerose se manifesta em cada indivíduo de um jeito. E tem vários tratamentos que podem funcionar com um, pode não funcionar com outro”.
Mas dentro desta diversidade, o cartunista acredita que existe um caminho de evolução. “Temos que dar um crédito para a ciência porque muita coisa está sendo pesquisada e, quem sabe, daqui a pouco a gente tem até uma vacina, uma cura, para a esclerose”, finaliza.
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Como iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis para esclerose múltipla
Para incluir medicamentos à base de Cannabis entre as diferentes abordagens para a esclerose múltipla, é fundamental ter a prescrição de um médico. Acessando nossa plataforma de agendamento, você tem centenas de médicos à disposição para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho.
Com o acompanhamento médico adequado, não só a vida do paciente ganha em qualidade, mas de todas as pessoas que vivem ao seu redor. Então, inicie o tratamento precoce para aumentar as chances de sucesso. Marque já uma consulta!