Conviver com os sintomas da esclerose múltipla impõe diversos desafios diários. Por isso, encontrar tratamentos eficazes é essencial para manter a qualidade de vida. Mesmo com medicamentos que retardam a progressão da doença, ela ainda prejudica severamente o bem-estar desses pacientes.
Agora, um novo estudo traz uma perspectiva promissora: uma formulação com canabidiol (CBD) e ∆9-tetrahidrocanabinol (THC), dois dos principais compostos da Cannabis, mostrou resultados promissores no alívio da rigidez muscular, melhora no controle da bexiga e no sustento da autonomia.
Como CBD e THC atuam no corpo
O CBD e o THC têm ganhado a atenção na Medicina pelos seus efeitos terapêuticos e alívio de sintomas em diferentes condições de saúde. Esses benefícios estão relacionados à interação com o sistema endocanabinoide, que regula funções como dor, inflamação e controle motor.
Nessa doença, a transmissão de impulsos nervosos entre o cérebro e a medula espinhal é prejudicada, resultando em sintomas como espasmos musculares, tremores, problemas de controle da bexiga, dor, dificuldades na fala e problemas cognitivos, como perda da memória.
Os compostos da Cannabis, com suas propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e imunossupressoras, vem ganhando espaço nos tratamentos para a esclerose múltipla. Nesse sentido, cada canabinoide oferece benefícios específicos. No entanto, juntos, eles podem ter um efeito sinérgico, potencializando os benefícios enquanto reduzem os efeitos colaterais.
- O THC atua nos receptores CB1, presentes no cérebro e no sistema nervoso, ajudando a reduzir a espasticidade e dor.
- O CBD tem efeitos neuroprotetores, anti-inflamatórios e ansiolíticos, além de atenuar os efeitos psicoativos do THC.
Estudo mostra impacto positivo do CBD e THC na autonomia dos pacientes
Pesquisadores gregos do Hospital Universitário Attikon acompanharam 69 pacientes com esclerose múltipla por seis meses. Os participantes utilizaram uma formulação padronizada, com 13% de CBD e 9% de THC.
As principais medidas analisadas foram:
- Espasticidade muscular (Escala Modificada de Ashworth – MAS)
- Função da bexiga (Volume Residual Pós-Micção – PVR)
- Autonomia (Escala Expandida do Estado de Incapacidade – EDSS)
Os resultados foram animadores: a terapia com CBD e THC foi eficaz e apresentou melhoras nos três quesitos analisados.
- A espasticidade diminuiu já nos três primeiros meses e manteve-se estável até o fim do estudo.
- Houve redução no volume residual de urina, indicando melhora no funcionamento da bexiga. Isso é especialmente importante, já que muitos pacientes enfrentam dificuldades para esvaziar completamente a bexiga, o que pode causar infecções e desconforto.
- Houve uma melhora na escala EDSS, que mede mobilidade e autonomia, sugerindo que o tratamento pode preservar a independência por mais tempo.
Os efeitos colaterais relatados — como fadiga, boca seca e tontura — foram leves e bem tolerados pela maioria dos pacientes. No entanto, apesar dos resultados promissores, é preciso mais estudos para reafirmar a segurança e a eficácia da abordagem.
A pesquisa reforça a eficácia da formulação com CBD e THC no alívio de sintomas pouco responsivos aos tratamentos convencionais.
“As terapias convencionais frequentemente não conseguem aliviar sintomas específicos, como espasticidade muscular e disfunção da bexiga, por si só, e os protocolos de reabilitação para os sintomas em questão geralmente são integrados.
Portanto, as terapias com CBD/THC (13% e 9%) parecem proporcionar alívio significativo para esses desafios sintomáticos e, ao mesmo tempo, potencializar os efeitos de outros tratamentos sintomáticos e protocolos de reabilitação dos sintomas. Como terapia complementar, podem contribuir para a melhora geral dos sintomas da esclerose múltipla.”
Entendendo os sintomas da esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma doença autoimune em que o sistema imunológico — que normalmente protege de invasores como vírus e bactérias — passa a atacar erroneamente o organismo. O alvo principal desse ataque é a bainha de mielina, uma camada protetora que reveste as fibras nervosas. Essa deterioração atrapalha a transmissão de sinais nervosos. Como resultado, o cérebro tem dificuldade para se comunicar com o resto do corpo, levando aos diversos sintomas da doença.
A evolução da esclerose múltipla varia muito de pessoa para pessoa — algumas têm sintomas leves por décadas, enquanto outras podem apresentar uma piora mais acelerada. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para retardar a progressão e preservar a qualidade de vida.
Sinais iniciais mais comuns incluem:
- Dormência e formigamento;
- Dificuldades cognitivas, incluindo problemas de memória e concentração;
- Mudanças repentinas de humor;
- Dores e perda da coordenação motora.
Se você ou alguma pessoa próxima apresentar esses sintomas, procure um médico o quanto antes para um diagnóstico mais preciso.
Como iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis para esclerose múltipla
Para incluir medicamentos à base de Cannabis entre as diferentes abordagens para a esclerose múltipla, é fundamental ter a prescrição de um médico experiente nesse tipo de prescrição. Acessando nossa plataforma de agendamento, você tem centenas de médicos à disposição para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho.
Com o acompanhamento médico adequado, não só a vida do paciente ganha em qualidade, mas de todas as pessoas que vivem ao seu redor. Então, inicie o tratamento precoce para aumentar as chances de sucesso. Marque já uma consulta!