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Cannabis em pequenas doses alivia sintomas de Parkinson, aponta estudo

Cannabis em pequenas doses alivia sintomas de Parkinson, aponta estudo

Melhora na qualidade do sono foi o principal achado da pesquisa brasileira realizada com pequenas doses de Cannabis e publicada esta semana.

Publicado em

26 de fevereiro de 2025

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Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

Mais uma pesquisa científica realizada por brasileiros acaba de ser publicada na Revista Frontiers. “Low doses of cannabis extract ameliorate non-motor symptoms of Parkinson’s disease patients: a case seriesinvestigou o uso de baixas doses de óleo de Cannabis no tratamento de sintomas não motores em pacientes com doença de Parkinson (DP). O estudo, que envolveu seis participantes, destacou a melhora significativa na qualidade do sono como um dos principais achados.

O efeito terapêutico de pequenas doses de Cannabis

Para Francisney Nascimento, um dos cientistas brasileiros que assina o estudo, a pesquisa é particularmente interessante porque revela que microdoses de Cannabis podem ter efeitos clínicos significativos, mesmo em quantidades muito baixas, que não provocam efeitos adversos. “Foram microdoses na faixa de micrograma: THC de 250 até até 1.000 microgramas. 1.000 microgramas é igual a 1 mg. Então ainda é uma uma dose de microgramas e com menos CBD. É um 8 para um, mais THC que CBD, esta foi a concentração”, pontua.

Pesquisa abre espaço para a discussão sobre a ideia de “reposição canabinoide”

Segundo o professor Nascimento, o conceito de “reposição canabinoide” se baseia na observação de que pacientes mais velhos frequentemente apresentam um declínio no sistema endocanabinoide, que é imprescindível para a regulação de várias funções fisiológicas. 

“Um paciente com mais de idade, tem um declínio do sistema endocaminoide, do tônus endocanabinoide, produz menos anandamida e 2-AG, expressa menos receptores CB1 e CB2. E isso perde as ações, naturais que são basicamente de neuroproteção e perde efeito anti-inflamatório também natural dos endocaminoides. E isso favorece essas doenças neurodegenerativas como o Parkinson. Então essas doses pequenas podem tratar ou até prevenir algumas dessas condições”, explicou o pesquisador com exclusividade para o portal Cannabis & Saúde.

Portanto, a administração de microdoses de canabinoides pode não apenas tratar sintomas não motores da doença, como insônia e comprometimento cognitivo, mas também atuar de forma preventiva, ajudando a mitigar o declínio cognitivo e motor associado a essas condições. Essa abordagem pode representar uma nova estratégia terapêutica, oferecendo uma alternativa viável para melhorar a qualidade de vida de pacientes com Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.

O pesquisador entende que ao considerar a reposição canabinoide, pode-se explorar um caminho promissor para restaurar o equilíbrio do sistema endocanabinoide em pacientes idosos. E, assim, potencialmente tratando ou até prevenindo o agravamento de condições neurodegenerativas. Porém, a pesquisa reforça a necessidade de mais estudos para explorar o potencial terapêutico dos canabinoides em microdoses, especialmente em populações vulneráveis como os idosos com DP

Melhora na qualidade do sono

A pesquisa identificou que os pacientes relataram uma redução nos problemas de insônia após o tratamento com óleos de cannabis, especialmente aqueles que receberam a dose mais alta de THC:CBD (1000:112 μg/dia). A avaliação da insônia foi feita utilizando o Insomnia Severity Index (ISI), que mostrou uma diminuição significativa nas dificuldades de iniciar e manter o sono.

Avaliação Cognitiva, segurança no tratamento e impacto nos sintomas motores

Além disso, a pesquisa também utilizou o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) para avaliar o desempenho cognitivo dos participantes. Embora não tenha havido uma diferença estatisticamente significativa, os resultados indicaram uma tendência de melhora na função cognitiva, especialmente no grupo que recebeu a dose mais baixa de THC:CBD (250:28 μg/dia).

Já sobre a segurança, os participantes não relataram efeitos colaterais relevantes durante o tratamento, sugerindo que as doses utilizadas foram seguras. Isso é particularmente importante, pois altas doses de THC podem causar efeitos adversos, como comprometimento cognitivo e ansiedade.

Embora o foco principal da pesquisa fosse os sintomas não motores, alguns pacientes também relataram melhorias em seus sintomas motores. E assim, indica-se um potencial efeito benéfico mais amplo do tratamento com Cannabis.

“Mostramos que um tratamento com Cannabis rico em THC, que é a substância que em doses altas tem efeito psicoativo, mas tratamento com Cannabis e com THC mas com dose muito baixa sem nenhum efeito diverso, melhora o sono de pacientes com Parkinson. E o sono é uma das principais queixas e sintomas de quem tem Parkinson. É uma ferramenta muito boa e talvez não só nesta condição”, finaliza Nascimento. 

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