O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, definiu que apenas três doenças poderão ser tratadas com os produtos com Cannabis distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. Serão três condições de saúde que causam convulsões no paciente: síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa.
A experiência familiar do governador Tarcísio de Freitas pode ter contribuído para essas escolhas. Na época da sanção da lei, o político lembrou de um sobrinho que tem a síndrome de Dravet e teve melhoras significativas ao usar medicamentos com canabidiol (CBD), um dos canabinoides mais abundantes na Cannabis.
Deputado Caio França e o governador Tarcísio Freitas na época da sanção da lei
Cannabis no SUS em São Paulo
Como foi divulgado em reportagem da Veja, a expectativa é que os medicamentos cheguem às unidades de saúde a partir da próxima semana. Ainda segundo a revista, essas 3 patologias foram uma escolha de um grupo que reuniu 32 entidades da medicina, política e sociedade civil. Em seguida, o grupo deve incluir outras condições de saúde na lista e a reportagem indica que podem ser autismo, epilepsia e dor crônica.
O governo de São Paulo sancionou a lei, de autoria do deputado Caio França, no dia 1º de fevereiro de 2023 com alguns vetos. Agora, já sabemos os primeiros beneficiados pelo programa de distribuição gratuita de produtos com Cannabis pelo SUS no estado.
As três patologias apresentam uma característica em comum: todas causam convulsões nos pacientes. Não à toa, a Cannabis é tão eficiente nesses casos, pois a interação da planta com o sistema endocanabinoide é capaz de cessar essas crises com menos efeitos adversos do que os tratamentos convencionais. Nesse sentido, vamos falar um pouco sobre as doenças que o governador de São Paulo definiu para o programa de distribuição gratuita de produtos com Cannabis pelo SUS.
Síndrome de Dravet
Essa é a síndrome que sensibilizou Tarcísio de Freitas sobre os benefícios da Cannabis. Segundo ele, um sobrinho tem a síndrome de Dravet e se trata com a planta.
A síndrome de Dravet é uma forma rara e grave de epilepsia infantil. Geralmente, ela se manifesta no primeiro ano de vida e provoca convulsões frequentes e prolongadas, muitas vezes desencadeadas por uma febre. Alem disso, as crianças com essa enfermidade apresentam problemas no desenvolvimento cognitivo, dificuldades motoras, de comunicação e mais sintomas neurológicos. O tratamento convencional para essa síndrome envolve medicamentos antiepilépticos.
Nesse link você pode ler a história do Lorenzo Seara e sua família, ele tem a síndrome de Dravet e se trata com a Cannabis.
Síndrome de Lennox-Gastaut
A síndrome de Lennox-Gastaut é uma outra forma grave de epilepsia infantil. Ela pode se manifestar até a criança completar 6 anos de idade e também causa convulsões e comprometimento cognitivo. A diferença para a síndrome de Dravet está no tipo de crise epiléptica, que pode variar entre crises atônicas, tônico-clônicas e de ausência.
Esclerose tuberosa
A esclerose tuberosa é uma doença genética rara que também pode provocar convulsões, mas por motivos diferente das síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut. A principal característica dessa doença são os tumores benignos que podem se desenvolver em vários órgãos. Quando surgem no cérebro, podem provocar crises epilépticas, comprometimento cognitivo e sintomas semelhantes aos do transtorno do espectro autista.
Além disso, os tumores podem surgir em outras partes do corpo, causando complicações. Essa é uma condição crônica e que requer acompanhamento contínuo. No entanto, se bem manejada, é possível que a pessoa afetada pela doença tenha uma boa qualidade de vida.
Nesse link você pode conhecer a história da pequena Emanuelle, que tem a esclerose tuberosa e usa a Cannabis no tratamento.
Estudos indicam a eficácia de tratamentos com Cannabis medicinal
Acompanhamento médico
Mais do que essas três enfermidades, dezenas de condições de saúde podem ser tratadas com a Cannabis. Se você quiser começar agora um tratamento com a planta, é possível fazê-lo de forma legal e segura. Para isso, é fundamental ter o acompanhamento de um profissional de saúde experiente nesse tipo de terapia.
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