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Instituto brasileiro leva cânhamo à exposição de Bienal de Veneza

Instituto brasileiro leva cânhamo à exposição de Bienal de Veneza

Exposição inédita apresentará aplicações do cânhamo na arquitetura, e em diversos tipos de atividade humana, ao longo dos últimos 2 mil anos.  

Publicado em

14 de fevereiro de 2025

• Revisado por

Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

bienal

A próxima Bienal de Arquitetura de Veneza contará com exposição de cânhamo assinada por brasileiros. Trata-se de uma ação de comemoração dos 10 anos do Instituto Humanitas360, que em parceria com o arquiteto Pedro Mendes da Rocha e o Instituto Ficus, participam da 19ª edição do evento. 

A instalação tem como objetivo destacar o potencial construtivo e ecológico do cânhamo industrial. Localizada na Corderie dell’Arsenale, parte do complexo do evento, essa área histórica deve sua extensão à produção de cordas para navios mercantis feitas de cânhamo desde o século XV. O material também foi utilizado na confecção das velas dessas embarcações, desempenhando um papel crucial na ascensão de Veneza como uma potência marítima e comercial.

Cânhamo na Bienal: inteligência e sustentabilidade

Neste sentido, a exposição se conecta com o tema “Intelligens”, idealizado pelo curador Carlo Ratti. O conceito envolve a sinergia entre inteligência e soluções criativas para os desafios prementes que enfrentamos diante da crise climática: lugar que o cânhamo, e sua sustentabilidade, tem tudo para ocupar. A iniciativa inaugura dia 10 de maio e segue até 23 de novembro.

Cânhamo no mundo

“Esta Convenção não se aplicará ao cultivo da planta de Cannabis exclusivamente para fins industriais (fibra e semente) ou hortícolas”. Dessa forma, neste artigo 28 da Convenção de Drogas da ONU, o cânhamo ficou isento das proibições impostas à Cannabis. Neste ano, 1961, a planta foi proibida globalmente.

Mas a brecha foi concebida neste quadro jurídico internacional. E o cultivo de Cannabis especificamente para fins industriais (como fibra e semente) ou para fins hortícolas foi explicitamente excluído dos controles que, em geral, se aplicam a outros usos da Cannabis.

Anos depois surgiu a regulamentação mais comum que conhecemos até hoje que define o Cânhamo como as plantas com teor de THC inferior a 0.3% em peso seco da planta. O que segundo estudiosos há controvérsias.

“Este limite de 0.3% é completamente arbitrário. Não tem uma regra oficial que diz que é 0.3%. Cada país faz a sua regulamentação e decide este nível. Aqui na América Latina a maioria dos países está caminhando para 1%, nós já temos isso no Equador”, explicou o engenheiro agrônomo, Lorenzo Rolim, Presidente da LAIHA, Associação Latino-Americana de Cânhamo Industrial, durante entrevista ao podcast Maconhômetro.

Atualmente, a definição de cânhamo com base na porcentagem de THC gera debate em diversos países, incluindo os Estados Unidos. País onde o cânhamo é legalmente definido como Cannabis que contém menos de 0,3% de THC, conforme estabelecido pela Farm Bill de 2018.

Mas a definição federal de cânhamo nos EUA, que estipula o limite de THC, surgiu de uma tentativa de distinguir entre cânhamo e maconha. Enquanto o cânhamo deve conter menos de 0,3% de THC, a maconha é caracterizada por ter níveis mais altos desse composto, que também tem potenciais terapêuticos.

Em um contexto mais amplo, a discussão sobre o que define o cânhamo e sua regulamentação não é exclusiva dos EUA. Vários países estão reavaliando suas legislações e definições de cânhamo, levando em conta tanto a necessidade de regulamentação efetiva quanto a segurança pública. A questão se torna relevante à medida que as percepções sobre Cannabis e seus derivados continuam a evoluir.

Cânhamo no Brasil

Aqui no Brasil ainda não se pode cultivar o cânhamo. Porém, esta realidade irá mudar. Há o prazo de seis meses para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a União regulamentem a importação de sementes, o plantio, o cultivo e as transações do cânhamo para fins medicinais, farmacêuticos e industriais.

E a decisão do STJ proíbe o uso do cânhamo industrial para outros fins, como fibras e alimentos. E segue a mesma lógica internacional sobre a porcentagem de THC: é apenas Cânhamo Industrial com teor de THC inferior a 0,3% permitido para essas atividades. Além disso, a decisão restringe a autorização a pessoas jurídicas, não permitindo a participação de pacientes ou associações de pacientes.

Exposição de cânhamo: uma tendência que valoriza, e informa, sobre uma das fibras mais resistentes e sustentáveis da história

 A exposição de cânhamo na Bienal de Veneza reforça a importância de informar sobre mais este possível uso da Cannabis. E, aparentemente, exposições de cânhamo surgem como uma nova tendência.

Aqui mesmo no Brasil, em 2024, foi inaugurada a mostra itinerante “Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa”. A exposição brasileira reúne informações e produtos desenvolvidos a partir de todas as partes da planta: flores, fibras e sementes.

A exposição, que tem como fundadora a jornalista Manuela Borges, teve destaque na ExpoCannabis Brasil 2024 reunindo produtos extraídos do caule do cânhamo, como por exemplo: madeira (hempwood), tijolo (hempcrete), bioplástico, papel e roupas.

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