Depois de enfrentar um quadro de burnout e receber o diagnóstico de transtorno de personalidade borderline, uma professora de 34 anos encontrou na Cannabis medicinal um caminho para retomar o equilíbrio emocional e reorganizar sua rotina. A história dela ecoa com a de muitos colegas de profissão — segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aproximadamente um terço dos professores da educação básica sofre com a síndrome de burnout.
Atualmente, o tratamento é acompanhado pelo médico prescritor Dr. Gabriel Dias e pelo psicólogo Reginaldo Catanhete, que atuam em parceria na condução do caso, integrando o uso da Cannabis ao cuidado psicológico e medicamentoso.
Do esgotamento à descoberta do transtorno
O diagnóstico de burnout veio no final de 2023, após um período intenso de sobrecarga profissional.
“Eu trabalhava em três empregos. Sou professora de educação infantil e intérprete de Libras. Quando tentei voltar ao trabalho no início deste ano, percebi que não conseguia mais manter a rotina. O esgotamento da sala de aula acabou me levando a uma piora do quadro, com crises de ansiedade e pânico, que se agravaram com o tempo”, conta.
Em maio de 2024, ela iniciou o uso de medicações alopáticas, mas os efeitos colaterais se tornaram insuportáveis. “Esses remédios me deixavam apática, anestesiada. Eu não sentia mais nada”, relatou.
Além do entorpecimento emocional, surgiram reações adversas graves, como crises alérgicas e até um episódio de fecaloma — uma petrificação das fezes que exigiu internação hospitalar. “Foi uma experiência muito dolorosa e constrangedora. Eu percebi que estava adoecendo também por causa dos remédios.”
Durante o acompanhamento psicológico com Reginaldo Catanhete, começou-se a investigar mais a fundo seu quadro emocional. “Foi um processo longo, com muitos testes e conversas entre o Reginaldo e o Dr. Gabriel. Depois de muita avaliação, veio também o diagnóstico do transtorno de personalidade borderline”, explicou.
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Transição para o uso do CBD
O encontro com o Dr. Gabriel Dias marcou uma virada no tratamento. “Quando o conheci, em agosto, ele fez o desmame das medicações mais fortes e inseriu o CBD. Manteve apenas o clonazepam por um período, até finalizar o desmame completo.”
Segundo ela, os resultados foram perceptíveis em pouco tempo. “Hoje eu consigo dormir a noite inteira, estou mais calma e consciente das minhas emoções. Diferente dos remédios químicos, que me anestesiavam, o CBD me ajuda a regular o que eu sinto, sem bloquear as emoções”, afirmou.
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Ela recorda as orientações do médico ao iniciar o tratamento, que explicou como o CBD atua em áreas do cérebro responsáveis pela autorregulação emocional. “Ao contrário dos remédios convencionais, que apenas repõem esses hormônios e podem gerar dependência, é como se o CBD ‘ensinasse’ o cérebro a se equilibrar”, explica.
Avanços na rotina e qualidade de vida
Poucos meses após iniciar o uso do CBD, a paciente relata ganhos significativos. “Já consigo ir ao mercado, participar dos encontros da minha religião (algo muito importante para mim) e até socializar em pequenos grupos. Antes, o barulho e o toque das pessoas me causavam ataques de pânico”, contou.
Além da melhora emocional, ela recuperou o sono, o bom humor e a disposição. “Voltei a ter uma rotina organizada em casa, sigo as orientações do Dr. Gabriel e do Reginaldo à risca. Estou mais tranquila e otimista. As crises de raiva e de choro, que antes eram frequentes, agora só acontecem em situações de muito estresse.”
Atualmente, ela usa o CBD uma vez ao dia, à noite — uma redução em relação à dose inicial. “O avanço foi rápido. É um tratamento muito individualizado. O Dr. Gabriel ajustou a dose até encontrar o ponto certo. Hoje me sinto estável.”
Superando o estigma e planejando o futuro
Mesmo com os resultados positivos, a paciente reconhece que o estigma em torno da Cannabis ainda é um obstáculo. “Muitas pessoas confundem o uso medicinal com o uso recreativo. Existe toda uma segurança na prescrição. Não é uma droga ilícita”, afirmou.
Ela também compara os efeitos da Cannabis aos dos remédios tradicionais: “A medicação química também é uma droga, só que lícita — e com efeitos colaterais muito mais fortes. Com o CBD, eu não tive nenhum efeito adverso até agora”, relata.
Além do próprio tratamento, ela conta que vem incentivando familiares com depressão a buscarem acompanhamento médico para avaliar a possibilidade de reduzir medicações alopáticas. “A longo prazo, o que importa é ter uma vida com mais consciência, disposição e menos sofrimento”, disse.
Com o quadro estável e o apoio conjunto de seu psiquiatra e psicólogo, ela planeja respeitar o período de afastamento médico até março de 2026, conforme orientação. Nesse tempo, pretende fortalecer hábitos saudáveis — como exercícios físicos e uma nova rotina alimentar — e se preparar para uma transição de carreira.
“Entendi que tenho outras habilidades, descobri talentos que não confiava ter. Quero voltar ao trabalho com mais equilíbrio e propósito. Hoje me sinto mais animada, mais disposta e, principalmente, otimista.”
Importante!
A experiência da professora mostra que o tratamento com Cannabis medicinal é um processo individual, que exige acompanhamento e ajustes ao longo do tempo. Cada organismo reage de forma diferente, e fatores como histórico clínico, uso de outros medicamentos e rotina de vida influenciam diretamente os resultados. Por isso, o acompanhamento médico é essencial para definir a formulação e a dosagem ideais, garantindo segurança e eficácia. Se você quer saber se o CBD pode ajudar no seu caso, acesse nossa plataforma de agendamento e converse com um profissional habilitado.













