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Sobrice reforça diagnóstico precoce e abre diálogo sobre Cannabis medicinal no cuidado ao câncer de próstata

Sobrice reforça diagnóstico precoce e abre diálogo sobre Cannabis medicinal no cuidado ao câncer de próstata

Em entrevista ao Cannabis & Saúde, o presidente da Sobrice, Dr. Lucas Moretti Monsignore, destacou avanços da Radiologia Intervencionista, desafios no acesso ao diagnóstico e a necessidade de rigor científico ao discutir o papel da cannabis no contexto oncológico

Publicado em

24 de novembro de 2025

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Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

No mês do Novembro Azul, a Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice) reforça a importância do diagnóstico precoce e de terapias minimamente invasivas no tratamento do câncer de próstata, que é o segundo tipo de tumor mais incidente em homens no Brasil, com estimativa de 72 mil novos casos anuais, segundo o INCA.

Em diálogo exclusivo com o Cannabis & Saúde, o presidente da entidade, Dr. Lucas Moretti Monsignore, explica por que a Radiologia Intervencionista tem avançado como uma alternativa segura e moderna e comenta, com precisão técnica, sobre o que já se sabe  sobre o uso medicinal da Cannabis nesse contexto.

O tema está em investigação clínico-científica, e qualquer incorporação deve respeitar estudos clínicos, diretrizes éticas e a regulamentação vigente. Há espaço de interesse na área de cuidados paliativos, especialmente para dor e qualidade de vida, mas sempre com indicação individualizada, criteriosa e conduzida por equipes multidisciplinares”, pontuou o profissional.

O papel da Radiologia Intervencionista no cuidado ao câncer de próstata

Atualmente, a Sobrice atua para ampliar o acesso a tratamentos modernos, formar especialistas e garantir que centros de intervenção sigam padrões elevados de segurança. Segundo o Dr. Monsignore, essa é uma das missões centrais da sociedade:

“A Sobrice promove excelência com tratamentos de ponta, muito modernos, e também atua na formação da Radiologia Intervencionista, área que oferece tratamentos minimamente invasivos, com recuperação mais rápida e menos riscos”.

No campo do câncer de próstata, modalidades como crioablação, eletroporação e embolização prostática vêm ganhando espaço. Elas podem ser aplicadas tanto no controle de tumores de pequeno volume quanto no manejo dos sintomas da hiperplasia prostática benigna (HPB).

Ele destaca, porém, o grande gargalo nacional: “O maior desafio segue sendo o mesmo em todo o país: diagnosticar cedo, a adesão às campanhas preventivas e o acesso equitativo a tratamentos seguros”.

Formação médica e certificação: o impacto para os pacientes

A modernização da área exige profissionais qualificados e centros estruturados. Por isso, Sobrice e Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) atuam de forma integrada: “A Sobrice atua junto ao Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) na formação e certificação dos especialistas em Radiologia Intervencionista, garantindo que os médicos responsáveis por procedimentos complexos estejam qualificados e constantemente atualizados.”

Para o paciente, essa base sólida significa segurança, protocolos padronizados e equipes preparadas — fatores essenciais em terapias minimamente invasivas para câncer de próstata.

Abordagem multidisciplinar: quando urologia, oncologia e radioterapia caminham juntas

O presidente da Sobrice lembra que nenhum tratamento isolado responde a todos os casos. Por isso, a integração entre especialidades é considerada indispensável:

“Essa integração é essencial para que cada paciente esteja diante da melhor estratégia terapêutica, combinando cirurgia, radioterapia e tratamentos intervencionistas quando eles forem necessários.”

Ainda segundo o médico, eventos como o OncoSOBRICE têm reforçado essa troca de conhecimento, mostrando na prática como a Radiologia Intervencionista pode complementar o arsenal terapêutico do câncer de próstata.

E a Cannabis medicinal? 

Apesar do interesse crescente de pacientes e da comunidade científica, o uso de Cannabis no manejo do câncer de próstata ainda requer estudo rigoroso. O Dr. Monsignore destaca que a Sobrice acompanha a literatura científica, mas mantém posicionamento prudente.

Nos últimos anos, pacientes, famílias e médicos têm demonstrado crescente interesse sobre o papel da Cannabis medicinal no manejo do câncer de próstata. A Cannabis tem surgido como uma aliada ao tratamento. Esse movimento acompanha a expansão global de pesquisas e o aumento de prescrições no Brasil. Neste sentido, estudos como Cannabidiol Inhibits the Proliferation and Invasiveness of Prostate Cancer Cells (2023), publicado pela American Chemical Society, demonstram que o Canabidiol (CBD) reduziu a proliferação e a capacidade invasiva de células tumorais, promovendo apoptose e modulando alvos moleculares associados ao crescimento do câncer. Resultados semelhantes foram observados em pesquisas independentes, como Anti-Proliferative Effect of Cannabidiol in Prostate Cancer PC3 Cells (2023), reforçando que os efeitos antiproliferativos do CBD parecem consistentes em ambiente laboratorial.

Além desses achados celulares, revisões científicas apontam que tecidos prostáticos possuem receptores canabinoides CB1 e CB2, o que sugere possíveis vias de modulação tumoral.

Já no campo dos cuidados paliativos — área em que manejo de dor, apetite, náusea, sono e qualidade de vida são decisivos —, os canabinoides demonstram benefícios significativos em pacientes oncológicos. Uma metanálise publicada em 2025 na Frontiers in Oncology observou melhora consistente de sintomas entre pacientes que utilizaram cannabis medicinal como terapia complementar. Embora o estudo não seja específico para câncer de próstata, ele reforça a segurança e a eficácia sintomática das moléculas da Cannabis em contextos paliativos mais amplos, sobretudo em indivíduos submetidos a tratamentos intensos ou com dor refratária.

