Janaína Lacerda cresceu em uma família simples, dividida entre memórias da roça com os avós e a vida mais movimentada da adolescência na região metropolitana de Belo Horizonte. São lembranças boas — mas, mesmo nelas, um ponto sempre escapou ao padrão: a escola nunca se encaixava.
Desde cedo, ela percebia que havia algo no ambiente escolar que soava excessivo, difícil de acompanhar, como se a matéria e a dinâmica não falassem a mesma língua que ela. Era quieta, mas inquieta por dentro. Na avaliação dos professores, uma aluna “mediana para baixo”. Na percepção dela, alguém tentando entender um sistema que não parecia feito para o seu modo de funcionar.
A ironia — ou o acerto — é que, anos depois, ela encontraria na Psicologia o território onde, pela primeira vez, tudo parecia se organizar.
“Foi na faculdade que os professores psicólogos perceberam os primeiros sintomas.Eu não compreendia tudo o que o professor falava, então criei um sistema próprio para tentar entender. Percebi que isso não era só ali: também acontecia na vida social. Eu achava que fazia parte da individualidade”, conta.
Ao se formar, seguiu para a neuropsicologia e se especializou na aplicação de testes para diagnóstico, aprofundando-se também na avaliação de casos de autismo — área em que seu olhar técnico e sua experiência começaram a convergir de forma natural.
Atende on-line, de qualquer lugar do país, e também presencialmente no município de Divinópolis, em Minas Gerais. Seu trabalho, a família e principalmente sua filha compõem o eixo de sua vida. Mas, até recentemente, faltava uma peça.
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A jornada de uma mãe que encontrou no diagnóstico da filha as respostas que buscava desde a infância
O ponto de virada começou quando sua filha, ainda bebê, apresentava respostas sensoriais e comportamentais que chamavam atenção. Janaína, já imersa na área, observava tudo com cuidado técnico e afeto de mãe. Conversou com o pai, com professoras, com quem convivia com a criança. Buscou avaliações, exames, psiquiatra, psicóloga.
O laudo veio: autismo.
A partir daí, a família reorganizou tudo para que Clara tivesse um acompanhamento acolhedor — mas à medida que a filha rejeitava o diagnóstico, Janaína começou a enxergar algo que já intuía desde a adolescência.
Os incômodos sensoriais. A dificuldade de permanecer em sala de aula. A sensação constante de não captar tudo o que o professor dizia. E, mais tarde, já adulta, no curso superior, os professores psicólogos chamando sua atenção para possíveis sintomas.
Janaína fez o movimento que vinha adiando: procurou um neurologista, passou pelas avaliações formais, refez perguntas antigas.
O resultado veio. autismo.
“Fiquei feliz e aliviada”, ela admite — não por romantização, mas por clareza. Era a primeira vez que as experiências da infância à vida adulta encontravam explicação.
“Comecei a entender por que eu era daquela forma na infância, por que faço algumas coisas até hoje. Entendi minha hipersensibilidade sensorial, que às vezes é muito incômoda. A partir dali comecei a me cuidar melhor, o que ajudou muito na convivência social e na qualidade de vida.”
Quando colocou seu próprio colar de identificação de autista diante da filha, a reação da menina foi imediata: alívio, aceitação e pertencimento.
Foi quando as duas começaram a caminhar juntas dentro do diagnóstico — e não ao redor dele.
“Quando dei a notícia para a minha filha de que eu também era autista e coloquei o cordão na frente dela, ela ficou mais tranquila e passou a aceitar e entender que não era um problema, que ela só era diferente, e que estava tudo bem. A partir desse momento, nós duas começamos a trabalhar melhor o diagnóstico.”
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Quando o tratamento precisava de mais uma peça
Mesmo com acompanhamento psicológico, escolar e familiar, havia sintomas que persistiam — tanto na mãe quanto na filha. Para Clara, a agitação era tão intensa que Janaína precisava ir à escola quase todos os dias. Havia crises, dificuldade severa de concentração, insônia, terrores noturnos, impossibilidade de permanecer em sala por muito tempo.
Uma opção convencional chegou a ser prescrita para a filha, mas antes de iniciar qualquer intervenção, ela decidiu entender na própria experiência como o Canabidiol poderia atuar. Estudou muito sobre Cannabis medicinal.
“Mesmo com psicólogo e acompanhamento, ainda havia muitos sintomas, tanto em mim quanto nela. Percebi que precisávamos introduzir alguma medicação. Uma medicação convencional foi receitada para ela, mas antes eu quis testar o Canabidiol em mim.”
Passou por produtos com os quais não se adaptou, até chegar ao óleo que ofereceu, segundo ela, o primeiro grande respiro: redução da confusão mental, da ansiedade, da agitação, melhora do sono — tudo isso em duas semanas de uso.
Quando ficou claro que a filha também precisaria de suporte, ela não hesitou em seguir o mesmo caminho.
A mudança: seis meses que redefiniram a rotina da criança
A resposta de Clara ao óleo de Cannabis foi tão evidente que a rotina escolar se transformou.
Antes, ela não conseguia escrever ou ler. Hoje — seis meses depois da introdução da Cannabis — escreve em letra cursiva e acompanha o conteúdo da turma. Antes, não dormia, tinha terrores noturnos. Hoje dorme bem, o que impactou diretamente o comportamento e a aprendizagem.
Antes, não conseguia permanecer na sala. Hoje participa, raciocina com mais calma, compreende as próprias emoções.
Família, escola e amigos perceberam.
A evolução foi descrita por Janaína como “gigantesca”.
Ela reforça que não foi um processo automático, nem atribuível a qualquer produto. Houve tentativas, estudos e acompanhamento médico atento. E foi a partir de informações encontradas aqui no Portal Cannabis & Saúde que ela conseguiu entender a legalidade, o acesso, o funcionamento do tratamento — e deu o próximo passo com segurança.
Hoje, ela própria orienta pacientes, familiares e amigos a seguirem pelo mesmo caminho estruturado, com médicos prescritores de Cannabis e produtos que trazem segurança e previsibilidade.
Do diagnóstico ao pertencimento
A história de Janaína e sua filha não é sobre superação no sentido tradicional — é sobre explicação. Sobre clareza. Sobre encontrar, depois de anos de estranhamento, um nome para aquilo que sempre esteve ali, silencioso, mas presente. E sobre como a Cannabis medicinal se tornou uma ferramenta que permitiu mais estabilidade, mais aprendizagem, mais qualidade de vida.
Para Janaína, o diagnóstico tardio não foi um peso: foi uma chave.
Para a filha, o diagnóstico materno não foi um susto: foi um abraço.

Para as duas, foi a chance de entender que o autismo não é um limite — é uma forma de existir. E que, quando tratado com informação, cuidado e ferramentas adequadas, pode ser vivido com tranquilidade, afeto e autonomia.
Importante!
O caminho da Janaína também lembra que tratamentos à base de Cannabis devem ser iniciados com acompanhamento médico. É o especialista quem avalia cada caso, escolhe a formulação mais adequada e faz os ajustes de dose com segurança.
Foi aqui, no Portal, que ela deu o primeiro passo — e esse pode ser o seu também. Caso esteja considerando um tratamento com canabinoides, nossa plataforma permite agendar uma consulta com médicos prescritores, garantindo acompanhamento desde o início.
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