Um pai que assiste, de longe, a filha autista pegar o ônibus sozinha pela primeira vez, ou um filho que, depois de muita luta, consegue um tratamento que ajuda a controlar o Parkinson do pai. Então, em celebração ao amor entre pais, filhos e filhas, em celebração ao Dia dos Pais, neste domingo (13), o portal Cannabis & Saúde relembra algumas histórias que destacam essa relação.
Israel e Gabrielle
O coronel da Polícia Militar de Pernambuco Israel de Moura Farias Júnior é pai de Gabrielle, diagnosticada com microcefalia. Anteriormente, a criança já recebeu dos médicos “menos de 24 horas de vida” e conviveu com muitas crises convulsivas. Só que a ironia dessa história é que o único remédio que trouxe qualidade de vida à menina vem da mesma planta que o militar combateu ao longo da carreira: “passei 20 anos erradicando a maconha; hoje ela salva minha filha”.
“Em setembro de 2020, a Gabrielle completou um ano sem crises convulsivas. E com efeitos colaterais zero. Ela come de tudo, bebe de tudo, dorme bem. Além disso, a parte cognitiva melhorou muito, e também a parte motora”.
Atualmente, o coronel, que antes combatia as plantações do polígono da maconha, hoje se tornou um defensor da Cannabis medicinal: “tive que me render à cura”.
Coronel da PM: “Passei 20 anos erradicando a maconha; hoje ela salva minha filha”
Evaldo e Evaldo Jr.
Em busca de um chá ou algo que melhorasse a prisão de ventre do pai, diagnosticado com Doença de Parkinson, Evaldo Jr. encontrou um vídeo em que os tremores de um paciente cessam ao tomar o óleo de Cannabis medicinal.
“Meu pai tomou e, cara, foi uma coisa absurdamente maluca. No mesmo dia, já era outra pessoa”, lembra. “A questão do Parkinson não é só tremor. Ele atinge forte a parte emocional da pessoa. Ele dá uma depressão feia. No segundo dia, meu pai já tava fazendo brincadeira, pulando na cama.”
Alan e Manuela Dia dos Pais
Alan é pai de Manuela, uma adolescente de 14 anos, diagnosticada com autismo, aos quatro.
“O que deixava a gente preocupado eram as crises de estresse e nervosismo. Muitas vezes, quando ela não conseguia lidar com uma situação, como uma sala muito barulhenta, ela buscava fugir e a gente pegava ela já na beira de pular a janela.”
“Está mais tranquila. Reduziu aquilo de ficar falando sozinha. A gente tem outra filha, de cinco anos, e tinha sempre um conflito. Melhorou bastante e hoje ela até ajuda a cuidar da irmã mais nova, com todo o carinho. Participa do dia a dia mais com a gente. Assistir filme, jantar junto, sair. Brincamos mais, damos mais risadas. Ajudou a controlar a ansiedade e a percepção motora dela. Ela sempre foi inteligente, mas agora está conseguindo organizar o raciocínio dela.”
“A gente já vinha educando ela para ser independente, mas ontem, pela primeira vez, ela foi para o psicólogo sozinha. Ficamos com um aperto no peito, mas ela tinha essa vontade e, graças a Deus, conseguiu pegar ônibus, ir e voltar. Claro, com a gente sempre monitorando. Antes do tratamento com a Cannabis, a gente não imaginava que ela fosse pegar um ônibus tão cedo. Foi uma vitória enorme, que a gente vai juntando em todas as lutas que a gente tem.”
“Não imaginava que ela fosse pegar um ônibus sozinha tão cedo”
Hélio e Regiane Dia dos pais
Hélio Gasparini, com 77 anos, sofre do mal de Parkinson há mais de 12 anos. Seguindo o tratamento convencional, Gasparini já vinha fazendo uso de dois medicamentos alopáticos, bastante comuns para a doença. No entanto, tendo em vista os resultados moderados da terapia, ele e sua filha, Regiane, estudavam um possível medicamento alternativo: o canabidiol. “Agora eu consigo assinar meu nome”, comemora o paciente.
Os tremores diminuíram bastante, assim como as dores na hora de dormir. E os benefícios vão para além da diminuição dos tremores. Regiane conta que seu pai ficou mais feliz desde que começou a tomar o canabidiol. “A socialização dele melhorou muito. Ele estava muito quieto, ficava no seu canto, amuado, com poucas palavras. Agora, ele voltou a ser mais alegre, conversa, dá risada.”
Entre pai e filha, a expectativa é a melhor possível. “A gente sabe que não é a cura”, lembra Regiane. “Mas é uma melhora na qualidade de vida. Então, a gente tem esperança de que melhore ainda mais.”
“Tudo melhorou”: pai e filha comemoram tratamento para Parkinson
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