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Portanto, a Cannabis medicinal ocupa hoje um espaço complementar especialmente relevante: o do cuidado ao paciente, do alívio de sintomas e da ampliação da qualidade de vida. A convergência entre inovação tecnológica, medicina intervencionista e fitoterapia baseada em ciência representa um dos caminhos mais promissores para o futuro. E, como lembra a Sobrice, essa construção precisa ser feita com seriedade, ética e compromisso com a segurança do paciente.

Por que essa conversa importa?

A entrevista com a Sobrice representa um avanço fundamental no debate público: aproximar entidades médicas, pesquisadores e pacientes, promovendo informação de qualidade, sem sensacionalismo e com foco na segurança. O Portal Cannabis & Saúde reforça essa ponte: ampliar a conscientização, ouvir especialistas qualificados e construir uma visão realista e responsável do papel da planta na saúde.

Veja a entrevista na íntegra com Dr. Lucas Moretti Monsignore – Presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice)

Qual é o principal trabalho desenvolvido pela Sobrice atualmente? E em relação ao câncer de próstata, especificamente, quais são os principais desafios dos pacientes?

“A Sobrice promove excelência com tratamentos de ponta, muito modernos, e também atua na formação da Radiologia Intervencionista, área que oferece tratamentos minimamente invasivos, com recuperação mais rápida e menos riscos. Em relação ao câncer de próstata, a entidade reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acesso a terapias realmente modernas. Entre os recursos intervencionistas disponíveis, destacam-se técnicas como a crioablação, a eletroporação e a embolização prostática, que podem beneficiar pacientes, seja no controle de tumores pequenos, seja no tratamento dos sintomas da hiperplasia prostática benigna (HPB). O maior desafio segue sendo o mesmo em todo o país: diagnosticar cedo, a adesão às campanhas preventivas e o acesso equitativo a tratamentos seguros. Com técnicas minimamente invasivas, o tempo de internação é menor e o ganho de escala, na capacidade do sistema atender mais pessoas, maior”.

Considerando a atuação da Sobrice, como a formação de especialistas e a certificação da área têm evoluído para assegurar que centros de intervenção ofereçam tratamentos seguros e eficientes para pacientes com câncer de próstata?

“A Sobrice atua junto ao Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) na formação e certificação dos especialistas em Radiologia Intervencionista, garantindo que os médicos responsáveis por procedimentos complexos estejam qualificados e constantemente atualizados. Essa atuação envolve certificação técnica, matriz de competências, programas educacionais contínuos e incentivo à pesquisa, assegurando que centros e profissionais sigam padrões de qualidade e segurança. Para o paciente, isso significa acesso a equipes treinadas, protocolos bem estabelecidos e maior segurança nos tratamentos minimamente invasivos, incluindo aqueles aplicados por exemplo ao câncer de próstata”.

De que forma a Sobrice tem colaborado com outras especialidades médicas (urologia, oncologia, radioterapia) para a abordagem multidisciplinar do câncer de próstata e para garantir que o paciente tenha acesso à melhor estratégia terapêutica?

A Sobrice mantém diálogo permanente com urologistas, oncologistas e radioterapeutas para fortalecer o cuidado multidisciplinar. Essa integração é essencial para que cada paciente esteja diante da melhor estratégia terapêutica, combinando cirurgia, radioterapia e tratamentos intervencionistas quando eles forem necessários. Eventos como o ONCOSOBRICE reforçam essa troca entre especialidades, mostrando, na prática, como técnicas minimamente invasivas podem complementar outras abordagens, reduzir internações e oferecer caminhos personalizados de tratamento.  

Quanto ao uso medicinal da cannabis no contexto do câncer de próstata: a Sobrice já tem estudos ou posicionamentos sobre como a Cannabis — ou compostos derivados — poderiam se integrar ao manejo intervencionista ou paliativo desse câncer?

“A Sobrice acompanha de perto as pesquisas sobre o uso medicinal da cannabis, mas ainda não há evidências consistentes ou suficientes que sustentem sua aplicação direta no tratamento intervencionista do câncer de próstata. O tema está em investigação clínico-científica, e qualquer incorporação deve respeitar estudos clínicos, diretrizes éticas e a regulamentação vigente. Há espaço de interesse na área de cuidados paliativos, especialmente para dor e qualidade de vida, mas sempre com indicação individualizada, criteriosa e conduzida por equipes multidisciplinares”.

“Recentes estudos pré-clínicos demonstraram que compostos canabinoides (como o Cannabidiol – CBD) inibem a proliferação, induzem apoptose e reduzem a invasividade de células de câncer de próstata em modelos celulares e animais. Diante disso, como a Sobrice enxerga o papel potencial da cannabis medicinal ou dos canabinoides no manejo do câncer de próstata, seja como adjuvante à intervenção radiológica/intervencionista, seja em cuidados paliativos ou complementares?”

“Apesar de estudos pré-clínicos sugerirem possíveis efeitos dos canabinoides sobre células tumorais, ainda não existe comprovação científica suficiente para integrar cannabis medicinal ao tratamento intervencionista do câncer de próstata. Na prática, os procedimentos guiados por imagem, como ablação e embolização, permanecem como as terapias minimamente invasivas com eficácia comprovada. Já os canabinoides podem desempenhar um papel complementar no manejo de sintomas, especialmente no contexto paliativo. A Sobrice mantém posição aberta, mas sempre alinhada às evidências científicas e à segurança do paciente”.

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